Maputo - A Frelimo, partido no poder em Moçambique, e o seu candidato presidencial Filipe Nyusi conquistaram cerca de 57 porcento dos votos válidos nas eleições gerais de 15 de outubro, segundo os resultados oficiais provisórios das 11 províncias do país.
De acordo com analistas, estes resultados representam uma margem "substancialmente inferior" aos 60 porcento que se esperava no início do apuramento dos resultados.
Enquanto isso, Afonso Dhlakama, líder da Renamo, antigo movimento rebelde e atual principal partido da oposição em Moçambique, conquistou mais de 36 porcento dos votos, mais do que o dobro dos 16 porcento obtidos nas presidenciais de 2009.
Por seu turno, o terceiro candidato, Daviz Simango, líder do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), o segundo maior partido da oposição, obteve 6,5 porcento, contra os nove conquistados em 2009.
Resultados presidenciais das 11 províncias:
Filipe Nyusi (Frelimo) – 2.744.066 votos (57,14 porcento)
Afonso Dhlakama (Renamo) – 1.747.093 votos (36,38 porcento)
Daviz Simango (MDM) – 311.358 votos (6,48 porcento)
Nas legislativas, a Frelimo também venceu com a mesma margem que o seu candidato (57 porcento), uma queda acentuada comparativamente a 2009, quando obteve 75 porcento.
A Renamo conquistou um terço dos votos, enquanto o MDM obteve pouco mais de nove porcento. Os restantes 27 partidos da oposição que também concorreram no escrutínio não conseguiram todos um único assento parlamentar.
Resultados das legislativas:
Frelimo – 2.473.938 votos (57,06 porcento)
Renamo – 1.46.289 votos (33,84 porcento)
MDM – 394.458 votos (9,1 porcento)
Estes resultados não incluem os dois círculos eleitorais da comunidade moçambicana residente no estrangeiro, onde foram recenseados 88 mil e 820 eleitores.
Os cálculos realizados com base nestes dados indicam que o futuro Parlamento poderá incluir 142 deputados da Frelimo, 89 da Renamo e 19 do MDM.
O atual Parlamento consta de 191 deputados da Frelimo, 51 da Renamo e oito do MDM, o que significa que, a confirmar-se os novos resultados, a Frelimo perde 49 assentos, enquanto a Renamo e o MDM ganham respetivamente 38 e 11 deputados.
Até finais de 2013, a Frelimo dizia ter atingido a cifra de mais de quatro milhões de membros. Contudo, menos de dois milhões e 500 mil eleitores votaram a favor do partido no poder nestas eleições da semana passada e dois milhões e 750 mil a favor do seu candidato presidencial.
Assim, os analistas concluem que o número de membros da Frelimo ou está "inflacionado" ou então cerca de um milhão e 500 mil militantes seus não votaram no partido.
Os resultados do apuramento provincial ainda não são definitivos, pois ainda carecem de uma confirmação da Comissão Nacional de Eleições (CNE), que, atualmente, está na fase de requalificação de todos os votos considerados inválidos nas mesas de voto.
Porém, a experiência anterior faz antever que poderão ser resgatados cerca de 10 a 20 porcento dos votos que terão sido rejeitados por um excesso de zelo dos membros das mesas de voto, quando, na verdade, os eleitores manifestaram claramente a sua intenção de voto.
A requalificação vai alterar o número de votos de cada um dos três candidatos, devendo suceder o mesmo com os três partidos, mas não por uma margem muito significativa.
Mas a CNE tem ainda pendente a investigação sobre todas as alegacões de irregularidades e fraudes.
Se ela decidir anular os resultados dos editais que foram claramente adulterados e que revelam índices de participação impossíveis tais como 90, 95 ou mesmo 100 porcento, isso poderá alterar significativamente o resultado final. Panapress
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