1.6.12

Cronologia elaborada pelo embaixador Francisco H. da Silva

A luta de libertação nacional (1963-1974) · A declaração unilateral da independência em Madina do Boé (24 de Setembro de 1973). · Acordos de Argel entre o PAIGC e o Governo Português, visando a transmissão de poder na Guiné-Bissau (26 de Agosto de 1974) · Reconhecimento formal (de jure) da independência por Portugal (10 de Setembro de 1974) · Entrada em Bissau dos guerrilheiros do PAIGC (11 de Setembro de 1974) · Fuzilamento público, numa tabanca próxima de Canchungo do régulo dos manjacos, Joaquim Baticã Ferreira, do régulo Upaié e de Didi Ferreira, ex-Comando africano, acusados de colaboração com as autoridades coloniais portuguesas (10 de Março de 1976). · Julgamento de Rafael Barbosa, ex-Presidente do PAIGC, acusado de traição e de colaboração com a PIDE. Foi condenado à morte, mas a pena foi comutada para 15 anos de cadeia (1976). · Morte do Comissário Principal (Primeiro-Ministro) de Francisco Mendes (Chico Té) num acidente de viação, admitindo-se a hipótese de ter sido assassinado. Luís Cabral manda-o substituir por Nino Vieira (7 de Julho de 1978). · Fuzilamento de centenas de ex -comandos e outros militares guineenses da tropa colonial. A sua execução foi decidida por um grupo de dirigentes do PAIGC liderados por António Buscardini, chefe da polícia política. Os seus corpos foram enterrados, em valas comuns, nas matas de Cumeré, Portogole, Cuntima, Farirn, Bafatá,Cacheu, Canchungo, Pirada, Bambadinca, Biombo, Bissorã. As razões alegadas para justificar estas execuções sumárias, prendem-se com o facto das autoridades instituídas temerem um golpe de estado, liderado por Malam Sanhá, ex-comando da tropa colonial (Dezembro de 1978). · Golpe de Estado de 14 Novembro de 1980, dito Movimento Reajustador, que depõe o Presidente Luís Cabral, suspende a Constituição e a Assembleia Nacional e cria o Conselho da Revolução. Ruptura com Cabo Verde. · Exoneração de Vítor Saúde Maria, vice-presidente do Conselho da Revolução por alegado envolvimento na preparação de um golpe de Estado (1984) · Alegada tentativa de golpe de Estado e conspiração contra a segurança do Estado que culminou na detenção, tortura, julgamento e condenação à morte de Paulo Correia, 1º Vice-Presidente do Conselho de Estado, Viriato Pã, Procurador-Geral da República e vários oficiais de etnia balanta (17 de Outubro de 1985) · Fuzilamento nos implicados no chamado “caso 17 de Outubro” (21 de Julho de 1986) · Adopção do multipartidarismo (8 de Maio de 1991) · Tentativa de golpe de Estado com a sublevação de vários quartéis em Bissau. É o caso de Mama Cassamá ou “Rambo” (17 de Março de 1993) · Assassinato do major Robalo de Pina, assessor de “Nino” Vieira, por militares (17 de Maio de 1993) · Assassinato do jornalista português Jorge Quadros, assessor de imagem de “Nino” Vieira, alegadamente por ordem da segurança bissau-guineense (Novembro de 1993). · Primeiras eleições multipartidárias (27 de Março de 1994) · Adesão da Guiné-Bissau à UEMOA (União Económica e Monetária Oeste-Africana), até então composta por países francófonos e adopção do Franco CFA (2 de Maio de 1997). · Levantamento militar comandado pelo Brigadeiro Ansumane Mané que dá origem à guerra civil (7 de Junho de 1998). · Queda de Bissau e deposição de “Nino” Vieira que se rende incondicionalmente (7 de Maio de 1999). · Homicídio por espancamento de Nicandro Barreto, Ministro da Administração Territorial e antigo Procurador-geral da República. Estava a par de muitos dossiers altamente comprometedores, designadamente um relativo ao levantamento militar de 7 de Junho de 1998, que nunca foi encontrado. (22 de Agosto de 1999) · Vitória do PRS nas eleições legislativas, terminando a hegemonia do PAIGC (24 de Novembro de 1999). · Eleição de Kumba Ialá como Presidente da República, na 2ª volta (16 de Janeiro de 2000) · Morte violenta do general Ansumane Mané, na periferia de Bissau, aparentemente por forças governamentais (30 de Novembro de 2000) · Golpe de Estado organizado pelo CEMGFA, general Veríssimo Seabra, contra o Presidente Kumba Ialá, (14 de Setembro de 2003) · Vitória relativa do PAIGC nas legislativas que conduz Carlos Gomes Jr. À chefia do Governo (28 de Março de 2004) · Assassinatos do CEMGFA, General Veríssimo Seabra e do seu adjunto Ten. Cor. Domingos Barros, por espancamento, alegadamente por um motim de militares que tinham estado na Libéria integrados numa força das Nações Unidas. A revolta teria sido desencadeada por falta de pagamento dos salários (6 de Outubro de 2004). · Eleição de Nino Vieira à presidência da República, vencendo o candidato do PAIGC, Malan Bacai Sanhá (24 de Julho de 2005) · Nomeação por “Nino” Vieira de um governo chefiado por Aristides Gomes (1 de Novembro de 2005) · Assassinato de Mohammed Lamine Sanhá, apoiante de Mané, ex-membro da Junta Militar e ex-CEMA (6 de Janeiro de 2007) · O governo de Aristides Gomes é deposto por uma moção de censura (19 de Março de 2007) · Golpe de Estado falhado em Bissau. O CEMA Bubo na Tchuto é detido na Gâmbia onde estava exilado (6 e Agosto de 2008) · Vitória absoluta do PAIGC nas legislativas que reconduz, mais uma vez, Carlos Gomes Jr. na chefia do Executivo (16 de Novembro de 2008) · Militares atacam a residência do presidente “Nino” Vieira causando a morte de dois soldados (23 de Novembro de 2008) · Assassinato do CEMGFA, Tagme na Waie, vítima de um atentado bombista (1 de Março de 2009). · Assassinato do Chefe de Estado, “Nino” Vieira, a tiro e à catanada (2 de Março de 2009) · Assassinatos de Baciro Dabó e de Hélder Proença, políticos, tidos por próximos do falecido Presidente Nino Vieira (5 de Junho de 2009) · Malan Bacai Sanha, candidato do PAIGC, ganha a segunda volta das eleições presidenciais vencendo Kumba Ialá (26 de Julho de 2009) · Golpe de Estado parcialmente frustrado em que o Primeiro-Ministro Carlos Gomes Jr. E o CEMGFA, Zamora Induta, são detidos, durante algum tempo, e posteriormente libertados. Entretanto, o general António Injai assume o cargo de CEMGFA à revelia do Poder politico (1 de Abril de 2010). · Tentativa falhada de golpe de Estado planeada pelo general Watna na Lai (26 de Dezembro de 2011) · Falecimento do Presidente da República, Malam Bacai Sanhá, em Paris, devido a doença prolongada. Raimundo Pereira, Presidente da Assembleia Nacional Popular, assume interinamente a Chefia de Estado (9 de Janeiro de 2012) · Primeira volta das eleições presidenciais antecipadas na Guiné-Bissau, em que o candidato e Primeiro-Ministro Carlos Gomes Jr. obtém a maioria relativa – 49% - contra Kumba Ialá – 23%. (18 de Março de 2012). · Assassinato por desconhecidos do ex-chefe dos serviços secretos militares, Coronel Samba Djaló, pouco depois do fecho das urnas (18 de Março de 2012) · Ao tomar conhecimento dos resultados provisórios, Kumba Ialá considerou que o processo eleitoral foi fraudulento e recusou-se a participar na 2ª volta. Foi acompanhado por mais 4 candidatos da Oposição que reiteraram esta posição (23 de Março de 2012). · Putsch triunfante de um sector das forças armadas com a detenção do Presidente da República interino, Raimundo Pereira e do Primeiro-ministro, Carlos Gomes, Jr. a suspensão da Constituição. A governação passou a estar entregue a um Comando Militar de 6 elementos (12 de Abril de 2012) · Nomeação inconstitucional, por imposição do Comando Militar e da CEDEAO, de um presidente interino, Serifo Nhamadjo e de um Primeiro-Ministro de transição, Rui de Barros (11 e 17 de Maio de 2012, respectivamente)

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