22.5.16

Bissau: A solução está na unidade

O antigo representante do Secretário-Geral das Nações Unidas e chefe do Gabinete Integrado da ONU para a consolidação da paz na Guiné-Bissau, Miguel Trovoada, defendeu um Governo de unidade nacional como solução para a crise política no país. No seu entender, é preciso, em primeiro lugar, ultrapassar a crise interna do partido do Governo. “Eu penso que se ultrapassar essa situação, será possível talvez encontrar um Primeiro-Ministro mais consensual, um Governo talvez também mais abrangente, retornando à fórmula de Governo de Domingos Simões Pereira, que incluía todas as forças com assento parlamentar”, disse Miguel Trovoada na entrevista concedida na sexta-feira à rádio e televisão estatais de São Tomé e Príncipe. Miguel Trovoada sublinhou que a estabilidade na Guiné-Bissau deve passar primeiro por uma reconciliação no actual partido maioritário, PAIGC, e cedências entre os membros desavindos. O antigo Presidente de São Tomé e Príncipe disse ser necessário haver uma reconciliação no seio do PAIGC. Para isso, considera imperioso que os dissidentes se sentem à volta de uma mesa. Mas se isso não acontecer, as crises vão continuar, acentuou Miguel Trovoada, pai do actual primeiro-ministro são-tomense, Patrice Trovoada. O Presidente da República da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, tinha dado até quinta-feira o prazo limite para o PAIGC, na qualidade de partido mais votado nas eleições de 13 de Abril de 2014, apresentar uma proposta de Governo que garanta estabilidade. Os 15 dissidentes do PAIGC, críticos do líder do partido, Domingos Simões Pereira, e apoiantes do Presidente José Mário Vaz, juntaram-se em Janeiro à oposição para formar uma nova maioria e derrubar o Governo. No entanto, as divergências sobre quem devia ocupar os lugares paralisaram a Assembleia Nacional Popular e levaram o Presidente da República, José Mário Vaz, a derrubar o Governo na semana passada, alegando falta de condições políticas. Foi a segunda vez que o Chefe do Estado demitiu um Governo do PAIGC nesta legislatura, protagonizando um conflito político com o mesmo partido que o elegeu também em 2014. Jornal de Angola

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