Ramos-Horta aponta o dedo a Angelita Pires
O Presidente timorense, José Ramos-Horta, acusou ontem Ângela Pires, conhecida por Angelita ou Angie, uma sua compatriota que também tem nacionalidade australiana e que foi constituída arguida no processo do 11 de Fevereiro, de ter “manipulado e influenciado” o ex-major Alfredo Reinado. Ao falar assim ao jornal The Age, de Melbourne, o Chefe de Estado deu mais peso a todas as especulações que têm vindo a ser feitas sobre esta mulher de 38 anos que parece estar no centro de todas as investigações em curso sobre o que aconteceu naquela data, quando o chefe dos rebeldes se dirigiu à residência do Presidente com o eventual intuito de o matar ou raptar.
A Procuradoria-Geral da República considerou no mês passado que Angelita Pires era oficialmente suspeita de haver participado numa conjura para que fossem mortos Ramos-Horta e o primeiro-ministro Xanana Gusmão; e a sua amizade com Reinado não era segredo para ninguém em Díli.
O Presidente também disse ontem que pretende saber por que é que a Força Internacional de Estabilização (ISF), dirigida pela Austrália, não perseguiu de imediato as pessoas que o atacaram e deixaram gravemente ferido, tendo ficado meia-hora a sangrar à entrada de casa. Além de haver contado que nessa manhã, ao regressar da praia, o gerente local de um banco australiano lhe dissera que a ISF andava em manobras perto da sua residência.
O comandante das tropas australianas em Timor-Leste, brigadeiro James Baker, já desmentiu as notícias de que um bloqueio nas estradas atrasou a ajuda a prestar ao Presidente, designadamente pela polícia das Nações Unidas. Mas a Fretilin, agora na oposição, pediu que Baker se explique perante o Parlamento timorense.
J.H.
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