20.10.14

Carlos César, presidente e porta-voz do PS

A proposta foi feita antes das primárias com a ideia de mudar o perfil do cargo de presidente do PS
Costa decidiu-se por um upgrade no papel político do presidente do PS. O convite de António Costa a Carlos César para presidente do partido foi feito ainda durante a campanha das primárias, em que Carlos César correu o país inteiro permanentemente ao lado do candidato. Carlos César, um dos maiores impulsionadores da candidatura de António Costa à liderança do PS, aceitou.
Mas ao convite a Carlos César para um cargo que na história do PS foi sempre meramente simbólico corresponde também a intenção de lhe modificar o "conteúdo funcional": ao contrário do que aconteceu com todos os presidentes do partido até hoje, Carlos César não vai fazer de peça decorativa na nova estrutura do PS. Ao que o i apurou, vai caber ao presidente do PS o papel de porta-voz oficial e não foi para entregar uma espécie de prateleira dourada ao ex--presidente do Governo Regional dos Açores que António Costa o convidou para presidente do PS. Ao que sabe o i, depois das eleições legislativas que segundo todas as sondagens o PS vencerá, Carlos César terá novas responsabilidades: ou presidente da Assembleia da República ou, em alternativa, vice-primeiro-ministro, transpondo para o governo a fórmula encontrada agora para a liderança do Partido Socialista.
Porta-vozes sectoriais Em termos de organização, haverá outras mudanças, segundo sabe o i. Boa parte do núcleo político de António Costa está impossibilitado de fazer parte da direcção política do partido - o chamado "secretariado". A razão é simples: muitos dos elementos desse núcleo político são presidentes de Federação e existe agora uma norma nos estatutos do PS que impede a acumulação entre os cargos de membro do secretariado e de presidente da Federação. Por exemplo, Ana Catarina Mendes, que foi directora da campanha, é presidente da Federação do PS de Setúbal; Marcos Perestrello é presidente da FAUL - a Federação da Área Urbana de Lisboa; Pedro Nuno Santos é presidente da Federação de Aveiro e Capoulas Santos presidente da Federação de Évora; Duarte Cordeiro é presidente da concelhia de Lisboa, entre outros casos.
A solução possível é manter o núcleo político em acção fora do secretariado, um órgão que, ao contrário do que vai acontecer com o cargo de presidente, já não precisa de ser politicamente forte e activo. Os "costistas" que ficarem excluídos por razões de incompatibilidade ocuparão o cargo de porta-vozes sectoriais, sabe o i. Aliás, alguns deles já exercem essas funções no âmbito da direcção do grupo parlamentar.
Daqui a pouco mais de um mês tudo ficará decidido. As eleições directas são a 21 e 22 de Novembro, mas só no congresso que acontece uma semana depois, a 29 e 30 de Novembro, em Lisboa, os órgãos nacionais são definidos e eleitos.  Jornal I

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