17.6.14

Bissau: Os antecedentes da operação "Mar Verde"

Os contactos entre o Governo português e adversários do Presidente da República da Guiné (Conakry), Sékou Touré, decorriam, pelo menos, desde 1967; e tinham como objectivo obter o apoio de Portugal para a invasão daquele país, numa operação que ficaria exclusivamente a cargo de naturais do mesmo e que partiria da Serra Leoa.
Quem assim nos explica os antecedentes políticos da operação "Mar Verde", de Novembro de 1970, é Mário Matos e Lemos, no terceiro número da revista Mátria XXI, do Centro de Investigação Prof. Doutor Joaquim Veríssimo Serrão.
O apoio pedido a Lisboa limitava-se a uma contribuição financeira para o treino de elementos de Frente Nacional de Libertação da Guiné (FNLG), bem como ao fornecimento de material militar.
A contrapartida oferecida pela FNLG, no caso de conseguir derrubar Sékou Touré, seria a proibição das actividades do PAIGC na Guiné-Conakry.
Aparentemente, segundo Matos e Lemos, não se levantava até 1970 a hipótese de a invasão da República da Guiné partir de território sob administração portuguesa.
O Governo de Marcello Caetano não aceitou as propostas iniciais da FNLG, mais baratas e menos comprometedoras, para depois executar a operação "Mar Verde", coordenada pelo Capitão-de-Mar-e-Guerra Alpoim Calvão.
Segundo o investigador Matos e Lemos, é provável que o governador da Guiné, António de Spínola, pouco confiante na capacidade militar da FNLG para, sozinha, levar a bom termo a invasão, tivesse convencido Caetano a autorizar a participação de forças portuguesas e a partir da então Guiné Portuguesa; e já não da Serra Leoa.
No entanto, o malogro da expedição comandada por Alpoim Calvão levou à consolidação do regime de Sekou Touré e atraiu às águas do Golfo da Guiné dois navios soviéticos, um deles armado com mísseis; tendo-se-lhes juntado mais tarde um navio anfíbio.
De acordo com a tese de Matos e Lemos, inicialmente exposta em 2014 durante um colóquio na Universidade dos Açores, é plausível que o futuro relacionamento difícil do general Spínola com o Governo de Caetano tenha uma das suas raízes no malogro da operação que era para derrubar Sékou Touré e na qual os portugueses nunca se deveriam ter imiscuído; pelo menos tão abertamente.
Na elaboração do plano de invasão de Conakry colaboraram dois dos oficiais que serviam na Guiné sob as ordens de António de Spínola: Firmino Miguel, que viria a ser ministro da Defesa depois do 25 de Abril, e Carlos Azeredo, entretanto governador civil do distrito do Funchal, comandante da Região Militar Norte e chefe da Casa Militar do Presidente Mário Soares.
Eis, pois, um opúsculo muito interessante, este do Centro de Investigação Prof. Doutor Veríssimo Serrão, de Santarém. JH

Um comentário:

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