31.12.15

2016 será difícil para os produtores de petróleo

- Selon le FMI, la croissance économique mondiale sera décevante en 2016 en raison des problèmes des pays producteurs d’hydrocarbures face aux prix en berne. Qu’en pensez-vous ? Personnellement, je crois qu’une forte baisse des prix du pétrole, comme celle que nous avons connue en 2015, aura inévitablement un impact très négatif sur la croissance économique des pays producteurs et exportateurs de pétrole. En revanche, elle a un impact positif sur la croissance des pays importateurs et consommateurs de pétrole. Donc les effets sont contrastés. Mais, au niveau mondial, il est clair qu’il y a plus de pays qui sont importateurs et consommateurs que de pays qui sont exportateurs. La chute des prix du pétrole est donc plutôt un facteur favorable, dans le court terme, à la croissance économique mondiale. - Globalement, comment prévoyez-vous l’évolution du marché pétrolier en 2016 ? Sur ce plan, il y a deux hypothèses importantes. La première est que l’OPEP ne réduira pas sa production ; la deuxième concerne la situation au Proche-Orient, au Moyen-Orient et en Afrique du Nord qui ne sera pas plus mauvaise qu’elle l’est aujourd’hui en termes de conflit et de sécurité. Si l’on se base sur ces deux hypothèses, la probabilité la plus forte est que 2016 restera une année difficile pour les pays producteurs de pétrole. On devrait garder, pendant une bonne partie de l’année, un excédent de l’offre pétrolière mondiale. Il est aussi presque certain que l’Iran obteniendra une levée partielle des sanctions économiques et en profitera pour augmenter sa production et ses exportations de pétrole, d’autant que le pays a annoncé qu’il a les moyens de mettre plus de pétrole sur le marché dès 2016. Ce sont évidemment des éléments qui ne sont pas positifs pour les pays producteurs de pétrole. Mais il y a quand même un élément positif, à savoir l’impact des prix bas sur l’économie de ces pays producteurs en ce sens que cette baisse des prix est en train de générer des mécanismes qui conduiront à un rééquilibrage des marchés. Lorsque les prix sont très bas, les consommateurs sont incités à consommer plus de produits pétroliers. Cela a un effet favorable sur la demande, mais cela a un effet défavorable sur l’offre. Par voie de conséquence, certains producteurs ont déjà commencé à fermer des puits qui sont devenus peu rentables et dont les coûts de production sont supérieurs au prix de vente. Cela va contribuer à réduire l’excédent de pétrole qui a été la cause principale de la chute des prix. Nous sommes en train de voir déjà ces effets, qui ne sont pas encore spectaculaires, puisque la production pétrolière des Etats-Unis, par exemple, baisse depuis mai 2015 et les compagnies pétrolières ont fortement réduit leurs investissements durant cette année et vont les réduire encore plus en 2016. Il s’agit là d’un certains nombre de signes qui montrent que le marché pétrolier va se rééquilibrer, pas forcément en 2016, mais probablement fin 2016, début 2017 où l’on verra les prix du pétrole repartir à la hausse. - Qu’en sera-il pour l’Algérie ? Aucun pays producteur et exportateur de pétrole n’échappera à ces difficultés, d’autant plus que ces pays sont très dépendants des revenus pétroliers. Les Etats-Unis sont un grand pays pétrolier touché aussi par la baisse des prix du pétrole, sauf que l’économie américaine est diversifiée et ses revenus pétroliers ne sont pas considérables. Les revenus de l’Algérie dépendent à hauteur de 96% des exportations de gaz et de pétrole, le pays est donc frappé par la baisse des prix du brut et le sera encore en 2016. L’avantage de l’Algérie est qu’elle a pu accumuler des réserves de change durant quelques années, mais qui commencent à fondre. La situation est donc préoccupante et dangereuse à moyen terme, mais n’est pas dramatique à court terme. Lyes Mechti Jeune Afrique

29.12.15

Ponto da situação no PAIGC

O Bureau Político (BP) do PAIGC reuniu-se, no Salão Nobre “Amílcar Cabral” da Sede Nacional do Partido, no dia 28 de Dezembro de 2015, na sua VIII sessão extraordinária, presidida pelo Camarada Domingos Simões Pereira, Presidente do Partido, tendo aprovado por unamidade uma agenda de trabalhos onde constava um único ponto; ⦁ Análise da situação política à luz da votação do Programa do Governo na ANP; O início dos trabalhos foi marcado com uma intervenção do Presidente do PAIGC que explicou em linhas gerais todo o processo que antecedeu a sessão plenária da Assembleia Nacional Popular, nomeadamente a efectivação das Jornadas Parlamentares, a VII Reunião Extraordinária do Bureau Político, bem como os alertas jurídico-políticos lançados quando solicitou uma votação clara que evitasse eventuais e desfazadas interpretações jurídicas sobre a votação do Programa do Governo. Seguiu-se um intenso debate e no final das diferentes intervenções de 71 dirigentes presentes e no uso das suas competências estatutárias o Bureau Político delibera nos termos da alínea b) do artigo 32º dos Estatutos: ⦁ Mandatar o Presidente do PAIGC e a Comissão Permanente do Bureau Político para adoptarem medidas conducentes à viabilização do Programa do Governo e a governabilidade do país até o final da presente IX Legislatura; ⦁ Exortar o Conselho Nacional de Jurisdição à prosseguir na via da aplicação de medidas disciplinares na sequência da Resolução da VII Reunião Extraordinária do Bureau Político de 19 de Dezembro de 2015, na qual se apelou ao cumprimento estricto da disciplina de voto, cuja inobservância se configuraria como um acto de traição política, conduzindo a auto-exclusão do Partido, em conformidade com o estatuído nos artigos 55º, conjugado com os artigos 100º a 103º dos Estatutos do PAIGC; ⦁ Convocar a reunião do Comité Central no mais breve espaço de tempo a fim de se debruçar sobre a actual situação política vigente no país; ⦁ Consultar o Comité Central para se debruçar sobre um eventual retorno do Programa do Governo à ANP, de acordo com a decisão da Mesa em relação ao requerimento apresentado pela Bancada Parlamentar do PAIGC; ⦁ Encorajar o Presidente do Partido a manter-se firme e determinado na condução dos destinos do PAIGC na linha que vem imprimindo desde o VIII Congresso realizado em Cacheu; ⦁ Aprovar uma Moção de Solidariedade para o Presidente do PAIGC e para o 1º Vice-Presidente e Primeiro-Ministro; ⦁ Expressar um voto de um rápido restabelecimento ao Presidente da ANP e elogiar a sua firme e esclarecida condução dos destinos do Parlamento guineense; ⦁ Realçar a grande e responsável militância e um elevado espírito de camaradagem que caracterizaram os debates abertos e francos no decurso da VIII Reunião Extraordinária do Bureau Político. Feito em Bissau aos 28 dias do mês de dezembro de 2015, O Bureau Político do PAIGC

28.12.15

Mugabe, há 28 anos Presidente

________________________________________ Faz esta semana 28 anos que o antigo professor Robert Gabriel Mugabe, de etnia shona, secretário-geral da União Nacional Africana do Zimbábue (ZANU) a partir de 1963, se tornou Presidente da República, depois de haver sido primeiro-ministro, logo que o seu país se tornou independente, em 1980. Preso entre 1964 e 1974 pelo governo de minoria branca, de Ian Smith, Mugabe fundiu o seu partido, em 1976, com a União do Povo Africano do Zimbábue (ZAPU), de Joshua Nkomo, dominada pela etnia ndeble, dando lugar à criação da ZANU-Frente Patriótica. Com a esmagadora vitória nas primeiras eleições verdadeiramente livres que abriram caminho ao Zimbábue independente, Mugabe, que se encontrava refugiado em Moçambique, onde então o entrevistei, foi eleito primeiro-ministro; e, com a introdução do sistema presidencialista em 1987, tornou-se Presidente, em substituição do reverendo Canaan Banana, vindo a ser sucessivamente reeleito. Formado em História, Inglês, Direito e Economia, o ex-guerrilheiro Robert Mugabe revelou múltiplas facetas a partir da altura em que chegou ao poder, que nunca mais aceitou abandonar, apesar de em Fevereiro próximo ir completar 92 anos. Se era conciliador, passou a autoritário; e se era marxista isso não o impediu de se tornar multimilionário, com fama de ditador. Na sua primeira década à frente da antiga Rodésia, tratou de alargar o desenvolvimento à generalidade da população, mas depois disso verificou-se uma má administração económica, houve casos de corrupção e a economia decaiu. Tudo poderia ter corrido muito bem se Robert Gabriel Mugabe se tivesse cingido a ser oito anos e meio primeiro-ministro e depois cinco ou 10 anos Presidente da República, retirando-se de cena quando a sua imagem ainda não estava desgastada. O mal de Mugabe, como o de Teodoro Obiang Nguema ou de José Eduardo dos Santos, foi o de não ter sabido reformar-se a tempo, cedendo o lugar a políticos mais novos, com a mente porventura mais arejada. Chegado o século XXI, quando já era altura de ter passado para a rectaguarda, numa confortável reforma, o Presidente do Zimbabue mostrou-se disposto a recorrer a todos os meios ao seu alcance para evitar que surgisse qualquer alternativa, fosse ela no âmbito da ZANU-Frente Patriótica ou a partir da oposição, onde pontificava Morgan Tsvangirai. A hiperinflação e a polémica reforma agrária, que afastou 4.000 fazendeiros brancos, fizeram com que a imprensa da antiga potência colonial, o Reino Unido, se encarniçasse contra a perpetuação de Mugabe no poder. Tendo a seu lado Grace Marufu, a segunda mulher, 41 anos mais nova, o Presidente da República parece julgar-se imortal, desbaratando a boa imagem que em tempos teve, quando era possível colocá-lo na primeira fila dos que lutaram por uma África melhor, como Nelson Mandela. O curioso de situações como estas é que outros dirigentes africanos fecham os olhos a toda a espécie de irregularidades, havendo uma solidariedade tácita entre políticos de diversos matizes, como se acaso a denúncia de práticas menos correctas fosse uma traição à luta comum que muitos travaram para que o continente se tornasse independente, livre do jugo dos europeus ou seus descendentes. Quando ainda nem sequer tinha 30 anos, Mugabe decidiu ajudar os seus compatriotas a autodeterminarem-se. Conseguiu isso em 1980, depois de sete anos de guerrilha. Avançou depois para a chefia do Estado, em 1987, mas não soube parar na devida altura, na viragem do século. O filho de Gabriel e de Bona Mugabe, o homem que já foi casado com Sally Heyfron, do Ghana, antes de ter desposado Grace Marufa, deveria estar hoje em dia tranquilamente sentado em sua casa, talvez a escrever as memórias, que tão ricas são, e não de forma alguma à frente de um país que necessita agora de dirigentes muito mais novos. É certo que em 1988 recebeu o African Leadership Prize, mas isso já foi há 27 anos, é preciso não esquecer, e ninguém pode ficar tanto tempo apegado ao passado, por mais brilhante que ele tivesse sido. Mugabe foi grande, ninguém o nega. Teve o estatuto de herói e, por isso mesmo, não deveria querer ficar nos compêndios de História como um ditador.

27.12.15

Boko Haram, corja de assassinos

Au moins 14 personnes ont été tuées et plusieurs autres blessées par des combattants du groupe islamiste Boko Haram, dans une attaque vendredi contre un village du nord-est du Nigeria, a-t-on appris samedi auprès de membres des milices d'autodéfense. Arrivés à vélo, les jihadistes ont investi le village de Kimba dans l’Etat de Borno vers 22H00 (21H00 GMT) vendredi. Ils ont ouvert le feu sur les villageois et incendié leurs maisons. « Les hommes armés ont tué 14 personnes et brûlé le village avant de prendre la fuite », a déclaré à l’AFP Mustapha Karimbe, un vigile qui assiste l’armée dans sa lutte contre Boko Haram. « Pas une seule maison n’a été épargnée par les flammes », a dit un autre, Musa Suleiman, après d’être rendu dans cette localité dévastée. Des centaines d’habitants de Kimba ont fui vers la ville de Biu où ils ont été admis dans un camp de réfugiés déjà rempli de personnes elles aussi déplacées à la suite de raids de Boko Haram. Cette nouvelle attaque est survenue quelques jours après que le président du Nigeria Muhammadu Buhari eut affirmé que la guerre contre Boko Haram avait « techniquement » été gagnée et à moins d’une semaine de la date-limite du 31 décembre qu’il a lui-même fixée pour venir à bout de ce groupe jihadiste. M. Buhari, qui a pris ses fonctions en mai, a été élu en début d’année sur un programme dans lequel il promettait d’écraser l’insurrection de Boko Haram déclenchée en 2009 dans le nord-est du Nigeria pour imposer un Etat islamique et ayant fait plus de 17.000 morts. Les forces de sécurité sont parvenues à reprendre des territoires à Boko Haram, mais les jihadistes continuent de régulièrement attaquer des villages reculés. Jeun Afrique

22.12.15

A irresponsabilidade de Passos Coelho

O estouro do Banif é um exemplar manifesto de incompetência, irresponsabilidade e dolo. Desta vez, e ao contrário do que aconteceu com o BES, não se conhecem actos de manipulação de informação relevante nem práticas de gestão suspeitas de condutas criminosas. Quando António Costa nos deu conta da resolução do Banif e da brutal factura que todos teremos de pagar, foi muito fácil constatar que este era um desastre cada vez mais evidente a cada adiamento, a cada varrer do lixo para baixo do tapete, a cada hesitação denunciadora da falta de coragem. Desde Dezembro de 2014 que se sabia que o Banif não conseguia assumir os seus compromissos com o Estado, desde sempre que se conhecia o criticismo e receio com que a Direcção-Geral de Concorrência da Comissão Europeia olhava para a forma como o Governo geria a situação. Os oito planos de reestruturação chumbados eram prova cabal de que o tempo não resolveria coisa nenhuma. Nestes três anos, Maria Luis Albuquerque, Pedro Passos Coelho e o Governador do Banco de Portugal limitaram-se porém a tergiversar, a prometer soluções que ora não avançavam por causa da saída limpa, ora ficavam congeladas por causa do calendário eleitoral. Quando Bruxelas anunciou que a brincadeira estava para acabar (este fim-de-semana), bastou uma notícia especulativa na TVI para que mil milhões de euros desaparecessem do balanço e a salvação do Banif passasse a ser feita à custa dos impostos. A aura de Pedro Passos Coelho como político responsável, que quer que “se lixem as eleições”, apagou-se nessa conta astronómica. Já se sabia que os cidadãos teriam de pagar alguma coisa, mas três mil milhões de euros é um custo demasiado alto para que a sua gestão neste caso mereça um mínimo de condescendência. Editorial do PÚBLICO

21.12.15

A morte no Afeganistão

Six NATO soldiers, including three US troops, have been killed in an attack on a patrol near Bagram Air Base in the eastern Afghan province of Parwan. Bagram District Governor Abdul Shukur Qudusi said on Monday that an attacker on a motorbike rammed it into a joint US-Afghan patrol near Bagram, killing six NATO troops, including three from the US, and injuring six other soldiers, including three with the Afghan police forces. Officials in NATO headquarters in the capital Kabul confirmed the attack, saying they have launched an investigation into the incident. The police chief of Parwan said more details could emerge of the foreign troops casualties in the coming hours, confirming that three Afghan police forces were also wounded in the attack. Taliban claimed responsibility for the attack, with spokesman Zabihullah Mujahid claiming in a tweet that 19 US soldiers were killed near the military facility. Washington kept around 9,800 US troops in Bagram, located around 40 km (25 miles) north of Kabul, after it decided to pull out the bulk of its forces from Afghanistan last year. The attack on foreign troops comes more than a week after Taliban targeted a guesthouse of the Spanish embassy in Kabul and another air base in the southern province of Kandahar. Taliban on Sunday tightened its grip on the southern province of Helmand by taking control of the district of Sangin. Officials later said the group had taken control of all police and military installations in the area adding Helmand was on brink of falling to the militants. The US and its allies invaded Afghanistan in 2001 as part of Washington’s so-called war on terror. The offensive removed the Taliban from power, but after 14 years, militants are continuing their deadly attacks across the country. The Guardian

Nô Pintcha, Guiné-Bissau!

O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, elogiou, na terceira semana de Dezembro, o antigo dirigente nigeriano Olesegun Obasanjo por ter ajudado a resolver, pelo menos por agora, a crise política guineense deste ano. Se bem que ainda se encontrem em vigor sanções internacionais contra os golpistas de 2012, e se bem que o Tribunal Militar continue a querer julgar o contra-almirante Zamora Induta, alegadamente por ter patrocinado um contragolpe, José Mário Vaz entende que se evitou o pior. E, por isso, foi a Abuja agradecer os bons ofícios de Obasanjo, que considerou um orgulho do continente africano. As Nações Unidas consideram que é preciso continuar de olho em cima do general António Indjai e dos demais militares que em 2012 impediram a concretização das presidenciais, que quase pela certa iriam colocar na Presidência da República o então primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior, "Cadogo" Júnior. E o tribunal dos militares mantém-se com as baterias apontadas a Zamora Induta, o grande rival de Indjai nas fileiras castrenses. Mas, ao menos, conseguiu-se evitar durante o ano que ora finda que as Forças Armadas tivessem interferido no conflito que opôs o Presidente José Mário Vaz às estruturas do seu próprio partido, o PAIGC, liderado por Domingos Simões Pereira. Depois de Vaz, muito amigo do Presidente da Gâmbia, Yahya Jammeh, ter afastado Simões Pereira de primeiro-ministro e o haver substituído por alguém da sua própria escolha, Baciro Djá, Obasanjo conseguiu contribuir para uma solução de compromisso: o primeiro-ministro não seria Domingos Simões Pereira nem uma pessoa aliada ao chefe de Estado, mas sim Carlos Correia, um veterano, que já anteriormente desempenhara esse cargo mais do que uma vez, nos tempos do Presidente João Bernardo Vieira, "Nino". Por isso, por a Nigéria ter servido de medianeira, José Mário Vaz foi desejar um "Feliz Natal" ao seu homólogo Mohammed Buhari, que por acaso até é muçulmano, como o é Yahaya Jameh, que acaba de proclamar a Gâmbia uma República Islâmica, a exemplo do Irão, do Afeganistão e da Mauritânia. A Guiné-Bissau é agora um país em paz e, ao contrário do que se poderia temer, o seu Índice de Desenvolvimento Humano até nem é um dos seis piores que se encontram no mundo, a avaliar pelas mais recentes estatísticas das Nações Unidas. O Mali e o Níger, por exemplo, encontram-se mais abaixo na escala. Como o seu território não é muito grande, com populações a largas centenas de quilómetros da capital, e como nem sequer tem ainda dois milhões de habitantes, lá se vai aguentando, umas vezes melhor e outras pior, evitando ficar mesmo na cauda da humanidade. Os guineenses têm petróleo e muitos outros recursos naturais, que se forem bem aproveitados, sem mais crises, os poderão retirar da pobreza crónica em que têm vivido desde que se tornaram independentes. Na altura em que Portugal reconheceu a independência da Guiné-Bissau, o Presidente Luís Cabral deparava-se com a triste realidade de o novo Estado se encontrar com os cofres vazios. Mas agora os novos dirigentes terão meios para os encherem, se acaso forem honestos e não andarem com constantes guerrilhas entre si. Uma vez esclarecidos os equívocos constitucionais, com o Presidente da República, a Assembleia e o Governo cada um no seu lugar, sem tentar interferir no que não lhes cabe, o país onde nasceu Amílcar Cabral poderá encetar 2016 com uma esperança renovada. O que o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que é maioritário, precisa para isso é de limar arestas, de saber reduzir o ego de alguns dos seus dirigentes, de modo a que todos juntos possam verdadeiramente dizer "Nô Pintcha" (Vamos Avançar)! Publicado por JH no África Monitor

19.12.15

EUA e França contra o Daesh

US Defense Secretary Ashton Carter has flown to the Persian Gulf to visit American and French warships ahead of their scheduled strikes against purported Daesh (ISIL) positions in Iraq and Syria. Carter met Saturday with naval commanders on USS Kearsarge and France’s Charles de Gaulle in the Persian Gulf, saying that there will be more to come in the battle against ISIL. "We are completely aligned with France on the mission of defeating ISIL," said Carter. "France's willingness to do more as we do more, both in the air and on the ground, and here at sea ... I was very gratified to see that in action out aboard the Charles de Gaulle," AP reported. France's only aircraft carrier was reportedly conducting 10-15 missions daily for about 10 days from the Mediterranean Sea before moving into the Persian Gulf on Friday. Cmdr. Lionel Delort, French Navy spokesman on the carrier, said the ship will begin launching airstrikes into Iraq and Syria "in the coming hours or days." While on board the French warship, Carter spoke by phone with French Minister of Defense Jean-Yves Le Drian. He then flew from the French ship to the USS Kearsarge, which was about seven nautical miles away and met with the ship's commander, Navy Capt. Larry Getz, later saying that the ship was playing an important role in the effort against ISIL. The visits come at the end of a weeklong trip to the region, including stops in Iraq, Turkey and Afghanistan. Speaking to reporters traveling with him, Carter said he has identified "a number" of additional steps to take, including airstrikes, the use of special operations forces and expanded efforts to train and equip ‘local’ troops. "There's going to be more to come," he said. Press TV

O que diz o PAIGC

As primeiras Jornadas Parlamentares do Grupo Parlamentar do PAIGC da IX Legislatura reuniu de 16 a 18 de Dezembro de 2015, no Salão “Amílcar Cabral” da Sede Nacional do PAIGC com o objectivo de proceder a um exercício de recapitulação do Programa do Governo do PAIGC de modo a permitir uma melhor e mais adequada intervenção dos Deputados eleitos pelo PAIGC. Na abertura dos trabalhos destas Jornadas Parlamentares, o Presidente do PAIGC, cda. DSP exortou os Deputados a manterem a sua coerência e ética política de modo a fortalecer a unidade e a coesão interna do Partido e salvar as conquistas alcançadas pelo povo guineense em consequência dos consideráveis avanços obtidos pelo I Governo do PAIGC. No culminar dos trabalhos a Bancada Parlamentar do PAIGC deliberou no sentido da aprovação em bloco do Programa do Governo, considerando que o mesmo é a continuidade do que fora apresentado pelo I Governo do PAIGC e que mereceu uma aprovação unânime do conjunto dos Deputados da nação reunidos em plenária, dando assim aval a este instrumento de governação. Os Deputados do Grupo Parlamentar do PAIGC recomendam ao Bureau Político a adopção de uma Resolução que vá ao encontro desta deliberação, aprovada em plena conformidade com o Artigo 55º dos Estatutos do PAIGC nos seus pontos 1 e 2. O Grupo Parlamentar do PAIGC recomenda igualmente a continuidade do apoio sem reservas a esta deliberação ao nível de todos os órgãos estatutários do Partido, bem como das suas estruturas regionais, tornando este apoio extensivo ao II Governo do PAIGC nesta legislatura liderado pelo camarada Eng.º. Carlos Correia, pelo simples facto deste Executivo ter assumido sem reservas o actual Programa do PAIGC, sufragado por uma maioria absoluta do povo guineense nas últimas eleições legislativas ocorridas no país. Os Deputados do Grupo Parlamentar do PAIGC reunidos nestas Jornadas Parlamentares deliberam ainda no sentido de exortar todos os elementos integrantes desta bancada a manterem um firme comprometimento com a unidade e a coesão do nosso grande e histórico Partido, assim como o respeito e determinação na defesa do nosso Estado de Direito Democrático e na promoção e reforço da dignidade do cidadão guineense. Os Deputados do Grupo Parlamentar do PAIGC reunidos nestas Jornadas Parlamentares decidem apoiar sem reservas a Direcção Superior do Partido e muito em especial aos camaradas Engenheiros Domingos Simões Pereira, Presidente do PAIGC e Carlos Correia, 1º Vice-Presidente do PAIGC e Primeiro-Ministro do II Governo do PAIGC. Feito em Bissau aos 18 dias do mês de dezembro de 2015, O Grupo Parlamentar do PAIGC

Kagamé for ever?

Rwandans have voted overwhelmingly to allow President Paul Kagame to extend his term in office, initial referendum results show. Some 98% of voters support changing the constitution to allow him to run again in 2017 after his second term ends, the National Electoral Commission said. Mr Kagame, 58, could remain in power until 2034 if the changes are passed. The vote took place despite criticism of such an amendment by the US and other Western donors. Rwanda's electoral commission said 21 out of 30 districts had published results so far, covering about 70% of voters. Full results are due to be released later on Saturday. Mr Kagame has not said if he will run again, but he is widely expected to. Asked at the polling station if he would stay on, he said: "What is happening is the people's choice. Ask people why they want me." Paul Kagame: Visionary or tyrant? The arrogance of power However, the US has said Mr Kagame should step down in 2017 to allow a new generation of leaders to emerge. Rights groups accuse the government of stifling the media and political opposition. The small opposition Democratic Green Party claimed it had been prevented from campaigning against the change. Mr Kagame has been president since 2000 but has held power since 1994, when his rebel force entered the capital Kigali to end the country's genocide. The debate over extending presidential terms has led to instability in other African countries such as Burundi and Congo Republic, but has not caused unrest in Rwanda. BBC

17.12.15

Tunísia, cinco anos depois

Il y a tout juste cinq ans, le 17 décembre 2010, Mohamed Bouazizi, un marchand ambulant de légumes auquel un agent municipal avait confisqué son étal, s’immolait en pleine place publique. Son geste mettait le feu aux poudres du soulèvement tunisien qui fit chuter Ben Ali, un mois plus tard, le 14 janvier 2011. « Bouazizi, que Dieu lui pardonne ; il n’y est pour rien dans cette affaire de révolution. C’était finalement une manipulation ; une grosse farce », lance avec amertume, Aymen, un palefrenier de Hay Ettadhamen, faubourg populaire en périphérie de Tunis, qui est parmi les premiers à s’être lancé dans l’insurrection populaire. Cinq ans après, plus personne ici ne croit en la révolution « du jasmin ». « L’espoir que nous avons eu est à la hauteur de notre désenchantement actuel », assure Hadda, une ouvrière qui souligne que la vie est devenue bien difficile. « Tout est cher ; dans ces conditions comment faire vivre une famille et assurer l’avenir des enfants ? », s’interroge cette quarantenaire qui ne craint plus de dire qu’elle regrette le temps de Ben Ali qui « au moins, quand cela allait mal, faisait distribuer des couffins et des aides ». Mais Hadda comme son mari, qui avaient voté en 2011 pour le Congrès pour La République (CPR), parti fondé par Moncef Marzouki, s’insurgent contre la mainmise des islamistes sur le quartier et une nouvelle forme d’insécurité. Car ici, les petits voyous continuent leurs larcins et traficotent dans la drogue et l’alcool, mais c’est la présence d’extrémistes religieux qui inquiète les familles. L’homme qui a fait exploser un bus de la garde présidentielle, le 24 novembre à Tunis, était un voisin, comme l’un des agents tués dans l’attentat. « Avant de mourir, le terroriste a eu le temps de construire une maison de deux étages », fait remarquer un boulanger qui refuse d’en dire plus par crainte de rétorsions. En revanche, son fils, à côté de lui, bouillonne. Il en veut aux politiciens, à leurs promesses jamais tenues et se dit prêt à se ranger du côté de Daesh si l’État islamique arrivait un jour au pouvoir en Tunisie.  La situation de la majorité des jeunes, qui représentent 60 % de la population de Hay Ettadhamen, ne s’est pas améliorée « Cela mettrait fin à l’injustice et à la corruption ; ceux qui nous dirigent s’en sont mis plein les poches et c’est des gens comme moi qui payons. La vraie révolution ne devrait pas tarder », assène le jeune homme en colère contre la planète entière. Comme pour lui, la situation de la majorité des jeunes, qui représentent 60 % de la population du ghetto urbain qu’est devenu Hay Ettadhamen, ne s’est pas améliorée. « Que l’on nous parle pas de démocratie et plus jamais de politique », lance un autre, écœuré, qui fait remarquer que les usines aux alentours ferment, qu’il n’y a pas de droits ni de libertés avec des ventres vides et que la délinquance est aussi une conséquence de la mauvaise gouvernance. « Durant la campagne des législatives, un des élus avait promis de nous rendre compte de ce qu’il avait accompli durant les trois premiers mois de son mandat ; depuis on ne l’a plus vu. On n’a pas pris les mêmes mais rien n’a changé », conclut Ali qui regrette que personne ne donne l’exemple, qu’aucun chef ne soit crédible à ses yeux. Et quand on évoque devant lui la Constitution, les acquis en termes de liberté de la révolution… il éclate de rire. Frida Dahmani Jeune Afrique

13.12.15

Novo ministro sul-africano das Finanças

Le président sud-africain Jacob Zuma a nié samedi, dans un communiqué quelque peu insolite, qu'une relation amoureuse serait à l'origine du limogeage de son ministre des Finances qui a plongé l'économie du pays dans l'incertitude. Depuis le limogeage surprise par M. Zuma du ministre Nhlanhla Nene mercredi, les médias sud-africains spéculent : le président a-t-il pris cette décision pour protéger la présidente de la compagnie aérienne nationale, Dudu Myeni, dont il serait « proche »? Quelques jours avant son remplacement, le ministre des Finances avait refusé la renégociation d’un contrat entre la compagnie South African Airways (SAA) et Airbus, jugeant que la transaction n’était pas viable financièrement. Le communiqué du président affirme que « les relations (de Mme Nyeni) avec le président sont strictement professionnelles », ajoutant que les « rumeurs sur une relation amoureuse et un enfant sont sans fondement et destinées à dénigrer le président ». Ce projet était porté par Dudu Myeni, présidente du conseil d’administration de SAA et amie très proche de Jacob Zuma. Le limogeage de M. Nene, alors que l’Afrique du Sud est confrontée à un chômage élevé, une faible croissance et des tensions sociales, a fait plonger le rand, la devise nationale, à des niveaux historiquement bas, a provoqué de nombreux appels à la démission de M. Zuma. M. Nene, premier noir africain à occuper le poste de ministre des Finances en Afrique du Sud, avait été nommé en mai 2014 après la réélection de Jacob Zuma à la tête du pays. Il a été remplacé par David van Rooyen, un député de l’ANC, le parti au pouvoir qui a prêté serment jeudi à Pretoria. La vie privée de Jacob Zuma, âgé de 74 ans et marié actuellement à quatre femmes, a déjà défrayé la chronique. Jeune Afrique

12.12.15

Burundi: A morte saiu à rua

Les cadavres d'au moins quarante jeunes tués par balles, souvent à bout portant, ont été découverts samedi matin dans les rues de Bujumbura, ont indiqué à l'AFP des témoins interrogés par téléphone. Dans plusieurs quartiers, les habitants ont accusé les forces de l’ordre d’avoir arrêté vendredi tous les jeunes qu’ils rencontraient et de les avoir exécutés délibérément, plusieurs heures après l’attaque à l’aube par des insurgés de trois camps militaires de la capitale burundaise. A Nyakabiga, un quartier contestataire du centre de Bujumbura, des journalistes burundais et plusieurs témoins ont rapporté avoir vu 20 cadavres de personnes tués par balles, dont certains à bout portant. « Certains de ces jeunes ont la tête totalement explosée, pour d’autre la balle est entrée par le haut du crâne, (…), c’est une horreur absolue, ceux qui ont commis ça sont des criminels de guerre », s’est insurgé un journaliste burundais sous couvert d’anonymat. Dans le quartier voisin de Rohero II, cinq cadavres de jeunes gens gisaient sur un de ses principaux axes routiers, selon des habitants contactés par téléphone. A Musaga, un autre quartier contestataire du sud de Bujumbura, « j’ai déjà compté de mes yeux 14 cadavres de jeunes exécutés cette nuit par les soldats et les policiers », a assuré à l’AFP un fonctionnaire sous couvert d’anonymat, accusant la police de continuer à tirer en l’air pour les empêcher d’approcher d’un endroit où il y aurait beaucoup de cadavres. « La plupart des personnes tuées sont des domestiques ou des jeunes chefs de famille qui étaient chez eux, c’est un carnage, il n’y a pas d’autre mot », s’est indigné un habitant de Nyakabiga sous couvert d’anonymat. Tous assurent que la plupart des personnes ont été tuées vendredi en fin d’après-midi et dans la nuit de vendredi à samedi, bien après l’attaque des camps militaires et loin de ces camps. Aucun officiel burundais ne pouvait s’exprimer dans la matinée de samedi. Le porte-parole de l’armée, le colonel Gaspard Bratuza, a expliqué dans un tweet qu’un bilan définitif des opérations d’hier à Bujumbura serait communiqué dans le courant de la journée. Un porte-parole de l’armée avait annoncé vendredi après-midi un bilan d’au moins 12 assaillants tués et 20 autres capturés, ainsi que cinq soldats blessés, lors de l’attaque simultanée des trois camps militaires. Jeune Afrique

Samakuva reeleito presidente da UNITA

Entre 3 e 5 de Dezembro, decorreu nos arredores de Luanda o XII Congresso da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA). Com 82,8% dos votos, Isaías Samakuva foi reeleito presidente do ‘Galo Negro’ pela quarta vez. Escolhido pelos delegados pela primeira vez em 2003, Samakuva lidera a UNITA ininterruptamente há 12 anos e prepara-se agora para se candidatar, uma vez mais, à presidência de Angola nas eleições gerais previstas para Agosto de 2017. Dito por outras palavras, desde a morte de Jonas Savimbi, em Fevereiro de 2002, que em tempos de paz a UNITA só conheceu um líder.1 Correndo o risco de comparar o que não é comparável, importa assinalar que a resiliência política de Samakuva na liderança da UNITA é relativamente semelhante à de José Eduardo dos Santos à frente do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA). Mas se a longevidade de José Eduardo dos Santos é relativamente fácil de compreender, o mesmo não se pode dizer da resiliência de Samakuva. No essencial, mas não em exclusivo, a 1 Samakuva enfrentou sempre candidaturas alternativas. Em 2003 derrotou Lukamba Gato e Dinho Chingunji; em 2007 venceu Abel Chivukuvuku; em 2011 derrotou José Pedro Kachiungo. Desta vez enfrentou Lukamba Gato, uma vez mais, e Abílio Kamalata Numa. A longevidade de José Eduardo dos Santos assenta na distribuição eficaz das benesses decorrentes do exercício do poder político. De certo modo, o MPLA é o Estado e o Estado é o MPLA, sendo que José Eduardo dos Santos é quem tutela de forma exímia todo o processo. Sem benesses para distribuir, a sobrevivência política de Samakuva na liderança da UNITA é mais difícil de explicar, mesmo tendo em conta que os últimos 12 anos não foram isentos de sobressaltos. Em Março de 2012, por exemplo, em ruptura com Samakuva, destacados dirigentes da UNITA, entre eles Abel Chivukuvuku, abandonaram o partido e fundaram uma nova força política, a Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE). Esta importante cisão terá sido o mais duro golpe político que a UNITA enfrentou nos tempos mais recentes. Porém, com maior ou menor dificuldade, é um facto que Samakuva sobreviveu às hecatombes nas eleições legislativas de Setembro de 2008 e, mais recentemente, nas eleições gerais de Agosto de 2012. Em parte, por paradoxal que possa parecer, a explicação para as suas sete vidas políticas poderá estar na irrelevância da própria UNITA. Sem que seja previsível a ascensão da UNITA ao poder, o partido do ‘Galo Negro’ vive fechado sobre si próprio, sem grande capacidade de atracção de jovens quadros, e disso tira proveito Samakuva que, ao lon- 11 DE DEZEMBRO DE 2015 40 A reeleição de Samakuva: uma boa notícia IPRIS Comentário para José Eduardo dos Santos | 2 go dos anos, teceu uma elaborada teia de cumplicidades e de lealdades. De certo modo, a UNITA é um partido de nicho e de nicho continuará a ser no curto e médio prazo. Independentemente dos motivos que estão por detrás da sobrevivência política de Samakuva, a sua reeleição inequívoca não é uma boa notícia para a UNITA e para Angola. Mesmo tendo em conta que Samakuva contestou a forma como decorreram as eleições de 2012, não há nenhuma razão para acreditar que em 2017 a UNITA terá um desempenho político substancialmente muito diferente daquele que teve em 2008 e 2012. Incapaz de se renovar ao mais alto nível, a UNITA continuará a ser incapaz de agregar à sua volta os descontentes com a eterna presença do MPLA na liderança de Angola. Nessa medida, os fenómenos de contestação política contra José Eduardo dos Santos tenderão a manter uma natureza inorgânica, como é o caso do activista Luaty Beirão. Nesta altura, não é ainda claro se José Eduardo dos Santos pretende candidatar-se a um novo mandato presidencial. Em todo o caso, no limite a sua intenção ficará obrigatoriamente clarificada no VII Congresso do MPLA que se realizará em Agosto de 2016. Ironicamente, pode dizer-se que em sentido figurado a continuidade de Samakuva — e o que ela representa em termos de ausência de alternativas e de renovação da UNITA — é em parte um precioso seguro de vida para José Eduardo dos Santos. Ainda que Angola viva actualmente um ciclo económico adverso e muito difícil, com todas as implicações políticas e sociais que daí decorrem, a eventual reedição em 2017 do confronto eleitoral de 2012 — entre José Eduardo dos Santos, Isaías Samakuva e Abel Chivukuvuku — não terá, em circunstâncias normais, grande história para contar. Naturalmente, a perpetuação do MPLA no poder constitui um problema, mas no actual contexto político a UNITA e a CASA-CE não se afiguram como parte integrante de qualquer solução alternativa. | Paulo Gorjão IPRIS

7.12.15

França: Frente Nacional em primeiro lugar

s primeiras estimativas sobre a primeira volta das eleições regionais francesas apontam para a vitória da Frente Nacional (FN), de Marine le Pen. De acordo com projeções nacionais sobre os resultados, a FN é agora o primeiro partido de França com 30,6 por cento, seguido por Os Republicanos (27 por cento) e o PS (22,7 por cento). Nalgumas regiões, como no sudeste e no norte, a FN alcançará mais de 40 por cento dos votos, segundo estimativas que apontam, ainda, para a FN ser o partido mais votado em sete das 13 regiões francesas. A França está em choque esta noite com estes resultados eleitorais. "Todos contra Marine le Pen" foi a palavra de ordem em França durante a campanha eleitoral. Alguns dos mais significativos setores da sociedade francesa, grande patronato, boa parte da imprensa, artistas, e partidos de direita e de esquerda, fizeram coro para tentar travar o partido (FN) da líder nacionalista francesa, que as sondagens davam como vencedor este domingo, na primeira volta das eleições regionais. Este 6 de dezembro de 2015 é um dia histórico para Marine le Pen. Esta noite, a direita e a esquerda não sabem o que fazer para a travar e ainda não decidiram se organizam desistências recíprocas ou se constituem listas comuns para a impedir de chegar à presidência de algumas regiões na segunda volta, cuja votação decorre dentro de uma semana. O eventual desentendimento entre os socialistas e a direita vai favorecer a FN, na segunda volta – esquerda e direita têm apenas um par de dias para conseguirem chegar a um acordo. Mas, mesmo com acordo para a segunda volta entre a direita e a esquerda, o partido de Marine le Pen tem sérias hipóteses de ganhar no próximo domingo a presidência de pelo menos duas das 13 regiões francesas – Norte-Pas-de-Calais-Picardia e Provença-Alpes-Côte d’Azur. O que pode acontecer no próximo dia 13 nestas duas grandes regiões é muito fácil de compreender: a FN pode vir a presidir ao destino de 11 milhões de franceses, ou seja mais do que toda a população residente em Portugal continental. Refugiados e atentados beneficiaram Marine le Pen Durante a pré-campanha, Marine Le Pen beneficiou dos efeitos de dois acontecimentos marcantes: a crise dos migrantes às portas da Europa e os atentados terroristas de 13 de novembro. Estes dois assuntos deram novo fôlego aos dois argumentos históricos da FN, partido que sempre foi contra a imigração e a desenvolvimento do islamismo em França. Com os atentados terroristas, apenas ela e o Presidente da República, François Hollande, cresceram nas sondagens. Mas a subida de Hollande (20 por cento de apoios a mais) é apenas um reflexo de defesa e de unidade dos franceses na guerra contra o terrorismo e não beneficiou o seu partido, o PS. Os franceses estão de acordo com a declaração de guerra de Hollande ao Daesh (Estado Islâmico), com o estado de emergência no interior do país e com as milhares de rusgas nos meios fundamentalistas islamitas franceses. Mas não votaram pelo PS nas regionais. O terrorismo e o islamismo radical colocaram em segundo plano os temas tradicionais das eleições regionais que eram antigamente sobretudo a agricultura, os transportes, o turismo, o ensino ou a saúde. No sudeste, a jovem Marion Maréchal-le Pen, sobrinha de Marine e cabeça de lista regional da FN, falou todos os dias, durante a campanha eleitoral, nas raízes cristãs da França que “nunca foi muçulmana e nunca o será”. A tia, e líder, Marine, candidata no norte, foi mais longe sobre as questões migratórias, identitárias e de segurança e pediu que “nem mais um migrante seja recebido em França porque além do mais vêm terroristas com eles”. Sem alianças consistentes da parte direita e da esquerda, a neta de Jean-Marie le Pen, fundador da FN, pode ganhar a presidência dessa zona com forte poder económico e que inclui cidades como Marselha, Nice e Cannes, tal como Marine tem fortes hipóteses de vencer no norte, cuja capital é Lille. Pesadelo e cozinha eleitoral Mas o cenário, neste domingo de primeira volta, é ainda mais pesado para alguns franceses. É um verdadeiro pesadelo para todos os que chamam “fascistas” aos lepenistas porque a FN pode conquistar ainda mais regiões devido ao facto de Os Republicanos (novo nome da UMP, do ex-presidente, Nicolas Sarkozy) e a esquerda não se entenderem na estratégia da chamada “Frente Republicana” (todos contra a FN, através de desistências e fusões de listas) para a segunda volta, no próximo domigo. Com efeito, para a segunda volta, na votação decisiva para definir quem vai dirigir as regiões, no caso de se verificarem “triangulares” com listas autónomas da FN, dos Republicanos e da Esquerda, os lepenistas surgem em posição muito favorável em pelo menos mais quatro regiões. Nicolas Sarkozy, chefe de Os Republicanos, radicalizou o discurso durante a campanha, abraçou teses da FN, mas os seus candidatos Republicanos não conseguiram fazer na primeira volta deste domingo a diferença. O PS, através do presidente Hollande e do primeiro-ministro, Manuel Valls, também sublinharam as suas políticas marciais contra os radicais islâmicos: intensificaram ataques na Síria e no Iraque, fecharam mesquitas, prenderam centenas de pessoas depois dos atentados de novembro e pretendem mesmo retirar a nacionalidade francesa aos jiadistas. Marine le Pen já vencera as últimas eleições europeias e apenas foi contida nas eleições autárquicas e departamentais que se seguiram em França pelo sistema eleitoral maioritário a duas voltas que penaliza os partidos que não conseguem concretizar alianças entre a primeira e a segunda voltas. A partir desta noite, o debate em França vai ser este: como impedir a FN de conquistar a presidência de algumas das 13 regiões francesas? Apenas será possível se a esquerda e a direita se entenderem para constituírem a chamada “Frente Republicana contra a extrema-direita”. Mas, mesmo nessa eventualidade, será preciso que os respetivos eleitores sigam à letra as orientações dos estados-maiores partidários. Para travar a FN, a tradicional cozinha eleitoral francesa, sempre original devido à lei eleitoral, vai ter resultar numa estratégia clara que evite a cacofonia nas diversas regiões. Nestas eleições regionais, apenas votaram metade dos eleitores franceses, apesar de tudo mais quase cinco por cento do que nas anteriores eleições. Foi um escrutínio especial, porque decorreu sob o estado de emergência: devido aos terríveis atentados de há três semanas, os eleitores votaram com polícias e militares armados junto às assembleias de voto, exatamente como acontece em alguns países envolvidos em guerras civis. Daniel Ribeiro, Expresso

6.12.15

Chade: 27 mortos em atentados suicidas

Au moins 27 personnes ont été tuées et plus de 80 blessées samedi dans un triple attentat-suicide commis sur le marché de Loulou Fou, une île tchadienne du lac Tchad, a-t-on appris de source sécuritaire à N'Djamena. « Trois kamikazes se sont fait exploser dans trois endroits différents au marché hebdomadaire de Loulou Fou dans une île du lac Tchad », a indiqué à l’AFP sous couvert d’anonymat une source sécuritaire, ajoutant que ces explosions ont « fait 30 morts, dont les trois kamikazes, parmi la population civile et plus de 80 blessés. Cette région avait été placée le 9 novembre par le gouvernement tchadien sous le régime de l’état d’urgence, à la suite de précédents attentats-suicide perpétrés par les islamistes nigérians de Boko Haram, groupe qui a rallié l’organisation de l’Etat islamique (EI). Depuis des mois, le groupe Boko Haram multiplie les attaques et les attentats-suicides sur les villages tchadiens du lac, situés à quelques kilomètres de la frontière avec le Nigeria. L’attaque la plus meurtrière sur les rives tchadiennes du lac s’est produite le 10 octobre. Un triple attentat à l’explosif commis par des kamikazes à la sous-préfecture de Baga Sola s’était soldé par 41 morts et 48 blessés, selon le gouvernement tchadien. Le lac Tchad est partagé entre Nigeria, Niger, Cameroun et Tchad. Même si sa superficie se réduit d’année en année en raison du réchauffement climatique, il abrite une multitude d’îles et îlots peuplés de pêcheurs, et ses abords sont rendus difficiles par une végétation dense, ce qui facilite les infiltrations des islamistes de Boko Haram en territoire tchadien pour y mener des attaques. Depuis le début de l’année, l’armée tchadienne est engagée dans une opération militaire régionale contre Boko Haram dont les raids et attentats se sont étendus au-delà du nord-est du Nigeria, son fief historique, vers les pays limitrophes: Tchad, Niger et Cameroun. Cette offensive a infligé de sérieux revers au groupe, mais les insurgés mènent toujours des attaques dans la région et se servent du lac comme lieu de repli. Jeune Afrique

5.12.15

5.000 tunisinos em organizações jihadistas

Quelque 700 Tunisiennes se trouvent actuellement en Syrie où elles ont rejoint des groupes jihadistes, a indiqué vendredi la ministre de la Femme Samira Meraï, qui s'est inquiétée devant le Parlement d'un "développement du fléau du terrorisme auprès des femmes et des enfants". La Tunisie compte plusieurs milliers de ressortissants –sans doute autour de 5.000– dans les rangs d’organisations jihadistes dont le groupe Etat islamique (EI), en Syrie, en Irak et en Libye, ce qui en fait un des pays les plus touchés. « Nous avons constaté un développement du phénomène du terrorisme (…) auprès des enfants et des femmes », a dit Mme Meraï. « Aujourd’hui, Il y a 700 femmes (tunisiennes) en Syrie et il y a des femmes dans les prisons tunisiennes (pour des affaires de terrorisme) », a-t-elle ajouté. Elle a relevé que le chef du gouvernement Habib Essid avait demandé à plusieurs ministres « de présenter un plan de lutte contre le terrorisme, chacun dans son domaine ». Dès 2013, le ministre de l’Intérieur de l’époque, Lotfi Ben Jeddou, s’était alarmée du recrutement de Tunisiennes pour assouvir en Syrie les besoins des combattants islamistes. « Elles ont des relations sexuelles avec 20, 30, 100 » jihadistes, avait déclaré M. Ben Jeddou aux députés. « Après ces rapports sexuels qu’elles ont au nom du jihad al-nikah (« la guerre sainte du sexe »), elles reviennent enceintes », avait-il ajouté. Ces propos avaient ensuite été minimisés par une source sécuritaire, qui avait évoqué auprès de l’AFP « au maximum une quinzaine de Tunisiennes sont allées en Syrie ». La Tunisie fait face depuis sa révolution de 2011 à un essor de la mouvance jihadiste, qui a tué des dizaines de policiers et de militaires ainsi que des civils, dont des touristes. Elle a été frappée par un attentat suicide le 24 novembre en plein Tunis, dans lequel 12 agents de la sécurité présidentielle ont été tués. Il a été revendiqué par l’EI, tout comme les attaques sanglantes du musée du Bardo en mars (22 morts) et contre un hôtel de Sousse fin juin (38 morts). Les autorités ont dans la foulée rétabli l’état d’urgence. Elles ont procédé à des dizaines d’interpellations depuis. Mi-novembre, sept femmes accusées de faire la propagande du groupe EI avaient été arrêtées. Jeune Afrique

3.12.15

Aumenta a corrupção na África subsariana

En Afrique subsaharienne, la corruption reste un fléau vécu au quotidien par une majorité d'Africains, selon le dernier rapport de l’ONG Transparency International. Même si des efforts sont faits, le chemin est encore long pour la faire reculer à un niveau acceptable. Décryptage en infographies. Dans l’étude de Transparency International publiée mardi 1er décembre, un chiffre devrait alerter nos gouvernants africains : 58% des personnes sondées parmi 28 pays du continent indiquent que la corruption (en réalité leur ressenti du phénomène) a augmenté dans leur pays depuis 2014. Plus édifiant encore : ce chiffre est de 83% chez les Sud-Africains, 76% chez les Ghanéens et 75% chez les Nigérians, qui forment le trio de tête des plus mal-lotis. De fait, l’Afrique du Sud a été récemment secouée par plusieurs scandales de corruption impliquant des personnalités de haut rang, jusqu’au président Jacob Zuma soupçonné d’avoir fait rénover sa résidence privée aux frais du contribuable pour plus de 16 millions d’euros. Les responsables politiques au centre du mécontentement À l’opposé, parmi les « bons élèves » du rapport figurent le Botswana, avec 54% des personnes interrogées qui pensent que leur gouvernement prend de bonnes mesures pour lutter contre la corruption. Seuls 18% des sondés sont dans ce cas au Liberia et 19% en Sierra Leone. Quant à la Côte d’Ivoire et au Sénégal, ils s’en sortent mieux avec 44 et 47% d’opinions favorables. Un résultat loin d’être brillant. Mais peut-on vraiment avoir confiance dans son gouvernement quand celui-ci est lui-même considéré comme corrompu – comme c’est le cas dans la plupart des cas ? Parmi les 28 pays étudiés, en effet, 42% des sondés estiment que les ministres et secrétaires d’État sont impliqués dans les malversations ; et ils sont 31% à penser la même chose au sujet des collaborateurs du président. Signe que les institutions modernes ne parviennent guère à convaincre les populations, ce sont les chefs traditionnels et les leaders religieux qui s’en sortent avec la meilleure image d’intégrité dans le rapport, bien loin devant la police, la justice ou les hommes politiques ou d’affaires. Pas vraiment de quoi pavoiser. Jeune Afrique

Congresso da oposição argelina

Le second conclave de l’opposition devrait se tenir le 18 février 2016. La décision a été prise, hier, par les membres de l’Instance de suivi et de coordination de l’opposition (ISCO), réunis au siège du mouvement El Bina El Watani à Alger. Annoncé il y a plusieurs semaines, ce congrès devrait réunir, comme la conférence du Mazafran du 10 juin 2014, tous les acteurs qui épousent l’idée du changement politique concerté. «La date du 18 février coïncide avec la Journée du chahid. A l’occasion de cette réunion, nous évaluerons d’abord l’action de l’opposition depuis l’adoption de la plateforme du Mazafran, qui reste pour tous les membres de l’ISCO la base de référence», nous explique Ouamar Saoudi, membre de la direction du RCD qui a représenté, en compagnie d’Ahmed Benneguaouche, le président du parti, Mohcine Belabbas, lors de ce rendez-vous. «A l’occasion de ce conclave, pour lequel un appel à participation est lancé à toutes les forces du changement, l’opposition doit aussi définir la marche à suivre pour l’avenir», explique de son côté Me Salah Dabouz, président d’une des ailes de la Ligue algérienne pour la défense des droits de l’homme (LADDH). Pour préparer ce congrès, que certains membres de l’ISCO préfèrent appeler «Mazafran II», les participants à la réunion d’hier ont décidé d’installer une commission politique préparatoire. «Cette commission doit évaluer toutes les actions de l’opposition depuis le 10 juin dernier et rédiger un rapport qui sera présenté à l’occasion de la prochaine réunion de l’ISCO, prévue pour le 16 janvier prochain», nous explique Ouamar Saoudi. Dans son communiqué final, l’ISCO invite «les partis et les personnalités nationales à la rejoindre pour concrétiser la transition démocratique devant réaliser les aspirations des citoyens et éviter au pays les dérives de la mentalité du parti unique». Outre la préparation de ce second congrès de l’opposition, les participants, dont l’ancien candidat à la candidature à la dernière présidentielle d’avril 2014, Ali Benouari, qui participe pour la première fois à une réunion de l’ISCO, ont longuement abordé le contenu du projet de loi de finances. «Nous refusons cette démarche qui tend à faire assumer la responsabilité de la crise économique actuelle au peuple algérien, comme nous dénonçons les atteintes répétitives aux droits constitutionnels des citoyens, notamment celui portant création de syndicats et de partis politiques», lit-on dans un communiqué de l’ISCO. L’instance, lit-on dans le même communiqué, salue l’attitude de l’opposition au sein de l’Assemblée populaire nationale qui «a choisi d’être du côté du peuple pour dénoncer le projet de loi de finances 2016». Madjid Makedhi El Watan

Reconciliação falhou em Moçambique

O politólogo moçambicano João Pereira entende que a natureza do sistema político de Moçambique está esgotada, 25 anos após a aprovação da primeira Constituição multipartidária, apontando a centralização do poder como o principal problema da democracia no país. “A natureza do sistema político moçambicano está esgotada”, disse o analista político e docente universitário, à margem de um debate sobre os desafios da democracia em Moçambique, organizado no âmbito da Semana da União Europeia em Maputo. Quando passam 25 anos após a aprovação da primeira Constituição multipartidária, que pôs fim a uma guerra civil de 16 anos, o politólogo moçambicano entende que o modelo político actual está demasiadamente centralizado e não permite a acomodação de elites políticas dos sectores mais excluídos do país, o que pode suscitar um descontentamento popular. “A nossa grande falha durante este período foi o facto de que não houve um projecto político realmente colectivo”, afirmou o académico, acrescentando que, 25 anos depois, a exclusão e a disparidade nos níveis de vida dos moçambicanos são elementos cada vez mais visíveis. De acordo com o acadé- CONSIDERA POLITÓLOGO MOÇAMBICANO Natureza do sistema político de Moçambique está esgotada mico, além de permitir a acomodação das elites políticas dos sectores mais excluídos do país, a execução de um sistema que atribua certa autonomia às regiões em Moçambique valorizaria a opinião do eleitor no que tange à escolha política. Numa altura em que várias vozes pedem uma revisão da Constituição da República, João Pereira aprova a iniciativa, mas entende que um elemento isolado não pode surtir os efeitos esperados, considerando que Moçambique precisa criar uma cultura de “consciência democrática” e inclusiva. “Esta mudança de cultura política deve partir da educação e da criação de uma cidadania activa”, defendeu, salientando que o país não pode continuar “com este sistema em que tudo é decidido em Maputo, Moçambique não é só Maputo”. Num momento em que o país vive uma crise política, com registo de confrontações militares entre o exército e o braço armado do maior partido de oposição, João Pereira defendeu que esta é a altura ideal para um debate sério sobre revisão do modelo político moçambicano, argumentando que as mais importantes mudanças no país aconteceram em momentos de crise. “O processo da reconciliação falhou em Moçambique e faltaram plataformas práticas de ambas as partes. Este é o momento ideal para uma revisão”, declarou o docente universitário, reiterando que o país precisa urgentemente de adoptar um modelo que atribua autonomias às regiões, no processo de definição das prioridades políticas, sociais e económicas. Correio da Manhã, Maputo

1.12.15

A Turquia ajuda o Daesh

Over the course of the last four or so weeks, the media has paid quite a bit of attention to Islamic State’s lucrative trade in “stolen” crude. On November 16, in a highly publicized effort, US warplanes destroyed 116 ISIS oil trucks in Syria. 45 minutes prior, leaflets were dropped advising drivers (who Washington is absolutely sure are not ISIS members themselves) to “get out of [their] trucks and run away.” The peculiar thing about the US strikes is that it took The Pentagon nearly 14 months to figure out that the most effective way to cripple Islamic State’s oil trade is to bomb... the oil. Prior to November, the US “strategy” revolved around bombing the group’s oil infrastructure. As it turns out, that strategy was minimally effective at best and it’s not entirely clear that an effort was made to inform The White House, Congress, and/or the public about just how little damage the airstrikes were actually inflicting. There are two possible explanations as to why Centcom may have sought to make it sound as though the campaign was going better than it actually was, i) national intelligence director James Clapper pulled a Dick Cheney and pressured Maj. Gen. Steven Grove into delivering upbeat assessments, or ii) The Pentagon and the CIA were content with ineffectual bombing runs because intelligence officials were keen on keeping Islamic State’s oil revenue flowing so the group could continue to operate as a major destabilizing element vis-a-vis the Assad regime. Ultimately, Russia cried foul at the perceived ease with which ISIS transported its illegal oil and once it became clear that Moscow was set to hit the group’s oil convoys, the US was left with virtually no choice but to go along for the ride. Washington’s warplanes destroyed another 280 trucks earlier this week. Russia claims to have vaporized more than 1,000 transport vehicles in November. Of course the most intriguing questions when it comes to Islamic State’s $400 million+ per year oil business, are: where does this oil end up and who is facilitating delivery? In an effort to begin answering those questions we wrote: •The Most Important Question About ISIS That Nobody Is Asking •Meet The Man Who Funds ISIS: Bilal Erdogan, The Son Of Turkey's President Turkey's role in facilitating the sale of Islamic State oil has been the subject of some debate for quite a while. From "NATO is harbouring the Islamic State: Why France’s brave new war on ISIS is a sick joke, and an insult to the victims of the Paris attacks", by Nafeez Ahmed: "Turkey has played a key role in facilitating the life-blood of ISIS’ expansion: black market oil sales. Senior political and intelligence sources in Turkey and Iraq confirm that Turkish authorities have actively facilitated ISIS oil sales through the country. Last summer, Mehmet Ali Ediboglu, an MP from the main opposition, the Republican People’s Party, estimated the quantity of ISIS oil sales in Turkey at about $800 million—that was over a year ago. By now, this implies that Turkey has facilitated over $1 billion worth of black market ISIS oil sales to date." Here's what former CHP lawmaker Ali Ediboglu said last year: “$800 million worth of oil that ISIS obtained from regions it occupied this year [the Rumeilan oil fields in northern Syria — and most recently Mosul] is being sold in Turkey. They have laid pipes from villages near the Turkish border at Hatay. Similar pipes exist also at [the Turkish border regions of] Kilis, Urfa and Gaziantep. They transfer the oil to Turkey and parlay it into cash. They take the oil from the refineries at zero cost. Using primitive means, they refine the oil in areas close to the Turkish border and then sell it via Turkey. This is worth $800 million.” Earlier this month, Ediboglu told Russian media that "ISIL holds the key to these deposits and together with a certain group of persons, consisting of those close to Barzani and some Turkish businessmen, they are engaged in selling this oil" ("Barzani" is a reference to Masoud Barzani, President of the Iraqi Kurdistan Region). But even as Turkey's ties to the ISIS oil trade have been hiding in plain sight for the better part of two years, the Western media largely ignores the issue (or at least the scope of it and the possible complicity of the Erdogan government) because after all, Turkey is a NATO member. Unfortunately for Ankara, Erdogan's move to shoot down a Russian Su-24 near the Syrian border on Tuesday prompted an angry Vladimir Putin to throw Turkey under the ISIS oil bus for the entire world to see. Here's what Putin said yesterday after a meeting in Moscow with French President Francois Hollande: "Vehicles, carrying oil, lined up in a chain going beyond the horizon. The views resemble a living oil pipe stretched from ISIS and rebel controlled areas of Syria into Turkey. Day and night they are going to Turkey. Trucks always go there loaded, and back from there – empty. We are talking about a commercial-scale supply of oil from the occupied Syrian territories seized by terrorists. It is from these areas [that oil comes from], and not with any others. And we can see it from the air, where these vehicles are going." “We assume that the top political leadership of Turkey might not know anything about this [illegal oil trade although that's] hard to believe," Putin continued, adding that “if the top political leadership doesn’t know anything about this, let them find out." Obviously, Putin is being sarcastic. He very clearly believes that the Erdogan government is heavily involved in the transport and sale of ISIS crude. In the immediate aftermath of the Su-24 incident, Putin said the following about Ankara: •PUTIN: OIL FROM ISLAMIC STATE IS BEING SHIPPED TO TURKEY •PUTIN SAYS ISLAMIC STATE GETS CASH BY SELLING OIL TO TURKEY As part of our continuing effort to track and document the ISIS oil trade, we present the following excerpts from a study by George Kiourktsoglou, Visiting Lecturer, University of Greenwich, London and Dr Alec D Coutroubis, Principal Lecturer, University of Greenwich, London. The paper, entitled "ISIS Gateway To Global Crude Oil Markets," looks at tanker charter rates from the port of Ceyhan in an effort to determine if Islamic State crude is being shipped from Southeast Turkey. * * * From "ISIS Gateway To Global Crude Oil Markets" The tradesmen/smugglers responsible for the transportation and sale of the black gold send convoys of up to thirty trucks to the extraction sites of the commodity. They settle their trades with ISIS on site, encouraged by customer friendly discounts and deferred payment schemes. In this way, crude leaves Islamic State-run wells promptly and travels through insurgent-held parts of Syria, Iraq and Turkey.

29.11.15

O Iémen é uma das apostas da China

With much to gain from a growing presence in the Middle East, Beijing is making an all-out effort to strengthen its foothold there, including the most volatile countries of the region. Although not widely reported, China-Yemen relations exemplify this trend. China’s diplomatic ties with Yemen, a country that ousted its leader Ali Abdullah Saleh in 2012 during the Arab Spring, started in September 24, 1956. Despite an ongoing al Qaeda-linked insurgency, widespread poverty, and severe water shortages, the relationship between the two countries has grown rapidly over the past years. The oil business has unquestionably been the primary axis around which Beijing-Sana’a relations revolve. Although Yemen has fewer petroleum resources than its neighbors, China’s growing energy needs are raising the profile and importance of all petroleum producers, including marginal producers such as Yemen. This is perhaps the main reason Chinese companies continue to expand their operations in Yemen, in spite of growing insecurity and other issues facing the country. Over the past few years, there have been several oil exploration and production agreements between the two countries. Since 2005, Chinese state owned enterprise Sinopec Corp has been operating in Yemen’s exploration and production sectors. Today, along with another Chinese company Sinochem Corp, Sinopec has a combined equity production of approximately 20,000 barrels per day, eight percent of Yemen’s total production. For the Chinese, Yemen offers a way to access untapped consumer markets for its exports, as well as lucrative investments. The government in Beijing has been encouraging Chinese companies to start investing in Yemen. Chinese telecommunications giant Huawei has been operating in Yemen since 1999. The two countries have also established several cooperative projects, such as the Chinese-Yemeni steel company Star. Interestingly, China’s economic footprint in Yemen is most pronounced in the development and construction sectors. Historically, China was one of the earliest foreign countries to participate in Yemen’s development projects. As early as the 1950s, Beijing took part in the construction of a 266 km road between Sana’a and Hodeidah. This involvement has continued, and in 2012 China National Corporation for Overseas Economic Cooperation (CCOEC) agreed to develop three natural gas-fired power plants in the country. In addition, China recently agreed to help build four 5,000 megawatt power plants using coal and diesel in the cities of Belhaf and Ma’abar. According to the agreement, the Chinese were also responsible for the installation of power cables and Safeer-Ma’abar gas pipeline. Last year, Beijing was also selected in a $508 million project to expand two container ports in Aden and Mokha, in which China reportedly agreed to also provide a soft loan to finance the projects. To strengthen its foothold, the Chinese have also been generous in other offers to their Yemeni counterparts. In 2009 for instance, China provided relief aid of 5 million yuan to displaced Yemenis who fled the fighting between the government army and Houthi rebels in Saada province. The government in Beijing also donated $5 million in medical supplies to the Yemeni-Chinese Friendship Hospital, a collaborative project that was initiated before the regime change in 2012. Besides an earlier deal to allocate 50 million yuan to promote its economic and technical partnership with Yemen, late last year China also decided to offer a $8 million grant to Yemen’s defense ministry, along with a $16.4 million general purpose grant, and a $30 million long-term interest-free loan. There are other factors besides the economy and energy which led to China’s growing interests in Yemen. For Beijing, Yemen’s strategic position provides it with an opportunity to implement one of its larger ambitions: to project power in the Horn of Africa. Beijing’s growing connection with Khartoum and Nairobi are a crucial part of this strategy. Meanwhile, as Chris Zambelis argued, Yemen’s position on the southwestern side of the Arabian Peninsula, and near the Suez Canal, appeals to politicians and policymakers in Beijing. As is manifest by the Chinese presence in the Panama Canal and Egypt’s Suez Canal, “the Chinese place a premium on strengthening footholds in or near strategic communication and commercial chokepoints across the world. Yemen’s position fits this larger pattern of Chinese strategic thinking.” Taking into consideration these factors, Yemen will remain an important partner for China in the coming years. At a time in which the West has been reluctant to develop ties with this vulnerable nation, Beijing will continue to harness the momentum of bilateral relations to bolster its position in the region. This direction was signaled by Xi Jinping during Yemeni President Abd-Rabbu Mansour Hadi’s diplomatic visit to Beijing last year, in which the two leaders vowed to take their ties to a new level. Both countries’ military leaders have also stated that this relationship might expand into military cooperation. Muhammad Zulfikar Rakhmat, that has lived in the Middle East for seven years. He holds a B.A. in International Affairs from Qatar University and is currently a research assistant at the same university.

São Tomé e Príncipe na mira da China

GUSTAVO PLÁCIDO DOS SANTOS Portuguese Institute of International Relations and Security (IPRIS) 24 NOVEMBER 2015 China is set to make its first direct infrastructure invest-ment in São Tomé e Príncipe. The memorandum of un-derstanding, signed in October 2015 with Chinese state-company China Harbour Engineering Company (CHEC), concerns the construction and concession of a deep-water port endowed with world-class infrastructures, so as to serve logistical needs in the Gulf of Guinea. The project, which is expected to be completed in 2019, has an estimated cost of $800 million, with the CHEC con-tributing $120 million. 1 The port has the potential to transform São Tomé e Prínci-pe into a transshipment hub for large vessels, enabling the small archipelago to serve regional economies. This is all the more relevant when considering that neither West Africa nor the Gulf of Guinea have a natural hub. Most vessels use ports in South Africa, Morocco or Spain to serve the region.Notwithstanding, some countries in West Africa have been developing plans toward becoming regional hubs. 2 These countries’ potential are, however, limited, since they are located in a region plagued by political instabil-ity and maritime insecurity. 3 Due to São Tomé e Príncipe’s geographic location, relative small number of pirate attacks within its territorial waters, and political stability, the small country fulfills, at least in theory, the condi-tions to take on such a role. A win-win situation The deep-water port will allow São Tomé e Príncipe to diversify its sources of revenue beyond cocoa and cof-fee — which make up more than 80% of total exports. 4 In fact, Prime Minister Patrice Trovoada has been insist-ing on the need to reorient the country’s economy toward trade, emulating the Dubai model. In other words, to transform the country into “a platform, offering services to our neighboring countries”. 5 On the other hand, this new infrastructure will enable the country’s government to abandon or lessen the focus on the potential of oil ex-ploration, which is the still uncertain.In addition, the country’s geographical position is also con-ducive to turn the small archipelago into a monitoring and surveillance advanced post right at the heart of the Gulf of Guinea, hence contributing for maritime security in an area that is key for global trade and energy security, and com-prised of countries with high levels of economic growth — the region has been growing at an average annual rate of 7%.Having said this, if the potential benefits for São Tomé e Príncipe are evident, what can China gain from investing in the port?São Tomé e Príncipe is one of the three African countries, and one of the 22 globally, to diplomatically recognize Taiwan, and in April 2015 both governments deepened cooperation ties. 6 Beijing, for its part, regards the Taiwanese government as illegitimate and admits retaking the territory by force if necessary. On the global stage, the Chinese and Taiwanese government have been en-gaged in a “diplomatic war”, i.e. seeking to isolate one another internationally. After the establishment of diplomatic relations between São Tomé e Príncipe and Taiwan, in 1997, Beijing im-mediately cut all ties with the archipelago. It was only in 2014, 16 years later, that those ties were resumed. Thus, considering the historical tensions between China and Taiwan, why did Beijing decide to deepen ties with São Tomé e Príncipe?As a global power, China acknowledges the need to foment good and friendly relations in the international stage, not only to extract economic benefits, but also to widen its base of politico-diplomatic support, protect strategic interests and project influence. This is a necessary approach, especially when considering that the African continent has been in-creasingly attracting the attention of major world powers, as exemplified by the EUA-Africa Summit, in 2014, and the third India-Africa Summit, in October 2015. São Tomé e Príncipe’s government officials were present in both events. Africa and China’s grand plan The expansion of Chinese interests in São Tomé e Prín-cipe is also relevant in terms of one of Beijing’s great goals: to establish the “Silk Road Economic Belt” and the “Maritime Silk Road”, jointly known as the “One Belt, One Road” initiative — introduced in 2013 by Chinese Presi-dent Xi Jinping. The initiative envisages the creation of an economic zone connecting China to the Persian Gulf and the Mediterranean Sea, and including Central and East Asia. This area would include many developing coun-tries, a combined population of 4.4 billion and a GPD of $2.2 billion. 7 As a matter of fact, China has already been acting toward putting that plan into action, as shown by the multitude of infrastructure development and financ-ing projects across the globe.Although there are no official signs that the initiative in-cludes the African continent, the vast numbers of Chi-nese investments in African infrastructures — namely of logistical nature, such as roads, ports, airports and railways — suggest that it is already an integral part of Beijing’s grand plan. This possibility was boosted in January 2015, when a memorandum of understanding was signed between Beijing and the African Union (AU), in which Chinese authorities expressed their commit-ment to develop logistical and industrial infrastructures across the continent. 8 East Africa, and Kenya in particular, has been at the forefront of China’s offensive in the continent. In fact, Kenya’s coastal region is represented in a Maritime Silk Road map designed by Xinhua News Agency, 9 and the country is being targeted with massive infrastructure investments by Chinese companies, particularly ports, airports and railway networks, connecting Kenyan ports to neighboring countries. 10 Africa’s inclusion in this equation and the levels of in-frastructure investment across the continent will open new markets for Chinese exports, secure new contracts for national companies and, through the relocation of industries, work toward countering the effects of rising labor costs. On the other hand, the resulting facilitation of the flow of raw materials will feed the Chinese indus-try, something that is key to satisfy its economic growth needs. Also worth noting is the abundance of largely un-tapped lands in Africa and its potential to supply the Chi-nese market with much needed agricultural goods.In sum, all of this will boost China’s economic growth and boost job creation, in turn ensuring socioeconomic stability.Infrastructure investments in Africa’s Atlantic coast also places this region within the context of the “One Belt, One Road” initiative. Beijing has been actively contributing to the development of ports in the region — such as in Cam-eroon, Gabon, Ghana and Senegal — and recently con-cluded the railway connecting the Atlantic coast of Angola — the port of Lobito — to the border with the Democratic Republic of Congo, which will subsequently link with the Angola- Zambia and Tanzania-Zambia railway lines. Ac-cording to the Chinese company behind the construction of the track section in Angola, this network is part of a wider project aimed at connecting the Atlantic to the In-dian Ocean. 11 São Tomé e Príncipe emerges in this context as a tran-sit point for maritime trade between the Atlantic, Africa and the India Ocean. This transcontinental link is part of Beijing’s plan to direct flows of hydrocarbons, minerals and other African natural resources to transshipment hubs in the Indian Ocean, from where they will be directly shipped to China. More than economic interests China’s rising economic power coincided with an increas-ingly assertive foreign policy, according to which Beijing wants to build a new world order and stand on an equal footing with the United States. This means that China is willing to project power and influence across the globe, something that has gained new impetus with President Barack Obama’s Pivot to Asia. Beijing regards this incursion by the United States in its sphere of influence as unacceptable, thus driving China to project its power in areas of the globe where American influ-ence is traditionally dominant, such as in the South Atlantic and the Gulf of Guinea. Moreover, the Asia Pivot and the end of the United States energy dependency culminated in Wash-ington shifting its attention away from the South Atlantic and the Gulf of Guinea in particular, opening a window of oppor-tunity for Beijing to expand its interests in the region and take another step toward consolidating its global power status. However, to sustain its assertion on the international scene and counter American power, Beijing needs to secure stable sources of supply of large quantities of hydrocarbons and other resources, like minerals and agricultural goods. This implies establishing a strong presence in resource-rich regions, such as the Africa continent. It is not surprising, then, that Beijing’s grow-ing interest in Africa has coincided with large oil discov-eries in the continent, particularly in the Gulf of Guinea. China’s offensive in the Gulf of Guinea, however, is not solely driven by the abundance of natural resources. Beijing recognizes the need to ensure security and sta-bility along the maritime trade routes of a region where it has been deepening and expanding its economic and political presence. This presence also brings with it the mobilization of Chinese nationals, forcing Beijing to act toward ensuring their security — the frequency of at-tacks involving Chinese nationals in the Gulf of Guinea has increased over the last five years. 12 That being said, although the Maritime Silk Road has, in its essence, an economic nature, obvious strategic im-plications arise. The need to secure and protect its in-terests inevitably embeds a security dimension in the Maritime Silk Road. With this in mind, Beijing has been developing a chain of ports, intelligence centers and ob-servation posts, as well as increasing its participation in anti-piracy operations, and the number and frequency of military exercises in the Indian Ocean. 13 The securitization of Beijing’s interests China has been making use of its economic and financial power to exert influence. One of Beijing’s strategies con-sists on relaxing loan conditions in exchange for control 12 Hang Zhou and Katharina Seibel, “Maritime Insecurity in the Gulf of Guinea: A Greater Role for China?” ( The Jamestown Foundation , 9 January 2015).13 Shannon Tiezzi, “The Maritime Silk Road Vs. The String of Pearls” ( The Diplomat , 13 February 2014). (or access privileges) over certain foreign ports that were financed or developed by Chinese companies. As a result, Beijing adds a security element to those infrastructures. Such was the case with Sri Lanka’s commercial port. In addition, in November 2014, a Chinese nuclear subma-rine docked in Colombo’s commercial port and not in the military one, suggesting that ports operated by Chinese companies are likely to have a dual use: civil and military. A similar situation happened with a port in the Maldives. 14 Taking into account the Chinese investment and financ-ing surge in Africa, it would not be surprising if Beijing decides to use its economic and financial power in vari-ous ways so as to ensure civil and military access to ports in the African continent.As a matter of fact, Beijing has already used such an ap-proach in Djibouti, one of the major strategic hubs in Af-rica and host to military bases from the United States, Japan, France and Germany. China is currently investing $9.8 billion in several infrastructure projects in Djibouti, amounting to six times the national GDP. The deepening of Chinese influence in the country motivated the switch of the Djibouti’s port operating contract from a Dubai-based company to a Chinese one. Moreover, in May 2015, President Ismail Omar Guelleh said he was in talks with Beijing over the installation of a Chinese military base in Obock, Djibouti’s northern port city, something which was not confirmed by Chinese authorities. 15 Nonetheless, such a possibility must not be disregarded. In November 2014, The Namibian Times reported that Beijing was considering setting up a naval base in Namibia’s Walvis Bay. The newspaper adds that this would be one of a total of 18 bases to be built in several parts of the world, for replenishment, berthing and maintenance purposes. Apart from Asia and the Middle East, these plans include bases in Africa. Notwithstanding the fact that these al-legations were denied by China’s Defense Ministry and Navy, the latter did not rule out the establishment of Over-seas Strategic Support Bases. In turn, Namibia’s Minis-try of Defense spokesperson, Lieutenant Colonel Monica Sheya, confirmed to The Namibian Times that talks over the installation of a naval base had taken place. 16 Regardless of Beijing’s line of action in the Gulf of Guinea — naval bases or military access — the goal will always be to ensure the expansion of interests, project power and establish a greater presence in the South Atlantic. That is a logical step, warranted by Beijing’s intention to assert itself in the international arena and by the need to protect its expanding interests at the global level.

28.11.15

Washington quer ou não combater o Daesh?

The United States is trying to create the “illusion” that it is waging a genuine fight against the Daesh (ISIL) terrorist group in Syria, an American analyst says. “The United States is trying to perpetuate this image that she really has been trying to deal with the Syrian situation with ISIS (ISIL),” said Mark Glenn, co-founder of the Crescent and Cross Solidarity Movement. The administration of US President Barack Obama is urging Turkey to deploy thousands of additional troops along its border with Syria to block the movement of ISIL terrorists. Pentagon officials have estimated that as many as 30,000 soldiers are needed to cordon off a stretch of 60-mile (100 km) frontier, the Wall Street Journal reported on Friday. US officials say the border includes key transit routes that Daesh uses to move militants in and out of the war zone and into Europe. “In order to maintain this illusion that the United States has been an honest player in all of this, she’s making these noises, telling the Turks that they have to strengthen their border with additional men and material in order to prevent these terrorists from crossing back and forth,” Glenn said in an interview with Press TV on Wednesday. The proposed deployment of Turkish forces could be a US project to prepare Turkey to invade Syria and undermine the Russian military campaign against terrorist groups fighting the Syrian government, Glenn noted. Russia has been conducting airstrikes on Daesh positions at the request of the Syrian government since September 30. The proposed deployment by the US follows the terrorist attacks in Paris on November 13, which ISIL claimed responsibility for. Obama recently ordered the deployment of dozens of Special Operations troops to Syria to "assist" militants operating on the ground. Press TV

Daesh, Movimento de Destruição

Attention! O Islamic World, be warned against the Movement of Destruction! In these times the movement of Daesh has become a great challenge and grave danger to the countries of the Middle East, in particular Saudi Arabia. Their danger is not restricted just to the Arab World, but extends to all countries and peoples. This movement is only concerned with the destruction of historical monuments and of the Islamic landscape, as is witnessed in the lands of Iraq and Syria. They have transgressed in this matter and treat Muslims as non-believing hostile combatants, as though they are enemies-at-war and their lands hostile territories. They, and those who imitate them independently, don’t talk of defending the Palestinians by aiding vulnerable women, children and others who have no strength nor weaponry. They are constantly subjected to brutal hardships and continue to severely suffer from the attacks of their neighboring Zionist country, who are coercively and falsely called Israel. Is this not clear evidence that they are agents of Colonialism adverse to Islam and Muslims? And that they are mercenaries for the United States and its allies? Their savagery has led to their misconceived methods and insolent manners in safeguarding Islamic obligations towards those under protection. This Islam, calls for peace and security for the one given protection by a single Muslim. The Prophet, peace and blessings be upon him, said: “The lives of Muslims are on parity with each other, the protection of their weakest suffices, and they are allied against others”. These, and those who think they are acting on the Qur’an and Sunnah, subject those in protection to murder and captivity. They even murdered a group of Christian workers from Egypt and held in captivity another. This is the clearest of proofs that this movement is a terrorist movement, who falsify the religion, misrepresent tenants of Islam and avert from the religion. It is a duty on every Muslim to disown them, and it is a duty upon the powers in every nation to halt them and repel their evil by all means. In conclusion to this statement, it is worth me noting that this movement, in its thought and profile, stems from the Khawarij who disappeared in the past and they are the forefathers for those who followed later. They are numerous groups with a multiplicity of names. Amongst them are: the Brotherhood, the financiers of terrorist movements in the Middle East; the Taliban, supporters of terrorism and perpetrators of trouble in various cities across Pakistan; the Jamaat-e-Islami, known throughout the Subcontinent as the Jama’at Mawdudi; and from amongst them are those who call themselves Deobandi and Tablighi, their movements adhere to falsehood and they invite to falseness in India and Pakistan. All of these, with all their factions and beguiling veiled names, unify on one thing which is their claim to be true Muslims and whosoever opposes their doctrine is a mushrik, or polytheist. For this reason they permit the widespread murder of the common Muslims of the Ahlus-Sunnah wa al-Jama’ah, and the plundering and pillage of their wealth. They adopt various modes to cause distress to living Muslims, and those that have past; in fact they are the worst in dishonoring the deceased. For this reason they raze graves, demolish monuments and domes, and reduce them to ruins. They have many evil statutes, which even include that should they arrive at the Green Dome they will do to it what they have done to the resting places of Companions, the pure Ahl-ul-Bayt and common Muslims. May Allah dash their hopes and foil their plans. Hatred has been uttered from their mouths, enmity for Islam itself is visible on their faces, and their hearts conceal far worse! May Allah protect us, and all Muslims from those who wrong and behave tyrannically. — Mufti Muhammad Akhtar Raza al-Qadri al-Azhari, Bareily, India.

26.11.15

António Costa enaltecido no Times of India

High drama as history and made in Lisbon this week as the Socialist Party's Antonio Costa has become Prime Minister of Portugal. The son of ferociously anti-colonial Goan writer Orlando da Costa (whose classic novel 'O Signo da Ira' is set in the Margao neighbourhoods he grew up in) fought his way to the top job in highly unconventional fashion. Earlier this month, his coalition with the Green, Communist and Left Block parties brought down the brand new minority conservative government in a stunning parliamentary vote after it had been in office for just 11 days. Now the shortest-lived administration in Portuguese history will be replaced by the first-ever leftist alliance that has ever come together in the four decades since the country transitioned to democracy. Costa faces considerable challenges. The conservative establishment of Portugal - led by the President Anibal Cavaco Silva - tried mightily to keep him out of power, straining the country's relatively young democratic processes in the bargain. The new Goan-origin Prime Minister himself admits the struggle was akin to "tearing down the last remains of a Berlin wall." Meanwhile, his opponents are adamant about portraying his leadership as illegitimate. The former Finance Minister, Manuela Ferreira Leite went so far as to call it "'A true coup d'etat." Meanwhile, there is even more heartburn in the rich countries of Europe, especially Germany, which is the engine behind the dreaded triumvirate of the European Commission, European Central Bank, and International Monetary Fund that has wreaked havoc in the name of austerity debt-repayment programmes in Southern Europe. Portugal is just emerging from four very bad years of punishing tax hikes and painful cuts in social and public spending. While Costa has pledged to honour his country's financial commitments, he also promised to "turn the page on austerity." That has made him public enemy number one to the 'troika'. The bankers (and their political masters) fear that Costa's calm leadership will prove a wrecking-ball for the policy agenda that is being imposed on several countries simultaneously - Greece, Ireland, Spain and Italy are all reeling from some variant of austerity policies, and similar rhetoric was deployed in recent UK elections. But what the record shows is austerity has spectacularly failed, and in fact set back the countries where it was imposed by decades. Nobel Prize winning economists like Paul Krugman have repeatedly pointed out "the cure is much worse than the disease." Costa has been forced to declare that the hysterical accusations about his economic agenda are "fantasies." In fact, the 54-year-old is a classic, pragmatic moderate, as has been proven over decades of a highly constructive political career that has seen him hold successively higher offices. Quite soon after entering politics in the 1990's, he became Portugal's Minister for Parliamentary Affairs, then was promoted to Justice Minister. Later he headed the Socialist Party list for the 2004 European elections, and was elected Vice-President of the European Parliament. In 2007, Costa made a flamboyant gamble by resigning all his high offices and making a bid for the office of Lord Mayor of Lisbon, then the troubled centrepiece of a sprawling urban agglomeration which houses around 30% of the country's population. Immediately after winning, he made bold gestures that earned lasting respect and loyalty. First he moved his offices to the crime, drug and prostitution-infested neighbourhood of Mouraria, which became centrepiece of an urban renewal project that has steadily remade Lisbon into the safest, cleanest and greenest capital city of Europe. Perhaps inevitably, the Mayor who is still known by the Konkani nickname 'Babush' to his family began to be called 'Gandhi' by his constituents. Costa's rise to the top of the Socialist Party, and now to Prime Minister of Portugal, has been a case study of methodical, meticulous strategy implemented step-by-step, and with an extraordinary cool head. That quality of supreme calm - a most renowned characteristic of the Goans - will be most valuable to him if the coming maelstrom of challenges is to be survived and overcome. After all, no politician in recent memory has assumed power in a democracy burdened by so many caveats, as well as barely concealed threats. The new Prime Minister of Portugal had to give the President a set of written guarantees about the economy. He has had to simultaneously assure the European Union that he would keep his country's commitments, and keep on board far-left allies who have been against the European Union from inception. All the while, he has kept insisting that he would govern with "a socialist programme" that allows for "a sustainable reduction in deficts and debt." He wants to raise the minimum wage, lift the current freeze on pensions, and cancel pay cuts for civil servants that are due next year. It is an improbable, almost incredible agenda. But the mere fact that Antonio Costa, a grandson of Margao who was born in the year of the liberation of Goa, is now Prime Minister of Portugal, is pretty incredible by itself. Don't bet against him. As our 'Babush' said earlier this week, "I always deliver more than I promise." Times of India

24.11.15

Bissau: Tudo é difícil, nada funciona

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA afirmou que na Guiné-Bissau tudo é difícil, nada funciona e ninguém é responsabilizado perante várias denúncias de corrupção. José Mário Vaz que falava esta segunda-feira, dia 23 perante os deputados da Nação quando presidia a cerimónia de abertura da 1ª Sessão Ordinária do IIº Ano da IX Legislatura da Assembleia Nacional Popular, disse que perante muitos estados de coisas, as autoridades competentes não tem sabido encontrar uma resposta nem atempada e eficaz por forma a atender as legítimas preocupações dos guineenses. "O tempo passa e a resposta de quem de direito tarda a chegar gerando assim um sentimento generalizado de falta de confiança nos políticos e nas instituições do Estado", salientou o chefe de Estado. O Presidente da República disse que importa lembrar que durante o período da campanha eleitoral percorreram o país de norte à sul e visitaram cidades, aldeias e tabancas onde falaram com as pessoas e ouviram as populações e testemunharam várias notícias de desmandos e crimes de várias ordens e que punham em causa a sustentabilidade dos recursos do país. O chefe de Estado sublinhou que, com base nas suas promessas eleitorais e que determinaram as suas vitórias eleitorais, os concidadãos guineenses estão justamente convencidos de que daríamos uma resposta atempada e eficaz as referidas denúncias. "De forma que ninguém podia esperar, as primeiras denúncias do tempo de transição, vieram acrescentar-se às denúncias durante o primeiro ano do nosso mandato", referiu, questionando , porque razão, apesar das nossas comprovadas riquezas haliêuticas e das licenças de pescas emitidas, ainda existe escassez de pescado no mercado nacional. José Mário Vaz questionou ainda porque razão e apesar dos contratos celebrados entre as partes, existem obras públicas em especial de construção e manutenção de estradas, há muito iniciadas, sem que sejam até agora concluídas? "Apesar do consenso nacional nessa matéria. Na moratória determinada pelo executivo com os madeireiros legalmente estabelecidos ainda continuam conflitos no sector", disse. O chefe de Estado revelou que não deixará de passar essa ocasião para de novo colocar o ênfase no papel e na função do parlamento como órgão máximo do poder legislativo e fiscalizador da acção governativa. " O parlamento ao exercer o dever de fiscalização permite que se possa acompanhar os níveis de execução das metas governamentais e contribuir para que o executivo tenha maior performance no seu todo e facilita a identificação dos elos mais fracos que possam comprometer os resultados do colectivo", avisou. O Presidente da República disse sublinhar na ocasião que ANP tenha muitas responsabilidades das quais não poderia demitir-se ou delegar e que poderia ser apoiado em alguns momentos pela Inspecção Geral das Finanças, a Policia Judiciária, o Ministério Público e o Tribunal de Contas. José Mário Vaz disse que igualmente chamou a atenção de que o Orçamento Geral de Estado enquanto lei das finanças não deve ser objecto de despesas extraorçamentais ou de despesas não tituladas e que o seu não acompanhamento poderia por em causa os princípios fundamentais da prestação de contas, de transparência e de justiça social. Contudo, prosseguiu o chefe de Estado, foram várias vozes, desde um cidadão comum e até algumas figuras da praça que ergueram para denunciar derrapagens na execução orçamental e a multiplicação das despesas não-tituladas bem como actos de corrupção nos sectores económicos. "Mas em alguns sectores da nossa sociedade estas denúncias não passam de rumores, invenções, calúnias e até de inveja. Todavia e diariamente somos obrigados a conviver impotentes perante claros e evidentes sinais exteriores de riqueza incompatíveis com as conhecidos cortes de rendimentos de algum servidor de Estado em função a bem pouco tempo". O PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA NACIONAL POPULAR (ANP) Cipriano Cassamá disse que o mais importante para o desenvolvimento da Guiné-Bissau é os políticos não deixarem que suas diferenças os levam a divergências. Cassamá que falava no acto da 1ª sessão do segundo ano legislativo da nona legislatura, sublinhou que a promoção do dialogo é o melhor caminho a seguir com vista ao desenvolvimento do pais. “A comunidade internacional está em alerta com as situações do governo da Guiné-Bissau. Avalia se o país merece ou não a sua confiança”, alertou o Presidente de ANP. O Chefe do parlamento guineense acrescentou que tendo em conta essa situação, cabe os políticos guineenses mostrarem que merecem a credibilidade internacional. “Muitas das vezes acabamos por não nos entender no parlamento nas horas de discussões, mais como a discussão é a lei da democracia e é diferente da confusão, voltamos sempre a normalidade”, disse Cipriano Cassamá. O presidente da ANP pediu desculpas ao povo guineense pelos erros cometidos muitas vezes no país, sublinhando que, o povo não merece os acontecimentos que abalam a sociedade guineense nalgumas circunstâncias. Cipriano Cassamá prometeu que o parlamento guineense irá apresentar as suas contas ao longo do segundo ano da nona legislatura e acrescentou que, quando exige dos outros o parlamento deve ser o primeiro a dar exemplo. O Presidente da ANP esclareceu que as viagens que tem efectuado ultimamente, trazem simplesmente benefícios para a instituição que dirige e para o povo guineense em geral. A Guiné-Bissau acolhe a 67ª sessão do Comité Executivo da União Parlamentar Africana (UPA) que decorre entre 02 e 06 de Dezembro próximo e a 38ª Conferência dos Presidentes de Assembleias Parlamentares Nacionais da União Parlamentar Africana (PAPNUPA) que decorrerá de 05 à 06 do mesmo mês. Segundo Cassamá estes encontros, são resultados das suas deslocações ao exterior, acrescidas ainda com a retoma da cooperação ao nível parlamentar com a república de Timor-Leste, depois deste país ter suspendido a sua cooperação com o povo da Guiné-Bissau depois da queda do governo liderado por Domingos Simões Pereira em Agosto último. -- Progresso Nacional