23.7.16

São Tomé num impasse

22.07.2016 - Afinal houve fraude durante as eleições de 17 de Agosto de 2016. Agora que foi desfeita a batota eleitoral, não há mais dúvidas. É certa a segunda volta das Eleições Presidenciais de 2016. Graças a denúncias, primeiro da candidatura de Maria das Neves, e depois de Pinto da Costa, a Comissão Eleitoral Nacional, em comunicado após a recontagem e a votação na Roças Maria Luísa, repôs a verdade eleitoral. E para não mais haver equívocos, o Tribunal Constitucional mandou publicar Edital com os nomes dos dois finalistas: Manuel Pinto da Costa e Evaristo de Carvalho. A suspeita que provocou a abertura da caixa de Pandora, deu-se em Santa Catarina. A diferença abismal no total 116 votos em falta e em desfavor da candidata Maria das Neves, e que favorecia de forma suspeita Evaristo Carvalho provocou a averiguação por parte dos apoiantes das duas candidaturas dadas como tendo perdido logo a primeira volta estas eleições. Propositadamente os 116 votos foram subtraídos a candidata, atribuindo-lhe apenas um voto, quando na realidade obteve 117 votos naquela urna. Confirmadas as suspeitas de irregularidades, os mandatários de Maria das Neves e de Pinto da Costa protestaram oficialmente, o que veio a culminar a reviravolta dos resultados anunciados. Ao contrário do que o comunicado da Comissão Eleitoral Nacional anunciou como estando na origem da alteração dos resultados eleitorais, não foram os votos de Maria Luísa e da diáspora que fizeram alterar aos resultados de 17 de Julho. Afinal, a alteração deveu-se a adulteração dos resultados nalgumas mesas em Cantagalo, a favor do candidato Evaristo de Carvalho em mais de 165 votos. Desconfia-se, no entanto, que esta aldrabice se tenha estendida a outras mesas de Cantagalo e generalizada, sobretudo nos distritos de maior dimensão eleitoral, nomeadamente em Mé Zóchi e Água Grande. Segundo fontes próximas dos observadores nacionais, a descoberta de centenas de votos superiores aos votantes em muitas mesas naqueles distritos é que provocaram a alteração dos resultados e que deram a origem a necessidade da realização da segunda volta. A nossa fonte adiantou ser justo hoje se acreditar que este tipo de fraude terá acontecido de maneira generalizada não apenas nestas eleições, mas também nas legislativas de 2014, ganhas com maioria absoluta por ADI.A mesma fonte considera como uma obrigação moral a recontagem de todos os votos a nível nacional para conferir a credibilidade necessária. Além disso, afirma a nossa fonte, permitirá também saber a verdadeira dimensão da fraude perpetrada nas eleições presidenciais do dia 17 de Julho. A Comissão Eleitoral Nacional, em comunicado oficial lido, na noite de 17 de Julho, pelo seu Presidente, Alberto Pereira, deu Evaristo de Carvalho como vencedor a primeira volta, com 50,14 por cento de votos favoráveis. Não é os parcos totais 63 votos de Maria Luísa é que fizeram alterar os resultados, nem tão pouco os da diáspora, uma vez que os votos das respetivas circunscrições no estrangeiro não foram reavaliados. Com a reviravolta agora, Alberto Pereira viu a sua reputação posta em causa, pois a Comissão Eleitoral Nacional de que é o mais alto responsável foi forçado a dar o tido por não dito. A gravidade da situação é de tal maneira que observadores acreditam que depois de baixar a poeira, Alberto Pereira, por sua própria iniciativa ou forçado pela realidade incontornável, poderá apresentar a sua demissão. Os mesmos observadores elogiam o povo santomense, afirmando que se fosse nalguns países africanos bastante propensos a violência, São Tomé e Príncipe estaria a ferro e fogo, mergulhado em banho de sangue e violência generalizada, em resultado desta grave situação. Na verdade, o Presidente da Comissão Eleitoral hoje, muito mal na fotografia, tem sua imagem bastante beliscada ao ver-se envolvido numa grande teia de desconfiança, face ao fiasco que foi ao ter precipitado uma festa de arromba por parte da candidatura de Evaristo de Carvalho, que mesmo ainda diante de resultados provisórios celebraram com champanhe uma suposta retumbante vitória eleitoral. Tal como aconteceu em Santa Catarina, um pouco por várias localidades do país, há registo de contagem errada de votos, de várias versões e adulteração de actas, registo de resultados com rasuras e ilegibilidade. Tais factos só poderiam ser classificados de fraude eleitoral, dada a sua dimensão e o grau de influência nos resultados finais. E para agravar a situação, há suspeitas ainda em averiguação, segundo a qual em muitas Assembleias de Voto, algumas pessoas foram incentivadas a provocar confusão de modo que a contagem de votos fosse realizada a porta fechada e longe da observação dos eleitores. Isto também tem provocado suspeita de aproveitamento para actos ilegítimos, comentam alguns populares. Pela redação do Jornal Transparência

Nenhum comentário: