2.10.15

Portugal: As novas coligações

Uma lista chamada Portugal à Frente (PaF), coligação do PSD e do CDS/PP, surge à frente nas sondagens, parecendo que vai ficar em primeiro lugar nas legislativas portuguesas de 4 de Outubro. Os que se lhe opõem até constituem a maioria da nação, mas estão profundamente divididos, de modo que não lhes serve de nada a sua oposição. A lista PaF é como que a herdeira da União Nacional e da Acção Nacional Popular, que também poderiam contar com uma oposição que era grande, mas que se encontrava claramente dividida. A lista de Pedro Passos Coelho e de Paulo Portas poderá ter 38 por cento dos votos, mas não conseguirá aparentemente ficar com mais de metade dos lugares da Assembleia da República, de modo que se tornará muito difícil neste momento saber como é que será o próximo Governo. O conjunto dos votos que serão dados ao PS, à CDU e ao BE poderá significar metade do total dos votos expressos, o que teoricamente poderia dar ao conjunto dessas listas um pouco mais de metade dos deputados. Só que, não parece muito crível que PS, CDU e BE se entendam, para formar Governo. De onde, as coisas se complicam bastante. Não poderá haver uma renovação pura e simples da actual coligação governamental, nem se formará facilmente uma coligação das forças ditas de esquerda. Daí, a conclusão lógica será começar a pensar num Governo PSD/PS, ou PSD/PS/CDS, conforme parece ser desde há alguns anos um dos desejos do Presidente da República; ou pelo menos uma das suas hipóteses. Um Governo o mais abrangente possível. Por mim, há uns bons cinco anos que sonho com um Governo de Salvação Nacional, em que muito naturalmente estivessem PSD, PS, CDU, CDS e, possivelmente, até, o BE. De modo a que, juntos, lutassem por um Portugal Melhor, muito melhor do que tem sido o destes últimos 10 anos. Infelizmente, porém, as diferentes famílias políticas continuam a pensar muito mais nos seus interesses próprios, nas suas ambições, do que na necessidade imperiosa de fazer avançar este país.

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