31.7.12

Bissau: quem é que mata quem

Praia – O Primeiro-ministro deposto da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, negou qualquer envolvimento e que tenha «mãos sujas» na alegada morte do deputado do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Roberto Ferreira Cacheu. Falando domingo, 29 de Julho, para mais de 500 membros da comunidade guineense na Cidade da Praia (Cabo Verde), Carlos Gomes Júnior, em tom de comício, disse que não foi ele quem mandou «bombardear» a casa de Roberto Ferreira Cacheu, em Dezembro de 2011, na sequência de uma alegada tentativa abortada de golpe de Estado, em que o deputado do PAIGC era apontado como um dos cabecilhas. Desde a alegada tentativa abortada de golpe de Estado de 26 de Dezembro último que Roberto Ferreira Cacheu nunca mais foi visto em público, circulando informações em Bissau que poderá ter sido morto ou estar fora do país. Na semana passada, o ministro da Presidência do Conselho de Ministros e porta-voz do Governo de transição da Guiné-Bissau, Fernando Vaz, convocou jornalistas e o Corpo Diplomático acreditado em Bissau para mostrar a alegada vala comum onde jazem os restos mortais de Roberto Ferreira Cacheu e de mais duas pessoas, mas depois da escavação nada foi visto. Para esta semana, Fernando Vaz promete novos desenvolvimentos. A declaração de Carlos Gomes Júnior na Cidade da Praia é claramente uma «indirecta» ao Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, António Indjai, líder do golpe de Estado de 12 de Abril último, da chefia do Governo guineense. «Por isso mesmo escrevi, na semana passada, uma carta ao Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, na qual solicito o Conselho de Segurança para constituir um Tribunal Internacional para a Guiné-Bissau para o julgamento de todos os crimes de sangue cometidos nos últimos anos no país de 2000 a 2012», explicou o também Presidente do PAIGC. O Primeiro-ministro deposto pelos militares guineenses disse que quer um esclarecimento cabal dos assassinatos ocorridos nos últimos 14 anos no seu país (desde 1998), nomeadamente os do Presidente Nino Vieira, do ex-deputado Hélder Proença, do antigo ministro e responsável da secreta guineense Baciro Dabó, dos antigos Chefes de Estado-Maior General das Forças Armadas, generais Ansumane Mané, Veríssimo Correia Seabra, Tagmé Na Waié, do coronel Domingos Barros, do comodoro Lamine Sanhá, o ex-Chefe dos Serviços de Informações do Estado, Samba Djaló e o recente caso do desaparecimento do deputado Roberto Ferreira Cacheu. «Quero que todos os responsáveis sejam julgados e condenados. Se tiver mãos sujas que seja julgado e condenado», declarou Carlos Gomes Júnior «arrancando» estrondosos aplausos dos participantes. Gomes Júnior reafirmou que é um «insulto» para os guineenses e para os democratas a forma como o Presidente de transição, Serifo Nhamadjo, foi nomeado por um «meninozito» referindo-se ao ministro dos Negócios Estrangeiros da Nigéria. «Nós os guineenses e os democratas não devemos admitir mais este insulto», advogou. Carlos Gomes Júnior terminou o seu discurso dizendo que não pretende continuar a fazer política a partir do exterior, mas sim dentro do território guineense, deixando a entender que regressará muito brevemente à Guiné-Bissau. O Primeiro-ministro deposto da Guiné-Bissau encontra-se na capital cabo-verdiana a participar na reunião do Comité África da Internacional Socialista juntamente com o Secretário-Geral da Internacional Socialista, Luis Ayala, e os Secretários-Gerais do PS de Portugal, António José Seguro, e do Senegal, Tanor Dieng. (c) PNN Portuguese News Network

29.7.12

Multimilionário judaico quer a derrota de Obama

Sheldon Adelson, one of the world’s richest men, has long been active in conservative causes. By some estimates worth as much as $25 billion, Mr. Adelson presides over a global empire of casinos, hotels and convention centers whose centerpiece is the Venetian in Las Vegas, an exuberant monument to excess. While Mr. Adelson’s activism in Israel has been very high-profile, he had been much more private about his political efforts in the United States. That changed in 2012, when Mr. Adelson and his wife, Dr. Miriam Adelson, moved to the forefront in a new trend of the super-rich giving larger than ever support to candidates. By June, the couple had donated at least $35 million to pro-Republican groups known as super PACs, along with several hundred thousand dollars’ worth of $2,500 checks directly to federal candidates. That was more than twice as much money as the closest competitors for the title, the conservative Texas billionaire Harold C. Simmons and his wife, Annette, making Mr. Adelson a uniquely powerful force in the annals of presidential politics. Mr. Adelson was also committed to give at least an additional $10 million to conservative organizations known as 501(c)(4) groups. They are named after the section of tax law under which they are organized and are not allowed to engage in full-time campaign activity. Unlike super PACs, they are not required to disclose their donors. Mr. Adelson has committed to donate at least $10 million to the Crossroads Grassroots Policy Strategies, founded by Karl Rove, according to people with knowledge of his donations. He has discussed contributing another $10 million to groups aligned with Charles and David Koch, the billionaire oil and chemical executives who founded Americans for Prosperity, another issue group. In an interview with Forbes magazine, Mr. Adelson suggested he would consider personally spending as much as $100 million on the 2012 elections. In July, an anti-Obama Republican group called the Republican Jewish Coalition said it planned to begin a multimillion-dollar advertising campaign backed by Mr. Adelson targeting voters in Florida, Ohio and Pennsylvania. The campaign, called “My Buyer’s Remorse,’' uses testimonials from people who say they regret supporting Mr. Obama because of his economic policies and his posture toward Israel, in hopes of cutting into the wide advantage Democrats have held over Republicans among Jewish voters. The New York Times

28.7.12

Bissau: mais sanções para oficiais

On 18 July 2012, the Security Council Committee established pursuant to resolution 2048 (2012) concerning Guinea-Bissau approved the additional designation of the six individuals specified below to be subject to the measures (travel ban) imposed by paragraph 4 of resolution 2048 (2012). 1. Captain (Navy) Sanha CLUSSÉ Nationality: Guinea-Bissau Date of Birth: 28 September 1965 Parentage: Clusse Mutcha and Dalu Imbungue Official function: Acting Navy Chief of Staff Passport: SA 0000515 Date of issue: 08.12.2003 Place of issue: Guinea-Bissau Date of expiry: 29.08.2013 Designation/Justification: Member of the "Military Command" which has assumed responsibility for the coup d'état of 12 April 2012. Very close to António Injai. Sanha Clussé integrated the “Military Command” delegation that met with ECOWAS in Abidjan on 26 April 2012. 2. Colonel Cranha DANFA Nationality: Guinea-Bissau Date of Birth: 05.03.1957 Official function: Head of Operations of the Armed Forces Joint Staff Passport: AAIN29392 Date of issue: 29.09.2011 Place of issue: Guinea-Bissau Date of expiry: 29.09.2016 Designation/Justification: Member of the "Military Command" which has assumed responsibility for the coup d'état of 12 April 2012. Close Advisor to Armed Forces Chief of Staff António Injai. 3. Major Idrissa DJALÓ Nationality: Guinea-Bissau Date of birth: 06 January 1962 Official function: Protocol Advisor to the Armed Forces Chief of Staff Designation/Justification: Point of Contact for the "Military Command" which has assumed responsibility for the coup d'état of 12 April 2012 and one of its most active members. He was one of the first officers to publicly assume his affiliation to the “Military Command”, having signed one of its first communiqués (nº5, dated 13 April 2012). Major Djaló also belongs to the Military Intelligence. 4. Lieutenant-colonel Tchipa NA BIDON Nationality: Guinea-Bissau Date of Birth: 28 May 1954 Parentage: “Nabidom” Official function: Head of Intelligence Passport: Diplomatic Passport DA0001564 Date of issue: 30.11.2005 Place of issue: Guinea-Bissau Date of expiry: 15.05.2011 Designation/Justification: Member of the "Military Command" which has assumed responsibility for the coup d'état of 12 April 2012. 5. Lieutenant-colonel Tcham NA MAN (a.k.a. Namam) Nationality: Guinea-Bissau Date of Birth: 27 February 1953 Parentage: Biute Naman and Ndjade Na Noa Official function: Head of the Armed Forces Military Hospital Passport: SA0002264 Date of issue: 24.07.2006 Place of issue: Guinea-Bissau Date of expiry: 23.07.2009 Designation/Justification: Member of the "Military Command" which has assumed responsibility for the coup d'état of 12 April 2012. Also a member of the Military High Command (highest hierarchy of the Bissau-Guinean Armed Forces) 6. Lieutenant-colonel Júlio NHATE Nationality: Guinea-Bissau Date of Birth: 28 September 1965 Official function: Commander of the Paratroops Regiment Designation/Justification: Member of the "Military Command" which has assumed responsibility for the coup d'état of 12 April 2012. A loyal ally of António Injai, Lt.Col. Júlio Nhate has the material responsibility for the 12 April 2012 coup, having conducted the military operation. Accordingly, the names of the above individuals have been added to the Committee’s consolidated travel ban list, which is available on the Committee’s website at the following URL: http://www.un.org/sc/committees/2048/pdf/2048_travel_ban_list.pdf.

Bissau: não anda nem desanda

Describing the divergent positions of Guinea-Bissau’s international partners on the transitional process emerging in the country following the 12 April military coup d'état, the Secretary-General’s Special Representative there today appealed to the Security Council to call on them to forge a unified strategy for restoring legitimate order. “Bissau-Guineans alone have the responsibility to shape the future of their country indeed,” said Joseph Mutaboba, who is also Head of the United Nations Integrated Peacebuilding Office in Guinea-Bissau (UNIOGBIS). “But equally, regional, continental and international partners must arrive at a common position on how best to assist the country in moving towards the full restoration of constitutional order,” he stressed, while presenting the Secretary-General’s latest report on the troubled West African country. Also addressing the Council were Maria Luiza Ribeiro Viotti (Brazil), in her capacity as Chair of the Guinea-Bissau Configuration of the Peacebuilding Commission; Antonio Gumende (Mozambique), on behalf of the Community of Portuguese-speaking countries (CPLP); and Youssoufou Bamba (Côte d’Ivoire), on behalf of Heads of State of the Economic Community of West African States (ECOWAS). Jose Filipe Moraes Cabral(Portugal) spoke in clarification of the issue. Mr. Mutaboba said national and international opinion was divided over the country’s current transitional arrangements. The country itself was split between those supporting the Transitional Government, notably the Social Renewal Party, the military, the five candidates who had contested the first round of pre-coup presidential elections as well as the forum of opposition political parties, on the one hand, and those who did not recognize the transitional authorities, especially the major African Party for the Independence of Guinea and Cape Verde (PAIGC) and the National Anti-coup d'état Front (FRENAGOLPE). Along similar lines, civil society was also at odds, and the National Assembly was paralysed over its agenda, resulting in the closure of its current session. He went on to say that the international community was also divided following attempts by the Transitional Government to reach out to international partners with pledges to conduct elections, prosecute those responsible for political assassinations and convene a long-overdue national conference. ECOWAS leaders meeting at the end of June had endorsed the transitional authorities, urging them to follow through on their pledges, and suspended the general sanctions imposed on the country, he said. However, CPLP had issued a statement on 19 July, following the meeting of its Council of Ministers, reaffirming its recognition of the deposed elected authorities. The President of the European Commission, who had attended that meeting, had stressed that the European Union would not tolerate coups in Guinea-Bissau. Efforts by the Secretary-General and UNIOGBIS to harmonize the positions of the international partners had not yet produced the desired results, he continued, adding that in his consultations with a wide range of stakeholders, all groups had stressed the need for the country’s people and leadership to engage in inclusive and frank dialogue. They had also underscored the necessity of tackling the root causes of instability. However, it was critical that ECOWAS and CPLP, in collaboration with the African Union, the European Union and the United Nations, overcome their prevailing differences and agree on a common position. Similarly, all domestic political actors and civil society in Guinea-Bissau must work together to ensure a consensual transition as a step towards restoring constitutional order, he said, adding that national political actors must work towards ending the parliamentary deadlock. Meanwhile, he said, elements of the Economic Community Mission in Bissau (ECOMIB) Force had been deployed to the port and airport as well as to most ministries in Bissau as part of their mandate to secure State institutions. However, deployment of the Force to the National Assembly on 5 July had been suspended following objections by members of the PAIGC, on grounds that the presence of armed individuals contravened parliamentary rules. Mr. Mutaboba added that Guinea-Bissau’s humanitarian, social and economic situation remained fragile, with a wave of criminal activities reported, as well as increased drug trafficking. Ms. Viotti said that since the coup d'état, the Guinea-Bissau Configuration had been striving to facilitate dialogue among the main stakeholders, ECOWAS and CPLP. Nearly four months after the coup, constitutional order had yet to be restored and the humanitarian and economic situation continued to deteriorate. The derailment of the electoral process had reduced international confidence and donor support, thus threatening hard-won socio-economic gains, especially those relating to institution-building, economic recovery, financial management and the fight against drug trafficking. Additionally, the current transitional arrangements had not been accepted by key national stakeholders, and still did not meet the requirements of legitimacy in the eyes of many international partners, she said. Nor was it conducive to stability and to a sustainable political solution since it excluded the country’s main political force. The current transitional arrangement also called into question Guinea-Bissau’s capacity to pursue efforts related to its most pressing peacebuilding priorities, such as security-sector reform, and the fight against impunity and transnational organized crime, particularly drug trafficking. The restoration of constitutional order should evolve through dialogue and negotiation, with the participation of all political forces, she said. The United Nations, African Union, ECOWAS, CPLP and the European Union should seek a convergence of views and mutually reinforce each other’s actions. To that end, she suggested the convening of a high-level meeting be by the Secretary-General, with the aim of articulating a common strategy. Mr. Bamba, speaking on behalf of ECOWAS Heads of State and Government, said the transitional process was hindered by the “pro-Carlos Gomes Junior faction of the PAIGC”, with the active backing of external supporters. Nevertheless, the Transitional Government, which included PAIGC members, remained focused on achieving inclusiveness and consensus. Largely as a result of unrelenting efforts by ECOWAS, there was a new environment of political peace, security and stability, instead of chaos and anarchy, he said. Dialogue between the Gomes faction of the PAIGC and the Transitional Government was ongoing, and efforts were under way to ensure the National Assembly’s smooth functioning. Asking the international community “not to rush decisions, but to allow the internal stakeholders the space to dialogue among themselves”, he said the ECOWAS office in Guinea-Bissau had facilitated meetings with development partners, but regrettably, some countries still refused to deal with the Transitional Government. It was also regrettable that the hard-line PAIGC faction and other international figures continued to support the Gomes faction against the Transition Government. Among urgent priority tasks were the biometric registration of eligible voters, social and economic development, and defence and security-sector reform. The greater the cohesion within the world community, the quicker and more effectively could urgent initiatives be carried out, he emphasized. ECOWAS was ready to meet with CPLP for “open and frank discussions” which would make it possible for the international community to speak with one voice, he said. Mr. Gumende expressed CPLP’s deep concern over the situation in Guinea-Bissau since the coup. Relating the results of the Community’s summit last week, he reiterated its appeal for the convening of a high-level meeting under the aegis of the United Nations, with a view to developing a comprehensive, integrated strategy aimed at restoring constitutional order in Guinea-Bissau, in close coordination with regional partners, notably CPLP, the African Union, ECOWAS and the European Union. Mr. Cabral said the PAIGC, Guinea-Bissau’s major party, was not part of the Transitional Government. Members said to be participating no longer had a connection with the party, as made clear by successive communiqués from the legitimate PAIGC authorities. What had been called the “Gomes faction”, was in fact two thirds of the Guinea-Bissau parliament’s membership, he said, adding that to call that a “faction” lacked “elegance”, to say the least. The country’s international partners had refrained from collaborating with illegitimate authorities and would, no doubt, continue to do so until a credible political transition was in place, he emphasized. He pointed out that criminal activity and drug trafficking had increased, despite what had been described as a return to “normality” in daily life.

22.7.12

Bissau: teriam morto um deputado?

Lusa 20 Jul, 2012, 18:06 O PAIGC, principal partido da Guiné-Bissau e no poder até o golpe de Estado de 12 de abril, disse hoje estar preocupado com "o presumível assassinato" do deputado e ex-governante Roberto Cacheu. O deputado Roberto Cacheu, eleito pelo PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde) do qual é membro do `bureau` político, é um conhecido adversário do ex-primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior. É dado como desaparecido desde o dia 26 de dezembro na sequência de uma alegada tentativa de golpe de Estado da qual é apontado como estando envolvido. Alguns círculos políticos guineenses, nomeadamente o Governo de transição, admitem que Roberto Cacheu teria sido assassinado. "O PAIGC tomou conhecimento através da comunicação social do presumível assassinato do camarada Roberto Cacheu, dirigente e deputado integrante do grupo parlamentar do partido. A confirmar-se essa notícia, tratar-se-á de um crime hediondo e gravíssimo que o PAIGC repudia e condena com toda veemência", diz um comunicado do PAIGC. O partido liderado por Carlos Gomes Júnior exorta às autoridades competentes para "um rápido e cabal" esclarecimento do caso e afirma que irá estar atento à evolução dos inquéritos judiciais que o Governo de transição mandou instaurar. TAGS:Júnior, PAIGC Africano

Angola: MPLA em busca de uma vitória credível

Formed just months ago by the highly regarded Abel Chivukuvuku, himself formerly of UNITA and with close links to the late war-time leader Jonas Savimbi, CASA-CE brings a new dynamic to the Angolan political scene. Angolan expert Markus Weimer from London-based think tank Chatham House said that while CASA-CE could only hope to secure a few seats in parliament, its formation was ruffling feathers within the MPLA. "I think the MPLA is worried by CASA-CE because it is an unknown," he said. "The party has come seemingly from nowhere and from nothing and they are not quite sure how to handle them." Weimer said he was confident the MPLA, which has a firm grip on the country's economy and media, both state and private, would win the vote. He added that it was crucial that the doubts over the voting process were cleared up. "The process needs to be seen as legitimate by everyone for the MPLA's win to be accepted," he explained. "The MPLA will be prepared to lose seats if it means the election is regarded as credible and legitimate." Angola's experience of elections is limited, having only previously held two since the country's independence from Portugal in 1975. The 2008 poll passed peacefully despite widespread allegations of vote-rigging, but the election in 1992 was abandoned midway and triggered a second phase of the civil war that lasted until 2002. The first civil war began after independence in 1975 until 1991. There are fears that if opposition parties do not feel the vote is conducted fairly, this could trigger protests and lead to unrest. "We want to keep a positive approach and avoid this," UNITA's Alcides Sakala said. "We will be insisting that the law is followed so that we can avoid other situations that can lead to other difficulties that are not good for the country." He said they had been encouraged by the Supreme Court's June decision to uphold his party's appeal against the appointment of MPLA member Suzanna Ingles to the presidency of the CNE despite only being a lawyer, and not a serving judge as the law required. While this is a legislative election, the vote will also decide who will be Angola's president because a controversial change in the constitution in 2010 means that the head of state is now elected from the top of the list of the party which wins the most parliamentary votes. With the MPLA on course for what seems like another victory, Dos Santos, who has been in power for 33 years since 1979 despite never being formally elected, will be handed a new five-year term. The length of the 69-year-old's presidency, one of the longest in Africa, alongside widespread allegations of illicit enrichment by his family and inner circle, has been a driver for some of the recent youth protests. Despite the country's enormous oil wealth and impressive post-war economic growth, between half and two thirds of the population still live in poverty, many in slum-style conditions without access to running water, sanitation or electricity. IPS

Os malteses são uns preguiçosos

More people die of inactivity in Malta than anywhere else in the world, according to a major study. Physical activity is essential to our health. It is enjoyable, fun, makes us feel good and needs to become a regular part of our daily life Nearly one-fifth of all deaths on the island – 19.2 per cent – can be attributed to the fact that Malta has the most sedentary population of all, with nearly 72 per cent of the Maltese leading physically inactive lifestyles. The causes of death resulting from lack of exercise include coronary heart disease, Type 2 diabetes, breast cancer and colon cancer. The shocking figures – presenting a major public health issue for the Maltese – were published in a series of studies in The Lancet, the prestigious medical journal. In terms of physical inactivity, Malta is followed by Swaziland (69 per cent), Saudi Arabia (68.3 per cent), Serbia (68.3 per cent) and Britain (63.3 per cent). In Britain, for example, 17 per cent of deaths are blamed on lack of physical activity. In other countries, however, the mortality rate from inactivity can be as low as two per cent. In Europe, the rate is the lowest in Greece, at just 4.2 per cent. That in the US is 10.8 per cent. The Times of Malta

Mais Síria de Raúl M. Braga Pires

O atentado na manhã da passada quarta-feira dia 18, na chamada Célula de Crise do regime sírio, estabelece a "Hora Zero" de um novo patamar atingido pelo conflito, certamente aquele que marcará o fim do regime da família Assad, o qual perdura desde 1971. O atentado, em si, para além das perdas significativas (Ministro da Defesa, do Interior, Vice-Ministro da Defesa, Conselheiro Militar do Vice-Presidente, Chefe da Segurança Nacional e mais, prováveis 34 oficiais superiores, que um jornalista holandês diz ter visto, mortos, no Hospital Militar de Damasco), demonstra pura e simplesmente que as fileiras militares estão irreversivelmente infiltradas, quer se tenha tratado de um atentado suicida, quer se tenha tratado d'engenho explosivo colocado no local certo, para explodir à hora certa. Certamente uma consequência da deserção do General Manaf Tlas, ex-Comandante da Guarda Repúblicana e intimo de Bashar Al-Assad. Ao decidir-se atacar esta Célula de Crise, decidiu-se atingir o centro nevrálgico do último estádio do processo d'análise das informações recolhidas e da construção de cenários e d'opções d'acção apresentadas ao Presidente, o qual toma a decisão derradeira. Dos "Quatro Magníficos" que morreram no próprio dia do atentado, destaca-se Assef Chaoukat, que para além de Vice-Ministro da Defesa, era também cunhado e figura muito próxima de Bashar Al-Assad. Segundo certos analistas, era este homem que tinha um ascendente indiscutivel no seio desta célula e junto do Presidente também, fazendo do próprio uma figura crucial no processo de tomada de decisão. Com um golpe desta dimensão, a cabeça mais visível do regime fica pura e simplesmente privada d'informação. Deserções Por outro lado, o clima de paranóia e de desconfiança nos corredores do poder, nas fileiras militares, nos serviços d'informação e entre a população pró-regime, deve ter também atingido um nível para lá do insustentável, o que certamente favorecerá mais deserções. Esta é uma das chaves para se perceber por quanto mais tempo é que o regime se vai aguentar. Ou seja, tem-se assistido a deserções, mas nunca se assistiu a deserções em massa. Fontes turcas indicam a entrada no seu território, na noite posterior ao ataque bombista, de 700 militares do exército regular sírio, do qual também se contabilizaram 1 Brigadeiro e mais 20 oficiais, dos quais 4 são coronéis. A confirmar-se e a continuarem a este ritmo, serão estes homens que poderão dar informações e consistência aos rebeldes, para ocuparem de forma definitiva pontos chave na capital e derrubarem o regime. Território Libertado Outra chave decisiva para a resolução do problema é a libertação de certas partes do território. Nunca houve benghazis na Síria, ou seja, zonas controladas pelos rebeldes, como na Líbia, que lhes permitisse um ponto de partida para a conquista, bem como um ponto de refúgio, d'apoio médico e logístico. Acontece que isso se começa a verificar, sobretudo na província d'Idlib, a norte, visível nas celebrações após o atentado. 48 horas após todos estes acontecimentos, os rebeldes conquistaram vários postos fronteiriços, sobretudo com o Iraque e Turquia, mas também com a Jordânia. Estes postos têm estado sob disputa nas últimas horas, sendo certo que alguns já foram reconquistados pelo regime. Turquia, Iraque e Jordânia fecharam as suas fronteiras com a Síria, sendo que uma das questões que se levanta de momento e que vai dar que falar no futuro mais próximo, são os postos fronteiriços iraquianos em território autónomo curdo, bem como os postos fronteiriços turcos, em território de maioria curda. Recordo que um dos bloqueios no seio do Conselho Nacional Sírio (CNS), desde há 16 meses, foi o facto de os seus membros curdos imporem aos restantes o compromisso de assumirem a criação de um Curdistão sírio autónomo, no pós-regime. Foi também para apaziguar estes ânimos que o curdo Abdelbasset Sida foi eleito Presidente do CNS a 09 de Junho, bem como para o pós-regime não ter à cabeça um sunita apoiado pela Irmandade Muçulmana. Os curdos, certamente que não perderão oportunidade de fazer deste o seu momento. Um outro detalhe importante que ainda não se tinha verificado até à passada quarta-feira e que agora é uma realidade, são os ataques bem sucedidos às esquadras de polícia, respectivo roubo e destruição. O mesmo foi verificado em estações do correio, por exemplo. Estes são pequenos detalhes que nas outras revoluções da "Primavera Árabe", se verificaram logo no início das insurreições. Na Síria, só agora se começam a verificar, o que nos dá a dimensão de como os acontecimentos de quarta-feira poderão rapidamente conduzir ao fim do regime. Capital Económica Aleppo, no norte, não muito longe d'Idlib, embora a primeira na província d'Halab, tem concentrado as atenções desde o início da revolta. É nesta cidade industrial e comercial que se concentram as grandes fortunas do país, bem como aqueles que têm sustentado o regime até então. É também o centro económico das trocas com a Turquia, servindo de porta d'entrada e saída de bens, através da auto-estrada internacional que liga Damasco a Aleppo e posteriormente à fronteira com a Turquia. Aleppo também acolheu algumas dezenas d'empresários iraquianos da zona de Mosul, durante a última Guerra do Golfo, os quais acabaram por aí se estabelecer e melhorar o nível de vida das populações locais, o que não passou despercebido ao poder central, o qual investiu ainda mais na região, canalizando projectos e oportunidades de criação de mais emprego. A importância económica d'Aleppo é de tal forma, que poderá decidir de forma crucial o desiquilibrio da balança para qualquer um dos lados. Não foi por acaso que quando se iniciaram as demonstrações públicas d'apoio ao regime, Aleppo surgiu à cabeça, demonstrando um apoio massivo. Na verdade, os seus empresários e comerciantes receberam subsídios do Estado e publicidade aos seus negócios nos media públicos para o fazerem, mas este detalhe também é bastante significativo da importância da cidade. É aqui, que neste preciso momento decorrem os confrontos mais ferozes, após as tropas regulares terem expulso os insurgentes do centro da capital. Armas Químicas No próprio dia do atentado, a Casa Branca demonstrou a sua preocupação pelas movimentações e manuseamento detectados nos paióis d'armas químicas. Ou seja, o regime fez deslocar armas químicas da períferia para o centro, deixando no ar a possibilidade de as utilizar em desespero de causa, mais do que estar a efectuar uma movimentação táctica, para as proteger de cairem nas mãos erradas, nomeadamente a Al-Qaeda. Há, de facto, esse risco, que não é d'hoje, havendo ainda outro, o de ser entregue aos operacionais do Hezbollah, braço armado do regime iraniano no Libano e aliado do regime sírio. Esta hipótese, provocou já uma reacção do Ministro da Defesa israelita, Ehud Barak, o qual disse que não tolerará qualquer tentativa d'aproximação de qualquer grupo que considera terrorista, a este tipo d'armamento. Uma intervenção israelita neste conflito, reportaria o mesmo para um outro patamar regional, nada desejável. No entanto, esta preocupação americana, é também uma mensagem para o regime sírio, dizendo que o mesmo está sob um escrutíneo apertado, quer seja por satélite, quer por drones. Onde está o Presidente? Rumores indicam que a sua família já se encontra em Moscovo, o que não foi desmentido, ao contrário, da informação de que o próprio Bashar Al-Assad já lá estaria também. Supõe-se que terá dado posse ao novo Ministro da Defesa, o General Fahad Dgasim Al-Faridg em Lattakia, cidade mediterrânica, na região das montanhas alaouitas, onde pelo nome se percebe porque é que o Presidente e o seu séquito se sentirão mais seguros. A grande novidade, no entanto, é a seguinte: Enquanto toda a gente perguntava pelo Presidente Assad, eis que surge em público o Vice-Presidente Farouq Al-Sharaa, no funeral de 3 dos "Quatro Magníficos", assumindo um protagonismo denunciador duma mudança que ainda não se tornou clara, mas que o será a breve trecho. A solução à iémenita poderá estar em curso, mas outra das consequências do atentado à Célula de Crise, é a de que a mudança de regime não poderá ser pacífica. Imaginando que o Presidente abdica de todos os poderes a favor do Vice-Presidente e segue para o exílio, nem o facto d'Al-Sharaa ser sunita o segurará. Há 16 meses que o povo grita Ach3ab iurid iskat a'nizam, o que significa "O Povo quer a queda do Regime". Nada mais. Factor Ramadão O Ramadão, momento de reflexão, é também um momento d'apelo à solidariedade, ao esforço e ao sacrifício. Sobretudo para os rebeldes, é também um momento d'apelo à memória, já que há um ano atrás não estavam sózinhos na sua luta libertadora. Com eles estavam líbios e iémenitas. Tendo estes 2 últimos regimes sido derrotados (o Iémen está do avesso, o qual abordarei em breve), há o sentimento duma inevitabilidade histórica, de que este será o ano sírio. Nesse sentido, os recentes acontecimentos, na própria semana em que se inicia o mês sagrado, são naturalmente considerados como um sinal divino. Ambos os lados estão a dramatizar o discurso no sentido da derradeira batalha, após o atentado, o qual terá certamente eco nos corações de todos, facto decisivo para o futuro do conflito. Nações Unidas A insistência russa em vetar uma resolução das Nações Unidas, como aconteceu pela terceira vez no passado dia 19, 24 horas após o atentado no centro de Damasco, significa que os russos fizeram rapidamente as contas e perceberam que ainda há possibilidades de se protelar por mais algum tempo o inevitável. É de Junho a notícia de que novas notas impressas na Russia chegaram a Damasco para combater o déficit. Várias agências dizem que o regime tem ainda dinheiro para pagar mais um ano d'ordenados, sobretudo a militares e polícias. Os israelitas dizem que há condições para se aguentarem mesmo dois. Veremos. Quanto à China, também veta pelas razões descritas no texto anterior, mas caso a Russia s'abstenha, fará o mesmo, já que não quererá assumir o ónus na totalidade e, vice-versa. No dia seguinte, 20 de Julho, foi aprovada por unanimidade, também no Conselho de Segurança, a extensão da Missão d'Obervadores por mais um mês. O derradeiro. Não faria sentido retirar estes homens do terreno, sobretudo agora que tudo se poderá resolver a qualquer instante, podendo mesmo assumir de forma oficiosa e d'improviso, por breves momentos que seja, uma outra qualquer missão. Há pelo menos 300 homens de tropa avançada e de boina azul, por mais 30 dias no terreno. Ler mais: http://expresso.sapo.pt/maghreb--machrek=s25484#ixzz21LRnjJvg

20.7.12

Uma Presidente da Comissão da União Africana

South Africa finally won the battle for the AU Commission chair, amid high hopes for reform and more effective interventions. Security crises in five countries and pressing economic problems confront the new Chairperson of the African Union Commission, Nkosazana Dlamini-Zuma. Although she has three months to wind up in South Africa, where she is Home Affairs Minister, before moving to the AU in Addis Ababa, her transition programme is already under way. After a fairly bitter election campaign, senior officials are urging the defeated candidate and incumbent, Gabon’s Jean Ping, to work for a smooth handover. Since the veteran diplomat is searching for another international posting, he may want to protect his legacy. Over the coming months, the AU will play a central role in negotiations on Congo-Kinshasa, Guinea Bissau, Mali, Somalia, and South Sudan and Sudan.

18.7.12

A Síria, segundo Raúl M. Braga Pires

Na semana em que começa o Ramadão, uma nova Resolução das Nações Unidas vai hoje, quarta-feira, a votos no Conselho de Segurança, com base no Capítulo VII. A Resistência síria também procedeu a uma forte ofensiva em vários bairros de Damasco, a capital. Esta também é uma semana de ressaca após se ter verificado mais um massacre em Traimseh, província de Hama (12.07, 200 mortos) e das deserções do General Manaf Tlas, Comandante da Guarda Repúblicana e intimo de Bashar Al-Assad e do Embaixador Nawaf Fares, creditado em Bagdade, Iraque. Fares, o primeiro diplomata sénior a virar as costas ao Presidente Assad, deu uma informação preciosa numa entrevista à Aljazeera, ao dizer que o processo de tomada de decisão está completamente concentrado no Presidente, mas que os generais que o rodeiam não lhe estão a disponibilizar a informação toda, fornecendo mesmo por vezes, informação que não é a correcta, o que nos transporta para um cenário de provável golpe palaciano em curso. O mesmo faz todo o sentido, na medida em que a solução menos má, na qual a comunidade internacional trabalha, é a de uma saída de cena da família Assad "à iémenita". Ou seja, a família deixa o poder e recolhe tranquilamente a um provável exílio na Russia, ou no Irão, enquanto que um governo provisório e de unidade nacional toma as rédeas dos destinos do país. Compreende-se ainda melhor a aposta nesta solução, aquando da eleição do curdo Abdelbasset Sida para a liderança do Conselho Nacional Sírio, a 09 de Junho passado, em substituição do sunita Burhan Ghalioun, apoiado pela Irmandade Muçulmana síria. Para além de se querer evitar uma Síria sunita radical no pós-regime, que certamente procederá a uma caça às bruxas, potenciando o sectarismo religioso, o círculo mais próximo d'Assad, alaouita, também quer garantir a sua própria sobrevivência física e enquanto comunidade. No fundo, são estes cerca de 12% da população que mais experiência têm na gestão da coisa pública síria, administrativa, de segurança e militar e, que muita falta farão na construção da Nova Síria. Parece que os erros cometidos no Iraque, não serão aqui replicados. Por outro lado, Israel não poderá ter mais um Estado declaradamente inimigo nas suas fronteiras. Já tem um Líbano com o Hezbollah a norte e o Egipto com a Irmandade Muçulmana e os salafistas a sul. Não quer isto dizer que Israel e a Síria d'Assad sejam amigos, mas que uma das consequências da "Primavera Árabe" é a total perda de previsibilidade do que irá acontecer já hoje e amanhã. Insustentável. A entrada dos revoltosos no centro da capital, também acontece num momento em que Hillary Clinton efectua a primeira visita ao Egipto já em plena II República, bem como a Israel, onde debateu o nuclear iraniano. Este facto é de crucial importância, já que antes de seguir para Moscovo esta semana, Kofi Annan passou antes por Teerão e por Bagdade, numa mensagem clara de que quer que o Irão e o Iraque (onde as tensões sunitas/xíitas se vão resolvendo à bomba) sejam incluidos no processo da "solução menos má" referida no 2º parágrafo. Mohamed Elbaradei, enquanto Director-Geral da Agência Internacional d'Energia Atómica, disse uma vez que "o Irão não é um burro, logo, não deverá ser tratado como tal". Isto a propósito da "política do pau e da cenoura", muitas vezes advogada e colocada em prática, para casos sem solução à vista, os quais se vão protelando no tempo, como é o caso das negociações sobre o nuclear iraniano. Ao mesmo tempo que tudo isto acontece, rebeldes no centro de Damasco, Clinton no Egipto e em Israel, Annan em Moscovo, Ban ki Moon, Secretário-Geral das Nações Unidas, também se encontra em Pequim e, já agora, o Embaixador sírio creditado em Rabat, é convidado a abandonar o reino, o que entretanto já efectuou. Plano de 6 Pontos de Kofi Annan Não estou d'acordo quando se diz que o mesmo se trata dum fracasso total. De facto, foi incompletamente colocado em prática e a espaços, durante a primeira semana d'implantação. Depois disso passou a letra morta. No entanto, é este mesmo plano que permitiu a entrada e permite ainda a permanência de 300 observadores das Nações Unidas, os únicos estrangeiros com alguma liberdade de movimentos no país, os quais estão a criar uma base de dados e a proceder à recolha de provas sobre os acontecimentos diários no terreno. Ou seja, certamente dentro dum ano, estaremos a ouvir/ler relatos destes observadores em pleno Tribunal Penal Internacional, aquando do julgamento de elementos da hierarquia militar e policial do regime, das milicias que actuam a soldo deste, ou do próprio Bashar Al-Assad, já que no cenário do golpe palaciano, nunca será de excluir a hipótese da entrega da cabeça do Presidente numa salva de prata, acto redentor para todos/as aqueles/as que agora o rodeiam. O prorrogação desta missão, ou não, será votada pelo Conselho de Segurança na próxima sexta-feira, dia 20 de Julho. O que falhou redondamente até aqui, foi este plano não prever a aplicação de sanções, perante o seu não cumprimento. Será esse o coelho que Annan terá que tirar da cartola, para garantir a continuidade da missão. Ou talvez não, já que o mesmo tem vindo a responder desde 12 d'Abril aos seus criticos duma forma muito pragmática e honesta. "Quem tiver uma solução melhor, que faça o favor de a apresentar". Até hoje, esta tem sido a 2ª melhor solução. A 1ª ainda não foi inventada. Posição da Russia Num cenário d'insitência por parte da comunidade internacional sobre o Capítulo VII, sobretudo o artigo 41º, das Nações Unidas, a Russia responde com pragmatismo da Real Politik. Em primeiro lugar há duas questões que são inegociáveis para os russos, os negócios/investimentos e o Porto maritimo de Tartus, a "duas braçadas" do Canal do Suez e dos estreitos de Dardanelos e de Bósforo, único posto militar que possui fora da ex-União Soviética. Quanto a negócios, os contratos d'armamento ascenderam nos últimos anos ao valor de 4 mil milhões de dólares pagos pelos sírios, tendo como contrapartida um investimento russo que já atingiu os 20 mil milhões de dólares, estando de momento, por exemplo, a ser construida uma refinaria de gás pela empresa Stroytransgaz. Caso o poder mude de mãos na Síria, muito provavelmente os russos serão afastados deste palco, por interesses muito mais próximos da Turquia, das monarquias do Golfo e do Ocidente. Por outro lado, há que perceber mais 3 factores importantes. Em 1º, o cenário é de Guerra Fria no Médio Oriente e há que tomar uma posição, escolher um lado. No sentido da Grande Estratégia regional, o que se passa na Síria é o cenário onde são projectadas as tensões locais entre sunitas e xíitas, entre otomanos e persas, entre sauditas e iranianos, entre islamistas e laicos, agora também com um "minúsculo" Qatar a agigantar-se. Portanto, deste ponto de vista, trata-se de uma questão de credibilidade, o posicionamento russo, já que foi sempre através do parceiro sírio que entrou no Mundo Árabe. Em 2º lugar, os russos pura e simplesmente não confiam nos europeus e nos americanos. O exemplo do que aconteceu dias depois da aprovação da Resolução 1973 pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, em Março de 2011, a propósito da Líbia, ainda não foi devidamente digerido pelo Kremlin, o que nos transporta para a 3ª razão. Ou seja, a Russia de Putin, precisa de marcar a diferença relativamente à Russia de Medvedev. O Artigo 41º, poderá na prática conduzir precisamente a uma situação semelhante à da Resolução 1973, já que sanções que não incluam o uso da força armada, mas que incluam uma total ou parcial interrupção de relações económicas e de comunicação por terra, mar, ar, correio, telégrafo, rádio, ou outros meios, poderá logo de seguida degenerar na criação duma zona de exclusão aérea. Posição da China A China lê os acontecimentos da seguinte forma. A queda do regime de Bashar Al-Assad será um primeiro passo, para numa lógica dominó, de seguida cair o regime dos Ayatollahs no Irão. Faz sentido e não andará muito longe das contas efectuadas pelos estrategas americanos, sobretudo após a "Primavera Persa" ter falhado nas presidenciais de 2009, onde o candidato reformista Mir-Hossein Mousavi Khameneh, o grande opositor do Presidente Mahmoud Ahmadinejad, ter sido derrotado, muito provavelmente fruto de fraude. O "Movimento Verde", de protesto e constituido após o desfecho eleitoral, continua em lume brando, aguardando pelo melhor momento para emergir. Ora as razões da China também são simples. O petróleo que compra ao Irão, constitui "apenas" 20% daquilo que consome na totalidade e não se pode dar ao luxo de os dispensar, num cenário dominó, conforme referido e, sobretudo num momento em que já outros 20% do seu consumo total lhe faltam, após a partição do Sudão, há já um ano. Guerra Civil Parece uma questão semântica, mas não o é. A 12 de Junho, Herve Ladsous, Chefe da Missão d'Observadores das Nações Unidas na Síria, surpreendeu meio Mundo ao afirmar que já não havia dúvidas de que o país tinha mergulhado num estado de guerra civil. A outra metade do Mundo não ficou espantada com a afirmação, nem com o facto de se evitar classificar o conflito sírio como tal. As razões são simples, já que o facto alteraria completamente as regras do jogo. As leis da guerra passariam a vigorar, tendo que se respeitar as Convenções de Genebra e Protocolos Adicionais, aqueles que são hoje considerados como criminosos e terroristas passariam a ter o estatuto de legitimos combatentes, legitimando também o uso de material de guerra mais pesado, de parte a parte. A Revolução, deixava de o ser. A pior das situações para os sírios e para a região, em oposição à opção "mal menor à iémenita". Em rigor, o actual status quo interessa a todos. Até mesmo aos sírios, por incrível que pareça! Raúl M. Braga Pires http://expresso.sapo.pt/maghreb--machrek=s25484#ixzz20zBweTBm

17.7.12

Mali tem um problema com diplomas falsos

Le gouvernement de transition dirigé par Cheick Modibo Diarra part en guerre contre les titulaires de faux diplômes, qui exercent dans la fonction publique et dans les collectivités locales. Selon une enquête diligentée par le ministre de la Fonction publique, de la Gouvernance et des Réformes Administratives et Politiques, Mamadou Namory Traoré, 2 000 fonctionnaires maliens n’ont pas de diplômes authentiques. Des fonctionnaires dont l’intégration à la fonction publique pourrait être purement et simplement annulée par les nouvelles autorités.

16.7.12

Sobre João Relvas, pai de Miguel

Apesar de ele ser apenas uns dois anos mais velho do que eu, nessa altura, pelos finais dos anos 40, tal diferença era a que separava um garoto dum rapaz, até porque, ao contrário de mim, o João Relvas sempre foi alto, corpulento, de voz grossa e com jeito para a liderança. Pertencemos ambos à escola de Homens que foi a Mocidade Portuguesa. Desculpem-me porque me repito, mas tenho-o afirmado sempre, até nos anos em que esta declarada conviccção era, para muitos “democratas” de fresca data, uma provocação. Não vou agora perder tempo na fácil demonstração de que aqui, na nossa isolada e atrasada Portalegre de então, a MP foi a única instituição (talvez com a pálida cooperação da JEC e da JOC) capaz de permitir o nivelamento social e cultural entre certos estratos populacionais juvenis separados pela sua marca de origem, quase como uma casta, quase como num apartheid… Do salutar convívio entre a malta, toda a malta, quer no desporto como na cultura, nos acampamentos como nos refeitórios, nas ofertas de formação ou nos tempos livres, enfim, desse provocado e permanente encontro entre gente ávida de oportunidades, surgiam amizades, até mesmo cumplicidades, que sobraram pela vida fora. Algum de nós sabia então o que era a política? Se falo disto é porque eu e o João nos encontrámos na MP, eu simples e quase anónimo filiado de base, ele dirigente responsável, um líder. Com o Mário do Rosário e o António Eustáquio, dois outros amigos, ele redigiu durante anos uma página periódica -A Voz da Juventude- inserida no jornal A Voz Portalegrense, onde era dada conta da actividade da organização. Dirigiu a Casa da Mocidade local, foi aí responsável por diversas secções e chegou mesmo a ser um dos principais colaboradores do Dr. Armando Sampaio, sempre revelando em todas as funções a que foi chamado competência, lealdade e dedicação. A sua actividade comunitária mais significativa foi por ele assumida a partir dos inícios de 1955, quando decidiu gerir o mais emblemático café portalegrense, o Alentejano. Aí sucedendo a um empresário carismático, José Joaquim Francisco Fernandes, João Relvas mostrou-se plenamente à altura das novas responsabilidades comunitárias. No dia 16 de Janeiro de 1955, um Domingo, o Café Alentejano reabriu as suas portas após um curto período de encerramento para remodelação. A imprensa local divulgou a notícia, numa altura em que os cafés de Portalegre eram pontos de encontro e convívio muito importantes para a cidade, desde a Leitaria Chique, ao Vitória, ao Central, ao Luso, ao Plátano, ao Castro e ao Cedro Bar, a que muito em breve se juntaria o Facha. E a expectativa, graças ao dinamismo de João Relvas, foi cumprida. Recuperou a confiança da malta mais nova, que se desentendera com José Fernandes, atraiu e manteve os seus amigos certos, introduziu novidades como uma revolucionária máquina de café -“cimbalino” lhe chamou um jornal local, à moda do Porto!- renovou a frasqueira e o serviço de pastelaria, ofereceu música de dança às quartas-feiras (com a Ferrugem), recuperou o restaurante (onde Régio se deliciara com o seu amigo David Mourão-Ferreira, há uns anos atrás), instalou um bar funcional na sala do bilhar, criou um serviço integrado de conveniência, com selos, postais, telefone público e aceitação de correspondência de “última hora” e, pasme-se!, disponibilizou “um grande ineditismo em Portalegre: – uma tabacaria e posto de venda de jornais, livros e revistas, com empregada simpática.” Transcrevi neste final um trecho da notícia alusiva constante d’O Distrito de Portalegre, de 26 de Fevereiro de 1955. Por esta altura, integrei com o João os novos corpos gerentes da Associação dos Antigos Filiados da Mocidade Portuguesa em Portalegre, eleita a 31 de Janeiro de 1955. Naturalmente, de acordo com a lógica da relativa importância de cada um de nós, ele foi vice-presidente da Mesa de Assembleia Geral e eu um simples vogal da Direcção… Outros nossos companheiros, para recordar, foram Arnaldo Sardinha, Manuel Cabrinhas Vintém, Misseno de Oliveira, Joaquim Mourato Fernandes, José Cardoso de Oliveira, António Fidalgo Sajara, Jorge Miranda Branco, Alberto Cassola de Paiva, Alberto Lança Guanilho, Henrique Moreira Testa, João Perreira Charais… João Relvas casaria com Branca Cassola e devo a tal propósito valorizar algo a que Portalegre, sempre “distraída” enquanto comunidade, não costuma atribuir grande importância: o real significado do papel das pessoas enquanto activos elementos, afinal os verdadeiros construtores dos destinos colectivos da cidade. Por outras palavras, realço, aqui e agora, o sentido mais profundo do lema que Régio criou para uma tapeçaria de João Tavares: A Alma do Homem é que dá Corpo à Cidade. As famílias Relvas e Cassola pertencem ao íntimo património desta cidade de Portalegre. Nos mais diversos níveis de intervenção, muitos dos seus elementos e ao longo de sucessivas gerações, contribuiram para sermos o que hoje somos, com todos os méritos e fragilidades que nos caracterizam. Somos portanto um pouco do que eles foram, do que eles nos legaram… João Relvas não esteve muitos anos à frente da gerência do Café Alentejano, devolvendo-a à família do seu antecessor. Foi Almeida Dias, genro de José Fernandes, quem lhe sucedeu. A verdade é que, nos altos e baixos da sua já longa existência, o café resistiu até aos nossos dias, caso único entre os seus pares da época “gloriosa” dos tais anos 50… O meu amigo foi para Lisboa, mas soube que também não se fez velho por lá, emigrando pouco depois para Angola. Então perdi-lhe completamente o rasto, durante décadas, até à notícia necrológica de há escassos meses. Morreu com 80 anos, de doença prolongada (como se diz e foi escrito), e as cerimónias fúnebres decorreram em Almada, onde residia, culminando com a cremação do corpo. Paz à sua alma! A notícia apenas ultrapassou o vulgar anonimato que lhe seria concedido pela força do facto de João Augusto Garção de Miranda Relvas ser o pai do senhor presidente da Assembleia Municipal de Tomar e ministro dos Assuntos Parlamentares. Conhecendo o João Relvas como conheci, e admitindo que ele nunca perdeu as qualidades de inteligência, firmeza e liderança que sempre o caracterizaram, tenho a certeza de que profundamente o desgostariam os sucessivos e infelizes protagonismos públicos do filho primogénito. Nada que ele não pudesse ter corrigido, com um valente e sonoro par de tabefes aplicado por aquelas poderosas manápulas no rosto insolente do seu pouco responsável filhote… António Martinó de Azevedo Coutinho

9.7.12

Guiné Equatorial: um crescente poderio militar

One of the richest countries in Africa, Equatorial Guinea, is rapidly expanding its naval power. The fleet of the 600,000-strong country will be larger than that of 160 million-strong Nigeria. Is Africa preparing for a major war? In January of 2012, the Navy of Equatorial Guinea officially added to its ranks a 2,500-ton frigate Bata. It was built at the Bulgarian shipyards with the active participation of Ukrainian experts and became the flagship of the ever-increasing military and naval forces. Judging by a picture made in Malabo (the capital and main navy base of the country), the ship has powerful enough weapons by the standards of the region: one 76-millimeter and two 30-mm automatic guns and two helicopters. Until recently there were five small patrol boats, mostly of Soviet (Russian) and Israeli production. Among them, two 58-ton high-speed patrol boats Shaldag Mk II purchased in 2004-2005, from the Israelis that are now serving in the navy of the country under the names Isla de Corisco and the Isla de Annobon. However, in 2008, the Navy of the country in secrecy received a 50-metre ocean patrol vessel Estuario de Muni. Within the last two years the Navy of the country has changed beyond recognition. Another such ship was received, and in March of 2011 two 470-ton 62-meter patrol vessels Kie-Ntem and Litoral were delivered from Israel. In fact, the vessels are a patrol option of missile boats type Saar 4. But there is more to it: now Equatorial Guinea ordered from Israel two corvettes, and is in talks about acquiring a modernized Brazilian Barroso corvette with the displacement of two thousand tons, and another three ships of the same class from South Korea. However, even without the implementation of these transactions, this tiny country with a population of 650,000 people is second only to Nigeria (150 million) in terms of the strength of the Navy in West Africa. Why does Equatorial Guinea need such power?”This is designed to defend the country’s maritime borders, and because of this equipment,if necessary, the frigate can land on any part of the coast of Equatorial Guinea in all weather conditions,” said President Teodoro Obiang Nguema Mbasogo. At the same time he announced the creation of full-fledged Marines. The President also announced the procurement of an aircraft Marco Antonio for the armed forces”specially designed for the protection of the country and ensuring its security. They will fly over the territory in order to identify upcoming cases of betrayal, as it happened before.” The military in response thanked the Chief for the care of national defense. However, one should not think that the purchase of a new frigate was a tribute to the officers and a sign of the President’s fear. Nearly everyone who occupies high positions in the country is his relative. According to the President, “the acquisition of this equipment does not mean that this country wants regional or territorial supremacy.” The bottom line is that it intends to minimize the “permanent threat” at any cost to protect themselves and their wealth left by the ancestors from the “envious neighbors”. He added that the new frigate is necessary, considering a large sea area of ​​Equatorial Guinea and the long border with Cameroon, Nigeria, Gabon, Sao Tome and Principe, and Angola. The military preparations of the country have become particularly noticeable in the last two years. Now, Equatorial Guinea is one of the most active in the field of defense procurement among the African countries. A few years ago the country’s “Air Force” virtually existed only on paper and included only civil and trainer aircraft. However, more recently it purchased two batches of Ka-29 and Mi-26, and four Russian Su-25, as well as five attack helicopters Mi-24 and one Mi-17 helicopter. The President did not forget about the army and acquired service mortars, Russian and Chinese artillery, and three older T-55 as well as approximately 40 different armored vehicles (BMP-1, BTR-152, and a small number of BRDM). In addition to this serious for such a small country like Equatorial Guinea armored park, in 2006 by order of the current President its soldiers have carried out an explicit act of piracy, capturing 15 Belgian APCs Pandur on their way to perform peacekeeping tasks in the Democratic Republic of Congo (DRC). As a result, despite the small size of its armed forces (2,500 people) in a purely technical sense it left behind most of its neighbors. However, the President of Equatorial Guinea fears not so much the revenge for the acts against the forces of the United Nations, but the envy of its neighbors. Due to the exploitation of the oil resources alone, the country in terms of GDP per capita (36,600 USD in 2009) came out on top in Africa and has become the 30th in the world in terms of these indicators, ahead of many Western countries. However, the true natural wealth of the country has still not been fully exploited. According to geologists, the country’s offshore fields have significant oil resources. Added to this are large and virtually untapped reserves of natural gas, timber, gold, bauxite, diamonds, and tantalum that caused bloodshed in the neighboring DRC, as well as entire forests of precious woods. It is no wonder that many may be tempted. Incidentally, the rule of Teodoro Obiang Nguema Mbasogo was not cloudless. The U.S. has repeatedly mentioned that he could face criminal prosecution “for corruption.” Back in 2003, the American magazine Parade has declared him”the sixth of the ten worst dictators of our time.” Three years later, according to Forbes, he was the eighth on the list of the wealthiest rulers in the world. PRAVDA.Rússia

7.7.12

Bissau: a patética desorientação da CPLP

Lisboa, 06 jul (Lusa) -- O secretário executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) reconhece que a organização foi "apanhada de surpresa com a posição" da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) sobre o golpe de Estado na Guiné-Bissau. As reações ao golpe militar registado a 12 de abril e que derrubou os governantes guineenses eleitos levaram a CPLP "a acreditar que a comunidade internacional estava alinhada sobre os mecanismos para a reposição da ordem constitucional" no país. "Nós fomos apanhados de surpresa com a posição, que nós consideramos diferente, por parte da CEDEAO", admite o secretário executivo, o guineense Domingos Simões Pereira, em entrevista à Lusa. Apesar disso, garante, a CPLP não quis "disputar a competência da CEDEAO" e manteve uma "posição responsável", voltando a pedir ao Conselho de Segurança da ONU que clarificasse as orientações. O organismo internacional respondeu que mantinha "a CEDEAO como principal interlocutor das autoridades da Guiné-Bissau". Desde essa altura, recorda Simões Pereira, "a CPLP tem participado em todos os esforços, em todas as reuniões promovidas pela CEDEAO, no sentido de encontrar uma solução para a Guiné-Bissau.