24.6.16

Bissau: Ajudas congeladas

"Os parceiros que antigamente deram apoio orçamental comunicaram-nos que não vão dar apoios este ano, o que complica a situação fiscal do Governo", afirmou Felix Fisher, chefe da missão do FMI para a Guiné-Bissau. Questionado sobre as razões do recuo, aquele responsável disse desconhece-las, remetendo a pergunta para os parceiros internacionais. A informação foi hoje revelada à imprensa no dia em que a equipa de Fisher iniciou uma visita de sete dias a Bissau para um primeiro contato com o novo Governo guineense. Um contacto para estabelecer uma agenda de trabalhos, bem como para acompanhar e analisar as medidas propostas pelo Ministério da Economia e Financias para fazer face às dificuldades orçamentais. "O importante agora é fechar o buraco orçamental através de cortes nas despesas e captação de mais receitas", adiantou o responsável do FMI que prevê "uma situação fiscal complicada" para o novo Governo guineense. Felix Fisher não quis comentar se existe uma "má gestão" nas finanças públicas do país, mas alertou para a necessidade de haver avanços ao nível do comité de tesouraria o que, disse, implicará "um monitoramento mais apertado" por parte do FMI àquele departamento. Entre outros assuntos, a missão do FMI irá abordar com o novo Governo guineense o contrato de resgate aos bancos comerciais do país, celebrado pelo executivo demitido e posteriormente anulado. O FMI quer saber quais as medidas que o novo Governo pretende tomar para minimizar os custos da rescisão do contrato com os bancos comerciais. Os representantes das principais organizações internacionais na Guiné-Bissau, incluindo Nações Unidas, União Europeia, União Africana, CEDEAO e CPLP, têm alertado para o facto de o desembolso dos fundos anunciados na mesa de doadores de 2015 - mil milhões de euros - depender da criação de condições de estabilidade no país. A falta de entendimento político fez com que nos últimos 11 meses o país já tenha tido quatro governos. Lusa

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