21.1.09

The Obama boy and his dreams

Perante a gigantesca tarefa que tem à sua frente, depois dos ignominiosos anos Bush, Barack Hussein Obama agradeceu no dia 20 de Janeiro ao povo norte-americano a confiança nele depositada, bem consciente dos muitos sacrifícios que algumas gerações enfrentaram para que fosse possível construir uma grande potência. Ao tomar posse, ele falou com humildade da crise e da perda de confiança do mundo numa terra que durante a segunda metade do século XX se procurou assinalar como a mais importante do mundo, mas que fez muitas outras sofrerem. Falou do medo enorme que muitos têm nos States de assistir ao declínio inevitável da América, que daqui a 50 anos poderá já não estar mais na primeira linha do desenvolvimento universal. Reconheceu que os desafios são reais, mas prometeu que eles serão resolvidos.

Ao lado de uma Primeira Dama que vestiu em discretos tons de verde, a cor da esperança, Barack Obama proclamou o fim dos ressentimentos entre republicanos e democratas, entre brancos e negros. Reafirmou a grandeza da nação norte-americana e pediu a sua reformulação, de modo a lançar novas bases de crescimento, mais emprego e mais justiça. Estendeu a mão ao mundo muçulmano e deixou no ar a promessa de que não mais haverá presídios como o de Guantánamo, nem cadeias secretas em qualquer lugar remoto do mundo.

Foi um discurso denso, o feito pelo filho de um queniano que um dia tentou a sua sorte longe da África. Distanciou-se do século passado e abriu caminhos para o futuro, as novas veredas que será necessário e urgente percorrer para que daqui a oito ou 10 anos muita coisa esteja decerto melhor do que o está hoje. Nas Américas, mas também no Médio Oriente e noutras regiões do globo. Esteve à altura das circunstâncias e deu um exemplo a todos os que nos governam ou que em breve poderão vir a governar.

Barack Obama e a sua secretária de Estado, Hillary Clinton, vão agora lançar-se ao trabalho para refazer a relação dos States com o resto do mundo, de modo a que grande parte do mundo não veja mais Washington como sinónimo de opressão e de iniquidade. Jorge Heitor 21 de Janeiro de 2009

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