29.5.07

Washington aumenta sanções ao regime sudanês

O Presidente George W. Bush reforçou ontem as sanções dos Estados Unidos ao Sudão e pediu apoio para novas pressões internacionais, apesar da nítida oposição da China e de o ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Bernard Kouchner, estar a procurar resolver por outra forma o problema da ajuda humanitária ao Darfur, a partir do Chade.
“O povo do Darfur pede auxílio e merece-o”, disse Bush na Casa Branca, depois de já há seis semanas ter ameaçado que se tornaria mais duro para com Cartum se não deixasse de se verificar o bombardeamento das populações do antigo sultanato do Darfur, que em 1916 perdeu a sua independência.
“A minha Administração tem chamado a estas acções um genocídio. O mundo tem a responsabilidade de ajudar a acabar com isto”, acrescentou o Presidente, que pediu à secretária de Estado, Condoleezza Rice, que trate com o Reino Unido e outros países de conseguir novas sanções da ONU ao Sudão.
Bush afirmou que o Departamento do Tesouro proibirá 31 empresas controladas por sudaneses de recorrerem ao sistema financeiro norte-americano, mas o subsecretário sudanês dos Negócios Estrangeiros, Mutrif Siddig, comentou de imediato não ver qualquer justificação nesta atitude.
Em Pequim, o responsável chinês pelos Assuntos Africanos, Liu Guijin, entendeu que “o aumento das sanções pode apenas tornar o problema mais difícil de resolver”, se bem que se tivesse esquivado a pormenorizar se o seu país vetaria no Conselho de Segurança da ONU qualquer nova resolução contra o regime de Omar Hassan al-Bashir, que os Estados Unidos consideram absolutamente ditatorial.

25.5.07

Mísseis norte-coreanos

A Coreia do Norte disparou ontem para o Mar do Japão alguns mísseis de curto alcance, mas a Casa Branca não atribuiu grande importância ao caso, considerando que se teria tratado de um “exercício de rotina”. E o próprio primeiro-ministro nipónico, Shinzo Abe, entendeu não existir “um grave problema para a segurança” do seu país.
Foram os serviços secretos sul-coreanos e os órgãos de comunicação social do Japão quem deu conta de tais disparos, numa altura em que as negociações internacionais para se conseguir o desarmamento nuclear da Coreia do Norte nada avançam, depois de terem sido relançadas por meio de um acordo alcançado em Fevereiro.
A Coreia do Sul alinhou ontem com os Estados Unidos e o Japão na consideração de que se teria tratado de meros exercícios de rotina, mas Abe não deixou de observar que a paciência de Tóquio tem os seus limites: “Se a Coreia do Norte continuar a não responder às inquietações da comunidade internacional, teremos de encarar diversas opções”.
Japoneses, norte-americanos e sul-coreanos continuam a querer conferenciar com os norte-coreanos, os russos e os chineses sobre o programa de armas nucleares de Pyongyang. O regime de Kim Song-il só aceitou começar a desmantelar tal programa sob a condições de começarem a ser desmantelados os fundos que tem congelados num banco de Macau. Segundo a televisão japonesa NHK, os mísseis de ontem foram disparados de terra para barcos, tanto a partir do litoral oriental como ocidental da Coreia do Norte.
Em Julho do ano passado fora muito pior, quando os norte-coreanos dispararam um míssil balístico de longo alcance e outros de curto alcance, que caíram no mar. E os Estados Unidos ainda temem que Pyongyang esteja a pensar em criar um míssil internacional com um raio de alcance de 10.000 quilómetros, capaz de atingir o seu território.
O Japão instalou recentemente o seu primeiro sistema de defesa anti-míssil, de concepção norte-americana, numa base militar próximo de Tóquio, de modo a responder ao que considera ser a ameaça norte-coreana. E até Março de 2011 tenciona colocar em funcionamento mísseis de intercepção PAC-3, em 11 bases militares.
27 de Maio de 2007

1.5.07

Sara Ocidental

Alger, 30/04/2007 (SPS) Le porte-parole du ministère algérien des Affaires étrangères a accueilli avec "satisfaction" l'adoption, ce jour, par le Conseil de sécurité des Nations Unies d'une résolution qui réaffirme que la solution à la
question du Sahara Occidental réside dans "la satisfaction du droit à l'autodétermination" du peuple sahraouie.

"L'Algérie se félicite du sens élevé des responsabilités démontré, une fois de plus, par l'organe principal des Nations Unies chargé du maintien de la paix et de la sécurité internationales et salue la constance remarquable ainsi manifestée par l'Organisation des Nations Unies au regard des exigences de la décolonisation", a souligné une déclaration du ministère algérien, cité par l’APS.

"Ainsi qu'elle a déjà eu à le déclarer, l'Algérie se reconnaît pleinement dans la démarche de fidélité aux principes de la charte et de la doctrine pertinente des Nations Unies, renforcée de manière conséquente aujourd'hui par le Conseil de sécurité des Nations Unies", ajoute la déclaration, rendu publique lundi.

La résolution 1754 adoptée lundi réaffirme son appui au rapport du secrétaire général des Nations Unies, et "plus particulièrement à son paragraphe 47 qui reprend la recommandation avisée tendant à la tenue, sous l'égide des Nations
Unies, de négociations directes entre les deux parties au conflit, le Royaume du Maroc et le Front Polisario, afin de parvenir à la solution politique qui permette d'assurer l'autodétermination du peuple du Sahara Occidental", ajoute le texte.

Enfin, l'Algérie forme le vœu que le Royaume du Maroc et le Front Polisario "adhèrent à la démarche prescrite par le Conseil de sécurité" et saisissent l'occasion qui leur est ainsi offerte pour "s'engager de bonne foi dans un processus sérieux de règlement du conflit qui les oppose, dans le cadre des Nations Unies, et conformément aux résolutions pertinentes de l'Assemblée générale et du Conseil de sécurité des Nations Unies, ainsi qu'à la légalité internationale"n a conclu la déclaration.

Le Conseil de sécurité des Nations unies a adopté lundi la résolution 1754 appelant le Maroc et le Front Polisario "à engager des négociations sans conditions préalables et de bonne foi, pour parvenir à une solution politique juste, durable et mutuellement acceptable qui permette d'assurer l'autodétermination du peuple du Sahara Occidental", rappelle-t-on. (SPS)
010/090/700 302004 AVR 7 SPS
_._,_.___
© Sahara Press Service
Agence de presse de la République Arabe sahraouie Démocratique
e-mail : sps@spsrasd.info

Ondjaki, um amor de Literatura

Uma das mais belas vozes da intelectualidade lusófona destes últimos anos é a do angolano que usa o nome literário de Ondjaki e que descreve como ninguém a geração nascida depois de o seu país já haver alcançado a independência.
Desesperados como muitos estamos com o rumo das nossas terras, é um bálsamo ler estórias como as de Os da MInha Rua, editadas há poucos meses pela Caminho.
As suas flores alegram os meus dias e raramente gostei tanto de um escritor, desde que há 40 anos li Autobiografia Prematura, do russo Evgueni Evtushenko, que tive a oportunidade de conhecer quando ele então visitou Lisboa, depois de haver ido conhecer Fátima.
Ao Ondjaki viu-o num destes últimos anos na Feira do Livro, no Parque Eduardo VII, em Lisboa, mas não ousei aproximar-me dele, tal o respeito que a sua grandeza me inspira. Contemplei-o de longe como se de um deus se tratasse, uma realidade superior à dos mortais.
Inspirado inclusive na literatura moçambicana de Mangas Verdes com Sal, de Rui Knopfli, e Nós Matámos o Cão Tinhoso, de Luís Bernardo Honwana, este jovem Ndalu (o verdadeiro nome de Ondjaki) ergueu-se a alturas que se julgariam impensáveis numa República que poucos mais anos tem do que ele.
"Uma casa está em muitos lugares...É uma coisa que se encontra", lê-se nas palavras do grande e poético prosador. Assim é também o meu amor pela sua escrita. Vai-se desenvolvendo em cada novo livro.

Jorge Heitor

Barrancos, 27 de Abril de 2007