27.11.12

Escrito em Maputo: Portugal "moleque" de Angola

Portugal vira “moleque” de Angola! Não fosse o mundo em que vivemos hoje ("globalização"), esta posição de Angola em relação a Portugal seria, a todos os títulos, agradável, a um excolonizado como eu, infelizmente! Repito, o mundo em que vivemos mudou radicalmente. Os escravos foram libertos por convenção, o racismo está a ser combatido quer por via legislativa quer por via de consciencialização, a expressão mais alta de segregação racial, o APARTHEID, deu lugar a uma nação do "arco-íris" na África do Sul. Estas relações são transformadas de dia para noite ou vice-versa e todos temos de rapidamente nos adaptar. A África do Sul, que criou a Comissão da Verdade e Reconciliação, ainda assim se ressente das feridas do regime segregacionista. O famoso "Black Cont. na pág. 8 Cont. da pág. 7 Portugal vira “moleque” de Angola! empowment" não foi sufi ciente para sarar as feridas profundas criadas por esse regime hediondo. Portugal, por mais boa vontade que tenha, está inserido numa comunidade onde existem regras de convivência e de procedimento. Nesta comunidade, os crimes económicos ou de branqueamento de capitais são punidos de forma severa, pelo que, em algum momento, por mais boa vontade que tenha Portugal, as coisas irão acontecer como mandam as regras, independentemente de existirem 120 mil portugueses a trabalharem em Angola, isso, por si só, não muda as regras do jogo, que é transparência nos negócios! Este intróito vem a propósito das declarações de Paulo Portas, Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, à Lusa: “o Governo português fará tudo o que está ao seu alcance para melhorar ainda mais as relações com Angola e não deixar que nada as prejudique". De acordo com Paulo Portas, as relações entre Portugal e Angola são excelentes! Paulo Portas referiu ainda que mais de oito mil empresas exportam para o mercado angolano e acrescentou que "inúmeros interesses e investimentos angolanos fi zeram o seu caminho e ganharam espaço muito relevante em Portugal. Como é evidente, tudo isto é tão importante para os dois países que o Governo português fará tudo o que estiver ao seu alcance para melhorar ainda mais as relações com Angola e não deixar que nada as prejudique”. Este exercício do Executivo de Lisboa surge em resposta ao anúncio do Ministério Público português através do jornal Expresso de que altos dirigentes angolanos estão a ser investigados por suspeitas de crimes económicos ou de branqueamento de capitais. As referidas fi guras, segundo o mesmo jornal, são Manuel Vicente, o general Hélder Vieira Dias e Leopoldino Nascimento, Vice-Presidente de Angola, Ministro de Estado e Chefe da Casa Militar e Consultor do anterior, respectivamente, restando saber o que fará efectivamente Portugal para evitar esse referido inquérito-crime. Rafael Marques, um activista angolano, conhecido por investigar casos de corrupção naquele território, depôs em Janeiro e em Julho do corrente como testemunha num caso de denúncia de um cidadão angolano residente em Portugal e, na altura, referiu-se a uma longa lista de duas dezenas de cidadãos angolanos com "investimentos e propriedades em Portugal", acusando-os de branqueamento de capitais. Sendo Rafael Marques um cidadão angolano que denuncia a corrupção no seu território, não seria mais sensato Angola ocupar-se de corrigir esses casos, ao invés de querer exportar problemas de um grupo de pessoas para um país que terá muito pouca manobra para "aju- Correio da manhã dar", porque as regras são claras. Outro aspecto que me parece relevante, a investigação de um cidadão, tenha ele o estatuto que tiver, na minha opinião, não deve pôr em causa as relações entre dois estados e governos, considerando que as relações baseiam-se no respeito mútuo. Escrevo este artigo com duas perspectivas, a saber: uma, de alertar aos angolanos que eventualmente tenham adquirido propriedades e estejam a investir em Portugal que nenhum governo os irá proteger de acções judiciárias no quadro do espaço europeu. As boas relações e a amizade com alguns governantes podem adiar a execução, mas nunca impedir que se faça justiça, de acordo com as regras da União Europeia, onde Portugal tem a voz muito "rouca" e dependente de outras economias mais fortes, essas propriedades e investimentos serão revertidos a favor desses governos um dia, por isso, é melhor ouvir a voz do vosso concidadão no lugar de confi ar na palavra do receptor que, certamente, será benefi ciário amanhã! A segunda é chamar a atenção de algumas personalidades portuguesas sobre o seu papel ambíguo na prossecução de relações sãs entre as antigas colónias. Haja o que houver, é importante agir em função das políticas correctas no lugar de fazer um paternalismo que, na primeira oportunidade, descarta. A consequência disso é mais grave na medida em que, aí sim, serão os 120 mil portugueses que se sujeitarão à vingança de quem for a perder. Serão os oito mil empresários cujos negócios serão bloqueados como consequência de não cumprimento de algo que, à partida, estava claro que seria difícil conseguir. Portugal deve desenvolver as relações com os países em estrito respeito às convenções internacionais e a demais legislação. Portugal não deve afi rmar que esteja "disposto a tudo para salvaguardar relações com Angola", mesmo sabendo que se trata de uma promessa difícil de cumprir. A terminar, Portugal deve ter o sentido de autoestima mesmo considerando a fase em que atravessa, porque, parafraseando a mãe do meu colega Baptista, “quanto mais baixar as calças mais se vê o que pretende proteger". Portugal não deve ser moleque de Angola, embora assim o desejasse! REFLEXÃO, de Adelino Buque, no jornal Correio da Manhã, de Maputo, de 26 de Novembro 2012

23.11.12

Uganda : Pena de morte por homosexualidade?

In hours, Uganda could pass a law that could impose the death penalty for homosexuality. An international outcry shelved this bill last year -- we urgently need to ramp up the pressure to press President Museveni to stand up for human rights and stop this brutal law. Sign below, and tell everyone: The Ugandan Parliament is set to pass a brutal law that could carry the death penalty for homosexuality. If they do, thousands of Ugandans could face execution -- just for being gay. We've helped stop this bill before, and we can do it again. After a massive global outcry last year, Ugandan President Museveni blocked the bill's progress. But political unrest is mounting in Uganda, and religious extremists in Parliament are hoping confusion and violence in the streets will distract the international community from a second push to pass this hate-filled law. We can show them that the world is still watching. We have no time to lose. Let’s get one million voices against Uganda's gay death penalty in the next 24 hours -- we'll deliver it to Uganda's leaders and key countries. Click here to take action, then forward this email to everyone: http://www.avaaz.org/en/uganda_stop_gay_death_law/?bFXXgbb&v=19438 Being gay in Uganda is already dangerous and terrifying. LGBT Ugandans are regularly harassed and beaten, and just last year gay rights activist David Kato (pictured above) was brutally murdered in his own home. Now they are threatened by this draconian law which could impose life imprisonment for people convicted of same-sex relations, and the death penalty for “serial offenders”. Even NGOs working to prevent the spread of HIV can be imprisoned for “promoting homosexuality” under this hate-filled law.

20.11.12

É ético pagar o débito?

Roma, martedì 20 novembre 2012 Padre Alex Zanotelli, comboniano, riflette sulla situazione economico-finanziaria attuale dell’Italia e dell’Europa e valuta che ormai “la democrazia è cancellata” e che “siamo in piena dittatura delle banche”. Per risalire la china, P. Zanotelli suggerisce “un piano serio e efficace”. Afferma: “Da parte mia rifiuto di accettare un Sistema di Apartheid mondiale dove il 20% della popolazione mondiale consuma l’80% delle risorse: un pianeta con un miliardo di obesi tra i ricchi, e un miliardo di affamati tra gli impoveriti, e dove ogni minuto si spendono tre milioni di dollari in armamenti e nello stesso minuto muoiono di fame quindici bambini”. Contro la dittatura della finanza E’ ETICO PAGARE IL DEBITO? Ho riflettuto a lungo come cristiano e come missionario, nonché come cittadino, sulla crisi economico-finanziaria che stiamo attraversando, e sono riandato alla riflessione che noi missionari avevamo fatto sul debito dei paesi impoveriti del Sud. Per noi i debiti del Sud del mondo erano ‘odiosi’ e ‘illegittimi’ perché contratti da regimi dittatoriali per l’acquisto di armi o per progetti faraonici, non certo a favore della gente. E quindi non si dovevano pagare! “E’ immorale per noi paesi impoveriti pagare il debito,” – così affermava Nyerere, il ‘padre della patria’ della Tanzania, in una conferenza che ho ascoltato nel 1989 a Nairobi (Kenya). “Quel debito – spiegava Nyerere – non lo pagava il governo della Tanzania, ma il popolo tanzaniano con mancanza di scuole e ospedali”. La nota economista inglese N. Hertz nel suo studio Pianeta in debito, affermava che buona parte del debito del Sud del mondo era illegittimo e odioso. Perché abbiamo ora paura di applicare gli stessi parametri al debito della Grecia o dell’Italia? Nel 1980, il debito pubblico italiano era di 114 miliardi di euro, nel 1996 era salito a 1.150 miliardi di euro ed oggi a quasi duemila miliardi di euro. “Dal 1980 ad oggi gli interessi sul debito – afferma F. Gesualdi – hanno richiesto un esborso in interesse pari a 2.141 miliardi di euro!” Lo stesso è avvenuto nel Sud del mondo. Dal 1999 al 2004 i paesi del Sud hanno rimborsato in media 81 miliardi di dollari in più di quanto non ne avessero ricevuto sotto forma di nuovi prestiti. E’ la finanziarizzazione dell’economia che ha creato quella ‘bolla finanziaria’ dell’ attuale crisi. Una crisi scoppiata nel 2007/08 negli USA con il fallimento delle grandi banche, dalla Goldman Sachs alla Lehman Brothers, e poi si è diffusa in Europa attraverso le banche tedesche che ne sono state i veri agenti, imponendola a paesi come l’Irlanda, la Grecia… “Quello che è successo dal 2008 ad oggi – ha scritto l’economista americano James Galbraith – è la più gigantesca truffa della storia”. Purtroppo la colpa di questa truffa delle banche è stata addossata al debito pubblico dei governi allo scopo di imporci politiche di austerità e conseguente svendita del patrimonio pubblico. Queste politiche sono state imposte all’Unione Europea dal ‘Fiscal Compact’ o Patto Fiscale, firmato il 2 marzo 2012 da 25 dei 27 capi di Stato della UE. Con il ‘Fiscal Compact’ si rendono permanenti i piani di austerità che mirano a tagliare salari, stipendi, pensioni, a intaccare il diritto al lavoro, a privatizzare i beni comuni. Per di più impone il pareggio in bilancio negli ordinamenti nazionali. I governi nazionali dovranno così attuare, nelle politiche di bilancio, le decisioni del Consiglio Europeo, della Commissione Europea e soprattutto della Banca Centrale Europea (BCE) che diventa così il vero potere ‘politico’ della UE. Il potere passa così nelle mani delle banche e dei mercati. La democrazia è cancellata. L’ha affermato la stessa Merkel: “La democrazia deve essere in accordo con il mercato”. Siamo in piena dittatura delle banche. E’ il potere finanziario che ha imposto come presidente della BCE, Mario Draghi, già vicepresidente della Goldman Sachs, (fallita nel 2008!) e a capo del governo italiano Mario Monti, consulente della Goldman Sachs e Coca-Cola, nonché membro nei consigli di amministrazione di Generali e Fiat. (Monti fa parte anche della Trilaterale e del Club Bilderberg). Nel governo Monti poi molti dei ministri siedono nei consigli di amministrazione dei principali gruppi di affari della Penisola: Passera, ministro dello Sviluppo Economico, è ad di Intesa San Paolo; Fornero, ministro del lavoro , è vicepresidente di Intesa San Paolo; F. Profumo, ministro dell’istruzione è amministratore di Unicredit Private Bank e di Telecom Italia; P. Gnudi, ministro del Turismo, è amministratore di Unicredit Group; Piero Giarda, incaricato dei Rapporti con il Parlamento, è vicedirettore del Banco Popolare e amministratore di Pirelli. Altro che ‘governo tecnico’: è la dittatura della finanza! Infatti sotto la spinta di questo governo delle banche, il Parlamento italiano ha votato il ‘Patto Fiscale’, il Trattato UE che impone di ridurre il debito pubblico al 60% del PIL in vent’anni. Così dal 2013 al 2032, i governi italiani, di destra o sinistra che siano, dovranno fare manovre economiche di 47-48 miliardi di euro all’anno, per ripagare il debito. “Noi italiani siamo polli in una macchina infernale – commenta giustamente F.Gesualdi – messa a punto dall’oligarchia finanziaria per derubarci dei nostri soldi con la complicità della politica”. E ancora più incredibile è il fatto che sia stato proprio il Parlamento, massima istituzione della democrazia, a mettere il sigillo “a una interpretazione del tutto errata della crisi finanziaria, ponendola nell’eccesso di spesa dello Stato, soprattutto della spesa sociale – così pensa L. Gallino. La crisi, nata dalle banche, è stata mascherata da crisi del debito pubblico”. Il problema non è il debito pubblico (anche se bisogna riflettere per capire perché siamo arrivati a tali cifre!), ma il salvataggio delle banche europee che ci è costato almeno 4mila miliardi di dollari, a detta dello stesso presidente della UE, Barroso (Sembra che il salvataggio delle ‘banche americane’ fatto da Obama sia costato su 14mila miliardi di dollari!). E’ chiaro che non possiamo accettare né il Patto fiscale della UE, né la sua ratifica fatta dal Parlamento italiano ,né la modifica costituzionale dell’articolo 81, perché a pagarne le spese sarà il popolo italiano. C’è in Europa una nazione che ha scelto un’altra strada: l’Islanda. La nostra stampa non ne parla. L’Islanda piuttosto che salvare le banche (non avrebbe neanche potuto farlo, dato che i suoi debiti si erano gonfiati fino a dieci volte del suo PIL!), ha garantito i depositi bancari della gente ed ha lasciato il suo sistema bancario fallire, lasciando l’onere ai creditori del settore piuttosto che ai contribuenti. E la tutela del sistema di welfare, come scudo contro la miseria per i disoccupati, ha contribuito a riportare la nazione dal collasso economico verso la guarigione. E’ vero che l’Islanda è un piccolo paese ma può aiutarci a trovare una strada per tentare di uscire dalla dittatura delle banche . Per questo suggeriamo alcune piste per una seria riflessione e conseguente azione: 1.Richiesta di una moratoria per il pagamento del debito pubblico; 2.Indagine popolare (audit) sulla formazione del nostro debito pubblico allo scopo di annullare la parte illegittima, rifiutando di pagare i debiti ‘odiosi’ o ‘illegittimi’, come ha fatto l’Ecuador di R. Correa nel 2007; 3.Sospensione dei piani di austerità che, oltre essere ingiusti, fanno aumentare la crisi; 4.Divieto di transazioni finanziarie con i paradisi fiscali e lotta alla massiccia evasione fiscale delle grandi imprese e degli straricchi; 5.Messa al bando dei ‘pacchetti tossici’ e della speculazione finanziaria sul cibo; 6.Divisione delle banche ‘troppo grandi per fallire’ in entità più controllabili, imponendo una chiara distinzione tra banche commerciali e banche di investimento; 7.Apertura di banche di credito totalmente pubbliche; 8.Imposizione di una tassa sulle transazioni finanziarie per la ‘tracciabilità’ dei trasferimenti e un’altra sui grandi patrimoni; 9.Rifondazione della BCE riportandola sotto controllo politico (democratizzazione), consentendole di effettuare prestiti direttamente ai governi europei a tassi di interesse molto bassi. Sono solo dei suggerimenti per preparare un piano serio ed efficace per uscire dalla dittatura delle banche. Per chi è interessato alle campagne in atto per un’altra uscita dal debito, consulti: smonta il debito, www.cnms.it; rivolta il debito, www.rivoltaildebito.it; no debito, www.nodebito.it. Se ci impegniamo, partendo dal basso e mettendoci in rete, a livello italiano ed europeo, il nuovo può fiorire anche nel vecchio Continente. Da parte mia rifiuto di accettare un Sistema di Apartheid mondiale dove il 20% della popolazione mondiale consuma l’80% delle risorse: un pianeta con un miliardo di obesi tra i ricchi, e un miliardo di affamati tra gli impoveriti, e dove ogni minuto si spendono tre milioni di dollari in armamenti e nello stesso minuto muoiono per fame la morte di quindici bambini. Il mercato, la dittatura della finanza si trasformano allora “in armi di distruzione di massa”, dice giustamente J. Stiglitz, premio Nobel dell’economia. “Il potere economico-finanziario lascia morire – afferma F. Hinkelammert – e il potere politico esegue… Entrambi sono assassini.” Diamoci da fare perché vinca invece la vita! Alex Zanotelli Napoli, 18 novembre 2012

Bissau: situação tem continuado a agravar-se

World Politics Review Global Insider: ECOWAS Mission in Guinea-Bissau Shows Little Success At a summit meeting earlier this month, leaders from the Economic Community of West African States (ECOWAS) extended the mandate of a small peacekeeping force in Guinea-Bissau that was put in place after a coup in the West African state in April. In an email interview, Lars Rudebeck, a professor emeritus of political science at Upsalla University in Sweden, discussed ECOWAS’ mission in Guinea-Bissau. WPR: What is the composition of the ECOWAS force in Guinea-Bissau, and what are its goals? Lars Rudebeck: The force is made up of around 600 soldiers from Burkina Faso, Senegal and Togo, according to ECOWAS. It was initially deployed in May 2012 for six months. At the ECOWAS summit meeting in Abuja, Nigeria, earlier this month, the decision was made to extend the mandate for the force for another six months. It is reported that Nigerian troops will now be substituting for some of the others. The ECOWAS force was deployed after a roughly equally large Angolan force was obliged to leave after the military coup on April 12, 2012. The Angolan soldiers had arrived in March 2011 on invitation by the legal government that was overthrown by the coup. They had all left by early June 2012. The official reason for the presence of the ECOWAS force is to support and help pave the way for peaceful transition/return to constitutional democracy, after the electoral process was interrupted in April between the first and second rounds of the presidential election then underway. Underlying this are interests in control -- West African, particularly Senegalese and Nigerian, as opposed to Angolan -- and a measure of stability. WPR: How effective has the mission been? Rudebeck: The short answer is that, so far, the mission has not been effective at all. Overall the political, economic and social situation seems to have continued to deteriorate since the coup. The following are a few indications: - Frequently closed banks, which cause great difficulties for, among others, farmers attempting to market their cashew harvest, due to lack of buyers' access to cash. This in turn is serious both for the farming population, the great majority in Guinea-Bissau, and for the national economy -- cashew exports are almost the sole source of foreign currency besides foreign aid, which is also dwindling. - Frequently closed schools, due to teachers striking over unpaid wages. - Difficult access to all kinds of oil-based fuels. - Rising unemployment in urban centers. - No apparent end in sight to Guinea-Bissau's role as a significant hub in drug trafficking between Latin America, especially Colombia, and Europe. - The sacking in early August 2012 of the director of the independent social science research institute INEP, who had come out openly in May in support of an immediate return to constitutional democracy. - An armed attack on a military base near Bissau, the capital city, on Oct. 21, in which six assailants and one guard were killed. The leader of the assault, an army captain, was caught and is now being held in jail. - The severe beating of two leading representatives of the democratic opposition outside Bissau on Oct. 23. They were then dumped in the countryside. WPR: How does the mission in Bissau reflect on ECOWAS' larger role as a conflict manager in West Africa? Rudebeck: To date, it does not reflect very positively, judging from the lack of success. Still, the fact that ECOWAS intervened at all probably looks better, so far, than if it had simply remained passive. In the longer run, however, it is an increasingly serious problem for ECOWAS that the entire "international community," with ECOWAS as the sole significant exception, refuses to accord any legitimacy at all to the coup government ECOWAS itself is cooperating with.

18.11.12

Bissau: Congresso do PRS em Dezembro

Bissau, 14 nov (Lusa) - O presidente do Partido da Renovação Social (PRS) e de novo candidato à liderança do segundo maior partido da Guiné-Bissau, considerou hoje que "vai ser fácil" ganhar o congresso partidário e as próximas eleições guineenses. Kumba Ialá falava aos jornalistas após ter apresentado a candidatura a presidente do PRS no congresso marcado para dezembro, liderança que vai disputar com outros quatro candidatos. Cinco candidatos, disse, demonstra "a dinâmica democrática do PRS" e demonstra que dentro do partido "há democracia interna". Ainda assim garantiu não ter adversários à sua altura. Kumba Ialá disse que o mesmo se passa a nível do país, onde considera que o PRS não tem adversários. "O único adversário que tínhamos no passado era o general Nino Vieira, através do seu prestígio de guerrilheiro e de chefe de Estado", afirmou. "Neste momento, do ponto de vista político, não tenho nenhum adversário capaz de me resistir, porque tive o privilégio de aprender a democracia em Portugal, enquanto estudante de liceu e universitário, assistindo aos debates de grandes políticos portugueses, como Mário Soares, Álvaro Cunhal, Sá Carneiro e outros, e que me permitiu aprender a democracia e o diálogo democrático", adiantou. Questionado sobre se considera haver condições para que as próximas eleições na Guiné-Bissau se realizem em abril Kumba Ialá afirmou estar pronto mas referiu que a realização das eleições "depende de quem esteja a dirigir o país", tal como a viabilidade da Assembleia Nacional (até agora inoperacional) depende dos deputados. "Quem está a criar fricções é o PAIGC, nós temos 28 deputados, não podemos criar problemas", disse, referindo-se ao Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde, o maior partido da Guiné-Bissau. Ainda de acordo com o candidato que aposta na reeleição "quem cria dificuldades no país é o PAIGC" e é desse partido que depende que a democracia "funcione a cem por cento" na Guiné-Bissau. Nas próximas eleições, disse, "o PRS vai passear para entrar no poder", porque "o PAIGC está quebrado". Kumba Ialá, além do tradicional barrete vermelho, apareceu com indumentária tradicional entre vivas ao partido e gritos de "vitória". "Apareci tal como 99 por cento da população, apareci tal como o meu povo", justificou. O congresso do PRS realiza-se de 11 a 14 de dezembro. Em abril do próximo ano deverá haver eleições, depois de um ano de transição, na sequência de um golpe de Estado em abril passado que derrubou o poder eleito.

Bissau: Kumba, senhor dos balantas

BISSAU — Koumba Yala Kobdé Nhanca, ancien chef d’Etat de Guinée-Bissau et dirigeant du Parti de la Rénovation social (PRS), s’est déclaré candidat à sa propre succession à la tête de ce parti, qui tiendra son congrès en décembre prochain. “Je n’ai pas d’adversaire politique au PRS et je suis persuadé que je serai à nouveau reconduit au poste de président du parti que j’occupe depuis sa création en 1991″, a-t-il affirmé ce jeudi après avoir déposé sa candidature au siège de sont parti pour sa propre succession. Outre Koumba Yala, quatre candidats peu connus sont en lice pour diriger le PRS qui est, avec 28 députés sur 100 au parlement bissau-guinéen le deuxième parti politique du pays derrière le PAIGC (67 députés). Koumba Yala a dirigé la Guinée-Bissau de 2000 à 2003 avant d’être écarté du pouvoir par un coup d’Etat militaire. Parti à forte connotation ethnique, avec environ 95% de Balantes (ethnie majoritaire de Bissau avec 25% de la population), le PRS est soutenu par les hauts officiers de l’armée, dont le général Antonio Injai, chef d’état-major des armées. © Copyright Xinhuanet

Moçambique: gás natural na bacia do Rovuma

As empresas ENI East Africa Mozambique e Anadarko Moçambique descobriram mais reservas de gás natural em águas profundas da bacia do Rovuma, em resultado de furos efectuados em Fevereiro e Abril, informou há tempos em Maputo o Instituto Nacional de Petróleos (INP) de Moçambique. Citado pelo matutino Notícias, de Maputo, o comunicado do INP informa que no caso da ENI East Africa Mozambique a descoberta foi estimada entre 7 biliões e 10 biliões de pés cúbicos em resultado do furo Coral, efectuado em Fevereiro na Área 4 da bacia do Rovuma. Com esta descoberta, as reservas de gás natural da subsidiária moçambicana do grupo italiano ENI elevam-se a 47/52 biliões de pés cúbicos. Por seu turno, a descoberta da Anadarko Moçambique foi feita na Área 1 da bacia do Rovuma, na sequência do furo Golfinho, efectuado a partir de 12 de Abril, situando-se as reservas encontradas entre sete biliões e vinte biliões de pés cúbicos. Até à data, o volume de gás natural anunciado pela Anadarko aproxima-se de 50 biliões de pés cúbicos. ---- Já há um bom quarto de século se falava das boas potencialidades do Triângulo de Quionga, uma porção de terra que no princípio do século XX a Alemanha chegou a ocupar na margem direita do Rio Rovuma, tendo os portugueses sido capazes de a tirar de lá, para que a zona de Quionga ficasse efectivamente a ser território moçambicano. Ainda hoje, por exemplo, se pode encontrar em Lisboa uma Rua Heróis de Quionga, a recordar os tempos em que Portugal era capaz de fazer frente às pretensões alemãs.

16.11.12

Mujica - um Presidente como há poucos

It's a common grumble that politicians' lifestyles are far removed from those of their electorate. Not so in Uruguay. Meet the president - who lives on a ramshackle farm and gives away most of his pay. Laundry is strung outside the house. The water comes from a well in a yard, overgrown with weeds. Only two police officers and Manuela, a three-legged dog, keep watch outside. This is the residence of the president of Uruguay, Jose Mujica, whose lifestyle clearly differs sharply from that of most other world leaders. President Mujica has shunned the luxurious house that the Uruguayan state provides for its leaders and opted to stay at his wife's farmhouse, off a dirt road outside the capital, Montevideo. The president and his wife work the land themselves, growing flowers. This austere lifestyle - and the fact that Mujica donates about 90% of his monthly salary, equivalent to $12,000 (£7,500), to charity - has led him to be labelled the poorest president in the world. BBC

14.11.12

Bissau: alerta máximo

O porta-voz do governo transitório da Guiné-Bissau, Fernando Vaz, revelou ontem (13) que todas as forças de defesa e segurança nacional estão em alerta máximo, e prontas a agir para salvarguadar a integridade territorial. Fernando Vaz afirmou que o governo de transição já organizou forças no leste e sul do país, a fim de aumentar a capacidade para defender a integridade territorial, caso for necessário. De acordo com as informações, as "tropas mercenárias no país" estão a preparar uma intervenção militar para trazer de volta ao poder o primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior. No dia 12 de Abril deste ano, os soldados da Guiné-Bissau desencadearam um golpe de Estado em que alguns alto funcionários foram detidos e presos. Posteriormente, segundo os requisitos da comunidade internacional, Carlos Gomes Júnior foi libertado e se refugiou para Portugal. Tradução:Guo Hao Revisão:João Pimenta CHINA RADIO INTERNATIONAL

12.11.12

O Sacro Império Euro-Germânico

Estará a UE a transformar-se num império governado pela Alemanha? Para o sociólogo alemão Ulrich Beck, devíamos aproveitar este receio generalizado e muito debatido, para estabelecer uma nova organização da União, com base numa verdadeira comunidade de cidadãos. Excertos. Ulrich Beck A Europa já antes realizou um milagre: inimigos passaram a bons vizinhos. À luz da crise do euro, temos uma vez mais de enfrentar a questão crucial: como pode a Europa garantir paz, liberdade e segurança aos seus cidadãos, no meio das tempestades arriscadas que assolam o mundo globalizado? Isto apela para nada menos que um segundo milagre: como pode a Europa da burocracia tornar-se uma Europa dos cidadãos? Era uma vez… Depois de a dívida grega ter sido reduzida, as pessoas começaram a respirar e a ter esperança: a Europa tinha sobrevivido e estava mesmo suficientemente forte e ágil para superar os seus problemas. Então, o primeiro-ministro grego, George Papandreu, anunciou que queria colocar a questão fatídica ao povo grego num referendo. De repente, veio à tona uma realidade oculta e invertida. Na Europa, tão orgulhosa da sua democracia, alguém que pratique a democracia torna-se uma ameaça para a Europa! Papandreu foi forçado a cancelar o referendo democrático. Embora ainda há pouco tempo contássemos, para citar o poeta alemão Hölderlin, que "onde há perigo, cresce também a salvação", está agora a aparecer no horizonte uma contrarrealidade nova: onde há salvação, cresce também o perigo. De imediato, insinuou-se na cabeça das pessoas uma questão nervosa: as medidas tomadas para salvar o euro estarão a acabar com a democracia europeia? Será que a UE "resgatada" está a deixar de ser uma União Europeia, tal como a conhecemos, e a tornar-se um IE, um Império Europeu com selo alemão? Esta crise interminável estará a parir um monstro político? Não há muito, era comum falar-se em termos depreciativos sobre a dissonância dentro da União Europeia. Agora, de repente, a Europa tem um único telefone: toca em Berlim e, de momento, pertence a Angela Merkel. Derrubar os Potemkin erguidos por países devedores Alguns alemães acreditam que o seu modelo exerce uma atração magnética sobre os povos da Europa: os europeus estão a aprender alemão, dizem. Mas seria mais realista perguntar: qual é a base do poder em execução? Angela Merkel ditou que o preço de dívidas sem restrições é a perda de soberania. Esse futuro que ganha forma no laboratório da recuperação do euro como um efeito colateral intencional assemelha-se – hesito em dizê-lo – a uma variante europeia tardia da União Soviética. Uma economia centralizada já não significa elaborar planos quinquenais para a produção de bens e serviços, mas planos quinquenais para a redução da dívida. O poder executivo tem vindo a ser colocado nas mãos de "comissários", autorizados por "direitos de acesso direto" (Angela Merkel) a não hesitar em derrubar os Potemkin erguidos por famigerados países devedores. Todos sabemos como a URSS acabou. Mas haverá alguma oportunidade no meio da crise? O antigo Presidente norte-americano John F. Kennedy em tempos surpreendeu o mundo com a sua ideia de criar um corpo de paz. Por analogia, a neo-europeia Angela Merkel devia atrever-se a surpreender o mundo com a perceção e iniciativa de que a crise do euro não é apenas uma questão de economia, mas do início da europeização da Europa a partir de baixo, de diversidade e autodeterminação, de um espaço político e cultural em que os cidadãos não se confrontam uns aos outros como inimigos privados de direitos e sugados até à medula. Crie-se a Europa dos cidadãos, já! A liberdade precisa de um terceiro pilar O Estado de Direito e o mercado não são suficientes. A liberdade precisa de um terceiro pilar, para se tornar segura: é ele a sociedade civil europeia. Em termos mais concretos, há que construir a Europa e a atividade cívica europeia. Tal prática cívica autónoma, com a concessão de financiamento básico aos jovens desempregados da Europa, iria, sem dúvida, custar muito dinheiro, mas representaria apenas uma fração dos zeros que foram e vão continuar a ser, provavelmente, engolidos pela recuperação dos bancos. Não devemos ter medo da democracia direta. Sem oportunidades transnacionais para intervenções de baixo para cima, sem referendos europeus sobre os temas europeus que fazem tremer o navio oceânico Europa, a empresa irá falhar no seu conjunto. Porque não fazer eleger diretamente o presidente da Comissão Europeia por todos os cidadãos europeus no mesmo dia, tornando-os, assim, pela primeira vez, europeus no sentido estrito? Também podia fazer sentido nomear uma nova assembleia constituinte, que, desta vez, conferisse legitimação democrática a uma outra Europa – chamemos-lhe "Comunidade Europeia de Democracias". Isso seria apenas um começo, não a resposta para a crise europeia. Temos que falar da Europa do citoyen, do citizen, do burgermaatschappij, do ciudadano, do obywatel, etc., dados os antagonismos escondidos na fórmula unificadora "Europa dos cidadãos". Como é possível uma democracia europeia sem desautorizar os parlamentos nacionais? Supondo que se reconhece que a aplicação de direitos democráticos envolve e requer muitas vias, pode a autoridade democrática de uma Europa cosmopolita ser acompanhada por um reforço das democracias nacionais nos Estados-membros? A resposta passa por essa nova Europa não seguir o modelo alemão de euro nacionalismo, mas o de uma emergente Comunidade Europeia de Democracias. E a partilha de soberania tornar-se um multiplicador de poder e democracia. – The Guardian Dezembro 2011

9.11.12

Bissau: a morte dos mares da Guiné

Greenpeace calls on the Senegalese government to immediately investigate the causes of the death of animal species within its waters, which have occurred in the past few weeks. This follows a research by Greenpeace team that confirmed local fishermen’s reports of deaths of fish, marine mammals and sea turtles on many beaches across the country. According to several reports, this phenomenon emerged in early September and is affecting the entire coastline of Senegal from the Casamance up to Kayar. To date, Greenpeace has documented the death of two whales (on September 14th and 22nd respectively at Kayar and Rufisque), two turtles (October 3rd at Yoff) and an impressive amount of fish (during October in the south of the country). “This worrying and unusual situation in Senegalese waters needs to be addressed with urgent concerted action by the Ministries of Ecology and Sustainable Development, Energy and Mining, Fisheries and Maritime Affairs as well as the fishing communities by identifying its causes in order to preserve fisheries already badly affected by overfishing, " said Ahmed Diamé, Greenpeace Africa’s Oceans campaigner. According to Greenpeace’s investigations, these observations coincided with the start of oil exploration activities, in the south along the border between Senegal and Guinea-Bissau by the petroleum company, ORYX. “At this point, no direct link has been established between these incidents. However, some technologies such as seismic method, used in this kind of exploration are known for their very harmful impacts on the echolocation systems of marine mammals,” continued Diamé.

Bissau: uma chamada de atenção para o desastre

Estamos lançando mão da via eletrônica na certeza de que não é mais possível ficar indiferente ao atual estado de desestruturação a que chegou esse pedaço da terra africana que tão gloriosamente conquistou sua independência do jugo colonial, a Guiné-Bissau de Amílcar Cabral. O país está a esvair-se em lutas partidárias, étnicas, narco-interesseiras. Neste ano de 2012, a Guiné-Bissau passou por sucessivos golpes militares e sua população, totalmente desamparada, está mergulhada no lamaçal do narcotráfico e submetida a um regime abusivo e ilegal. Pedimos a atenção de todos para os desastrosos acontecimentos que estão abalando a Guiné-Bissau, pequeno país da África Ocidental, quando, a 12 de abril do corrente ano, um golpe de estado interrompeu o processo eleitoral para a presidência da república, instalando-se um regime ilegal de excessão, um regime de repressão pelo medo e pela arbitrariedades. Recentemente, em 21 de outubro, deu-se outra tentativa de subverter a ordem, numa encenacao de contra-golpe, com vários mortos, prisões, torturas, sob a responsabilidade de parte dos militares (a cúpula militar) e dos civis do “governo de transição”. Tomamos uma tal iniciativa por nos sentirmos solidários e ligados por laços de amizade e respeito pela sorte da população guineense. Vivemos por alguns anos nesse país, trabalhando no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa (INEP) e nos recusamos a assistir inativos ao desmantelamento de uma nação. Somos ambos professores acadêmicos aposentados, autores de artigos e livros sobre a Guiné-Bissau. O livro mais recente é O desafio do escombro. Nação, identidades e pós-colonialismo na literatura da Guiné-Bissau. Rio de Janeiro: Garamond, 2007, 422 p. Pedimos a todos que repassem estas notícias, divulgando-as o mais possível. Alguns de vocês nada têm a ver com o assunto, mas leiam por favor até o fim. O "mundo" precisa pelo menos saber o que está acontecendo na Guiné-Bissau. O que desejamos com esta mensagem é o seguinte: Que se proceda ao retorno imediato à legalidade na Guiné-Bissau, com restauração plena da ordem constitucional e a destituição do governo de transição o qual não foi reconhecido pelas instâncias internacionais (ONU, União Africana, CPLP, entre outras). Que sejam tomadas providências concretas e enérgicas para combater o narcotráfico e evitar que o país continue a ser uma ponte direta entre a América Latina e a Europa para a distribuição e expansão da droga. Para além de outras análises que podem e devem ser feitas, importa reter dois fatores condicionantes e que têm ditado o desaire de todo um povo: – o conluio entre certas forças políticas e certas altas patentes militares – e o alastramento do narcotráfico em todo o país. O narcotráfico, cada vez mais intenso e determinante, é um importantíssimo fator que anula qualquer esforço para contrariar aqueles que detêm o poder. Eles detêm a força das armas, têm os meios financeiros e um amplo território que eles próprios são os únicos a controlar. O narcotráfico tomou conta do país, com perfídias de dinheiro fácil, corrupção, lavagem de dinheiro, assassinatos, prostituição, ladroagem, inimizades entre os que ganham com isso milhões e os que ganham milhões e meio. O povo, de fato a maioria arrasadora da população, nada ou quase nada tem a ver com tudo isso, mas sofre as consequências. A situação é degradante, o medo espalhou-se na Guiné-Bissau, reinam a vergonha, a humilhação, a repressão e a impotência. Esse probema não afeta somente a Guiné-Bissau e sua solução interessa e atinge os países dos diferentes continentes. A Guiné-Bissau tornou-se sobretudo uma plataforma para a distribuição e a expansão do narcotráfico na Europa – e não só. É urgente que a comunidade internacional interceda para acabar de uma vez por todas com essa inversão dos valores, essa impunidade e esse estado de vergonhosa ilegalidade! É urgente que políticos, jornalistas, escritores, artistas, intelectuais, jovens e velhos, mulheres e homens de todo o mundo tenham conhecimento do que está acontecendo na Guiné-Bissau e se solidarizem com o povo guineense! Guiné-Bissau desmaia ma i ka muri! A Guiné-Bissau cai, mas ela não morre! A crise atual fica mais clara com um rápido olhar sobre as principais etapas da recente história da Guiné-Bissau. Proclamação da independência em 1974, separando-se de Portugal depois de 11 anos de guerrilha. Seu primeiro presidente, Luis Cabral, foi deposto em 1980 por João Bernardo “Nino” Vieira que governou até 1999, quando foi deposto depois de uma guerra civil de onze meses de duração, desencadeada após a destituição pelo Presidente Nino do chefe do Estado Maior do Exército, General Ansumane Mané. O país passou então por diversos presidentes e diversas crises até que Nino Vieira retornou a Bissau, candidatou-se às eleições presidenciais, tendo sido eleito em julho de 2005. O nacrotráfico entrou na Guiné-Bissau, devido à posição geográfica e à fraqueza da ordem pública do país, ampliando cada vez mais sua ação, espalhando insegurança, corrupção, desestabilizando as forças políticas e militares. Indignação, protestos, desaprovação de muitos órgãos internacionais e consequentes isolamento e descrédito do país. Depois de muitas convulsões políticas, em 2008 deu-se a destituição do chefe do Estado Maior da Armada, almirante Bubo Na Tchuto e a 2 de janeiro de 2009, foi empossado o líder do PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde), Carlos Gomes Júnior, como primeiro ministro. A 1 de março de 2009, o chefe Estado-Maior General das Forças Armadas Tagmé Na Waié foi assassinado, seguindo, como revide, no dia seguinte, 2 de março, o assassinato do Presidente João Bernardo ”Nino” Vieira. Assumiu interinamente a chefia do governo o presidente da Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau, Raimundo Pereira. Em setembro do mesmo ano, Malam Bacai Sanha venceu as eleições presidenciais. Em janeiro de 2012, porém, depois de prolongada enfermidade, ele morre em Paris e novamente Raimundo Pereira, na função de presidente da Assembleia Nacional, assume o governo. Foi feita a convocação para novas eleições presidenciais, quando se apresentaram nove candidatos, tendo sido Carlos Gomes Júnior o mais votado, havendo, porém, a necessidade de um segundo turno que entretanto não aconteceu. A 12 de abril deste ano, um golpe de estado entre os dois turnos das presidenciais depôs e prendeu o primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior (candidato majoritário à presidência) e o Presidente da República interino Raimundo Pereira. Ambos encontram-se atualmente em Portugal. Todos os ministros, e outros cidadãos ocupando cargos de confiança, foram depostos, alguns deportados, outros auto-exilando-se. Desde então, o país está nas mãos de um "governo de transição", com o apoio e proteção de militares das mais altas patentes, a despeito da insatisfação ampla e crescente da população. A 21 de outubro, deram-se novas perturbações devido a um alegado contra-golpe militar, duramente abafado, e desde então reina uma atmosfera de amedrontamento, com perseguições e censura, prisões, espancamentos, torturas na Guiné-Bissau. Moema Parente Augel Marswidisstr.2 33611 Bielefeld Radicada na Alemanha, Moema é professora de Português e Cultura Brasileira e dedica-se há décadas à literatura afro-brasileira e à literatura guineense. Viveu na Guiné Bissau entre 1992 e 1998. Assina este texto juntamente com Johannes Augel

8.11.12

Discurso de Barack Obama

Hoy, más de 200 años después de que una antigua colonia se ganara el derecho a decidir su propio destino, la tarea de perfeccionar nuestra unión sigue adelante. Sigue adelante gracias a vosotros. Sigue adelante porque habéis reafirmado el espíritu que ha triunfado sobre la guerra y la depresión, el espíritu que ha levantado a este país desde la desesperación más profunda hasta las mayores esperanzas, la convicción de que, aunque cada uno de nosotros persigue sus sueños personales, somos la familia americana y asecendemos o caemos como una misma nación y un mismo pueblo. Esta noche, en esta elección, vosotros, el pueblo estadounidense, nos habéis recordado que, aunque nuestro camino ha sido duro, aunque nuestro recorrido ha sido largo, nos hemos levantado, hemos recuperado nuestro rumbo, y sabemos, desde el fondo de nuestros corazones, que, para los Estados Unidos de América, lo mejor está por llegar. Quiero dar las gracias a todos los estadounidenses que han participado en esta elección,a los que votaban por primera vez y a los que tuvieron que guardar cola durante mucho tiempo. Por cierto, eso es algo que tenemos que arreglar. A los que recorrieron las aceras y los que cogieron los teléfonos, a los que levantaron carteles de Obama y los que levantaron carteles de Romney, habéis hecho oír vuestras voces y habéis influido en los resultados. Acabo de hablar con el gobernador Romney y les he felicitado a él y a Paul Ryan por una campaña muy disputada. Hemos peleado de manera feroz, pero solo porque amamos profundamente a este país y nos preocupa muchísimo su futuro. Desde George y Lenore hasta su hijo Mitt, la familia Romney ha querido trabajar por Estados Unidos, dedicarse al servicio público, y ese es el legado que esta noche honramos y aplaudimos. En las próximas semanas, aspiro a reunirme con el gobernador Romney con el fin de hablar de lo que podemos hacer juntos para impulsar el país hacia adelante. Quiero dar las gracias a mi amigo y socio de estos cuatro años, el guerrero feliz de América, el mejor vicepresidente que jamás podría haber, Joe Biden. Y no sería el hombre que soy hoy sin la mujer que aceptó casarse conmigo hace 20 años. Lo voy a decir en público: Michelle, nunca te he querido tanto como en este momento. Me siento más orgulloso que nunca, viendo cómo se ha enamorado Estados Unidos de ti en tu papel de primera dama. Sasha y Malia, estáis convirtiéndoos ante nuestros ojos en dos jóvenes fuertes, listas y bellas, igual que vuestra madre. Estoy muy orgulloso de vosotras. Pero tengo que decir que, por ahora, un perro es suficiente. Gracias al mejor equipo de campaña y de voluntarios en la historia de la política. El mejor. El mejor de toda la historia. Algunos erais nuevos esta vez, y otros habéis estado a mi lado desde el principio. Pero todos sois mi familia. Hagáis lo que hagáis, vayáis donde vayáis, llevaréis con vosotros el recuerdo de la historia que hicimos juntos y tendréis durante toda la vida el agradecimiento de un presidente. Gracias por creer hasta el final, a través de cada colina y cada valle. Me habéis llevado sobre vuestros hombros todo el camino y siempre agradeceré todo lo que habéis hecho y vuestro increíble esfuerzo. Sé que las campañas políticas, en ocasiones, pueden parecer poco importantes, incluso tontas. Y son carne de cañón para los cínicos que dicen que la política no es más que un enfrentamiento de egos o un territorio que se disputan grupos de intereses. Pero, si habéis tenido la oportunidad de hablar con las personas que han acudido a nuestros mítines y han hecho cola en el gimnasio de un instituto, o si habéis visto a los voluntarios que trabajaban hasta altas horas de la noche en una oficina de campaña en algún rincón remoto, habréis descubierto otra cosa. Habréis oído la decisión en la voz de un joven organizador sobre el terreno que trabaja para pagarse la universidad y quiere garantizar que todos los jóvenes tengan la misma oportunidad. Habréis oído el orgullo en la voz de una voluntaria que iba puerta a puerta porque su hermano encontró trabajo, por fin, cuando la fábrica de automóviles local añadió otro turno. Habréis oído el hondo patriotismo en la voz de la esposa de un militar que se encargaba de los teléfonos por las noches para asegurarse de que ninguna persona que lucha por este país tenga que luchar jamás para tener empleo ni para tener un techo cuando vuelve a casa. Por eso hacemos todo esto. Eso es lo que puede ser la política. Por eso son importantes las elecciones. No son una cosa pequeña, son una cosa fundamental. Muy importante. En un país de 300 millones, la democracia puede ser ruidosa, caótica, complicada. Tenemos opiniones distintas. Cada uno tiene sus propias convicciones. Y cuando atravesamos tiempos difíciles, cuando tomamos grandes decisiones como país, es inevitable que se agiten las pasiones y surjan controversias. Eso no va a cambiar de la noche a la mañana, ni tiene por qué. Estos debates que tenemos son una seña de nuestra libertad. No podemos olvidar jamás que en estos instantes, mientras hablamos aquí, en países lejanos hay personas que están arriesgando sus vidas para tener la posibilidad de discutir sobre las cuestiones importantes, para tener la oportunidad de emitir su voto como hemos hecho hoy aquí. Sin embargo, a pesar de nuestras diferencias, la mayoría de nosotros comparte ciertas esperanzas para el futuro de Estados Unidos. Quermos que nuestros hijos crezcan en un país en el que tengan acceso a las mejores escuelas y los mejores profesores. Un país que esté a la altura de su legado como líder mundial en tecnología, descubrimiento e innovación, con todo el empleo de calidad y las nuevas empresas que se derivan de ellos. Queremos que nuestros hijos vivan en un país que no esté acosado por la deuda, que no esté debilitado por las desigualdades, que no esté amenazado por la capacidad destructiva de un planeta que se calienta. Queremos transmitir un país seguro, respetado y admirado en todo el mundo, una nación defendida por el ejército más poderoso de la tierra y las mejores tropas que ha conocido el mundo. Pero también un país que avance con confianza más allá de esta época de guerra para construir una paz basada en la promesa de libertad y dignidad para todos los seres humanos. Creemos en un Estados Unidos generoso, un Estados Unidos compasivo, un Estados Unidos tolerante, abierto a los sueños de una hija de inmigrantes que estudia en nuestras escuelas y jura fidelidad a nuestra bandera. Abierto a los sueños del chico de la parte sur de Chicago que ve que puede tener una vida más allá de la esquina más cercana. A los del hijo del ebanista de Carolina del Norte que quiere ser médico o científico, ingeniero o empresario, diplomático o incluso presidente; ese es el futuro al que aspiramos. Esa es la visión que compartimos. Esa es la dirección en la que debemos avanzar. Hacia allí debemos ir. Por supuesto, tenemos discrepancias, a veces feroces, sobre la forma de llegar. El progreso, como ocurre desde hace más de dos siglos, es irregular. No siempre es una línea recta. No siempre es un camino llano. Saber que tenemos unas esperanzas y unos sueños comunes no basta, por sí solo, para terminar con la paralización, resolver todos nuestros problemas ni sustituir al esfuerzo de construir un consenso y alcanzar los difíciles compromisos necesarios para impulsar el país. Pero ese vínculo común debe ser nuestro punto de partida. Nuestra economía está recuperándose. Está llegando a su fin una década de guerra. La larga campaña ha terminado. Y, tanto si me habéis dado vuestro voto como si no, os he escuchado, he aprendido cosas de vosotros, y habéis hecho que sea mejor presidente. Con vuestras historias y vuestras luchas, regreso a la Casa Blanca más decidido y más inspirado que nunca sobre la tarea que nos aguarda y el futuro que tenemos por delante. Esta noche habéis votado para que actuemos, no para que hagamos la política habitual. Nos habéis elegido para que nos centremos en vuestro trabajo, no en el nuestro. En los meses y semanas que vienen, estoy deseando colaborar con los líderes de los dos partidos para afrontar los retos que solo podemos superar si estamos unidos. Reducir el déficit. Reformar nuestro código tributario. Arreglar nuestro sistema de inmigración. Liberarnos del petróleo extranjero. Tenemos muchas más cosas que hacer. Pero eso no significa que vosotros hayáis terminado. El papel del ciudadano en nuestra democracia no acaba con el voto. Estados Unidos no se ha movido nunca en función de lo que otros pueden hacer por nosotros. Estados Unidos consiste en saber qué podemos hacer todos juntos, mediante una labor tan frustrante y difícil, pero necesaria, como es el autogobierno. Ese es el principio sobre el que se fundó nuestra nación. Este país tiene más riqueza que ningún otro, pero no es eso lo que nos hace ricos. Tenemos el ejército más poderoso de la historia, pero no es eso lo que nos hace fuertes. Nuestras universidades y nuestra cultura son la envidia del mundo entero, pero no es eso lo que hace que el mundo venga sin cesar hasta aquí. Lo que hace que Estados Unidos sea excepcional son los lazos que mantienen unida a la nación más variada del mundo. La convicción de que tenemos un destino común; de que este país solo funciona cuando aceptamos que tenemos ciertas obligaciones con nuestros conciudadanos y con las generaciones futuras. La libertad por la que tantos estadounidenses han luchado y han muerto acarrea responsabilidades además de derechos. Y entre esas responsabilidades están el amor, la generosidad, el deber y el patriotismo. Eso es lo que da a Estados Unidos su grandeza. Esta noche me siento esperanzado porque he visto ese espíritu en acción. Lo he visto en la empresa familiar cuyos dueños prefieren recortar sus ganancias antes que despedir a sus vecinos, y en los trabajadores que prefieren trabajar menos horas antes que ver que un amigo pierde su empleo. Lo he visto en los soldados que vuelven a alistarse después de perder una pierna y en los SEALs que suben por las escaleras e irrumpen en la oscuridad porque saben que tienen a un compañero guardándoles las espaldas. Lo he visto en las costas de Nueva Jersey y Nueva York, donde los líderes de todos los partidos y todas las instancias del Gobierno se olvidaron de sus diferencias para ayudar a una comunidad a reconstruir todo lo que una terrible tormenta había destruido. Y lo vi el otro día, en Mentor, Ohio, donde un padre contó la historia de su hija de ocho años, cuya larga batalla contra la leucemia habría arruinado a su familia si no hubiera sido por la reforma sanitaria aprobada solo unos meses antes de que la compañía de seguros estuviera a punto de dejar de pagarle los tratamientos. Tuve ocasión de hablar con su padre y de conocer a esa increíble niña. Y, cuando el padre contó su historia a la multitud que le escuchaba, todos los padres del público teníamos los ojos llenos de lágrimas, porque sabíamos que su hija podía una de las nuestras. Sé que todos los estadounidenses quieren que el futuro de esa niña sea tan brillante como el de sus hijos. Así somos nosotros. Ese es el país que tan orgulloso estoy de presidir. Y esta noche, a pesar de todas las dificultades que hemos padecido, a pesar de todas las frustraciones con Washington, tengo más esperanzas que nunca sobre nuestro futuro. Tengo más esperanzas que nunca sobre Estados Unidos. Y os pido que sostengáis esa esperanza. No hablo de tener un optimismo ciego, una esperanza que ignore la enormidad de las tareas que nos aguardan ni los osbtáculos que encontraremos por el camino. No hablo de un idealismo iluso que nos permita permanecer al margen ni eludir el combate. Siempre he creído que la esperanza es ese sentimiento tenaz en nuestro interior que insiste, a pesar de que todo indique lo contrario, en que el futuro nos reserva algo mejor, siempre que tengamos el valor de seguir intentándolo, seguir trabajando, seguir luchando. Creo que podemos continuar el progreso que ya hemos logrado y seguir esforzándonos para tener nuevos puestos de trabajo, nuevas oportunidades, una nueva seguridad para la clase media. Creo que podemos cumplir la promesa de nuestros fundadores, la idea de que, si una persona está dispuesta a trabajar duro, no importa de dónde venga ni qué aspecto tenga ni dónde ame. No importa que sea negro, blanco, hispano, asiático, indio americano, joven, viejo, pobre, rico, capacitado, discapacitado, gay o heterosexual; en Estados Unidos, si está dispuesto a esforzarse, puede conseguir lo que sea. Creo que podemos alcanzar juntos este futuro porque no estamos tan divididos como hace pensar nuestra política. No somos tan cínicos como dicen los expertos. Somos más que la suma de nuestras ambiciones individuales, y somos más que una colección de estados rojos y estados azules. Somos, y siempre seremos, los Estados Unidos de América. Y juntos, con vuestra ayuda y la gracia de Dios, continuaremos nuestro viaje y recordaremos al mundo por qué vivimos en la mejor nación de la tierra. Gracias, América... Dios os bendiga. Dios bendiga a Estados Unidos. Traducción de María Luisa Rodríguez Tapia http://internacional.elpais.com/internacional/2012/11/07 via Raúl F. Curvêlo

6.11.12

Bissau: o pior-narco-estado africano

A sizable increase in drug trafficking in this troubled country since the military took over has raised suspicions that the (interin) president’s sudden removal was what amounted to a cocaine coup. The military brass here has long been associated with drug trafficking, but the coup last spring means soldiers now control the drug racket and the country itself, turning Guinea-Bissau in the eyes of some international counternarcotics experts into a nation where illegal drugs are sanctioned at the top. “They are probably the worst narco-state that’s out there on the continent,” said a senior Drug Enforcement Administration official in Washington, who spoke on the condition of anonymity so as not to jeopardize his work in the region. “They are a major problem.” Since the April 12 coup, more small twin-engine planes than ever are making the 1,600-mile Atlantic crossing from Latin America to the edge of Africa’s western bulge, landing in Guinea-Bissau’s fields, uninhabited islands and remote estuaries. There they unload their cargos of cocaine for transshipment north, experts say. The fact that the army has put in place a figurehead government and that military officers continue to call the shots behind the scenes only intensifies the problem. The political instability continued as soldiers attacked an army barracks on Oct. 21, apparently in an attempt to topple the government. A dissident army captain was arrested on an offshore island on Oct. 27 and accused of being the organizer of the countercoup attempt. Two critics of the government were also assaulted and then left outside the capital. From April to July there were at least 20 landings in Guinea-Bissau of small planes that United Nations officials suspected were drug flights — traffic that could represent more than half the estimated annual cocaine volume for the region. The planes need to carry a one-and-a-half-ton cargo to make the trans-Atlantic trip viable, officials say. Europe, already the destination for about 50 tons of cocaine annually from West Africa, United Nations officials say, could be in for a far greater flood. Was the military coup itself a diversion for drug trafficking? Some experts point to signs that as the armed forces were seizing the presidency, taking over radio stations and arresting government officials, there was a flurry of drug activity on one of the islands of the Bijagós Archipelago, what amounted to a three-day offloading of suspicious sacks. That surreptitious activity appears to have been simply a prelude. “There has clearly been an increase in Guinea-Bissau in the last several months,” said Pierre Lapaque, head of the regional United Nations Office on Drugs and Crime for West and Central Africa. “We are seeing more and more drugs regularly arriving in this country.” Mr. Lapaque called the trafficking in Guinea-Bissau “a major worry” and an “open sore,” and, like others, suggested that it was no coincidence that trafficking had spiked since the coup. Joaquin Gonzalez-Ducay, the European Union ambassador in Bissau, said: “As a country it is controlled by those who formed the coup d’état. They can do what they want to do. Now they have free rein.” The senior D.E.A. official said, “People at the highest levels of the military are involved in the facilitation” of trafficking, and added: “In other African countries government officials are part of the problem. In Guinea-Bissau, it is the government itself that is the problem.” United Nations officials agree. “The coup was perpetrated by people totally embedded in the drugs business,” said one official, who spoke on the condition of anonymity because of the delicacy of the political environment here. The country’s former prosecutor general, Octávio Inocêncio Alves, said, “A lot of the traffickers have direct relationships with the military.” The civilian government and the military leadership that sits watchfully in its headquarters in an old Portuguese fort at the other end of town reject the United Nations drug accusations. “People say I’m a drug trafficker,” said Gen. Antonio Injai, the army chief of staff, raising his voice in an interview. “Anybody who has the proof, present it! We ask the international community to give us the means to fight drugs.” Mr. Gonzalez-Ducay, the ambassador, responded, “I can’t believe that the one who controls the drug trafficking is going to fight the drug trafficking.” Relaxed and wearing a colorful two-piece outfit and gold chains, General Injai sat under a giant kapok tree surrounded by uniformed aides. He laughed when asked whether he was the real power in Guinea-Bissau and blamed the deposed prime minister, Carlos Gomes Jr., for provoking the coup through his military alliance with Angola. In 2010, the United States government explicitly linked the country’s military to the drug trade: the Treasury Department declared as drug kingpins both the ex-chief of the navy, Rear Adm. Bubo Na Tchuto, and the air force chief of staff, Ibraima Papa Camara, and froze whatever assets they may have had in the United States. Now, however, American officials are making overtures to the transitional government, despite other Western embassies’ hands-off approach to protest the military’s continued meddling in politics. General Injai expressed appreciation for the American position, and called the United Nations special representative here a “bandito.” Russell Hanks, the American diplomat responsible for Guinea-Bissau, said: “You will only have an impact on this transition by engagement, not by isolation. These are the people who came in to pick up the pieces after the coup.” Mr. Hanks is based outside the country because the United States closed its embassy here during the civil war in 1998. Officials point to several indicators, besides the increase in plane flights, to show that Guinea-Bissau has become a major drug transit hub. They cite photographs of a recently well-cleared stretch of road in a remote rural area near the Senegal border, complete with turning space for small planes. The clearing was created under the supervision of military authorities, officials say. They also note mysterious absences of fuel at the tiny international airport in the capital, presumed stolen by traffickers. Four months before the coup, a plane, with the aid of uniformed soldiers, landed in a rural area in the center of the country, which is the size of Belgium, said João Biague, head of the judicial police. The landing took place not far from General Injai’s farm. Mr. Biague heads what is nominally the country’s antidrug agency, though he made it clear that he and his staff are largely powerless to practice any form of drug interdiction despite receiving frequent tips about small planes landing from abroad. “The traffickers know we can’t do much,” he said. The agency is so starved of funds that he does not have money to put gas in its few vehicles, Mr. Biague said. Paint is peeling on the outside of the judicial police’s two-story colonial building downtown, and mold blackens the ground-floor pilasters. It is allocated $85 a week from the country’s Justice Ministry. “The agents we have in the field want to give up because they have nothing to eat,” Mr. Biague said. In the last three years, there have been more than a half-dozen unsolved political assassinations here, including of the longtime president and the former army chief of staff, as well as at least two coup attempts, besides the successful coup. Nobody has been successfully prosecuted, though drugs were linked to many of them. Last month, the justice minister of the transitional government warned opposition politicians not to speak publicly of “cases that don’t concern them,” under threat of criminal penalty. This week, the repression appeared to tighten. General Injai threatened journalists with death if they asked questions about the assassination of the former president, and he warned that there would be many arrests as a result of the countercoup attempt. There is remarkably little public talk of the unsolved political killings or of the country’s relations with the drug business. There have been no demonstrations; no discussion in the Parliament, shut down since July; no news conferences. “A country that’s not capable of discussing its own problems — it’s not a country, it’s not a state,” said Mr. Alves, the former prosecutor general. THE NEW YORK TIMES

Cavaco: três anos de rumores sobre doença incapacitante

A doença de um cidadão anónimo é um assunto do seu foro pessoal e da sua família. Uma doença grave de um político eleito pelo povo para altas funções, é um assunto de Estado. É assim em todo o mundo e terá de ser também em Portugal. Recordemos o exemplo recente do presidente Mitterrand em França, em que à custa de omissões e falsidades do seu próprio médico, escondeu durante alguns anos dos franceses que tinha uma doença terminal. Agora quando se especula e se afirma em voz baixa, da boca para a orelha como o povo diz, que o Presidente Cavaco sofrerá já há muitos meses de uma doença grave que afecta e condiciona o seu cérebro, é mister que o próprio venha a terreiro esclarecer de uma forma clara e terminante a sua situação clínica. Vem isto a propósito de um comportamento político errático que o mesmo vem assumindo há vários meses, e já agora da sua alocução recente, em que procurou (não sei se conseguiu) esclarecer boatos e insinuações várias. Tem agora uma oportunidade de o fazer em relação à sua própria pessoa, para que os portugueses possam saber com o que podem contar para o futuro, sem boatos nem especulações, que só servem para minar a opinião pública e a própria credibilidade dos altos dignitários do Estado. publicado por Manuel de Cascais Cá para mim, como se costuma dizer, a sua "doença" terá mais a ver com a qualidade dos seus assessores e com os fins que os movem. No caso de Fernando Lima, é fácil deduzir-se que, na ânsia de defender o Presidente, saiu do Palácio com um dossiê debaixo do braço para entregar a um jornalista... e o resultado deu no que deu. Outros, escrevem-lhe "explicações" sobre escutas e foi o que se viu... Se o PR está doente, então a doença reflecte-se, antes de tudo, nas personagens que o rodeiam... Vítor de Portugal a 1 de Outubro de 2009 Infelizmente penso que CS está mesmo doente. É uma informação com base em fonte médica, que ouvi há perto de um ano. Dado o tipo de doença invocada, explica facilmente os receios de perseguição que estão em cima da mesa. Se fôr verdade, não será possível manter-se em funções. Deveria renunciar de imediato. Cruzei esta informação com vários amigos geralmente bem informados na praça, um da área do PS outro da área do PSD, e ambos confirmaram terem ouvido o mesmo de outros correspondentes. Então de que é que os jornalistas e o País estarão à espera para confrontar CS? Se fôr mentira é mister que o afirme o mais rapidamente possível, a bem da normalidade institucional. Manuel de Cascais a 2 de Outubro de 2009 às 00:04 Curiosamente, em conversa privada, tive também agora a informação que o Presidente sofre de Alzheimer. Será verdade, ou um mero boato? Vítor de Portugal a 2 de Outubro de 2009 às 15:36

4.11.12

Mauritânia: o Presidente convalesce em Paris

(AfriSCOOP) — Il n’est pas question de « parler de la vacance de l’institution de la présidence » en Mauritanie. C’est ce qu’a indiqué mercredi le président de l’Assemblée nationale mauritanienne, à l’issue d’un entretien téléphonique avec le chef de l’Etat en convalescence en France. Le président Mohamed Ould Abdel Aziz , qui est âgé de 55 ans, avait été hospitalisé en France le 14 octobre après avoir essuyé des coups de feu, selon la thèse officielle mauritanienne, tirés par des militaires de façon accidentelle sur son véhicule près de Nouakchott. Le président de l’Assemblée nationale, Messaoud Ould Boulkheir, cité par l’agence Xinhua, a indiqué avoir eu « un entretien téléphonique de 5 à 6 minutes avec le président de la République Mohamed Ould Abdel Aziz », pour s’enquérir de son état de santé « qui s’améliore de façon continue ». Le président Aziz est sorti de l’hospitalière militaire la semaine dernière. Mais ses médecins français lui ont conseillé, dimanche 28 octobre, de prolonger son séjour de convalescence dans la capitale française. Cette absence prolongée donne libre cours à des rumeurs des plus folles dans la capitale, certaines évoquant une vacance du pouvoir susceptible d’entraîner l’instauration d’une transition dans le pays. Jeudi soir lors d’un meeting à Nouakchott, la Coordination de l’opposition démocratique (COD), coalition d’une dizaine de partis, a appelé à l’instauration d’une période de transition suivie d’élections transparentes. « Il est nécessaire (de) combler le vide clairement constaté au sommet de l’Etat et dont les conséquences sont dangereuses pour le pays, le peuple et la gestion quotidienne de l’Etat », a déclaré le président de la COD, Saleh Ould Henenna, devant des milliers de personnes.

Líbia: a paz precária

TRIPOLI, Nov 4 (Reuters) - A gunbattle between two Libyan rival militias raged around a Tripoli security headquarters building on Sunday, highlighting the precariousness of peace in the capital more than a year after a popular armed revolt ousted Muammar Gaddafi. At least five people were wounded in the clash, and a bullet pierced into a nearby hospital, causing panic. Residents in the south Tripoli district of Sidi Khalifa said the fight erupted just after midnight on Sunday when two militia units authorised by the official Supreme Security Committee got into an argument over a detained member of one of the militias. "We called the police early in the morning to help us stop the shooting, but no one came," resident Khaled Mohamed told Reuters. A rocket-propelled grenade (RPG) was fired at the SSC base, damaging the building. The militia based in a post office building returned fire with another RPG. Gunfire rang through the neighbourhood as civilians were forced to block off the al-Zawiya street where the fighting raged, to prevent cars from driving into the battleground. Many civilians went home to get their own private arms. A bullet shot through the building caused panic at the nearby Tripoli Central Hospital, with doctors and nurses running for cover. Dr. Khaled Ben Nour said five casualties from the fighting had been brought in. "We have real patients with real needs. These rogue militias need to leave us in peace so we can do our jobs," Ben Nour said.

3.11.12

Bissau: o que diz o International Crisis Group

Guinea-Bissau took another dangerous turn on 12 April 2012, when the army arrested Prime Minister Carlos Gomes Júnior, who was about to be elected president. A military junta accused him of conspiring with Angola to curtail the military’s power and quickly installed transitional authorities, before officially stepping aside on 22 May. International condemnation was swift, but differences developed between the Economic Community of West African States (ECOWAS) and the Community of Portuguese Speaking Countries (CPLP). The former, pushed by Nigeria, Senegal, Côte d’Ivoire and Burkina Faso, supports a year’s transition, the latter, especially Portugal and Angola, immediate resumption of the presidential vote. Coup and transition may have opened a way for vital reforms, which must go beyond changes in the army and combating the drugs trade. But for that to happen, ECOWAS and CPLP must reach a consensus on working with international partners to mobilise resources for security, judicial and electoral reforms and refusing to validate Gomes Júnior’s illegal exclusion from political life. Crisis Group warned three months before the coup that two related factors posed significant risks for stability: the likely victory of the prime minister in the presidential election and the military presence in the country of his ally, Angola, including its part in security sector reform (SSR). Both caused the military (Forças Armadas da Guiné-Bissau, FAGB) to fear what might be in store for it under a Gomes Júnior presidency. The coup that suspended the constitutional order and broke off the second round of the presidential election (scheduled for 29 April) was not a mere reflex of an isolated minority of narco-military against a reformist civilian government. Rather, it demonstrated that the tense relations between civilian and military elites that have marred progress since independence in 1974 remain unresolved and that these in turn feed into broader grievances around issues of citizenship, entitlements, the rural/urban divide, regional inequalities and the mounting sense of historical marginalisation felt by the Balanta ethnic group that depends on its majority in the army to champion its cause. Controversy rages over the role opposition leaders may have played. Both Serifo Nhamadjo, a rival within Gomes Júnior’s Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) and political heir to the deceased president, Malam Bacai Sanhá, and Kumba Yalá, a former president whose Partido para a Renovação Social (PRS) is rooted in the Balanta community, have influence in the military. But the coup was also stimulated by the inability of the electoral process to deliver uncontroversial results. Nhamadjo and Yalá, as well as Henrique Rosa, a former transition president, rejected the March first round results, claiming registration flaws and voting fraud. The coup also confirmed that Gomes Júnior’s divisive style made him many enemies among politicians as well as soldiers. The legitimacy he gained by improving the lives of ordinary citizens was weakened by opposition accusations of nepotism and that he was implicated in not yet credibly investigated political killings in 2009. While he denied the accusations, many citizens put their lives on the line in his defence during the April 2010 military turmoil but failed to do so two years later. The events likewise raise questions about why international efforts to help the tiny, poor, aid-dependent country have so persistently failed to bring real change. After the European Union (EU) pulled out as a result of the April 2010 troubles, and in the absence of other major international patrons, Angola did much to produce stability, but it has not been able to stimulate transformation or build and maintain consensus at the national and international level on shaping the future. It allowed itself to become an object of suspicion in the country and locked in jurisdictional fights with some key ECOWAS member states, which weakened its credibility, acceptability and efficiency. Guinea-Bissau is unlikely to receive substantially more attention in the near future for several reasons: the international community’s preoccupation with other, much bloodier situations; the capacity of the transitional authorities to maintain domestic order so far and play the dialogue game; and the willingness of ECOWAS to engage with them. The CPLP’s tough stance – seeking a stabilisation force and completion of the presidential election – has encouraged Gomes Júnior and the PAIGC to refuse all compromise and made ECOWAS the military’s favourite with which to broker a deal. The regional organisation has obtained two significant concessions: preservation of the parliament and release from detention of Gomes Júnior, who left the country two weeks after the coup. The price has been ECOWAS support for a one-year transition, to end with new elections. Nhamadjo took over as transitional president, and Rui Duarte Barros, a PRS associate, became prime minister, formed a cabinet and presented his transition program on 21 July. ECOWAS deployed a 629-man strong police and army contingent (ECOWAS mission in Bissau, ECOMIB) to help with security sector reform, support the transition and facilitate the departure of the Angolan military mission, which was completed peacefully on 9 June. Transitional structures are now in place, and new elections have been set for April 2013. But the transition remains unsteady. The new authorities are a mix of technocrats and opposition politicians of varied stripes, and a new sharing of spoils is under way the impact of which on state capacity is yet unclear. THE PAIGC remains in control of the parliament and hostile to the transition authorities, while politicians backing the transition are trying to keep Gomes Júnior at bay through their accusations. The military has formally retreated from public life with the dissolution of the junta in May but remains influential. Factionalism persists within it, and rumours of a new coup circulate endlessly. The withdrawal of much international assistance and disruption of the cashew nut export sector herald rough times for the transition authorities. But though there are limits to the transition as engineered by ECOWAS, it is the only game in town at this point. The more radical demands Gomes Júnior and the PAIGC are making with encouragement from Angola and Portugal could make the transition a riskier exercise. Tempting as it may be for some to hold back in the not unrealistic hope it will collapse, it is more prudent to work through ECOWAS and in the present framework. In their quest for a negotiated settlement, ECOWAS and its key member states have allowed themselves to be perceived internationally as letting the junta get away with too much and doing away with elective democracy, all in order to neutralise Angolan influence. The bulk of the international community has nevertheless been pragmatic in accepting the regional organisation’s leadership – it is the player with the ear of the military and the transitional government – but uneasiness persists in diplomatic circles over its handling of the situation. This makes it difficult for the transitional government to gain international recognition and recover suspended aid, without which it will be hard to mobilise resources for a successful transition and necessary reforms. ECOWAS and several of its member countries have legitimate interests in Guinea-Bissau, as well as leverage over the new authorities. That leverage can and should be used to work out a peaceful solution. However, ECOWAS, which has put a good deal of its prestige on the line, should learn from Angola’s experience: it must not act in isolation from the rest of the international community and become party to the complex conflicts that have divided Guinea-Bissau. It should instead help the transitional government realise and then do what is needed to rebuild international good-will: demonstrate its sincerity about reform. There would be a much better chance for this to happen if especially ECOWAS and CPLP would put aside their turf wars and develop a common strategy. The CPLP and its member countries should show greater flexibility, and the African Union (AU) should help facilitate discussions between the two organisations. RECOMMENDATIONS On international coordination To the international partners of Guinea-Bissau, in particular CPLP and its member states: 1. Support the lead of ECOWAS, while helping it to establish clear benchmarks for progress on the transition roadmap that the transition authorities are to prepare; and tie renewal of international development assistance and investment to achievement of those benchmarks. To the African Union (AU): 2. Support, through the AU Special Representative in Bissau, efforts to achieve better coordination between international partners, particularly ECOWAS and CPLP. To ECOWAS and its member states, in particular Burkina Faso, Côte d’Ivoire, Nigeria and Senegal: 3. Elaborate, on the basis of consultations, particularly with CPLP and the transition authorities, a mandate for the ECOWAS mission in Bissau (ECOMIB) and seek UN Security Council approval of that mandate. On the transition To the transition authorities: 4. Elaborate, in line with the 21 July transition program and on the basis of consultations with the PAIGC majority in the assembly and with ECOWAS and other international partners, a detailed and inclusive transition roadmap that includes the following elements: a) election of a new speaker of the assembly and a partial reshuffle of the government to make room in the transitional institutions for the various groups within PAIGC; b) free, fair and transparent presidential and legislative elections no later than May 2013, and a guarantee that Carlos Gomes Júnior can participate; c) adequate resources and legal framework for the electoral commission (Commissão Nacional de Eleições, CNE) to revise the electoral roll and create a biometric electoral register; d) guarantees of full freedom for the media, public and private, including during the electoral campaign and beyond; e) renewal of open dialogue between the armed forces, civilian authorities and the general public over the position of the military in Guinean society; f) launch of security sector reform (SSR), beginning with the quick-start program for the Special Pension Fund, to which ECOWAS has pledged funding; g) replacement of informal, erratic and potentially criminal income arrangements within the armed forces (FAGB) by decent wages paid through a transparent biometric payment system; and h) request for an international commission of inquiry into the assassinations of key political and military figures not covered by the 2007 amnesty law. INTERNATIONAL CRISIS GROUP 17 de Agosto de 2012