26.10.07

Ausência de perspectivas de paz no Darfur

Os dois principais grupos rebeldes que actuam no Darfur, o Movimento Justiça e Igualdade (JEM) e o Exército de Libertação do Sudão/facção Unidade, decidiram ontem que não irão participar nas conversações de paz a começar hoje na Líbia, sob a mediação das Nações Unidas e da União Africana (UA).
Desde o acordo de paz assinado o ano passado por apenas uma de três delegações negociais rebeldes, a guerrilha dividiu-se em mais de uma dezena de grupos, prevendo os peritos citados pela Reuters que sem a presença de todos as conversações arriscam-se a ter o mesmo destino que as de 2006.
Antes da comunicação feita ontem à tarde pelo Jem e pelo SLA/Unidade, já Abdel Wahed Mohamed el-Nur, fundador do Exército de Libertação do Sudão, dissera que não iria à Líbia enquanto não houvesse no Darfur uma força da ONU para acabar com as violações e assassínios que se verificam desde o início de 2003.
“O regime não quer a paz. Se houver uma verdadeira paz, ele perde o poder”, considerou el-Nur, de 39 anos, que vive há 10 meses em Paris, de onde a França ameaça expulsá-lo se persistir em boicotar as conversações de paz.
Enquanto isto, o Presidente do Chade, Idriss Deby, considerou que um acordo de cessar-fogo assinado esta semana, também na Líbia, entre o seu Governo e quatro grupos rebeldes é a última oportunidade de estes últimos conseguirem a paz, num conflito que está intrinsecamente ligado ao do Darfur.
Deby aproveitou para avisar os diversos países vizinhos do Chade de que não voltem a apoiar e armar movimentos que pretendam derrubá-lo, pois que isso levaria a uma guerra generalizada e internacional.
As autoridades de N’Djamena têm têm desde há muito acusado o Sudão de apoiar rebeldes chadianos que actuam a partir do Leste, na fronteira com o Darfur.
O acordo conseguido quinta-feira na Líbia prevê uma comissão que integre figuras rebeldes nas estruturas do Estado. E o próprio Deby só conseguiu chegar ao poder, em 1990, depois de ter desencadeado no Leste do país um revolta contra o seu antecessor, Hissene Habré, actualmente exilado no Senegal, onde poderá vir a ser julgado por crimes de guerra. Jorge Heitor

22.10.07

Joaquim Chissano recebeu o maior prémio do mundo (em termos monetários)

Ex-Mozambique president wins African leader award


Haroon Siddique and agencies
Monday October 22, 2007
Guardian Unlimited


The former Mozambique president Joaquim Chissano was today named as the inaugural winner of a multi-million dollar prize for achievement in African leadership.
Mr Chissano, who was the president of Mozambique for 19 years, oversaw a political settlement to the long-running civil war in 1992. He also engineered a move away from Marxism and the introduction of a multi-party constitution.

The ex-leader became the first recipient of the $5m (£2.5m) Mo Ibrahim prize, which will be the largest awarded annually in the world.

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Kofi Annan, the chairman of the award committee, praised Mr Chissano for his achievement in "bringing peace, reconciliation, a stable democracy and economic progress".
The former UN secretary general also commended him for voluntarily stepping down as president in 2004 after his second term in office, rather than running for a third term as he was entitled to do.

One of the criteria for a leader to be eligible for the award is for them to have democratically transferred power to their successor.

Mr Ibrahim, a UK-based mobile phone entrepreneur who was born in Egypt, developed the plan to rate governance in 53 African countries each year.

"I hope it will persuade a new generation of leaders to come forward and use their talents for the good of their countries," Mr Annan said.

All African heads of state who left office over the last three years were eligible for the inaugural award.

The wining leaders will received the money over 10 years when they leave office, plus $200,000 a year for life.

Mr Annan expressed hope that the prize would "make it easier for the winner to carry on using their experience and talent to make a contribution to Africa and the wider world".

-- O antigo Presidente completou hoje mesmo 68 anos