11.3.16
Marcelo vai a Moçambique
O PRESIDENTE Filipe Nyusi reafirmou ontem, em Lisboa, que o diálogo com o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, não pode ser condicionado.
"Diálogo deve acontecer naturalmente. Nós queremos diálogo e para isso escolhemos equipa encarregue de preparar o encontro com Afonso Dhlakama”, acrescentou Filipe Nyusi, reagindo às últimas notícias, segundo as quais o líder da Renamo condicionou o diálogo com o Presidente da República à aceitação de um grupo de mediadores constituído pelo Governo sul-africano, Igreja Católica e União Europeia.
O Chefe do Estado falava a jornalistas moçambicanos numa conferência de imprensa de balanço da sua curta permanência na capital portuguesa para participar na cerimónia de posse do novo Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa. Rebelo de Sousa tomou posse esta quarta-feira, na Assembleia da República, o Parlamento português, perante mais de 500 convidados nacionais e estrangeiros, entre os quais Filipe Nyusi, o Rei da Espanha, Felipe VI, e o Presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.
Na semana passada o Presidente moçambicano designou Jacinto Veloso, membro do Conselho Nacional de Defesa e Segurança, Maria Benvinda Levi, conselheira do Presidente da República, e Alves Muteque, quadro da Presidência, para a preparação do encontro com Dhlakama.
Na terça-feira o Governo anunciou estarem asseguradas todas as condições logísticas e de segurança para o diálogo entre o Presidente da República e o líder da Renamo, e reiterou que o mesmo deve acontecer sem quaisquer condicionalismos.
O anúncio foi feito pelo Vice-Ministro da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, Joaquim Veríssimo, no final da VII Sessão Ordinária do Conselho de Ministros, através de uma declaração à Imprensa.
Sem fazer menção à exigência da Renamo, que condiciona o diálogo à participação de mediadores internacionais, nomeadamente Igreja Católica, Chefe de Estado sul-africano, Jacob Zuma, e União Europeia (UE), o Executivo exortou a Renamo a desmilitarizar-se, de forma voluntária e incondicional, e o seu líder a aceitar o convite de Filipe Nyusi para contribuir para a paz e bem-estar no país.
Sobre a posse de Marcelo Rebelo de Sousa, Filipe Nyusi considerou de "cerimónia simples mas carregada de alegria".
Para além da cerimónia de posse, o Chefe do Estado moçambicano manteve encontro com o Primeiro-Ministro português, António Costa, durante o qual as duas partes actualizaram o quadro de cooperação em vários domínios.
Filipe Nyusi, que chegou a Lisboa esta terça-feira, deixou ainda ontem a capital portuguesa de regresso a Maputo.
DOMINGOS MOSELA, da AIM, em Lisboa
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