4.3.16
Bissau: A atitude dos militares
O Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau, General Biague Na N’Tan prometeu hoje, 3 de Março, morte a qualquer militar que disparar tiro dentro do quartel, reiterando o princípio de “tolerância é zero” às tentativas de práticas subversivas.
O Chefe do Estado-Maior aconselhou assim os militares para não se deixarem mobilizar por políticos em projectos de subversão à ordem constitucional. O líder da classe castrense guineense falava na cerimónia de apresentação de cumprimentos de novo ano por diferentes chefes de ramos das forças armadas guineenses e comandantes de diferentes unidades militares.
“Se alguém tomar dinheiro que o guarde para si, mas eu já adverti os oficiais que doravante a tolerância é zero no seio das forças armadas. Se um tiro for disparado em qualquer unidade militar, garanto-vos que não temos prisão para o militar que disparar, mas o único lugar para essa pessoa é no cimenteiro”, advertiu o Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas.
O Democrata apurou junto de fontes do Estado-Maior que o atraso na apresentação de tradicionais cumprimentos de novo ano deve se à prolongada ausência do Biaguê Na N’tan em “missão de serviço” ao exterior.
Para Biaguê, a não ingerência dos militares em assuntos políticos é a única saída para que haja a paz no país. “As forças armadas podem garantir a paz neste país, por isso não vamos nos envolver com os políticos. Quando alguém tem problema na sua casa recorre aos militares para provocar o golpe e uma vez no poder esquece os protagonistas e acima disso os militares acabam sancionados pela Comunidade Internacional”, acrescentou.
O responsável máximo dos militares guineenses lembrou ainda que o país já experimentou várias transições políticas sem que as mesmas se traduzissem em melhorias de condições de vida dos militares e muitos, devido sanções impostas, não conseguem viajar para o exterior.
Aos oficiais presentes, Biaguê exortou que preparassem as suas respectivas unidades e capacitem os soldados com formação como forma de poderem competir com os seus colegas da sub-região.
“O meu gabinete está aberto para qualquer pessoa que tem proposta válida para este país. O cargo do Chefe de Estado-Maior não é permanente; ontem foi dirigido pelo General Antônio Injai, estou na minha vez e amanhã pode ser outra pessoa”, referiu.
Em nome dos Oficiais Militares de diferentes Unidades, Brigadeiro General Júlio Nhaté reiterou o empenho e engajamento de todos os oficiais das forças armadas da Guiné-Bissau em trabalhar junto com Chefe de Estado-Maior para limpar o nome dos militares guineenses.
“Estamos prontos para acatar todas as orientações do seu gabinete para que, em conjunto. possamos levar estas forças armadas a mais alto nível a semelhança das da sub-região e estamos aqui para lhe saudar e testemunhar o nosso reconhecimento pelo trabalho que tem vindo a realizar desde a sua investidura como responsável dos militares guineenses” Espelhou.
O Democrata
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