26.4.15

El Salvador: uma pausa nos assassínios

ROME — As El Salvador prepares to celebrate the beatification of Archbishop Oscar Romero, the criminal gangs that terrorize the country have agreed to a sort of truce: As a gift to the martyr, they’ve promised to suspend killing police and military officers, judges, politicians, and the poor. Romero, who was shot to death while saying Mass in 1980, is considered a national hero in El Salvador for his defense of the poor and of human rights at the outset of a bloody civil war. His May 23 beatification is expected to be one of the largest public events in the country’s history. El Salvador’s gangs, known as “maras,” have vowed to desist from violence, theft, extortions, and other crimes during the beatification period. “This is the gift we wish to make to Archbishop Romero,” they said in a statement released to the press, “our repentance and request for forgiveness to society for all the damage caused.” According to local newspapers, the statement, released on April 23, was allegedly signed by the spokesmen of various crime syndicates, including the two most feared gangs, MS-13 and Barrio 18. The gang leaders said they’ll take some “pacification measures” to reduce the country’s violence, “despite not sensing equal willingness from the government.” The message, confirmed by Paolo Lüers, the man in charge of mediating the latest peace negotiations between the government and the gangs, states that they will no longer kill police officers, soldiers, judges, politicians, and people with low incomes “most affected by the violence.” They also vowed to cease “armed attacks,” renouncing their claim to “self-defense rights,” and to reduce extortion and theft. The leaders added that they still expect to see “concrete proposals to reintegrate gang members into society,” claiming that the even though the government talks about social peace, it doesn’t follow through. Crux

Líbia: A responsabilidade de Cameron

Ed Miliband’s claim that David Cameron failed to secure proper post-war planning in Libya was supported on Friday by leading diplomats including the prime minister’s envoy to the country, who agreed it was a mistake not to have kept a larger western presence there. Their intervention came after the Labour leader was forced to fend off claims that he laid the recent drownings of Mediterranean refugees at the door of the prime minister in a row that followed what had intended to be a serious foreign policy speech. Sir Jeremy Greenstock, the former UK ambassador to the United Nations, said no British party had an unblemished record on post-war planning in the Middle East, but said: “I don’t think Europe and North America has been engaged enough in helping the Libyans. “They have left it to the UN; we are supporting the UN in what they are trying to do now but the overall resources committed to it has not been enough. We should not go in with the military unless we have an idea of what the political outcome is going to be”. Earlier, the Conservatives claimed Miliband’s criticisms were provocative and shameful while Cameron, defending his single greatest foreign policy legacy – the bombing mission that turned the civil war against Muammar Gadaffi – described Miliband’s comments as ill judged and raised doubts about his suitability for office. In briefings before the speech, Labour made clear that Miliband’s message would be that “the refugee crisis and tragic scenes this week in the Mediterranean are in part a direct result of the failure of post-conflict planning for Libya”. Pressed repeatedly on the issue by journalists after the speech, the Labour leader dismissed any suggestion that he was implying the PM had “blood on his hands”. He said Cameron had not been sufficiently engaged and had not done enough to support Libya’s National Transitional Council after the conflict: “The international community as a whole, including our government, bears some responsibility for the crisis we see in Libya. I think that is undeniable. “As far as what is happening in terms of the tragic scenes of people drowning in the Mediterranean, that is a result of the people traffickers who are engaged in those issues.” UK former diplomats are divided on the extent to which the planning was adequate. The former UK ambassador to Libya, Oliver Miles, recently agreed with John Baron, a Conservative member of the foreign affairs select committee, who told him “there seems to have been very little detailed, intelligent analysis of what might follow”. Other former ambassadors say hundreds of hours of planning were undertaken in Whitehall in a deliberate effort to avoid the repeats of Iraq. The view was that the country could fill the vacuum left by Gaddafi as it had few ethnic or sectarian rivalries, a rich economy and a small population. Liberal Democrat leader, Nick Clegg, who has also criticised UK loss of influence during Cameron’s premiership, said it was “pretty distasteful to reduce this total human tragedy, hundreds of people dying in the Mediterranean, to a political point-scoring blame game”. The Guardian

Togo: Gnassingbe reeleito

Faure Gnassingbe, the son of a late dictator, beat the opposition leader Jean-Pierre Fabre, the election commission said. He won 1.2 million votes out of two million cast, according to officials, while Fabre won just 692,584. But Mr Fabre claimed victory in the election, and accused the vote of being “illegal”. He alleged irregularities in the vote-counting system and said that "everything the electoral commission is doing is false". It came after Jean-Claude Codjo, a member of Togo's electoral agency, walked out of a meeting in protest at what he called a "lack of transparency". Daily Telegraph A afluência às urnas foi de apenas 40 por cento; e assim a dinastia Gnassingbé se perpetua no poder, que conquistou em 1967.

25.4.15

Um discurso de António Sampaio da Nóvoa

Lisboa, 10 de junho de 2012 As palavras não mudam a realidade. Mas ajudam-nos a pensar, a conversar, a tomar consciência. E a consciência, essa sim, pode mudar a realidade. As minhas primeiras palavras são, por inteiro, para os portugueses que vivem situações de dificuldade e de pobreza, de desemprego, que vivem hoje pior do que viviam ontem. É neles que penso neste 10 de Junho. A regra de ouro de qualquer contrato social é a defesa dos mais desprotegidos. Penso nos outros, logo existo (José Gomes Ferreira). É o compromisso com os outros, com o bem de todos, que nos torna humanos. Portugal conseguiu sair de um longo ciclo de pobreza, marcado pelo atraso e pela sobrevivência. Quando pensávamos que este passado não voltaria mais, eis que a pobreza regressa, agora, sem as redes das sociedades tradicionais. Começa a haver demasiados “portugais” dentro de Portugal. Começa a haver demasiadas desigualdades. E uma sociedade fragmentada é facilmente vencida pelo medo e pela radicalização. Façamos um armistício connosco, e com o país. Mas não façamos, uma vez mais, o erro de pensar que a tempestade é passageira e que logo virá a bonança. Não virá. Tudo está a mudar à nossa volta. E nós também. Afinal, a História ainda não tinha acabado. Precisamos de ideias novas que nos deem um horizonte de futuro. Precisamos de alternativas. Há sempre alternativas. A arrogância do pensamento inevitável é o contrário da liberdade. E nestes estranhos dias, duros e difíceis, podemos prescindir de tudo, mas não podemos prescindir nem da Liberdade nem do Futuro. O futuro, Minhas Senhoras e Meus Senhores, está no reforço da sociedade e na valorização do conhecimento, está numa sociedade que se organiza com base no conhecimento. Há a liberdade de falar e há a liberdade de viver, mas esta só existe quando se dá às pessoas a sua irreversível dignidade social (Miguel Torga). Gostaria de recordar o célebre discurso de Franklin D. Roosevelt, proferido num tempo ainda mais difícil do que o nosso, em 1941. A democracia funda-se em coisas básicas e simples: igualdade de oportunidades; emprego para os que podem trabalhar; segurança para os que dela necessitam; fim dos privilégios para poucos; preservação das liberdades para todos. Numa situação de guerra, Roosevelt sabia que os sacrifícios têm de basear-se numa forte consciência do social, do interesse coletivo, uma consciência que fomos perdendo na vertigem do económico; pior ainda, que fomos perdendo para interesses e grupos, sem controlo, que concentram a riqueza no mundo e tomam decisões à margem de qualquer princípio ético ou democrático. É uma “realidade inaceitável”. Em mar de águas revoltas, é preciso manter o rumo, ter a sabedoria de separar o acessório do fundamental. A Europa não é uma opção, é a nossa condição. Uma Europa com uma nova divisa: liberdade, diversidade, solidariedade. A Europa é o nosso futuro, mas não nos iludamos. Ou nos salvamos a nós, ou ninguém nos salva (Manuel Laranjeira). Falemos, pois, de Portugal e dos portugueses. Pelo Tejo fomos para o mundo… mas quantas vezes estivemos ausentes dentro de nós? Preferimos a Índia remota, incerta, além dos mares, ao bocado de terra em que nascemos (Teixeira de Pascoaes). A Terra ou o Mar? Portugal ou o Mundo? A pergunta foi feita por todos aqueles que pensaram Portugal. No final do século XIX, um homem da Geração de 70, Alberto Sampaio, explica que as nossas faculdades se atrofiaram para tudo que não fosse viajar e mercadejar. Nunca nos preocupámos com a agricultura, nem com a indústria, nem com a ciência, nem com as belas-artes. As riquezas que fomos tendo “mal aportavam, escoavam-se rapidamente, porque faltava uma indústria que as fixasse”, e o património da comunidade, esse, “em vez de enriquecer, empobrecia”. Nos momentos de prosperidade não tratámos das duas questões fundamentais: o trabalho e o ensino. Nos momentos de crise é tarde: fundas economias na administração aumentariam os desempregados, e para a reorganização do trabalho falta o capital; falta o tempo, porque a fome bate à porta do pobre. Então a emigração é o único expediente: silenciosa e resignadamente cada um vai partindo, sem talvez uma palavra de amargura. Este texto foi escrito há 120 anos. O meu discurso poderia acabar aqui. Em silêncio. Senhor Presidente da República, Minhas Senhoras e Meus Senhores, É esta fragilidade endémica que devemos superar. O heroísmo a que somos chamados é, hoje, o heroísmo das coisas básicas e simples – oportunidades, emprego, segurança, liberdade. O heroísmo de um país normal, assente no trabalho e no ensino. Parece pouco, mas é muito, o muito que nos tem faltado ao longo da história. Porque Portugal tem um problema de organização dentro de si: - Num sistema político cada vez mais bloqueado; - Numa sociedade com instituições enfraquecidas, sem independência, tomadas por uma burocracia e por uma promiscuidade que são fonte de corrupção e desperdício; - Numa economia frágil e sem uma verdadeira cultura empresarial. Estão a surgir, é certo, sinais de uma capacidade de adaptação e de resposta, de baixo para cima. Precisamos de transformar estes movimentos numa ação sobre o país, numa ação de reinvenção e de reforço da sociedade. Chegou o tempo de dar um rumo novo à nossa história. Portugal tem de se organizar dentro de si, não para se fechar, mas para se abrir, para alcançar uma presença forte fora de si. Não conseguiremos ser alguém na Europa e no mundo, se formos ninguém em nós. Não é por sermos um país pequeno que devem ser pequenas as nossas ambições. O tamanho não conta; o que conta, e muito, é o conhecimento e a ciência. Senhor Presidente de República, O convite de V. Ex.ª, que muito agradeço, é um gesto de reconhecimento das universidades e do seu papel no futuro de Portugal. Em Lisboa, na célebre Conferência do Casino (1871), Antero disse o essencial: A Europa culta engrandeceu-se, nobilitou-se, subiu sobretudo pela ciência: foi sobretudo pela falta de ciência que nós descemos, que nos degradámos, que nos anulámos. Antero tinha razão e o século XX ainda mais razão lhe veio dar. O drama de Portugal, do nosso atraso e da nossa dependência, tem sido sempre o afastamento de sociedades que evoluíram graças ao conhecimento e à ciência. Nas últimas décadas, realizámos um esforço notável no campo da educação (da escola pública), das universidades e da ciência. Pela primeira vez na nossa história, começamos a ter a base necessária para um novo modelo de desenvolvimento, para um novo modelo de organização da sociedade. É uma base necessária, mas não é ainda uma base suficiente. Existe conhecimento. Existe ciência. Existe tecnologia. Mas não estamos a conseguir aproveitar este potencial para reorganizar a nossa estrutura social e produtiva, para transformar as nossas instituições e empresas, para integrar uma geração qualificada que, assim, se vê empurrada para a precariedade e para o desemprego. É este o nosso problema: a ligação entre a universidade e a sociedade. É esta a questão central do país: uma organização da sociedade com base na valorização do conhecimento. Insisto. Apesar de todos os contratempos, Portugal tem hoje uma capacidade instalada, nas universidades e na ciência, que nos permite sair de uma posição menor, periférica, e superar o fosso tecnológico que se cavou entre nós e a Europa. Não temos tempo para hesitações. As universidades vivem de liberdade, precisam de ser livres para estarem à altura do que a sociedade lhes pede. É por aqui que passa o nosso futuro, pela forma como conseguirmos ligar as universidades e a sociedade, pela forma como conseguirmos que o conhecimento esteja ao serviço da transformação das nossas instituições e das nossas empresas. É por aqui que passa o nosso futuro, um outro futuro para Portugal. Minhas Senhoras e Meus Senhores, Também Lisboa se está a transformar graças à criação, à energia da cultura e da ciência, graças aos estudantes que aqui chegam de todas as partes do mundo. Lisboa é dos poetas. Em abril, a poesia esteve na rua e fez-nos emergir da noite e do silêncio. A poesia volta sempre à rua, através desta língua que é a nossa mátria, desta língua que nos permite estar connosco e com os outros, nas comunidades que nos multiplicaram pelo mundo e nos países que são parte de nós. 25 anos depois, não esqueço José Afonso: Enquanto há força, cantai rapazes, dançai raparigas, seremos muitos, seremos alguém, cantai também. Cantemos todos. Por um país solidário. Por um país que assegura o direito às coisas básicas e simples. Por um país que se transforma a partir do conhecimento. Não podemos ser ingénuos. Mas denunciar as ingenuidades não significa pôr de lado as ilusões, não significa renunciar à busca de um país liberto, de uma vida limpa e de um tempo justo (Sophia). Foi esta busca que me trouxe ao Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

23.4.15

Bissau: Memórias de uma antiga guerra

Publiquei recentemente um livro subordinado ao título e subtítulo acima transcritos. Como existem, por ora, apenas 3 ou 4 referências e recensões criticas, que circulam na Net, permitam-me, um pouco egocentricamente apresentar um pequena sinopse e, que me perdoem o pecadilho, fazer um pouco a publicidade da obra. A 5 de Maio, pelas 18 horas, haverá uma sessão de apresentação na Sociedade Histórica da Independência de Portugal, no Largo de S. Domingos, em Lisboa, de entrada livre. À semelhança de muitos jovens da minha geração, fui alferes miliciano de infantaria na então Guiné Portuguesa, entre 1968 e 1970. 27 anos mais tarde fui nomeado embaixador de Portugal na Guiné-Bissau independente, onde assisti e intervim, como testemunha privilegiada e como mediador, na guerra civil daquele país entre 1998 e 1999, o que já descrevi numa minha obra anterior “Crónicas dos (des)feitos da Guiné” (2012). Não é de mais salientar que se tratou de uma situação sui generis, na medida em que, tanto quanto sei, fui o único embaixador que exerceu a chefia de uma missão diplomática, num território onde havia previamente combatido como militar. O presente livro assume um carácter marcadamente intimista e autobiográfico. Para alguns talvez demasiado intimista, quase roçando a linha vermelha do pudor. Mas trata-se, como escreveu o meu antigo camarada de armas Mário Beja Santos, do “crepúsculo dos combatentes” – ou seja, a nossa hora - em que podemos dizer tudo o que nos vai na alma: para nós, hoje, com a idade que temos, já não existem segredos, nem angústias. Somos transparentes e frontais. Chegou o momento de nos assumirmos plenamente, com a coragem e o à-vontade dos cabelos brancos. Este livro refere-se a três momentos distintos, na vida de um jovem. Antes da guerra, ou seja, o dia-a-dia de um adolescente no Portugal dos anos 60 do século passado, da classe média urbana, que foi estudante e roqueiro, os seus hábitos, as suas leituras, o seu percurso académico e os respectivos namoros, até ao seu ingresso nas fileiras e as suas primeiras experiências, como militar. Durante a guerra, a confrontação com um cenário bélico real numa terra estranha consistiu num reality shock complexo - o quotidiano da luta, as condições de vida, os dramas humanos envolvidos, as questões psicológicas, enfim, tudo o que marca de modo indelével um jovem para toda a vida. Depois da guerra, surge uma nova etapa: o regresso definitivo. Como se processou a reinserção na sociedade portuguesa dos anos 70? Que objectivos de vida tinha quando voltou: a retoma ou não dos estudos, os primeiros empregos um tanto mixurucos, a vida sentimental e sexual, a diluição dos traumas de guerra? Que acolhimento lhe reservou o Portugal e os portugueses desse tempo? Via de regra, a maioria dos autores menciona o que foi o conflito nas suas diferentes dimensões, por vezes, com uma incursão ou outra no passado anterior à ida para África, mas muito poucos mencionam a reintegração na sociedade que deixaram, aspecto que procurei abordar na minha perspectiva própria, com franqueza, sem subterfúgios e sem silêncios.
Francisco Henriques da Silva (embaixador aposentado)

22.4.15

Líbia: Haftar recebido na Jordânia

Libya's Tobruk-backed army chief, Khalifa Haftar, arrived in Jordan on Sunday for a visit to the Hashemite kingdom. It is the first official foreign trip for the renegade general. The visit comes at an invitation from Jordanian King Abdullah II, the Tobruk-run news agency reported. A number of senior military officials loyal to Haftar accompanied him on his visit to Amman. They were officially received by counterparts in the Jordanian army. Haftar, who previously served in the army under the late Muammar Gaddafi, was sworn in as army chief by the Tobruk-based parliament in February. Libya has remained in a state of turmoil since a bloody uprising in 2011 ended Gaddafi's longstanding tyrannical rule of the country. In the intervening years, the country's sharp political divisions have yielded two rival seats of government, each of which has its own institutions. Vying for legislative authority are an internationally-recognised parliament based in the eastern city of Tobruk, and a parliament in the capital Tripoli.

Angola: Ataques dos adventistas

Um grupo de cidadãos pertencentes à seita religiosa Adventista do Sétimo Dia Luz do Mundo, liderada por José Julino Kalupeteka, atacou na madrugada de hoje, quarta-feira, o posto policial da comuna da Catata, município da Caála, 106 quilómetros a sul da cidade do Huambo. Em comunicado enviado à Angop, o comando da Polícia Nacional na província informa que os mesmos, em número não determinado, estavam munidos de objectos contundentes e armas de arremesso. Diante da resposta pronta policial, lê-se na nota, assinada pelo comissário Elias Dumbo Livulo, comandante provincial, foi frustrada a tentativa dos seguidores da seita de Kalupeteka, tendo sido detidos três indivíduos, por resistência às autoridades policiais. A Polícia Nacional também informa que se registou, segunda-feira, na comuna da Catabola, município do Longonjo, 96 quilómetros a sudoeste da cidade do Huambo, uma outra acção praticada por seguidores desta seita contra agentes da corporação. A mesma foi consubstanciada no envolvimento de quatro polícias, na povoação de Meke, por 138 seguidores de Kalupeteka, oriundos da localidade de Cusse, município da Caconda, província da Huíla. Findo o cumprimento da operação de resgate dos polícias que estavam cercados, conclui o comunicado, os líderes do grupo voltaram a incitar a população para atacar com catanas os polícias presentes no local do incidente. O Comando da Polícia Nacional na província do Huambo garante que a situação está controlada, mas apela à população a estar calma e a denunciar qualquer movimentação dos seguidores da seita religiosa, cujo objecto central implantar o caos e o terror nas comunidades. Angola Press

20.4.15

É urgente desenvolver a África

Não, o problema não é primordialmente o de política de imigração da União Europeia. Não é o da melhor forma de receber 280.000 ou 300.000 pessoas que de repente aqui se dirigem. O problema é o do estado caótico da Líbia, que permite a movimentação de redes de traficantes. E é, sobretudo, o das terríveis condições de vida em terras da África e do Médio Oriente. O problema não é, sobretudo, o de salvar náufragos; mas sim o de evitar que 280.000, 300.000, meio milhão de pessoas sintam a necessidade de arriscar a vida na busca de um pretenso Eldorado. Urge montar um grande cordão de segurança no litoral da Líbia, para que de lá não saiam todos os dias barcos sem condições. Mas urge, sobretudo, pacificar a Líbia e melhorar as condições de vida em países como a Mauritânia, o Senegal, a Gâmbia, o Mali, o Níger, o Chade, o Sudão, o Sudão do Sul, a Eritreia, a Etiópia, o Djibuti e a Somália. Não faz sentido que a vida no Sara e no Sahel seja muito, mesmo muito pior, do que o é na Sicília, em Lampedusa, em Malta ou nas ilhas gregas. Só um mundo mais equilibrado, muito mais equilibrado, mais justo, é que evitará que centenas de milhares de pessoas se lancem ao mar, ao Mar Mediterrâneo, na ânsia de um futuro melhor. Não é coisa que se resolva em algumas semanas, com uns quantos Conselhos de Ministros; mas sim uma tarefa gigantesca para os próximos anos, envolvendo os melhores cérebros que existam na União Europeia e na União Africana. A África, uma grande parte da África, do Sara Ocidental ao Quénia, parece estar ainda com uns bons 40 ou 50 anos de atraso em relação aos mais atrasados países europeus. E é a isso que tem de se pôr cobro; é isso que tem de se resolver. Não é, em primeiro lugar, procurar diminuir o número de náufragos no Mediterrâneo, ou melhorar as suas condições de acolhimento na Europa. Jorge Heitor, 20 de Abril de 2015

É necessária uma intervenção na Líbia

O Vaticano disse que a força poderá ser necessária para acabar com os ataques aos cristãos e a outras minorias que vivem na Líbia e que estão a ser vítimas do Estado Islâmico (EI), essa nebulosa entidade que a partir do Iraque e da Síria começou a lançar tentáculos até às fronteiras da Tunísia. O arcebispo Silvano Tomasi, principal diplomata da Santa Sé acreditado junto das instituições da ONU com sede em Genebra, na Suíça, afirmou que a força poderá mesmo ser necessária para fazer frente aos jihadistas que estão a cometer um autêntico genocídio e que têm de ser detidos antes de eventualmente entrar em território tunisino e argelino. O Vaticano opõe-se normalmente a intervenções militares no Norte de África, mas agora as coisas chegaram a um ponto tal que tudo está em causa, incluindo a produção petrolífera, que fazia com que a Líbia tivesse um Produto Nacional Bruto per capita superior ao do Líbano, de Marrocos ou da Nigéria. O Papa Francisco e com ele toda a Igreja Católica ficaram chocados com o facto de, em Fevereiro, o EI se ter atrevido a decapitar 21 cristãos coptas do Egipto que estavam a viver na Líbia, essa entidade tão periclitante desde que, há quatro anos, foi derrubado o coronel Muammar Khadafi. O fundamentalismo islâmico Num mundo em que a África do Norte e o Médio Oriente são maioritariamente muçulmanos, face ao cristianismo vigente na África Austral, na Europa e nas Américas, os radicais islâmicos decidiram perseguir os grupos religiosos minoritários que vivem no Iraque, na Síria e na Líbia, tendo obrigado milhares de pessoas a deixar as suas casas. Numa entrevista dada ao site católico norte-americano Crux, monsenhor Silvano Tomasi afirma que o que se torna nesta altura necessário é uma coligação coordenada e muito bem pensada, para fazer tudo o que for possível para se encontrar uma solução para o caso líbio. Se nada se conseguir sem violência, então terá mesmo de se recorrer ao uso da força, de modo a que o terror não alastre, afectando inclusive a Tunísia, a Argélia e Marrocos. O que se pretende é preservar os direitos das minorias, sejam elas cristãs, yazidis, xiitas, sunitas ou alauitas; e para isso terá de haver uma grande coligação, em que tanto estejam americanos como europeus e países muçulmanos do Médio Oriente, como a Arábia Saudita e a Jordânia. Execuções sumárias As execuções sumárias, as conversões forçadas, as violações e outros abusos a que estão sujeitas as minorias poderão tornar-se uma triste realidade quase quotidiana no Iraque, na Síria, na Líbia e outros países, se a Humanidade não acordar a tempo para o que se está a passar. O artigo 18 da Declaração Universal dos Direitos do Homem, de 1948, garante a cada um a liberdade de religião, mas a verdade é que temos vindo a assistir a fortes restricções, no Irão, no Iraque, na Síria, na Rússia, na China, na Birmânia, na Indonésia, no Sudão e em outros países. Os muçulmanos representam 23 por cento da população mundial; e o que nós queremos é que a maioria deles não seja injustamente identificada com as suas franjas mais radicais, como a Al Qaeda e o Estado Islâmico, este último proclamado em 29 de Junho de 2014 por Abu Bakr al-Bagdadi. Os comandos e ramos regionais daquelas duas entidades fazem-se hoje em dia sentir no Mali, no Níger, na Argélia, na Nigéria, na Tunísia, na Líbia, no Egipto, na Somália, no Iémen, na Síria, no Iraque, no Afeganistão e no Paquistão, bem como no Cáucaso e no Uzbequistão. Um autêntico caos Em Sirta, no litoral líbio, 450 quilómetros a leste de Tripoli, a capital, têm-se verificado inclusive combates entre jihadistas do EI e milícias da coligação Fajr Libya, num xadrez bem difícil de entender e em que todos parecem estar contra todos, só procurando levar a água ao seu moinho, sem qualquer preocupação com a unidade nacional. Existem essencialmente duas autoridades na disputa do poder: um Parlamento e um Governo no Leste do país, a Cirenaica, e um Parlamento e um Governo paralelos mantidos em Tripoli pela Fajr Libya, que em Agosto de 2014 tomou conta da capital e de uma grande parte da região ocidental, a Tripolitânia. Ou seja, a maior parte do país encontra-se sob o controlo de milícias islamitas e só uma pequena parte é que é controlada pelo Governo instalado em Tobruk; o tal que é reconhecido por uma grande parte da comunidade internacional mas que pouco peso efectivo tem. As duas administrações rivais, a de Trípoli e a de Tobruk, tentam combater a influência do Estado Islâmico, o mesmo que se encontra implantado em vastas regiões da Síria e do Iraque e que de igual modo deseja dar cartas no Egipto e na Líbia, para ficar a ser a potência dominante desde as fronteiras do Irão até às da Argélia e da Tunísia. De Noufliyeh a Derna Noufliyeh, 120 quilómetros a leste de Sirta, é um feudo do EI, que de igual modo se encontra presente em Derna, 730 quilómetros mais a leste. Enquanto isto, a ocidente de Tripoli, as forças pró-governamentais do general Khalifa Haftar, cujo peso está em crescendo, efectuam raides aéreos na região de Zouara, depois de a Fajr Libya ter atacado o aeroporto de Zentan, 160 quilómetros a sudoeste da capital oficial do país. Todas estas coisas acontecem numa altura em que, desde meados de 2014 até Março deste ano de 2015, mais de 25.000 combatentes estrangeiros, de 100 nacionalidades, aderiram a grupos extremistas tais como a Al-Qaeda e o EI, conforme se explica num relatório das Nações Unidas enviado há pouco ao Conselho de Segurança. O número de jihadistas estrangeiros que afluíram em cerca de nove meses às grandes zonas de conflito aumentou 71 por cento, de modo que o problema é hoje em dia muito mais grave do que o seria em Abril ou Maio do ano passado. Universidades do terror A Síria e o Iraque são, claro, os maiores destinos dos jovens fanáticos, tendo-se transformado nas escolas superiores do terror que durante os próximos meses e anos nos irá atormentar. Mas depois, se por acaso for possível o EI ser derrotado naqueles dois países, os jihadistas que de lá saírem poderão espalhar-se por todo o mundo, desde a África Oriental ao Magrebe. Há já largas centenas de combatentes extremistas na Líbia, no Iémen, no Paquistão e na Somália, oriundos de países tais como a Tunísia, Marrocos, a França, a Rússia e a Finlândia. O Conselho de Segurança das Nações Unidas tinha pedido o ano passado a alguns peritos que investigassem a ameaça que é constituída pelos combatentes estrangeiros que iam aderindo ao EI e aos demais grupos militantes, como a Ansar al-Charia, os Signatários pelo Sangue, os Soldados do Califado, o Boko Haram, o Ansar Bait al-Maqdis e o Al-Chabab. No fim de Março último ficou pronto o assustador relatório desses especialistas, segundo os quais o fluxo de combatentes estrangeiros às áreas onde prolifera o radicalismo islamita cresceu de alguns milhares há uma década para um nível nunca dantes alcançado. Ou seja, o derrube de ditadores como Saddam Hussein e Muammar Khadafi em nada contribuiu para melhorar o panorama geral nas terras compreendidas entre o Mediterrâneo e o Paquistão, tal como as ditas Primaveras Árabes, nas quais se depositou tanta esperança, em pouco melhoraram, até agora, o quotidiano de líbios, egípcios, sírios, iraquianos ou iemenitas. (Este artigo vai sair em Maio na revista comboniana Além-Mar) PS - Os naufrágios destas últimas semanas, no Mediterrâneo, tornaram ainda muito mais necessária uma forte intervenção internacional na Líbia, para a estabilizar e impedir, nomeadamente, a actividade dos passadores; dos traficantes da desgraça.

Basta de xenofobia sul-africana!

Confesso que nunca gostei da África do Sul, nem antes, nem depois do apartheid. Tenho muitos familiares que por lá passaram, tenho sobrinhos que lá trabalham, mas nunca tive aquele país como lugar ideal para passear ou estar. Coisa pessoal e sem explicação plausível. Só para ter uma ideia: como homem entrei naquele território menos de cinco vezes. Naturalmente passo de viagem pelo Aeroporto de Joanesburgo, mas não considero isso ir à África do Sul. Detesto o país e o carácter violento dos sul-africanos. Fui criado num ambiente eminentemente religioso, anglicano, onde tudo o que é violência é proibido, é coisa do Satanás. Na minha adolescência briguei com dois jovens da minha idade a ponto de chegarmos a vias de facto, sendo que fomos obrigados a uma reconciliação que, na minha tradição, passa por beber água do mesmo copo, de pau com um carvão a brasa. Até hoje não consigo explicar, mas é assim como as “grandes” brigas terminam ou terminavam na minha terra. Com os dois continuámos amigos até que cada um seguiu o seu rumo. Aquilo que está a acontecer com os nossos concidadãos na África do Sul não só não é admissível como é condenável a todos os títulos. Não é preciso recordar aos sul-africanos o papel de Moçambique para a libertação daquele país do sistema do apartheid. Ainda que não tivéssemos jogado nenhum papel, existe o princípio de convivência entre pessoas, entre humanos, independentemente das diferenças entre as pessoas. Perseguir, violentar, matar e decepar partes do corpo de uma pessoa e exibir são coisas que devem colocar o governo da África do Sul no tribunal dos direitos humanos. Basta de boas relações políticas que só servem para as elites políticas, quando os povos desses países estão desavindos. Discordo com a forma “mansa” como o nosso Governo lida com este dossier. É preciso responsabilizar os sul-africanos e o respectivo Governo. É preciso avançar-se para a acção de boicote a vários níveis, incluindo impedí-los de cá virem. É verdade que ganhamos com o turismo, mas se a nossa terra é espaço preferencial para o turismo, outros utilizadores cá virão. Outros compreenderão as nossas razões e nos apoiarão, porque, acima de tudo, estão em causa os direitos humanos mais elementares, o direito à vida. As diferentes organizações da sociedade civil e contrariando o Governo devem denunciar estes Reflexão (245) de: Adelino Buque Basta de xenofobia sul-africana! assassinatos bárbaros e hediondos. Devemos todos colocar os sul-africanos no seu devido lugar. Os investimentos da África do Sul não crescem em Moçambique porque somos simpáticos, isso sucede porque ganham fabulosos lucros com os negócios. É preciso que se sintam afectados através do boicote total aos produtos e bens daquele país. Temos muitas alternativas, mas, também, com o que está a acontecer, as instituições governamentais devem reflectir sobre o que fazer para que cresçam postos de trabalho em Moçambique e boa parte dos cidadãos fique a trabalhar no país e se ache livre desses sanguinários. Definitivamente, devemos condenar os actos xenófobos com toda a energia que temos, devemos lutar por levar os sul-africanos e respectivo Governo à barra do Tribunal e, se calhar, isolar nas relações com outras sociedades do mundo. Na verdade, diz o velho ditado africano que cada um chora a sua mãe, mas na África do Sul não são somente os moçambicanos que estão a ser vítimas de xenofobia. São todos aqueles que não são nativos e que vivem nos subúrbios que, aos olhos dos nativos, roubam-lhes espaços de prosperarem, como se para prosperar bastasse ser nativo e não pelo trabalho. Estes cidadãos nunca foram preferência das grandes companhias mineiras para trabalharem porque são preguiçosos. A ida dos moçambicanos, mesmo no tempo do apartheid, não era por mera simpatia, era para colmatar o deficit de mão-de-obra que as mineradoras precisavam para o trabalho, por isso esses cidadãos que os alojamos e por eles sofremos bombardeamentos do apartheid são esses ingratos que hoje nos decepam cabeças, retiram-nos intestinos, matam-nos e pilham parcos recursos que ganhamos. Basta de XENOFOBIA! Adelino Buque, Correio da Manhã, Maputo

Mediterrâneo: O naufrágio da UE

EU foreign and interior ministers are due to meet in Luxembourg to discuss the deaths of migrants trying to cross the Mediterranean from Africa. Some southern European nations say the EU's credibility is now at stake after last year's decision to scale back search and rescue efforts. On Sunday, hundreds are believed to have drowned after their boat sank off the coast of Libya. The UN says the North Africa-Italy route has become the world's deadliest. The 20m (70ft) long boat was believed to be carrying up to 700 migrants, and only 28 survivors have been rescued. A boat carrying coffins of the 24 victims found so far has just arrived in Malta, the Italian Coastguard says. On Sunday, Italian Prime Minister Matteo Renzi said an emergency EU summit by the end of this week had to be a priority, adding trafficking was "a plague in our continent" and bemoaned the lack of European solidarity. Maltese Prime Minister Joseph Muscat has told BBC Radio 4's Today programme that Libya is key to resolving the crisis: "We have what is possibly becoming a failed state at our doorstep. We have criminal gangs having a heyday organising these trips in rickety boats... We need to get the Libyan factions together to form some sort of government of almost national unity." Human smugglers are taking advantage of the political crisis in Libya to use it as a launching point for boats carrying migrants who are fleeing violence or economic hardship in Africa and the Middle East. Up to 1,500 migrants are now feared to have drowned this year alone. The UN High Commissioner for Refugees (UNHCR) said the latest sinking could amount to the largest loss of life during a migrant crossing to Europe. BBC

19.4.15

Mediterrâneo: História Trágico-Marítima

Associated Press ROME A smuggler’s boat crammed with hundreds of people overturned off Libya’s coast as rescuers approached, causing what could be the Mediterranean’s deadliest known migrant tragedy and intensifying pressure on the European Union on Sunday to finally meet demands for decisive action.Italian prosecutors said a Bangladeshi survivor flown to Sicily for treatment told them 950 people were aboard, including hundreds who had been locked in the hold by smugglers. Earlier, authorities said a survivor told them 700 migrants were on board. It wasn’t immediately clear if they were referring to the same survivor, and Premier Matteo Renzi said Italian authorities were “not in a position to confirm or verify” the death toll.Eighteen ships joined the rescue effort, but only 28 survivors and 24 bodies were pulled from the water by nightfall, Renzi said. These small numbers make more sense if hundreds of people were locked in the hold, because with so much weight down below, “surely the boat would have sunk,” said Gen. Antonino Iraso, of the Italian Border Police, which has deployed boats in the operation.Prosecutor Giovanni Salvi told The Associated Press by phone from the city of Catania that a survivor from Bangladesh described the situation on the fishing boat to prosecutors who interviewed him in a hospital. The man said about 300 people were in the hold when the fishing boat overturned, and that about 200 women and dozens of children also were on board.Salvi stressed that there was no confirmation yet of the man’s account and that the investigation was ongoing. - See more at: http://www.vindy.com/news/2015/apr/19/smuggler-boat-overturns-mediterranean-sea-950-aboa/?newswatch#sthash.9oowCpW2.dpuf

Mediterrâneo: Mais uns 700 mortos

Le naufrage d'un chalutier chargé de migrants au large des côtes libyennes pourrait avoir fait jusqu'à 700 morts, a annoncé dimanche le Haut-commissariat aux Nations unies pour les réfugiés (HCR). "Ce chalutier a chaviré à environ 110 km des côtes libyennes avec à son bord plus de 700 personnes, selon le récit de 28 survivants récupérés par un navire marchand", a indiqué aux télévisions italiennes, Carlotta Sami, porte-parole du HCR en Italie. "Si ces chiffres étaient confirmés, il s'agirait de la pire hécatombe jamais vue en Méditerranée", a-t-elle déclaré. Quelque 21 cadavres ont été récupérés, selon les médias italiens. Il n'a pas été possible dans l'immédiat d'obtenir confirmation de cette information. Opération de secours Le chalutier a lancé dans la nuit de samedi à dimanche un appel au secours reçu par les garde-côtes italiens qui ont aussitôt demandé à un cargo portugais de se dérouter. "A leur arrivée sur les lieux, à environ 120 milles (220 km) au sud de l'île italienne de Lampedusa, l'équipage a vu le chalutier chavirer", selon le HCR. "C'est probablement quand les 700 migrants à bord se sont précipitées tous du même côté à l'arrivée du cargo portugais que le drame est survenu", a encore dit Mme Sami. "Une importante opération de secours a été mise en place avec le concours des marines italienne et maltaise", a indiqué à l'AFP un porte-parole de la marine maltaise. L'alerte avait été donnée vers minuit locales (22H00 GMT), selon ce porte-parole de la marine maltaise. 450 morts et disparus en mois d'une semaine Si ce bilan devait être confirmé, il viendrait s'ajouter aux quelque 450 morts et disparus lors de deux précédents naufrages en moins d'une semaine. Là encore, ce sont les récits de survivants qui ont permis d'établir ces bilans, alors que le flux de migrants provenant de la Libye ne cesse de grossir. Entre 500 et parfois 1 000 personnes sont chaque jour récupérées par les garde-côtes italiens ou des navires marchands. Plusieurs organisations internationales et humanitaires ont dénoncé ces derniers jours l'incurie des autorités européennes, réclamant davantage de moyens. "Il faut une opération Mare nostrum européenne", a ainsi déclaré la porte-parole du HCR. L'opération italienne Mare nostrum de sauvetage des migrants a été remplacée par l'opération Triton, une opération de surveillance des frontières beaucoup plus modeste. Lire l'article sur Jeuneafrique.com : Immigration clandestine | Jusqu'à 700 morts redoutés après le naufrage d'un bateau de migrants en Méditerranée | Jeuneafrique.com - le premier site d'information et d'actualité sur l'Afrique Follow us: @jeune_afrique on Twitter | jeuneafrique1 on Facebook

Renamo, uma ameaça à Frelimo

The next few months promise to be exciting for fans of political thrillers. The investigation into the murder of Gilles Cistac is currently underway and the outcome may benefit Renamo’s popularity. Meanwhile, the issue pertaining to the establishment of autonomous provinces is still uncertain. One can clearly note that the two historical rivals have entered a collision course. Only time will tell which side will eventually give in. In the unlikely case that no party concedes ground, the resulting collision will have repercussions reminiscent of the civil war. Both clearly know that a spiral of armed conflict will most probably halt the wave of investments planned for the coming years, ultimately benefiting other countries in the region with natural gas reserves. To witness international markets shifting attentions to Mozambique’s neighbors would be a harsh defeat for Frelimo and Renamo, as well for the general population. Conflict is not an inevitability. The dynamics between Beijing’s strategic shift in Africa and the need to protect its interests may represent a key factor in guaranteeing stability. Moreover, regional countries have every interest in avoiding a new civil war. Awareness of the consequences deriving from a regional intervention should suffice to deter both parties. In sum, Renamo does represent a real threat to Frelimo. However, the cards on the table show there is more at stake than their private ambitions. Pressure by international actors with immediate interests in Mozambique will certainly dictate up to what point the two sides can continue on a collision course. Until then both are likely to stand their ground and small-scale clashes are likely to occur. But in the end, someone has got to give. Gustavo Plácido dos Santos IPRIS Viewpoint

18.4.15

Carta de Mia Couto ao Presidente Zuma

Lembramo-nos de si em Maputo, nos anos oitenta, nesse tempo que passou como refugiado político em Moçambique. Frequentes vezes nos cruzámos na Avenida Julius Nyerere e saudávamo-nos com casual simpatia de vizinhos. Imaginei muitas vezes os temores que o senhor deveria sentir, na sua condição de perseguido pelo regime do apartheid. Imaginei os pesadelos que atravessaram as suas noites ao pensar nas emboscadas que congeminavam contra si e contra os seus companheiros de luta. Não me recordo, porém, de o ter visto com guarda costas. Na verdade, éramos nós, os moçambicanos, que servíamos de seu guarda costas. Durante anos, demos-lhe mais do que um refúgio. Oferecemos-lhe uma casa e demos-lhe segurança à custa da nossa própria segurança. É impossível que se tenha esquecido desta generosidade. Nós não a esquecemos. Talvez mais do que qualquer outra nação vizinha, Moçambique pagou caro esse apoio que demos à libertação da África do Sul. A frágil economia moçambicana foi golpeada. O nosso território foi invadido e bombardeado. Morreram moçambicanos em defesa dos seus irmãos do outro lado da fronteira. É que para nós, senhor Presidente, não havia fronteira, não havia nacionalidade. Éramos, uns e outros, irmãos de uma mesma causa e quando tombou o apartheid a nossa festa foi a mesma, de um e de outro lado da fronteira. Durante séculos, emigrantes moçambicanos, mineiros e camponeses, trabalharam na vizinha África do Sul em condições que pouco se distinguiam da escravatura. Esses trabalhadores ajudaram a construir a economia sul-africana. Não há riqueza do seu país que não tenha o contributo dos que hoje são martirizados. Por todas estas razões, não é possível imaginar o que se está a passar no seu país. Não é possível imaginar que esses mesmos irmãos sul-africanos nos tenham escolhido como alvo de ódio e perseguição. Não é possível que moçambicanos sejam perseguidos nas ruas da África do Sul com a mesma crueldade que os polícias do apartheid perseguiram os combatentes pela liberdade, dentro e fora de Moçambique. O pesadelo que vivemos é mais grave do que aquele que o visitava a si quando era perseguido político. Porque o senhor era vítima de uma escolha, de um ideal que abraçou. Mas os que hoje são perseguidos no seu país são culpados apenas de serem de outra nacionalidade. O seu único crime é serem moçambicanos. O seu único delito é não serem sul-africanos. Senhor Presidente A xenofobia que se manifesta hoje na África do Sul não é apenas um atentado bárbaro e cobarde contra os “outros”. É uma agressão contra a própria África do Sul. É um atentado contra a “Rainbow Nation” que os sul-africanos orgulhosamente proclamaram há uma dezena de anos. Alguns sul-africanos estão a manchar o nome da sua pátria. Estão a atacar o sentimento de gratidão e solidariedade entre as nações e os povos. É triste que o seu país seja hoje notícia em todo o mundo por tão desumanas razões. É certo que medidas estão a ser tomadas. Mas elas mostram-se insuficientes e, sobretudo, pecam por serem tardias. Os governantes sul-africanos podem argumentar tudo menos que estas manifestações os tomou se surpresa. Deixou-se, mais uma vez, que tudo se repetisse. Assistiu-se com impunidade a vozes que disseminavam o ódio. É por isso que nos juntamos à indignação dos nossos compatriotas moçambicanos e lhe pedimos: ponha imediatamente cobro a esta situação que é um fogo que se pode alastrar a toda a região, com sentimentos de vingança a serem criados para além das suas fronteiras. São precisas medidas duras, imediatas e totais que podem incluir a mobilização de forças do exército. Afinal, é a própria África do Sul que está a ser atacada. O Senhor Presidente sabe, melhor do que nós, que ações policiais podem conter este crime mas, no contexto atual, é preciso tomar outras medidas de prevenção. Para que nunca mais se repitam estes criminosos eventos. Para isso urge tomar medidas numa outra dimensão, medidas que funcionam a longo prazo. São urgentes medidas de educação cívica, de exaltação de um passado recente em que estivemos tão próximos. É preciso recriar os sentimentos solidários entre os nossos povos e resgatar a memória de um tempo de lutas partilhadas. Como artistas e fazedores de cultura e de valores sociais, estamos disponíveis para de enfrentar juntos com artistas sul-africanos este novo desafio, unindo-nos às inúmeras manifestações de repúdio que nascem na sociedade sul-africana. Podemos ainda reverter esta dor e esta vergonha em algo que traduza a nobreza e dignidade dos nossos povos e das nossas nações. Como artistas e escritores queremos declarar a nossa disponibilidade para apoiar a construção de uma vizinhança que não nasce da geografia mas de um parentesco que é da alma comum e da história partilhada. Maputo, 17 de Abril de 2015 Mia Couto

Mediterrâneo, mar da Morte

Não há ainda a certeza, mas talvez 400 pessoas tenham morrido domingo passado no Mediterrâneo, a tentar a passagem da Líbia para a Itália. Não se sabe. Mas sabe-se que a guarda costeira italiana interceptou 42 navios entre domingo e segunda-feira,com 6500 migrantes clandestinos a bordo. No ano passado, entre Junho e Setembro, quando o tempo é mais favorável, terão sido 25 000 por mês. Estimava-se então que haveria na costa líbia cerca de meio milhão de migrantes à espera de barco para a Europa. A UE está perante um afluxo populacional desesperado (ver a sua geografia aqui). Podemos falar de muitos outros assuntos. Mas temos de falar também deste.
O desaparecimento da Líbia como Estado abriu um corredor por onde redes de tráfico humano, indiferentes ao sofrimento e ao perigo, empacotam massas de migrantes do Médio Oriente e de África com destino à Europa. Há quem pense que a obrigação dos países de chegada é assistir e acolher todos os que aparecem, e há quem pense, pelo contrário, que essa hospitalidade só encorajará mais saídas nos países de origem. Mas antes de chegarmos a esse debate, convinha talvez que aproveitássemos a oportunidade de reconhecer um problema autêntico, isto é, uma dificuldade para a qual não há solução fácil, e não apenas porque as opiniões de dividem. É fácil, neste tema, encalhar numa espécie de impasse, e a melhor maneira de sair dele não é chamar “racista” a quem se preocupa com a imigração, nem “traidor” a quem quer cuidar dos imigrantes. A UE não se pode permitir insensibilidades que ofenderiam os seus princípios, mas também não se pode dar ao luxo de generosidades que apenas agravariam o problema. Os imigrantes não são dispensáveis. Fazem parte da circulação de pessoas que, nos dois sentidos, caracteriza mercados abertos. Mesmo quando não qualificados do ponto de vista ocidental, os imigrantes não são os mais pobres das suas terras de origem (as viagens, clandestinas ou não, custam caro). Geralmente, aliás, tendem a ser os mais capazes. A um continente envelhecido, dá jeito o seu trabalho, o seu empreendedorismo e a sua juventude. A tolerância que cultivarmos a seu respeito é uma virtude, na medida em que atenuar paroquialismos e xenofobias. Neste aspecto, as sociedades europeias não são hoje as piores. Basta lembrar a perseguição aos imigrantes na África do Sul. Mas os números das diásporas na Europa são já suficientemente elevados para, sem alarmes, legitimar reflexões. Em 2009, os estrangeiros residentes na UE representavam 6% da sua população; em 2012, a UE recebeu 1,7 milhões de migrantes de fora da Europa. Não há garantia de que se adaptem, e por mais que contribuam, exercem também pressão sobre as infra-estruturas e outros recursos em economias que estão entre as que menos crescem no mundo. Pior: sabemos hoje que nenhum sistema de integração, por melhor que seja, pode prevenir a marginalidade e sobretudo a rejeição identitária da sociedade de acolhimento, mesmo uma ou duas gerações depois da chegada, como os jihadistas mostram. Os ódios, aliás, viajam bem: em Itália, quinze migrantes muçulmanos foram acusados há dias de terem assassinado doze migrantes cristãos que seguiam com eles no mesmo barco. Desmantelar os nossos Estados nacionais, em nome de um qualquer multiculturalismo, para supostamente melhor hospedar as diásporas, talvez não sirva senão para criar espaços povoados de tribos sem nada em comum, a não ser a desconfiança mútua. O nacionalismo deixou de ter boa imprensa. Mas as nações europeias, como base de solidariedade e cooperação entre os indivíduos, são uma aquisição demasiado preciosa, e a sua defesa não deveria ser deixada a demagogos e a populistas. É um facto que este é um problema que, na UE, parece dizer respeito sobretudo aos grandes países (Alemanha, França, Espanha, Itália e Reino Unido, que representam 66% da população da UE, concentram 77% dos residentes estrangeiros). Mas ainda não vimos tudo. As guerras e desastres do Médio Oriente e da África abriram simultaneamente vias de circulação e enormes massas de populações desabrigadas. A expansão de Putin na Europa oriental ainda pode suscitar uma vaga de refugiados. A UE não existe longe do mundo. No fundo, é esse o problema: mesmo que um dia resolvêssemos os nossos problemas, teríamos sempre os problemas dos outros. Estou a dizer que não se pode fazer nada, a não ser meditar melancolicamente sobre dilemas? Não. Pode-se fazer muita coisa, ou melhor, muitas e diferentes coisas: socorrer os acidentados nos percursos clandestinos, perseguir os traficantes, ajudar os países de origem, etc. Podemos esperar que, um dia, a estabilização e o desenvolvimento desses países normalizem os fluxos populacionais, como acabou por acontecer entre o México e os EUA, depois do êxodo mexicano dos anos 90. O que não se pode é abolir simplesmente o problema: integrar toda a gente sem dificuldades, ou fechar a porta a toda a gente sem consequências. A realidade raramente faz esse tipo de favores. A UE está perante um afluxo populacional desesperado (ver a sua geografia aqui). Podemos falar de muitos outros assuntos. Mas temos de falar também deste. O desaparecimento da Líbia como Estado abriu um corredor por onde redes de tráfico humano, indiferentes ao sofrimento e ao perigo, empacotam massas de migrantes do Médio Oriente e de África com destino à Europa. Há quem pense que a obrigação dos países de chegada é assistir e acolher todos os que aparecem, e há quem pense, pelo contrário, que essa hospitalidade só encorajará mais saídas nos países de origem. Mas antes de chegarmos a esse debate, convinha talvez que aproveitássemos a oportunidade de reconhecer um problema autêntico, isto é, uma dificuldade para a qual não há solução fácil, e não apenas porque as opiniões de dividem. É fácil, neste tema, encalhar numa espécie de impasse, e a melhor maneira de sair dele não é chamar “racista” a quem se preocupa com a imigração, nem “traidor” a quem quer cuidar dos imigrantes. A UE não se pode permitir insensibilidades que ofenderiam os seus princípios, mas também não se pode dar ao luxo de generosidades que apenas agravariam o problema. Os imigrantes não são dispensáveis. Fazem parte da circulação de pessoas que, nos dois sentidos, caracteriza mercados abertos. Mesmo quando não qualificados do ponto de vista ocidental, os imigrantes não são os mais pobres das suas terras de origem (as viagens, clandestinas ou não, custam caro). Geralmente, aliás, tendem a ser os mais capazes. A um continente envelhecido, dá jeito o seu trabalho, o seu empreendedorismo e a sua juventude. A tolerância que cultivarmos a seu respeito é uma virtude, na medida em que atenuar paroquialismos e xenofobias. Neste aspecto, as sociedades europeias não são hoje as piores. Basta lembrar a perseguição aos imigrantes na África do Sul. Mas os números das diásporas na Europa são já suficientemente elevados para, sem alarmes, legitimar reflexões. Em 2009, os estrangeiros residentes na UE representavam 6% da sua população; em 2012, a UE recebeu 1,7 milhões de migrantes de fora da Europa. Não há garantia de que se adaptem, e por mais que contribuam, exercem também pressão sobre as infra-estruturas e outros recursos em economias que estão entre as que menos crescem no mundo. Pior: sabemos hoje que nenhum sistema de integração, por melhor que seja, pode prevenir a marginalidade e sobretudo a rejeição identitária da sociedade de acolhimento, mesmo uma ou duas gerações depois da chegada, como os jihadistas mostram. Os ódios, aliás, viajam bem: em Itália, quinze migrantes muçulmanos foram acusados há dias de terem assassinado doze migrantes cristãos que seguiam com eles no mesmo barco. Desmantelar os nossos Estados nacionais, em nome de um qualquer multiculturalismo, para supostamente melhor hospedar as diásporas, talvez não sirva senão para criar espaços povoados de tribos sem nada em comum, a não ser a desconfiança mútua. O nacionalismo deixou de ter boa imprensa. Mas as nações europeias, como base de solidariedade e cooperação entre os indivíduos, são uma aquisição demasiado preciosa, e a sua defesa não deveria ser deixada a demagogos e a populistas. É um facto que este é um problema que, na UE, parece dizer respeito sobretudo aos grandes países (Alemanha, França, Espanha, Itália e Reino Unido, que representam 66% da população da UE, concentram 77% dos residentes estrangeiros). Mas ainda não vimos tudo. As guerras e desastres do Médio Oriente e da África abriram simultaneamente vias de circulação e enormes massas de populações desabrigadas. A expansão de Putin na Europa oriental ainda pode suscitar uma vaga de refugiados. A UE não existe longe do mundo. No fundo, é esse o problema: mesmo que um dia resolvêssemos os nossos problemas, teríamos sempre os problemas dos outros. Estou a dizer que não se pode fazer nada, a não ser meditar melancolicamente sobre dilemas? Não. Pode-se fazer muita coisa, ou melhor, muitas e diferentes coisas: socorrer os acidentados nos percursos clandestinos, perseguir os traficantes, ajudar os países de origem, etc. Podemos esperar que, um dia, a estabilização e o desenvolvimento desses países normalizem os fluxos populacionais, como acabou por acontecer entre o México e os EUA, depois do êxodo mexicano dos anos 90. O que não se pode é abolir simplesmente o problema: integrar toda a gente sem dificuldades, ou fechar a porta a toda a gente sem consequências. A realidade raramente faz esse tipo de favores. Rui Ramos, Observador

16.4.15

Chade chama reservistas

Au Tchad, un millier d'hommes pourraient reprendre du service dans l'armée. Au programme : lutte contre et les terroristes de Boko Haram et du Sahel. Très sollicitée ces derniers mois (au Mali, dans la lutte contre Boko Haram et le long des frontières avec la Libye et la Centrafrique), l'armée tchadienne a besoin d'augmenter ses effectifs. Ministre délégué à la Défense nationale, le général Benaindo Tatola a signé, le 10 mars, un arrêté demandant à l'état-major de procéder au rappel de certains éléments admis en 2011 à faire valoir leurs droits à la retraite (à la suite notamment d'une opération de "nettoyage" dans les rangs de l'armée). Une commission dirigée par le général Mahamat Saleh Brahim y travaille déjà : un millier d'hommes pourraient ainsi reprendre du service. Lire l'article sur Jeuneafrique.com : Tchad | Armée tchadienne : Idriss Déby Itno rappelle les réservistes | Jeuneafrique.com - le premier site d'information et d'actualité sur l'Afrique Follow us: @jeune_afrique on Twitter | jeuneafrique1 on Facebook

Rombo nas Finanças moçambicanas

The new President's team has found a huge hole in government finances. A frantic hunt is on for hundreds of millions of missing dollars. President Filipe Nyusi's new era – a decisive break with the policies and personalities of ex-President Armando Guebuza – has begun with an apparent financial disaster. His officials report that the Treasury has far less money than had been expected. One unofficial but conservative estimate put the shortfall at about US$900 million, much of it anticipated tax revenue from oil companies which may have been illegally waived. Africa Confidential

15.4.15

400 naufragaram no Mediterrâneo

Quelque 400 migrants seraient morts dans le naufrage d'une embarcation de fortune dimanche en mer Méditerranée, selon les témoignages des survivants. Une tragédie qui pourrait être encore plus grande que celle de Lampedusa en 2013. Le nombre de migrants africains qui sombrent dans les eaux de la Méditérannée ne cesse d'augmenter... Dimanche, 400 personnes auraient péri dans le naufrage de leur embarcation au large des côtes libyennes. C'est ce qu'ont rapporté des survivants débarqués mardi en Italie et interrogés par l'Organisation internationale pour les migrations (OIM) et l'ONG Save the Children. "Selon les témoignages recueillis ces dernières heures parmi les 150 survivants débarqués à Reggio Calabria, parmi lesquels quelques mineurs, il y aurait environ 400 victimes dans ce naufrage intervenu 24 heures après le départ des côtes libyennes", a annoncé l'ONG dans un communiqué. Selon les premiers témoignages, entre 500 et 550 personnes se trouvaient à bord du bateau qui s'est renversé. "Nous sommes en train d'enquêter pour comprendre la dynamique du naufrage", a expliqué à l'AFP Flavio Di Giacomo, porte-parole de l'OIM en Italie. Ce nouveau drame pourrait porter à 900 le nombre de morts enregistrés par l'OIM depuis le début de l'année, contre 47 pour la même période en 2014. Une mer cimetière Si l'enquête confirme les dires des survivants, le bilan de cette tragédie serait encore plus lourd que celui de Lampedusa. En octobre 2013, 366 migrants se sont noyés dans la Méditerranée, devenue un véritable cimetière de candidats à l'immigration clandestine. >> Lire : Lampedusa : un naufrage africain Mardi, les garde-côtes italiens ont annoncé avoir secouru près de 8 000 migrants en Méditerranée depuis vendredi 10 avril. Pour les seuls jours de dimanche et lundi, ils ont porté secours à 42 bateaux chargés au total de plus de 6 500 migrants. Ils avaient annoncé avoir secouru 144 personnes et retrouvé 9 corps après le naufrage de l'une des embarcations. Depuis le début du mois d'avril, plus de 10 500 arrivées ont été enregistrées en Italie. >> Lire : L'Italie enregistre un nombre record de migrants clandestins venus d'Afrique par la mer (Avec AFP) Lire l'article sur Jeuneafrique.com : Immigration | Naufrage en Méditerranée : au moins 400 migrants africains disparus, selon des survivants | Jeuneafrique.com - le premier site d'information et d'actualité sur l'Afrique Follow us: @jeune_afrique on Twitter | jeuneafrique1 on Facebook

12.4.15

Papa evocou genocídio dos arménios

Pope Francis on Sunday honored the 100th anniversary of the slaughter of Armenians by calling it "the first genocide of the 20th century," a politically explosive declaration that will certainly anger Turkey. Francis, who has close ties to the Armenian community from his days in Argentina, defended his pronouncement by saying it was his duty to honor the memory of the innocent men, women, children, priests and bishops who were "senselessly" murdered by Ottoman Turks. "Concealing or denying evil is like allowing a wound to keep bleeding without bandaging it," he said at the start of a Mass Sunday in the Armenian Catholic rite in St. Peter's Basilica honoring the centenary. Historians estimate that up to 1.5 million Armenians were killed by Ottoman Turks around the time of World War I, an event widely viewed by scholars as the first genocide of the 20th century. Turkey, however, refuses to call it a genocide and has insisted that the toll has been inflated, and that those killed were victims of civil war and unrest. Turkey's embassy to the Holy See canceled a planned news conference for Sunday, presumably after learning that the pope would utter the word "genocide" over its objections. Requests for comment went unanswered and there was no official word Sunday from the government in Ankara. Several European countries recognize the massacres as genocide, though Italy and the United States, for example, have avoided using the term officially given the importance they place on Turkey as an ally. The Holy See, too, places great importance in its relationship with the moderate Muslim nation, especially as it demands Muslim leaders condemn the slaughter of Christians by Muslim extremists in neighboring Iraq and Syria. AP But Francis' willingness to rile Ankara with his words showed once again that he is willing to take diplomatic risks for issues he cares deeply about. He took a similar risk by inviting the Israeli and Palestinian presidents to pray together for peace at the Vatican — a summit that was followed by the outbreak of fighting in the Gaza Strip. Francis is not the first pope to call the massacre a genocide. In his remarks, Francis cited a 2001 declaration signed by St. John Paul II and the Armenian church leader, Karenkin II, which said the deaths were considered "the first genocide of the 20th century." Emeritus Pope Benedict XVI, whose ties with Turkey and the Muslim world were initially strained, avoided using the "g-word" during his pontificate. While Francis was archbishop of Buenos Aires, the former Cardinal Jorge Mario Bergoglio referred to the Armenian "genocide" on several occasions, including three separate citations in his 2010 book "On Heaven and Earth." The definition of genocide has long been contentious. The United Nations in 1948 defined genocide as killing and other acts intended to destroy a national, ethnic, racial or religious group, but many dispute which mass killings should be called genocide. In his remarks Sunday, Francis said the Armenian slaughter was the first of three "massive and unprecedented" genocides last century that was followed by the Holocaust and Stalinism. He said other mass killings had followed, including in Cambodia, Rwanda, Burundi and Bosnia.

10.4.15

Idriss Déby Itno, senhor do Sahel

À la tête de la meilleure armée de l'Afrique francophone, le président tchadien, Idriss Déby Itno, fait plus que jamais figure de "parrain" du Sahel face à la menace terroriste et la France ne manque pas une occasion de le lui rappeler. Portrait d'un chef d'État en guerrier malgré lui... ou presque. À 62 ans, dont vingt-quatre passés à la tête du Tchad, Idriss Déby Itno entame une nouvelle carrière : celle d'homme fort de l'Afrique sahélienne et de "parrain" régional adoubé par l'Occident dans la guerre globale contre le terrorisme islamiste. Ce statut, étrenné au Mali il y a deux ans et confirmé depuis l'entrée des troupes tchadiennes au Cameroun à la mi-janvier, est une conséquence directe de la chute, en 2011, du dictateur libyen. Le vide créé par la mort de Mouammar Kadhafi et le chaos qui s'est ensuivi ont entraîné un double appel d'air : en faveur des groupes jihadistes qui, d'Al-Qaïda au Maghreb islamique à Boko Haram, ont profité de la mise à l'encan du formidable arsenal libyen, et au détriment des pays de la bande sahélienne, incapables de faire face à cette menace asymétrique et brusquement orphelins de ce père tyrannique, bipolaire, généreux et omniprésent. Sauf le Tchad qui, s'il n'a évidemment pas la force de frappe financière du défunt "Guide", est le seul à disposer des moyens militaires de faire face aux conséquences de sa disparition. Trois ans et demi après l'exhibition publique de la dépouille de son meilleur ennemi dans la morgue de Misrata - un spectacle qui, de son propre aveu, l'a "révulsé" -, Idriss Déby Itno continue de faire remonter l'origine de l'expansion jihadiste au meurtre de celui qui fut tour à tour, au Tchad, un envahisseur, un médiateur puis un investisseur courtisé. En témoigne cette phrase désabusée, lors du récent Forum pour la paix et la sécurité, à la mi-décembre à Dakar : "Contrairement à mon frère Macky Sall, qui a dit que le travail en Libye n'a pas été achevé, je dis que ce travail a bel et bien été achevé. L'objectif de l'Otan était d'assassiner Kadhafi, cet objectif a été atteint. L'Otan a assassiné Kadhafi, c'est le service après-vente qui n'a pas été assuré." Opportunité politique et diplomatique Toute l'intelligence de ce fils de pasteur zaghawa a donc été de transformer le grand désordre régional qui a suivi en opportunité politique et diplomatique, avec l'appui circonstanciel mais sans cesse réitéré de la France, et de profiter d'un impérieux "besoin de Tchad" qui le rend désormais incontournable. Si le Déby Itno d'hier a su en jouer pour entrer en guerre au Mali à ses propres conditions - sortir du cadre de la Communauté économique des États de l'Afrique de l'Ouest pour intégrer l'ONU -, celui d'aujourd'hui se comporte en véritable patron. Il n'hésite pas à tancer ses pairs pour leur frilosité, place l'Union africaine (UA) devant le fait accompli quand il s'agit de mettre sur pied une force régionale et d'en installer le siège à N'Djamena, obtient de son ami Jean-Yves Le Drian, le ministre français de la Défense - à qui le relie un quasi-téléphone rouge -, de déplacer chez lui le QG de l'opération Barkhane, et de Laurent Fabius, le patron du Quai d'Orsay, qu'il intervienne auprès du Fonds monétaire international (FMI) pour que ce dernier soutienne son effort de guerre (lire encadré). Alors "Idi" agace parfois, notamment ses homologues d'Afrique centrale, pointe de jalousie à l'appui. Mais par les temps qui courent, personne ne peut se passer de celui que le chef dément de Boko Haram, Abubakar Shekau, qualifiait dans une récente diatribe de "Satan tchadien". Ses opposants pris au piège de l'impératif patriotique Cette assurance qui impressionne tant, Idriss Déby Itno la doit un peu au soutien de la communauté internationale, un peu à la stabilité de son régime depuis la conclusion en 2009 de la paix avec le Soudan voisin, matrice de bien des rébellions, un peu à la tétanisation de ses opposants pris au piège de l'impératif patriotique, et beaucoup à son armée, sans conteste la meilleure de l'Afrique francophone. Une force de 70 000 hommes avec ses chars T-55, ses véhicules de combat d'infanterie chinois, russes et français, ses hélicoptères Mi-17, 24 et 25, ses lance-roquettes multiples, ses chasseurs bombardiers Soukhoï Su-25 et Mig-29 (l'appareil le plus sophistiqué en service dans la région, avec le Rafale français). Très largement puisés au sein de la garde présidentielle et encadrés par des officiers majoritairement zaghawas, dont un général de brigade de 31 ans, Mahamat Déby Itno, fils de son père, les corps expéditionnaires qui s'illustrent au Mali, à l'épicentre des anciens sanctuaires jihadistes, ou à la frontière nigériane sont les héritiers d'une longue tradition d'intervention hors du territoire. Au pouvoir depuis le 4 décembre 1990, le président tchadien a envoyé ses hommes se battre au Congo en 1997, aux côtés des miliciens cobras de Denis Sassou Nguesso, dans le nord de la RD Congo en 2000, contre la soldatesque de Jean-Pierre Bemba et les troupes ougandaises (ce fut là son seul échec), au Darfour et, à plusieurs reprises, en Centrafrique, jusqu'à la mi-2014. Sans compter les furieuses batailles menées contre des colonnes rebelles venues de l'Est, en avril 2006 et février 2008, jusqu'aux portes du palais présidentiel de N'Djamena. Souvent, Idi a joué lui-même les commandants en chef et, ainsi qu'il le dit, "mis sa tête à prix", refusant les propositions formulées par Jacques Chirac puis Nicolas Sarkozy d'être évacué en urgence par l'armée française et prenant parfois, au volant de son 4×4 blindé, la tête de ses troupes, comme à la glorieuse époque des "rezzous Toyota" taillant en pièces la Légion islamique de Kadhafi. Habitués au combat, les soldats tchadiens le sont beaucoup moins au maintien de l'ordre, d'où les accusations récurrentes - et très mal vécues à N'Djamena - de "bavures" et autres dérapages commis au détriment des populations civiles. Si aucun incident notable de ce type n'a été relevé au Mali, il n'en va pas de même en Centrafrique, où le contingent tchadien a protégé et sans doute sauvé de la mort des milliers de musulmans, mais aussi riposté sans discernement aux assauts d'anti-balaka déchaînés. Le 29 mars 2014, une fusillade éclate sur un marché de Bangui, faisant 30 victimes. Stigmatisé par un rapport de l'ONU (les Français et les Casques verts de la Misca, la mission de l'UA, parlent quant à eux de légitime défense), Déby Itno réagit sèchement : il rapatrie son millier d'hommes, sans en prévenir quiconque. Avis à ceux qui, à l'avenir, seraient tentés de jouer les procureurs, surtout sur le terrain sensible du respect des droits de l'homme. Chacun aura d'ailleurs remarqué qu'en ce domaine, Paris ne dit mot depuis deux ans... Lot de méfiances et de fantasmes Le président tchadien le sait : chacune de ses interventions, en particulier chez ses voisins, charrie immédiatement son lot de méfiances et de fantasmes. On le soupçonne d'agir par intérêt, ce qui est exact, mais pas forcément pour les motifs que l'on croit. En Centrafrique, par exemple : bien au-delà de l'hypothétique contrôle des permis de recherche pétroliers du Nord, la stabilité de ce pays et l'existence à Bangui d'un régime qui ne lui soit pas hostile ont toujours été pour N'Djamena un impératif de sécurité nationale. Au Cameroun, l'entrée des troupes tchadiennes a suscité au sein de l'opinion, tout particulièrement dans le Sud, un quasi-réflexe de rejet sur fond de théories du complot, même si cette incursion durable s'est faite à la demande du président Paul Biya - lequel, on l'imagine, ne s'y est pas résolu de gaieté de coeur. Là aussi, on parle de convoitises pétrolières sur la zone du lac Tchad, tout en s'étonnant que Boko Haram ait jusqu'ici épargné le territoire tchadien. Or la réalité est différente. S'il est exact que la secte a, par choix tactique, évité de s'en prendre au Tchad, cela ne l'a pas empêché d'y recruter au sein des populations kanourie, peule et arabe et d'y établir des cellules dormantes à N'Djamena même. En outre, la prise par Shekau, début janvier, de la localité nigériane de Bagakawa, épicentre des échanges commerciaux et base de la Force multinationale régionale, à quinze kilomètres des frontières lacustres du Tchad, a joué un rôle déterminant dans la décision d'intervention. Désormais, Boko Haram s'en prend directement à Déby Itno dans ses communiqués : "Que le despote sache que des caravanes entières de candidats au martyr attendent impatiemment des instructions", clame-t-elle le 19 février. Bien accueillies au Niger, beaucoup moins au Cameroun et au Nigeria - où le réflexe nationaliste est d'autant plus vif que l'armée est humiliée -, les troupes tchadiennes commencent à compter leurs morts. En saluant ses hommes à leur départ pour le front, Idi leur avait promis du sang, de la sueur et des larmes. Il aurait pu ajouter : de l'ingratitude. Éternel survivant C'est dos au mur et armes à la main qu'il donne le meilleur de lui-même, dit-on souvent du président tchadien. Peut-être, à condition d'ajouter que l'uniforme du condottiere en chèche et l'image de l'éternel survivant lui pèsent et qu'il cherche à s'en débarrasser depuis des années, même s'il sait qu'on n'échappe ni à son destin, ni à sa géographie. Lui qui murmure plus qu'il ne parle ne cesse de répéter qu'il se sent mieux en civil qu'en treillis, qu'il n'a jamais fait la guerre par goût, que l'odeur de la poudre ne lui dit rien et que, pour ceux qui l'auraient oublié, sa formation à l'Institut aéronautique de Merville, en France, fut celle d'un pilote de Transall et de Noratlas, pas celle d'un fantassin. C'est en bâtisseur qu'Idriss Déby Itno préfère qu'on le voie, "serial inaugurator" d'immeubles, de places et d'avenues goudronnées, intarissable sur le nombre d'écoles, de dispensaires et de têtes de bétail. En musulman, aussi, mais tolérant, anti­salafiste tendance laïque, lui qui aime à rappeler que sa professeure d'arabe à Abéché était une religieuse chrétienne libanaise. En arpenteur des 1,3 million de kilomètres carrés de son pays qu'il dit connaître "village par village", de ce vaste puzzle longtemps disjoint et qui commence enfin à prendre l'allure d'une mosaïque d'ensemble. Et en démocrate, enfin, soucieux de répartir la manne pétrolière - même si l'on est encore bien loin, dans tous les domaines, du Graal de la bonne gouvernance. Il n'empêche : chez les Zaghawas, un jeune a le choix entre le troupeau, le commerce ou l'armée, et c'est cette dernière qu'Idi a choisi d'intégrer au tout début des années 1970. Mère abusive, elle se charge régulièrement, depuis, de le lui rappeler. Lire l'article sur Jeuneafrique.com : Terrorisme | Tchad : Idriss Déby Itno, le boss du Sahel | Jeuneafrique.com - le premier site d'information et d'actualité sur l'Afrique Follow us: @jeune_afrique on Twitter | jeuneafrique1 on Facebook

Nigéria: Chade perdeu 71 soldados

L'armée tchadienne a communiqué vendredi ses pertes enregistrées depuis le début de son engagement militaire dans le nord du Nigeria contre Boko Haram : 71 morts et 416 blessés, soit environ 10% des effectifs engagés. Le Tchad a payé un lourd tribut pour son engagement au Mali. C'est également le cas au Nigeria dans la lutte contre Boko Haram. "Depuis le déclenchement le 3 février d'une offensive terrestre au Nigeria depuis le Cameroun, puis depuis le Niger, 71 de nos vaillants soldats sont tombés glorieusement sur les différents champs de bataille. Nous déplorons également 416 blessés dans nos rangs, tout cela pour une cause juste et noble qui est celle de faire régner la paix et la sécurité dans la sous-région", a déclaré vendredi 10 avril le général de corps d'armée, chef d'état-major de l'armée tchadienne Brahim Seid. >> Lire aussi : "la capacité de nuisance de Boko Haram réduite au maximum", selon l'armée tchadienne "Depuis le 17 janvier 2015 (date à laquelle l'opération a été autorisée par le Parlement tchadien) jusqu'à nos jours, nos vaillantes forces armées et de sécurité ont combattu la secte Boko Haram et l'ont traquée dans ses différents repaires. C'est ainsi qu'elles ont libéré 11 localités camerounaise, nigérianes et nigériennes des mains de Boko Haram", a ajouté le chef d'état-major. Selon le général, les grandes villes (nigérianes) occupées par Boko Haram sont désormais entre les mains des forces armées régulières du Tchad, du Niger, ou du Nigeria. Et de lancer : "Les forces tchadiennes continueront à traquer les terroristes de Boko Haram partout où ils se trouveront, afin de ramener la quiétude à nos populations meurtries." Le Tchad n'a jamais indiqué officiellement le nombre total de soldats engagés dans la guerre contre les islamistes nigérians, mais selon des sources militaires, les effectifs sont de l'ordre de 5 000 hommes. En première ligne dans la lutte contre les groupes jihadistes au Sahel, le président tchadien Idriss Déby Itno avait envoyé son armée dans le nord du Mali aux côtés de l'armée française début 2013. L'armée tchadienne avait alors enregistré une cinquantaine de tués au front. (Avec AFP) Lire l'article sur Jeuneafrique.com : Tchad | Guerre contre Boko Haram : le Tchad a perdu 71 soldats depuis le début de son opération au Nigeria | Jeuneafrique.com - le premier site d'information et d'actualité sur l'Afrique Follow us: @jeune_afrique on Twitter | jeuneafrique1 on Facebook

9.4.15

O Irão tem quase 80 milhões de habitantes

A comprehensive agreement between Iran and the US on the former's nuclear programme is looking tantalisingly close. While the impact on the nuclear and energy markets are rightly the focus of much analysis, there are two other ways in which the deal may have an even bigger longer-term impact: through deepening the region's Sunni-Shia split and on Iran's emergence as a foreign direct investment hotspot. With Iran, the Middle East's pre-eminent Shia power, firmly on the margins, Sunni regimes have largely dominated. If Iran is able to play a bigger political and economic role in the world, this balance could shift in a substantial way - and with some interesting results, such as creating common ground between Israel and some of the Sunni powers. The economic impact could be even larger. At just under 80m, Iran has the world's 17th largest population while, on a purchasing power parity basis, we estimate that it is the world's 14th biggest economy, ahead of Spain and Canada. It is also a relatively diverse economy compared with the Gulf states. If Iran truly opens up to the world, the opportunities will be immense, though companies will need to navigate a very challenging business environment. Any deal will take time to implement, and there is a lot for Iran to do, so large impacts will be slow to come. The Economist

Mugabe contra EUA, França e Reino Unido

Pretoria (AFP) - Zimbabwean President Robert Mugabe on Wednesday launched a wide-ranging attack on Western colonisation in Africa and recent intervention in the Arab world, as he made his first state visit to South Africa in 21 years. The veteran leader, 91, seized the opportunity of a televised press conference with President Jacob Zuma in Pretoria to lambast the United Nations Security Council, the United States and former colonial power Britain. "We want a political environment in which we are not interfered with by outsiders and we become masters of ourselves in Africa," Mugabe told reporters. "We don't think we are getting a fair deal at the United Nations. "The five countries there who are permanent members... control the entire system." Mugabe said the developing world should stand together against the US, France and Britain, who make up three of five permanent members of the UN security council. "They disturb the Arab world and leave (it) torn apart. Look at what they did to Libya," he said, adding that US-led wars in Iraq revealed the "messy, reckless, brutal approach of the West".
"Now we are our own people, and we have President Zuma here and President Mugabe in Zimbabwe -- that is what what you fought for," he said. "African resources belong to Africa. Others may come to assist as our friends and allies but no longer as colonisers or oppressors, no longer as racists." - Seeking investment - Mugabe provoked laughter from some officials when he spoke about a statue of British colonialist Cecil Rhodes in Cape Town that has been vandalised in recent student protests. Rhodes is buried in Zimbabwe, which was called Rhodesia until independence in 1980 when Mugabe came to power. "We are looking after the corpse. You have the statue of him," Mugabe said. "I don't know what you think we should do -- dig him up? Perhaps his spirit might rise again." Mugabe, who was accompanied by his wife Grace, hopes his visit to South Africa will drum up foreign investment to revive his nation's moribund economy. Zimbabwe has been on a downturn for more than a decade due to low growth and high unemployment. Zimbabwe's economy entered a tailspin after the launch of controversial land reforms 14 years ago. By 2008, inflation had officially peaked at 231 million percent before the government stopped counting. Zuma said a series of agreements signed on Wednesday would help both nations. "The economies of the two countries are historically and inextricably linked," he said. "Opportunities for deeper economic cooperation exist." Mugabe, who is the current chairman of the African Union, has visited South Africa in the past on working trips but has made no state visit since 1994. His wife Grace is seen as one possible successor to her husband. Former vice-president Joice Mujuru was long considered likely to take over, but she fell out with the veteran leader late last year and was sacked in December. Mugabe will attend a bilateral business forum in Pretoria on Thursday.

Mugabe de visita à África do Sul

En Afrique du Sud pour une visite historique de deux jours sous le signe de l'économie, le président zimbabwéen et chef de l'Union africaine, Robert Mugabe, en a profité pour décocher quelques flèches à l'endroit de l'Occident et du Conseil de sécurité de l'ONU. Robert Mugabe n'avait pas mis les pieds en Afrique du Sud depuis plus de 20 ans. Le président du Zimbabwe et de l'Union africaine s'y est rendu mercredi pour une première visite d'État depuis 1994, visant à renforcer les relations économiques entre les deux pays. Lors de sa visite officielle, le chef de l'Union africaine a profité de sa tribune pour dénoncer le "pillage" des ressources naturelles par l'Occident. "Les intérêts étrangers ont un appétit insatiable pour les ressources africaines", a-t-il déclaré. Robert Mugabe a également dénoncé la domination des cinq membres permanents du Conseil de sécurité des Nations unies. "Seules la Chine et la Russie nous supportent", a-t-il dit avant d'ajouter qu'il s'agissait d'un "cirque". Il a accusé particulièrement les États-Unis, la France et la Grande-Bretagne. "Ils perturbent le monde arabe et le déchirent", a-t-il lancé en citant la Libye et l'Irak en exemple. Par ailleurs, Robert Mugabe a souligné que sa visite officielle à Pretoria était le symbole de la victoire de l'Afrique sur la colonisation. "Cette visite va assurément faire avancer les relations entre l'Afrique du Sud et le Zimbabwe pour le plus grand bénéfice des populations des deux pays", a déclaré Jacob Zuma, président de l'Afrique du Sud. Aux prises avec une économie chancelante, le président zimbabwéen espère inciter des hommes d'affaires sud-africains à investir dans son pays. Des rencontres entre entrepreneurs zimbabwéens et sud-africains sont prévus à l'agenda jeudi. Depuis son élection à la tête de l'Union africaine en février dernier, l'Afrique du Sud n'est pas le premier pays visité. En mars, Robert Mugabe s'est rendu en Algérie pour une visite d'État de trois jours à l'invitation du président algérien Abdelaziz Bouteflicka. Lire l'article sur Jeuneafrique.com : Diplomatie | En Afrique du Sud, Robert Mugabe attaque l'Occident et les Nations unies | Jeuneafrique.com - le premier site d'information et d'actualité sur l'Afrique Follow us: @jeune_afrique on Twitter | jeuneafrique1 on Facebook

Estátua de Rhodes retirada do Cabo

The University of Cape Town (UCT) has voted to remove a statue of British colonialist Cecil Rhodes that had become the focus of student protests. The monument will be taken down from the campus on Thursday and stored for "safe keeping", UCT's council said. Students have been campaigning for the removal of the statue of the 19th century figure, unveiled in 1934. It was smeared with excrement last month. Other monuments to colonial-era leaders have also been recently vandalised. The campaign has triggered a backlash. On Wednesday, crowds of white South Africans rallied at statues of Paul Kruger in the capital Pretoria, and Jan van Riebeeck in Cape Town, saying they were part of their heritage and should not be targeted. Kruger, a contemporary of Rhodes, was an Afrikaner leader known for his opposition to the British in South Africa. Van Riebeeck was a Dutch coloniser who arrived in South Africa on 5 April 1652. A white protester at his statue held a placard which read: "Hands off our heritage. This is genocide." 'Example to the country' The university's 30-member council governs the institution and is made up of staff and students. In a statement released after the vote on Wednesday, the council said it had immediately applied to the heritage authority to have the Rhodes statue taken down. The council said it would temporarily remove the monument, over concerns for its safety, while the authority considered the application. BBC

7.4.15

Milhões de refugiados sírios

Briefing this Council in 2013, I said the Syrian war not only had unleashed the worst humanitarian crisis of our times but also was posing a terrible threat to regional stability and to global peace and security. This is the reality we face today. Iraq has seen the most frightening and complete spill-over of an internal conflict into a neighbouring country in recent history. Lebanon has been on near-permanent security alert, and there have been increasing threats even to Jordan in the past months. As many as 20,000 foreign fighters from over 50 countries have reportedly traveled to Syria and Iraq since 2011, with their number nearly doubling during the course of last year. Meanwhile, the Syrian refugee crisis has overwhelmed the existing response capacities, with 3.8 million registered refugees in the neighbouring countries. Lebanon and Jordan have seen their populations grow, in the space of a few years, to a point they were prepared to reach only in several decades. One-third of the Lebanese population today is Palestinian or Syrian. Jordan is facing a similar challenge. And Turkey has now become the biggest refugee-hosting country in the world. In addition, more than 2 million Iraqis were internally displaced in 2014, and some 220,000 sought refuge in other countries. The continued growth in displacement is staggering. But at the same time, the nature of the refugee crisis is now changing. As the level of despair rises, and the available protection space shrinks, we are approaching a dangerous turning point. After years in exile, refugees' resources are long depleted, and their living conditions are drastically deteriorating. I have met middle-class families with children who are barely surviving on the streets and praying to make it through the winter. Well over half of Syrian refugees in Lebanon are living in insecure dwellings – up from a third last year. And a survey of 40,000 Syrian families in Jordan found that two-thirds were living below the absolute poverty line. One father of four compared life as a refugee to being stuck in quicksand – every time you move, you sink down further. With humanitarian appeals systematically underfunded, there just isn't enough assistance to provide for Syrian refugees. At the same time, host communities are severely overstretched. The refugee influx has heavily impacted economies and societies, mostly in Lebanon, Jordan and Northern Iraq, overwhelming social services, infrastructure and government resources. International support is far from keeping pace with the magnitude of the needs. As host countries face growing security risks due to the regional spread of the conflict, and do not get the help they need to cope with the refugee influx, Syrians are finding it increasingly difficult to reach safety. UNHCR's monthly registration figures in Lebanon have dropped nearly 80 per cent compared to early 2014, and the number of those entering Jordan has also substantially reduced. Meanwhile, it is important to underline that refugees continue to cross the border into Turkey in significant numbers. The Turkish Government has already spent around six billion dollars in direct assistance to Syrian refugees. In a landmark decision last year, Turkey's temporary protection decree gave Syrians access to the country's labor market as well as free education and health care. But in the global context I described, it is no surprise that growing desperation is forcing more and more Syrian refugees to move further afield. The dramatic situation in the Mediterranean illustrates this, with Syrians accounting for one third of the nearly 220,000 boat arrivals last year. Excellencies, With the refugee situation growing more protracted and more desperate, almost two million Syrian refugees under 18 risk becoming a lost generation. And many of the over 100,000 refugee children born in exile could face the risk of statelessness. If this is not properly addressed, this crisis-in-the-making could have huge consequences for the future, not only of Syria but also of the region. As humanitarian resources dwindle, abandoning refugees to hopelessness only exposes them to even greater suffering, exploitation and dangerous abuse. Abandoning their hosts to manage the situation on their own could result in serious regional destabilization, and more security concerns elsewhere in the world. It should be obvious that in order to prevent this and to preserve the protection space in the region, refugees and host countries need massive international support. The Regional Refugee and Resilience Plan (or 3RP) aims to bring together the humanitarian and longer-term efforts of the host governments and over 200 UN and NGO partners. Its programmes are designed to be funded not only from humanitarian, but increasingly from development cooperation budgets. I hope the upcoming Kuwait III conference will play a determining role in stabilizing the situation in the refugee hosting countries. Beyond the immediate humanitarian priorities, it is crucial that development actors fund the 3RP's resilience pillar and the host governments' plans. Countries like Lebanon and Jordan need much more financial assistance – not only to local refugee hosting communities, but also through government budget support for necessary structural investments in health systems, education, water and electricity supply and other public infrastructure cracking under the huge pressure. As discussed at length during the Berlin Conference, the Syria situation illustrates the dangerous inadequacy of today's development cooperation policies in a time of multiplying conflicts. To address this, bilateral and multilateral donors, and international financial institutions, should review existing criteria and priorities. It is absurd, for example, that Lebanon or Jordan have no access to World Bank grants because they are considered as middle-income countries. Excellencies, As High Commissioner for Refugees, it breaks my heart to see Syrian families fleeing from a horrible war, forced to risk their lives again, on unsafe boats, to find protection in Europe. Since the start of 2015, over 370 people have died trying to cross the Mediterranean – that's one person drowning for every twenty who made it. But Italy's Mare Nostrum operation has ended, and the EU's Triton initiative is limited both in mandate and in resources. Europe must step up its capacity to save lives, with a robust search and rescue operation in the Central Mediterranean – or thousands more, including many, many Syrians, will perish. To reduce the number of people getting on boats in the first place, more legal avenues are needed for Syrians to seek protection in third countries. Several States provide resettlement and humanitarian admission programmes, but the needs far exceed available spaces. We believe one-tenth of the Syrian refugees would require resettlement as the adequate solution for their protection situation. Flexible visa policies, expanded family reunification, academic scholarships and private sponsor schemes must complement these measures. Following the example of countries like Germany and Sweden, other States in Europe and the Gulf region should consider offering legal access with more opportunities, so as to alleviate some of the pressure on Syria's neighbours and give more refugees an alternative way of reaching safety. Without such alternatives, the number of people taking to the seas will continue to grow. And not only are they facing serious human rights violations at the hands of smugglers and traffickers. We now also see armed groups threatening to enter the smuggling business for their own purposes of sowing fear. This should remind us that protecting refugees also means tackling racism and xenophobia. In today's climate of rising panic, it deeply worries me that refugees are becoming mixed up with security concerns, confronting hostility in places where they thought they were safe. In several public debates they are made scapegoats for any number of problems, from terrorism to economic hardship and perceived as threats to their host communities' way of life. But we need to remember that the primary threat is not from refugees, but to them. Syrians are now the biggest refugee population under UNHCR's mandate. As their number keeps growing and they become more vulnerable, the serious repercussions this has across the region only highlight the obvious – the urgent need for the international community to bring together all key actors and to put an end to the conflict.. There are no winners in this war; everyone is losing. But the highest price is paid by the refugees and the other innocent victims inside the country. António Guterres, 26 de Fevereiro de 2015, no Conselho de Segurança da ONU

Mais de 46 milhões de refugiados

The UN helped a record number of refugees in the first half of 2014 – almost one in four of whom were Syrian. The country has become the nation with the most displaced people, surpassing Afghanistan for the first time. The rise of refugees in the first six months of 2014 saw 5.5 million people newly displaced, bringing the total figure to 46.3 million. This is around 3.4 million more than at the end of 2013, when the United Nations High Commissioner for Refugees (UNHCR) released its last report. "In 2014 we have seen the number of people under our care grow to unprecedented levels. As long as the international community continues to fail to find political solutions to existing conflicts and to prevent new ones from starting, we will continue to have to deal with the dramatic humanitarian consequences," said UN High Commissioner for Refugees Antonio Guterres, as published on the agency’s website. This is a figure that could yet rise in the next report, due to the current situation in Syria and Iraq, following the onslaught of the Islamic State over the summer months and into the autumn. The most recent report found that for the first time, Syria had the largest refugee population under assistance from the UNCHR. The country surpassed Afghanistan, which held the top position for over three decades. Russia Television