6.10.14

Um Brasil maioritariamente preto e pardo

Brasília – A população negra brasileira – que já era a maior fora da África – ultrapassou a casa dos 100 milhões de pessoas, de acordo com o estudo "Projeção da População do Brasil por Sexo e Idade para o período 200/2060 e Projeção da População das Unidades da Federação Por Sexo e Idade para o período 2000/2030", do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A população preta e parda, que corresponde a 50,7% da população brasileira, de acordo com o Censo do IBGE de 2010, agora já chega a 101.923.585 habitantes. A publicação informa que esta semana o Brasil passou dos 200 milhões de habitantes: somos agora 201.032.714 habitantes.
O estudo também faz uma projeção de quantos seremos até 2042, quando a população deverá chegar a 228,4 milhões – 115,7 milhões de negros, pretos e pardos autodeclarados, de acordo com o critério de classificação de raça e cor do IBGE.
Com uma população de 170 milhões, a Nigéria é o país mais populoso da África e o oitavo mais populoso do mundo. No Censo do IBGE 2010, pela primeira vez, desde o primeiro censo realizado no Brasil, em 1.872, a população preta e parda autodeclarada ultrapassou os brancos. Dos 190.755.799 habitantes, 91.051.646, declararam-se brancos, 14.517.961 declararam-se pretos, 82.277.333, pardos – (96.795.294 negros no total); 817.963 indígenas e 2084.288 amarelos. Dos pesquisados, 6.608 nada declararam.
O crescimento da população em geral, e da negra, em particular coloca por terra a visão que pretende impor ao Brasil os valores eurocêntricos como, por exemplo, o padrão de beleza, que justifica a predominância do tipo loiro de olhos azuis como estética dominante.
História
Durante o I Congresso Internacional das Raças, realizado em Londres, em julho de 1.911, o delegado brasileiro João Batista Lacerda, diretor do Museu Nacional, apresentou a tese "Os mestiços do Brasil", em que garantia que em 100 anos, precisamente em 2.012, os negros desapareceriam da população brasileira e os mestiços estariam reduzidos a 3%. A elite racista, entre os quais intelectuais e cientistas, da época atribuíam o atraso do país ao fato de ter uma maioria de população negra. A tese de Lacerda chegou a provocar revolta nessa elite, que considerava um século um tempo muito longo para o Brasil tornar-se branco.

Um comentário:

Josefa Neves Rodrigues disse...

Agradeço ao Blogger por contribuir imensamente com minha pesquisa.