4.4.17

Dificuldades de naturalização em Portugal

Sei de um cidadão guineense, há mais de 15 anos residente em Portugal, que anda há largos meses a tratar do processo de naturalização, para obter cartão de cidadão e passaporte portugueses.
Acontece que, na Loja do Cidadão, Laranjeiras, há um funcionário que lhe vai pedindo dinheiro e mais dinheiro, sob os mais variados pretextos, dizendo que só assim se poderá avançar com o processo.
Têm sido quantias de 180, de 280, de 395 e por aí adiante. Ontem, ainda, levou a pessoa em causa a um café e disse-lhe que, para além dos 395 de que já haviam falado, seriam mais 250 euros, a perfazer 645, quase todo o salário que o indivíduo acabara de receber.
A situação é verdadeiramente dramática, pois o natural da Guiné-Bissau de que aqui falo não quer dar o nome, não se quer queixar a ninguém, com medo de ainda ser pior. De passar muitos mais meses sem ter na mão os documentos que, em princípio, há semanas já lhe haviam dito que estavam prontos.
Eu, porém, à revelia do que pensa o lesado, entendo que o Presidente da República e o Governo devem saber destas coisas, para que se proceda a uma auditoria e se verifique se o SEF não está, de facto, a registar muitas anomalias.
Entretanto, soube de outro caso em que uma pessoa queria tratar do seu cartão de residente, que caducara, e lhe disseram que fosse ver isso em Novembro, pois que aparentemente toda a burocracia se encontrava com oito meses de atraso.
Inacreditável, a forma como estamos a tratar cidadãos dos PALOP que há 15 ou 20 anos vieram para aqui viver. Ficam com uma imagem péssima de Portugal.
Por tudo isto, por não poder conter o meu direito à indignação, apelo à bondade do senhor Presidente da República, a fim de que mande averiguar este género de situações.
Muito respeitosamente, Jorge Máximo Pereira Heitor

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