12.11.15

Moçambique não pode copiar Angola

Por ocasião dos quarenta anos da independência de Angola ontem celebrados, o Presidente da República de Moçambique, Filipe Jacinto Nyusi, deslocou-se àquele país ‘irmão’ e teve a soberana oportunidade de proferir um discurso na Assembleia Nacional – o Parlamento angolano – onde, entre outras coisas, disse que “temos de seguir o exemplo de Angola”. Estas palavras de Nyusi estão enquadradas no facto de aquele país do outro lado do Atlântico ter posto fim ao conflito militar e se ter consumado o desarmamento da UNITA, situação que em Moçambique ainda não aconteceu, pelo facto de a Renamo ainda manter forças residuais armadas um pouco por todo o país. É verdade irrefutável que a Renamo mantém Para onde nos leva o Presidente Nyusi? ‘homens armados’ desde o final dos 16 anos da guerra civil, por obra e graça do Acordo Geral de Paz (AGP), mas que não chegaram a ter enquadramento no Exército e na Polícia por eternas desconfianças nunca sanadas. Esses ‘homens armados’ durante cerca de 20 anos sempre foram vistos e eram conhecidos, até o antecessor de Nyusi, hoje cidadão Armando Guebuza, ter decidido pôr fim aos mesmos, num evento do qual o PR foi testemunha em Sadjungira, quando era ministro da Defesa. Ao ser entronizado no poder, em Janeiro deste ano, Nyusi proferiu um discurso com nuances históricas de ruptura com o passado, e de olhos virados para o futuro, onde a PAZ é(ra) o principal alicerce da ‘nova era’. A verdade dos factos mostra que Nyusi, ou os seus alegados “mentores”, tem em vista “a solução angolana” para com Afonso Dhlakama, uma analogia ao aniquilamento de Jonas Savimbi, então líder da UNITA. Então torna-se preocupante que o ‘exemplo de Angola’ seja seguido em moldes não claros e, pior, numa altura em que o país vive em clima de instabilidade político-militar. Afonso Dhlakama, segundo a Renamo, encontra-se agora em “parte segura” e foi em parte como essa que Savimbi foi morto... Esperemos que Nyusi não copie também outros (maus) exemplos do país em que quase 70% da população vivem com o equivalente a menos de dois dólares norte-americanos por dia e onde a cesta básica para uma semana custa o equivalente a aproximadamente 50 dólares norte-americanos. Que não copie tambem a ‘moda’ da cleptocracia local que consome champanhe per capita e onde o lixo amontoado nas ruas convive com carros de luxo. Com todos estes cenários e já que perguntar não ofende: Para onde nos leva o Presidente Nyusi? Luís Nhachote, Correio da Manhã, Maputo

Um comentário:

kn angololense disse...

olha meu caro não me venhas falar que a realidade de angola seja esta.
moçambique tem sorte de ter um pais amigo como angola, e nós angolanos temos moçambique como um pais irmão , agora cabe a vocês (moçambicanos) se organizarem.
quando falas do lixo , mizeria , carros de luxo e ect . angola è um pais que luta para a establidade, e isto não se faz da noite para o dia è preciso tempo para se alcançar o mesmo.