15.6.12

Bissau: o imbróglio

O presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE) da Guiné-Bissau, Desejado Lima da Costa, foi ontem convidado pelo chefe de Estado ilegitimo de transição, Serifo Nhamadjo, a retomar as suas funções. Lima da Costa, que falava à imprensa à saída de uma audiência com Serifo Nhamadjo, disse ter sido convidado a retomar as funções, depois de ter sido impedido de o fazer por soldados na sequência do golpe de Estado de 12 de Abril. "A CNE está a trabalhar a meio gás porque não tem presidente, não tem interlocutor, eu disse isso ao Presidente, aliás foi essa a preocupação do Presidente da República, arranjar um interlocutor que possa iniciar o diálogo com a comunidade internacional com vista aos próximos actos eleitorais", disse Lima da Costa. "É preciso preparar a CNE, criar as condições operacionais para este período transitório a que se seguirá as eleições para o retorno à normalidade constitucional", acrescentou o presidente da CNE. Desejado Lima da Costa disse estar "em plena liberdade" pelo que vai retomar as suas funções na CNE, onde foi impedido de entrar recentemente por soldados e polícias, sem quaisquer justificações. Lima da Costa era um dos dirigentes guineenses que se encontravam refugiados na sede da União Europeia em Bissau desde o dia do golpe, de onde saíram volvidos quase 40 dias. Questionado sobre se é possível realizar a segunda volta das eleições presidenciais, interrompida com o golpe de Estado, o presidente da CNE disse que essa pergunta deve ser respondida pelos políticos. NOVAS DA GUINÉ-BISSAU

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