28.4.12

Bissau: acusações ao Burkina e ao Senegal

As incidências desta ultima Conferência da CEDEAO deixou-nos um sinal e um aviso muito sério a ter em conta no nosso contexto sub-regional. A Guiné-Bissau, por essencia, tanto no aspecto cultural assim como, civilisacional é um pais lusofono e, consequentemente « descartado » do espaço de jogos de interesses dos outros paise que compõem a CEDEAO. Essa asserção de co-optação geo-socio-regional foi preceptivel nessa ultima cimeira, tendo-nos valido o peso, a sagacidade e a argucia da diplomacia dos paises irmãos da lusofonia, nomeadamente de Angola e Cabo-Verde, mas também, de um outro pais irmão a Guiné-Conakry. Também de forma compreensivel e salutar, quiça por sofrer dos mesmos males de obstrução a um desenvolvimento autonomo, a Gâmbia foi um aliado incondicional em advogar a nossa causa. Enfim uma atitude a reter e a retribuir. O Ghana, a Nigeria e a Côte d’Ivoire seguiram os principios basicos assim como os outros paise que abstenho de referir. Por outro lado, dois paises, o Burkina-Faso e o Senegal tentaram nessa Conferência torpedear o processo de retoma da normalidade constitucional na Guiné-Bissau, criando « nuvens de interpretação » asssombrosas ao desfecho legal e firme desse processo, tentando sempre condicionar a clareza das leis e tentando, criar situações tortuosas para a nossa crise. Assim, chama-se à atenção para a concidência de posições, orientações e de atitudes entre esses dois paises e uma facção do dito Comando Militar, em particular do seu Porta-Voz. Nessa saga de tentar «enterrar» a Guiné-Bissau como um «Estado Falhado», compreendo até certo ponto a posição do Senegal, pois este pais, simplesmente confirmar o seu interesse egoista sobejamente conhecido de querer ser um Estado omnipresente em todo o continente, em particular na zona oeste africana. O Senegal, sempre quis ver a Guiné-Bissau como um Estado falhado, carente de soluções proprias, um pais necessitado da sua caridade e protecção para, subrepticiamente melhor delapidar os nossos recursos. Alias, o Senegal, malgrado a mudança do Presidente, continua a crer ver e trabalha arduamente para que, o nosso pais seja, fruto de permanente instabilidade, para assim continuar a ser, uma extensão da sua Casamança Natural, ou seja uma extensão do seu «Celeiro Agricola» e fonte de exploração incontrolada dos nossos recursos halieuticos. Ao Senegal interessa e sempre lhe interessera a instabilidade crônica da Guiné-Bissau para dai tirar dividendos economicos e politicos. Mesmo com a eleição do novo Presidente Macky Sall, nada me permite dar-lhes até agora o minimo de beneficio de duvida de boa-fé ao encontro da Guiné-Bissau face aos ultimos acontecimentos desta Cimeira de muitos e sinuosos segredos de corredores. Para mim, Senegalês é sempre Senegalês, por isso, não acredito. Por outro lado, a permanente instabilidade alimentada pela classe castrense, não devera estar alheia à «mão» externa vizinha. O antigo Presidente Abdoulaye Wade, funcionava quase de facto, como o nosso Comandante em Chefe das Forças Armadas tal era o nivel de manipulação das altas estructuras da classe Castrense contra o poder politico utilisando-os a seu bel prazer e convinência conforme as circunstancias. Essa manipulação foi sempre mais evidente contra os Governos mais consistentes do pais, em particular, o de Carlos Gomes Junior. Verdade é que, sempre que este conseguia, com o seu rigôr governativo dar algum destaque ao pais era-lhe submetido a uma insubordinação ou sublevação militar. Porém, em todo este cenario de suposto complôt a nossa atenção, não deve também deixar de lado, a quase « perpétua » presença do Embaixador do Senegal na Guiné-Bissau, General FALL (quase 20 anos), facto que, devera significar algo em todo esse palco de desordem politico-militar na Guiné-Bissau que, estranhamente, ja dura também quase 20 anos. No que toca ao Burkina-Faso, o seu posicionamento dubio durante a Confereência, contrapondo uma posição, firme, coerente e legal dentro do quadro Constitucional Guineense proposto quase unanimimente pelos outros Chefes de Estado, sem quaisquer sombras de duvidas, parecendo à partida incompreensivel e até inadequado, tem as suas razões de ser face ao doentio protagonismo e ecocentrismo do seu eterno Presidente Blaise Campaore que quer ter mãos e contrôle em quase todos os conflitos africanos, em particular os da Africa Ocidental. Alias, o posicionamento obscuro e dubio do Presidente Burkinabè face ao presente conflito na Guiné-Bissau podera até ter explicações até agora incompreensiveis, caso não se conheça as relações nebulosas e aparentemente mafiosas entre o Presidente Blaise Campaore e o pomposamente dito Comandante Umarou Cissoko (amigo de intimo de Kadafi e outros ditadores). Ao que se sabe foi este inigmatico comandante quem negociou o financiamento do Presi Burkinabe ao candidato Manuel Serifo Nhamadjo. Porém, atenção caros cidadãos…, muitas vezes, uma simples arvore pode esconder uma imensa e densa floresta que esconde sombrias e tenebrosas historias onde nos seus rios esquiosos se lavam imenso e sujo dinheiro do narcotrafico. Em suma, sabe-se que nesta Cimeira extraordinaria dos Chefes de Estado e de Governo da CEDEAO, o Senegal e o Burkina-Faso destoaram da solidariedade que se requer numa união, e acabaram por formar no conjunto dos Estados da CEDEAO, de forma subtil e pretensiosa, uma cobarde coligação anti-democratica contra a paz na Guiné-Bissau. Que estes dados nos sirvam de lição e saibamos, destinguir, entre os que são nossos verdadeiros amigos e os nossos supostos amigos. Para mim, seguramente, estes dois paises não o são para a Guiné-Bissau e, é preciso ter atenção e cuidado com as suas movimentações ao longo deste processo de restauro da ordem Constitucional na Guiné-Bissau. Por isso, sejamos atentos e vigilantes. Bem haja a Guiné-Bissau Elautério Sousa (Teio)" Publicada por António Aly Silva no Ditadura do Consenso

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