David Miliband, antigo ministro britânico dos Negócios Estrangeiros, anunciou hoje que necessita de “recarregar as baterias”, pelo que não fará parte do gabinete sombra que está a ser preparado pelo seu irmão Ed, no sábado eleito novo líder do Partido Trabalhista.
David, que perdeu a corrida à liderança por pouco mais de um por cento, declarou à BBC que a decisão de não ficar na linha da frente da política que se faz no Reino Unido é a mais adequada para ele, para a família e para o Labour.
No entanto, aquele expoente da linha do antigo primeiro-ministro Tony Blair esclareceu que continuará a servir o partido a que pertence e que não exclui a hipótese de um dia voltar a desempenhar funções de relevo.
Havia uma certa especulação quanto ao futuro do antigo condutor da política externa britânica, desde que no sábado foi anunciado o resultado da corrida à liderança, visto como uma espécie de morte do chamado New Labour.
David tinha de decidir até às 17h00 de hoje se se candidatava às eleições para o gabinete sombra, a equipa com que os trabalhistas vão procurar ganhar novo fôlego, depois de em Maio terem saído do Governo, agora nas mãos dos conservadores e dos liberais.
Numa entrevista ao editor político da BBC, Nick Robinson, o ex-titular do Foreign Office disse estar “absolutamente certo” de que a sua decisão de, por agora, se afastar da linha da frente é a correcta.
Explicou até que o sentiu assim que no sábado foi derrotado, mas que preferiu esperar três ou quatro dias para amadurecer bem a decisão e falar sobre ela com a família.
A imprensa de direita tem vindo a considerar Ed Miliband um político “razoável”, especialmente cuidadoso em não melindrar as hostes trabalhistas que haviam estado com a equipa anterior e que defendiam “a terceira via”, entre um socialismo mais militante, mais ligado aos sindicatos, e uma atitude conservadora.
A derrota do seu irmão mais velho, David Miliband, ficou a dever-se sobretudo ao facto de uma grande parte do partido se querer distanciar de um passado recente, o qual se caracterizou, entre outras coisas, por um alinhamento com os Estados Unidos na invasão do Iraque.
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