30.1.15

Os equívocos de José Sócrates

O senhor secretário-geral do Partido Socialista declarou (em 10 de Novembro de 2006), no Congresso de Santarém, que as reformas progridem, a economia melhora, o desemprego diminui, os postos de trabalho aumentam. Na Rua 1ºde Dezembro vejo bêbados, junto à Ireja de São Domingos dormem pessoas, na zona do Camões há quem durma, o metro está cheio de invisuais a pedir. Nas proximidades de casa há quem me peça dinheiro para ir beber um café. O panorama idílico traçado pelo senhor Eng. José Sócrates não corresponde de forma alguma ao que vejo à minha volta. O salário não é aumentado, o poder de compra não aumenta nestes últimos três ou quatro anos, as pensões de sobrevivência dos idosos são em alguns casos inferiores a 190 euros, o salário mínimo nem chega aos 397 euros, as desgraças são muitas. Estamos muito longe de nos situar entre os 22 ou 23 países mais desenvolvidos da Terra. Os portugueses estão descontentes. A maioria dos portugueses não vive de forma remediada nem é feliz. Apenas 10 ou 12 por cento terão 15.000/18.000 euros de reserva no banco, apenas 10 ou 11 por cento irão de férias à Tailândia ou ao Brasil; e assim por diante. A vida é boa para um milhão de portugueses ou pouco mais. Não o é para sete ou oito milhões. O senhor secretário-geral do PS não consegue compreender isso? Vive dentro de uma redoma de vidro? Jorge Heitor 11 de Novembro de 2006 Foi assim que me referi, há oito anos e dois meses, às perspectivas algo ilusórias de José Sócrates quanto ao evoluir da vida em Portugal. Claro que ele e os seus amigos não sentiam muita razão de queixa. Faziam parte do oitavo da população que se conseguia safar.

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