1.6.12

Angola prefere Washington a Paris

O governo angolano, na atracção que o petróleo e outras riquezas minerais tutelados pela hegemonia do império lhe está a fazer, segue reactivamente duas vias que determinam o seu papel de "correia de transmissão" de acordo com a aristocracia financeira mundial de feição anglo-saxónica (que inclui entre outras as vocações do quadro Bilderberg): - Por vezes, primeiro lança iniciativas que se interligam aos expedientes da globalização, para depois fazer seguir os interesses agora tornados fulcrais do estado ao serviço da globalização e das novas elites nacionais (casos do Mali e das Guinés); - Outras vezes "espera o convite" desses interesses, como está a acontecer com o Sudão do Sul ("Rubricado Processo Verbal de Cooperação"). Em qualquer dos casos o estado angolano está a seguir uma trilha que em África acarreta muitos riscos para si, tal como acarretou já para o humilhado Presidente maliano Amadou Toumani Touré (veja-se ainda "Sarkozy ressuscita o pré carré com novas tendências"): - Hiper-valoriza os relacionamentos com as multinacionais anglo-saxónicas (Chevron, Exxon e Mobil), a coberto dos relacionamentos pródigos para com os Estados Unidos; - Sub-valoriza o papel da Total, por evidente tensão constante com a França. Essa conduta marca, no que diz respeito aos relacionamentos bilaterais, as relações estratégicas Angola-Estados Unidos ("Memorandum of Understanding Signing Ceremony Establishing the U.S.-Angola Strategic Partnership Dialogue") por um lado e por outro, a tensão contínua entre Angola e a França, apesar da tentativa de "desanuviamento" por parte de Sarkozy ("Sarkozy in Luanda to repair relations"), que teve um apogeu mais visível nos contenciosos recentes (recorde-se o caso Falcone) incluindo os que se implicaram nas disputas do poder na Costa do Marfim, mas que poderá vir a ter outros (futuros) apogeus! Sob o meu ponto de vista e em nome da cultura de paz que não se cansa de apregoar, Angola deve rever imediatamente as suas políticas em direcção à África do Oeste (Mali e Guinés), tal como em relação ao Sudão, pelo mais simples dos motivos: depois da saga histórica que tem vivido, aqueles que estiveram tão vinculados ao movimento de libertação em África esperam que nunca venha a acontecer que os "feitiços" desta globalização capitalista neo liberal com sinal de hegemonia anglo-saxónica, que passam pelo redesenhar neo colonial do mapa de África, não se venham a voltar contra este tão pouco previdente, quão imprudente "aprendiz de feiticeiro"! Autor: PRAVDA LIBERATION http://www.pravdanews.jex.com.br/internacional/petroleo+em+guine+bissau+aumenta+a+disputa+pelo+poder Publicada por Gil Gonçalves

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