Três navios de guerra da NATO (um italiano, um grego e um britânico) começaram nos últimos dias a fazer patrulhas ao largo da Somália, designadamente no Golfo de Aden, que separa esse país do Iémen, anunciou ontem na Bélgica um porta-voz militar da Aliança Atlântica, a propósito das missões de escolta e de dissuasão a que muitos países se estão agora a entregar, como forma de enfrentar a crescente pirataria naquela região.
Um contratorpedeiro e duas fragatas começaram a cruzar as águas ao largo do Cabo Azir e do Cabo Hafun, que ficam na Puntlândia, um estado somali em pleno Corno de África, constituído por sete regiões (na área de antigos sultanatos) e com uma superfície de 212.510 quilómetros quadrados. Isto depois de na quinta-feira a Armada francesa ter capturado nove piratas perto do Golfo de Aden, tendo-os entregue às autoridades nas proximidades de Bossasso, na costa setentrional da Puntlândia, que se considera um território autónomo (com 2,4 milhões de habitantes) no âmbito da autêntica manta de retalhos em que a Somália se transformou nos últimos 17 anos.
Os vasos de guerra da NATO passam agora a patrulhar as rotas marítimas nas quais o risco de ataque criminoso contra os navios mercantes é mais elevado, especificou o quartel-general da organização na localidade de Mons, no Sul da Bélgica, numa altura em que o Programa Alimentar Mundial (PAM), das Nações Unidas, está a encaminhar mensalmente de 30.000 a 35.000 toneladas de ajuda para as populações somais.
Sete dezenas de navios estrangeiros já foram atacados por piratas somalis desde o início deste ano, ou seja o dobro dos que o haviam sido durante todo o ano transacto; e trata-se até de piratas equipados com armas pesadas, indivíduos sem lei que já não hesitam em fazer frente a petroleiros e a porta-contentores, constituindo por isso um grande perigo para toda a navegação que se faz entre o Mar Vermelho e o Oceano Índico.
Em plena sintonia com a NATO, a União Europeia (UE) também vai enviar uma dezena de navios, pondo assim em acção a sua política de segurança e de defesa, de modo a tentar controlar o perigo desestabilizador que tem vindo em crescendo. E a própria Rússia também já enviou um vaso de guerra para a zona da Puntlândia, de modo a colaborar com a Aliança Atlântica e com a UE, no combate ao que todos consideram uma das múltiplas facetas de que se está a revestir actualmente o terrorismo internacional. Jorge Heitor
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