6.9.11
Há ainda tanta Líbia por descobrir
Sukhna, Al Jufrah, Birak, Sabah, Burayk, Jammah e Murzuq são algumas terras da Líbia a sul do paralelo 30, o que passa pelas Ilhas Selvagens e pelo Grande Erg Ocidental da Argélia. Não consta que o Conselho Nacional de Transição domine essas povoações. Tal como aparentemente não domina Dulaym, Tarbu, Al-Qatrun e Madrusah.
Em qualquer uma dessas tantas povoações poderão estar o coronel Muammar Khadafi e seu filho Saif al Islam, que há 11 ou 12 dias os dirigentes do Conselho Nacional de Transição diziam estar em vias de neutralizar.
Do paralelo 30 ao Trópico de Câncer, que passa pelo Hoggar argelino, há uma Líbia imensa que os homens do Conselho Nacional de Transição e os seus amigos franceses, britânicos e norte-americanos não parecem conhecer.
Por isso mesmo, devido a esse grande desconhecimento, é que a mulher e alguns dos filhos de Khadafi já se encontram na Argélia e que outros sequazes seus conseguiram fazer todo o trajecto de Al Jufrah à cidade de Agadez, bem no interior do Níger, já ultrapassado o Maciço de Aïr.
Os homens da Cirenaica que conquistaram parcialmente a Tripolitânia não estão a ter na devida conta a terceira das componentes do enorme país: Fezzan, onde ficam Emgayet, Adiri, Tmisan, Burayk, Tasawah, Tajarhi e tantos outros pontos perdidos na imensidão do deserto, por cujos insondáveis caminhos se podem alcançar terras da Argélia, do Níger e até mesmo da Faixa de Aozou, no Chade.
Devido a um desastroso conhecimento de Geografia e dos mares de areia do Sara é que tantas televisões andam há duas semanas a transmitir aos incautos que a Líbia foi conquistada a 95 por cento pelo Conselho Nacional de Transição, só restando a Kadhafi uns 100 ou 200 homens, entrincheirados em Bani Walid, Sirte e Sabbah, esta última a capital histórica do velho império de Fezzan.
Reflictam sobre tudo isto e aguardem para ver bem que nem tudo vai ser tão fácil como aí por volta de 23 de Agosto nos queriam fazer crer.
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