Os Estados Unidos estão a fornecer a Angola treino naval e informação secreta, de modo a impedir que esse país se torne um alvo de pirataria marítima, na altura em que passa a ser o maior produtor de petróleo na África s sul do Sara, declarou ontem em Londres o comandante das Forças Navais norte-americanas na Europa, almirante Mark Fitzgerald.
Esta colaboração no domínio naval integra-se nos esforços gerais que Washington está a fazer para cooperar com os países da África Ocidental e Central, desde o Golfo da Guiné até Angola, apesar de crescente insegurança que se verifica em grande parte do continente e que já levou. inclusive, à criação de um novo comando regional dos Estados Unidos, o Africom, provisoriamente com a sua sede na cidade alemã de Estugarda.
“Queremos construir a capacidade para que Angola possa fazer cumprir as suas leis e não tenha a recear nada do narcotráfico, da pirataria ou de coisas do género”, especificou o almirante Fitzgerald durante um briefing para a imprensa que foi citado pela Reuters. E isto poucos dias antes de a África vir a ser o tema dominante da Cimeira Anual da Associação Internacional das Operações de Paz (IPOA), de 26 a 28 deste mês em Washington, tendo como orador principal o comandante do Africom, general William Ward.
A Nigéria, que era até há pouco o maior produtor de petróleo da África Negra, viu a sua produção reduzida em cerca de 20 por cento devido à agitação e a actos de sabotagem no delta do rio Níger, pelo que o Pentágono não quer que nada de semelhante possa acontecer em território angolano, onde já se produzem actualmente dois milhões de barris de petróleo por dia.
Para lém de informações de carácter reservado, a Armada dos Estados Unidos tem estado a fornecer a Angola computadores e treino, devendo em breve dar a Luanda equipamento de radar e lanchas de patrula para que possa controlar as suas águas, explicaram oficiais norte-americanos, que na próxima cimeira de Washington vão debater o papel da União Africana (UA) e das Nações Unidas no futuro do continente africano.
Uma fragata norte-americana visitou recentemente portos angolanos e também tem havido visitas a Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Senegal e outros países africanos, para que neles não se possa verificar nada do género da pirataria que é cada vez maior ao largo do Corno de África, na região da Somália, onde desde 1991 não existe uma administração central.
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