Angola conta com 2,7 milhões de cidadãos aptos para o serviço militar, dos 16 aos 49 anos, e com 5,7 por cento do seu Orçamento reservado a despesas militares para se poder projectar na África Austral e Ocidental, com um estatuto de potêncial regional, enquanto aguarda vir a suceder a Portugal, dentro de dois anos, na presidência da Comunidade dos Países de Língua Portugal (CPLP), já então com uma nova legislatura e eventualmente, pelo menos em teoria, com um novo Chefe de Estado.
Se bem que a África do Sul seja quem tem a maior parte do poder na região, tanto em termos económicos como militares, com a sua economia a crescer acima da média africana durante a última década, Angola nunca se esquece de recordar ao mundo que também teve nos últimos seis anos grande crescimento económico, se bem que ainda tenha muitas infraestruturas danificadas e que os seus campos se pareçam com um mar de minas, terrestres e antipessoais; o que faz recordar o muito trabalho ainda por vezes.
Luanda tem exercido grande influência em cada um dos Congos, que mais não seja como forma de proteger as fronteiras de Cabinda, contrabalança em São Tomé e Príncipe os anseios expansionistas da Nigéria; e até procura exercer um certo papel moderador nas questões da longínqua Guiné-Bissau, como quando recentemente se atribuiu a mediação entre o Presidente Nino Vieira e o Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, general Tagme Na Waye.
A recente visita efectuada a Angola pelo Presidente Thabo Mbeki ajudou a limar algumas das arestas e das desconfianças existentes entre as duas partes, tendência que se poderá acentuar se acaso o próximo Chefe de Estado sul-africano vier a ser, no próximo ano, Jacob Zuma, que já em Março estivera em território angolano para as celebrações do vigésimo aniversário da batalha do Cuíto Cuanavale, uma das maiores a que a África assistiu desde a II Guerra Mundial.
Na sua campanha para um novo papel a nível internacional, Angola procura hoje em dia produzir energia nuclear, de modo a compensar as suas carências de electricidade; e conseguiu já identificar jazidas de materiais radioactivos, como o urânio, para cuja exploração poderia contar tanto com o interesse da China como com o da França. Jorge Heitor
28.8.08
27.8.08
Um poema de Celso Oliveira, exilado no Reino Unido
Ser timorense,
Ser poeta
Um papagaio caiu em cima do tecto da minha casa.
Era de manhã, no princípio do mês de Agosto.
Na Inglaterra, país onde eu vivo, escrevo e admiro.
Chuva??? Sim.
No verão de 2008.
Não sei se aconteceu, apenas, na minha imaginação...
O que é certo, é que a olhar para o papagaio, surgiu-me, então, outra ideia.
Foi assim:
“Quando eu comecei a aprender a língua portuguesa, nunca pensei
Que um dia iria escrever os meus poemas em Português”.
Hoje em dia, tenho orgulho em ser Timorense,em ser um poeta viajante.
Tenho que confessar a minha paixão pelo mundo literário
E revelar, também, a minha sensibilidade pelo mundo que me rodeia.
É bom aprender a língua portuguesa.
É bom saber exprimir as nossas ideias na língua de Camões, Saramago, Lídia Jorge, Manuel Alegre e outros poetas e escritores portugueses.
O vento começou a soprar e levou com ele algumas das minhas ideias,
Enquanto eu permaneço no meu lugar, a olhar para fora.
Entrego todo o meu ser: o meu corpo e a minha mente, a quem queira ouvir- me
E juntar-se comigo, na busca do papagaio pendurado no tecto da minha casa.
O papagaio bonito, lindo de cor branca desapareceu da minha mente.
Mas a minha memória sobre o meu primeiro contacto com a língua portuguesa continua a permanecer.
Obrigado por ti
Obrigado por Timor
Ser poeta
Um papagaio caiu em cima do tecto da minha casa.
Era de manhã, no princípio do mês de Agosto.
Na Inglaterra, país onde eu vivo, escrevo e admiro.
Chuva??? Sim.
No verão de 2008.
Não sei se aconteceu, apenas, na minha imaginação...
O que é certo, é que a olhar para o papagaio, surgiu-me, então, outra ideia.
Foi assim:
“Quando eu comecei a aprender a língua portuguesa, nunca pensei
Que um dia iria escrever os meus poemas em Português”.
Hoje em dia, tenho orgulho em ser Timorense,em ser um poeta viajante.
Tenho que confessar a minha paixão pelo mundo literário
E revelar, também, a minha sensibilidade pelo mundo que me rodeia.
É bom aprender a língua portuguesa.
É bom saber exprimir as nossas ideias na língua de Camões, Saramago, Lídia Jorge, Manuel Alegre e outros poetas e escritores portugueses.
O vento começou a soprar e levou com ele algumas das minhas ideias,
Enquanto eu permaneço no meu lugar, a olhar para fora.
Entrego todo o meu ser: o meu corpo e a minha mente, a quem queira ouvir- me
E juntar-se comigo, na busca do papagaio pendurado no tecto da minha casa.
O papagaio bonito, lindo de cor branca desapareceu da minha mente.
Mas a minha memória sobre o meu primeiro contacto com a língua portuguesa continua a permanecer.
Obrigado por ti
Obrigado por Timor
Tailândia, um reino do Sueste Asiático
Um tribunal da Tailândia, país do Sueste Asiático que é uma monarquia constitucional desde 1932, emitiu ontem mandados de captura, a pedido da polícia, para nove dirigentes da Aliança Popular para a Democracia (PAD), cujos militantes estão desde terça-feira a ocupar a presidência do Conselho de Ministros, em Banguecoque, enquanto exigem a demissão do primeiro-ministro Samak Sundaravej, de 73 anos, líder do Partido do Poder Popular (PPP), criado em 9 de Novembro de 1998.
Um dos porta-vozes da polícia, o major general Suraphol Tuanthong, declarou à imprensa que a PAD, considerada de direita, poderá ser acusada de insurreição, o que implica uma pena máxima de morte ou prisão perpétua, num país onde as forças de segurança e grupos armados têm sido considerados responsáveis por abusos dos direitos humanos e do direito humanitário internacional.
Os nove dirigentes procurados pela justiça também enfrentam acusações de conspiração para a rebelião, de reunirem 10 ou mais pessoas para causar distúrbios e de ignorarem ordens para dispersar. Os dirigentes mais conhecidos desta contestação ao Governo são Chamlong Srimuang, antigo político e oficial do Exército, e Sondhi Limthongkul, milionário da comunicação social.
Este mesmo movimento, cujas manifestações de 2006 ajudaram a combater o então primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, que continua a ser uma das figuras mais influentes do reino outrora chamado Sião, e a partir de 1939 Tailândia, tem vindo a efectuar protestos contra o actual Executivo desde Maio último.
“A polícia vai detê-los. E pode usar legitimamente um mínimo de força se resistirem ou estiverem armados”, declarou o porta-voz governamental Wichainchot Sukchoterat, depois de na terça-feira 35.000 manifestantes terem invadido uma estação estatal de televisão, sitiado pelo menos três ministérios e por fim invadido os terrenos onde está instalada a sede do Conselho de Ministros, sempre pressionando Samak a demitir-se.
A maior parte dos manifestantes enverga camisolas amarelas, em sinal de respeito pelo rei Bhumibol Aduyadej, que tem 80 anos e está há 62 no trono, sendo portanto o monarca que a nível mundial reina há mais tempo; e aquele que recentemente a revista norte-americana Forbes considerou o mais rico de todos, tendo aparentemente ultrapassado as fortunas do sultão do Brunei, do presidente dos Emiratos Árabes Unidos e do rei da Arábia Saudita.
Ontem chegou a haver escaramuças entre os manifestantes e os 2.000 polícias que cercam a sede do Governo, enquanto lá dentro estão 500.
Um dos porta-vozes da polícia, o major general Suraphol Tuanthong, declarou à imprensa que a PAD, considerada de direita, poderá ser acusada de insurreição, o que implica uma pena máxima de morte ou prisão perpétua, num país onde as forças de segurança e grupos armados têm sido considerados responsáveis por abusos dos direitos humanos e do direito humanitário internacional.
Os nove dirigentes procurados pela justiça também enfrentam acusações de conspiração para a rebelião, de reunirem 10 ou mais pessoas para causar distúrbios e de ignorarem ordens para dispersar. Os dirigentes mais conhecidos desta contestação ao Governo são Chamlong Srimuang, antigo político e oficial do Exército, e Sondhi Limthongkul, milionário da comunicação social.
Este mesmo movimento, cujas manifestações de 2006 ajudaram a combater o então primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, que continua a ser uma das figuras mais influentes do reino outrora chamado Sião, e a partir de 1939 Tailândia, tem vindo a efectuar protestos contra o actual Executivo desde Maio último.
“A polícia vai detê-los. E pode usar legitimamente um mínimo de força se resistirem ou estiverem armados”, declarou o porta-voz governamental Wichainchot Sukchoterat, depois de na terça-feira 35.000 manifestantes terem invadido uma estação estatal de televisão, sitiado pelo menos três ministérios e por fim invadido os terrenos onde está instalada a sede do Conselho de Ministros, sempre pressionando Samak a demitir-se.
A maior parte dos manifestantes enverga camisolas amarelas, em sinal de respeito pelo rei Bhumibol Aduyadej, que tem 80 anos e está há 62 no trono, sendo portanto o monarca que a nível mundial reina há mais tempo; e aquele que recentemente a revista norte-americana Forbes considerou o mais rico de todos, tendo aparentemente ultrapassado as fortunas do sultão do Brunei, do presidente dos Emiratos Árabes Unidos e do rei da Arábia Saudita.
Ontem chegou a haver escaramuças entre os manifestantes e os 2.000 polícias que cercam a sede do Governo, enquanto lá dentro estão 500.
22.8.08
Abuso de Direitos Humanos em Timor-Leste
As Nações Unidas voltaram ontem a rejeitar as alegações do Presidente timorense, José Ramos-Horta, de que foram muito lentas a actuar quando ele foi alvejado a tiro no dia 11 de Fevereiro; e quase ao mesmo tempo disseram que as queixas sobre abusos dos direitos humanos por parte da polícia de Timor-Leste têm “aumentado bastante” durante o último ano.
Ramos-Horta dissera que as forças internacionais destacadas no jovem país não actuaram de forma suficientemente rápida para o socorrer e prender os que o tinham atacado, e sobre cuja identidade se têm levantado dúvidas. Mas num relatório confidencial a que a Lusa já se referira e em que a BBC ontem insistiu a ONU alega só ter havido um atraso de quatro minutos na prestação de socorros, mas que as maiores falhas que houve teriam sido do lado timorense: apenas quatro dos soldados que guardavam a residência presidencial ficaram no local quando lá chegaram os rebeldes chefiados por Alfredo Reinado, tendo os restantes desertado.
A força policial de Díli nunca respondeu quando lhe pediram que enviasse reforços para o local dos incidentes; e o próprio Presidente só tinha dois guarda-costas com ele quando foi fazer jogging logo ao amanhecer, o que seria manifestamente pouco para a protecção de um Chefe de Estado. Para além de que, segundo as Nações Unidas, capturar os rebeldes nunca foi uma prioridade do Governo timorense, que se concentrou em garantir a segurança na cidade de Díli, a capital, e só dois dias depois iniciou a perseguição a quem poderia ter contas a prestar.
Sevícias policiais
“O povo timorense e as instituições do Estado podem desenvolver o progresso alcançado ou podem voltar a um passado mais violento”, disse quinta-feira Louis Gentile, representante local do alto comissariado da ONU para os Direitos Humanos, segundo o qual a polícia tem sido acusada de um uso excessivo da força e de maus tratos aos detidos: “Em alguns casos as vítimas contaram ter sido pontapeadas, esmurradas e espancadas. As sevícias por vezes continuaram depois de os suspeitos estarem por terra ou haverem sido levados para uma viatura policial”.
Enquanto isto, o jornal The Australian admitiu ontem a teoria de que Reinado tenha sido falsamente informado de que o Presidente o queria ver naquela manhã em sua casa e sido assim empurrado para uma armadilha mortal por parte de alguém interessado em que fosse eliminado.
Ramos-Horta dissera que as forças internacionais destacadas no jovem país não actuaram de forma suficientemente rápida para o socorrer e prender os que o tinham atacado, e sobre cuja identidade se têm levantado dúvidas. Mas num relatório confidencial a que a Lusa já se referira e em que a BBC ontem insistiu a ONU alega só ter havido um atraso de quatro minutos na prestação de socorros, mas que as maiores falhas que houve teriam sido do lado timorense: apenas quatro dos soldados que guardavam a residência presidencial ficaram no local quando lá chegaram os rebeldes chefiados por Alfredo Reinado, tendo os restantes desertado.
A força policial de Díli nunca respondeu quando lhe pediram que enviasse reforços para o local dos incidentes; e o próprio Presidente só tinha dois guarda-costas com ele quando foi fazer jogging logo ao amanhecer, o que seria manifestamente pouco para a protecção de um Chefe de Estado. Para além de que, segundo as Nações Unidas, capturar os rebeldes nunca foi uma prioridade do Governo timorense, que se concentrou em garantir a segurança na cidade de Díli, a capital, e só dois dias depois iniciou a perseguição a quem poderia ter contas a prestar.
Sevícias policiais
“O povo timorense e as instituições do Estado podem desenvolver o progresso alcançado ou podem voltar a um passado mais violento”, disse quinta-feira Louis Gentile, representante local do alto comissariado da ONU para os Direitos Humanos, segundo o qual a polícia tem sido acusada de um uso excessivo da força e de maus tratos aos detidos: “Em alguns casos as vítimas contaram ter sido pontapeadas, esmurradas e espancadas. As sevícias por vezes continuaram depois de os suspeitos estarem por terra ou haverem sido levados para uma viatura policial”.
Enquanto isto, o jornal The Australian admitiu ontem a teoria de que Reinado tenha sido falsamente informado de que o Presidente o queria ver naquela manhã em sua casa e sido assim empurrado para uma armadilha mortal por parte de alguém interessado em que fosse eliminado.
21.8.08
Você já ouviu falar na Isratina?
Isratine proposal
From Wikipedia, the free encyclopedia
The Isratine proposal (also referred to as the Saif al-Islam al-Gaddafi proposal) is a proposal to permanently resolve the Israeli-Palestinian conflict through a secular, federalist, republican one-state solution, which was first articulated by Saif al-Islam al-Gaddafi, the son of Muammar al-Gaddafi of Libya, at the Chatham House in London.
Its main points are:
Creation of a binational Jewish-Arab state called the "Federal Republic of the Holy Land";
Partition of the state into 5 administrative regions, with Jerusalem as a city-state;
Return of all Palestinian refugees;
Supervision by the United Nations of free and fair elections on the first and second occasions;
Removal of weapons of mass destruction from the state; and
Recognition of the state by the Arab League.
Saif al-Islam al-Gaddafi's proposal was eventually incorporated in Libyan head-of-state Muammar al-Gaddafi's White Book of May 8, 2003, which serves as his official guide to address the Arab-Israeli conflict and how to solve it.[1] Despite the suggestion of "Federal Republic of the Holy Land" as the name of this hypothetical new state, "Isratine" (Arabic إسراطين , a portmanteau of the names "Israel" and "Palestine", sometimes rendered "Israstine" or "Israteen") has been used as a "working title" for the notion of a single state in Israel, the West Bank and Gaza Strip, with Arab and Jewish inhabitants of all three having citizenship and equal rights in the combined entity.
Muammar al-Gaddafi has championed the "Isratine proposal" but it has been met with little recognition from prominent parties in the Israeli-Palestinian conflict.[c
From Wikipedia, the free encyclopedia
The Isratine proposal (also referred to as the Saif al-Islam al-Gaddafi proposal) is a proposal to permanently resolve the Israeli-Palestinian conflict through a secular, federalist, republican one-state solution, which was first articulated by Saif al-Islam al-Gaddafi, the son of Muammar al-Gaddafi of Libya, at the Chatham House in London.
Its main points are:
Creation of a binational Jewish-Arab state called the "Federal Republic of the Holy Land";
Partition of the state into 5 administrative regions, with Jerusalem as a city-state;
Return of all Palestinian refugees;
Supervision by the United Nations of free and fair elections on the first and second occasions;
Removal of weapons of mass destruction from the state; and
Recognition of the state by the Arab League.
Saif al-Islam al-Gaddafi's proposal was eventually incorporated in Libyan head-of-state Muammar al-Gaddafi's White Book of May 8, 2003, which serves as his official guide to address the Arab-Israeli conflict and how to solve it.[1] Despite the suggestion of "Federal Republic of the Holy Land" as the name of this hypothetical new state, "Isratine" (Arabic إسراطين , a portmanteau of the names "Israel" and "Palestine", sometimes rendered "Israstine" or "Israteen") has been used as a "working title" for the notion of a single state in Israel, the West Bank and Gaza Strip, with Arab and Jewish inhabitants of all three having citizenship and equal rights in the combined entity.
Muammar al-Gaddafi has championed the "Isratine proposal" but it has been met with little recognition from prominent parties in the Israeli-Palestinian conflict.[c
19.8.08
O grande enigma timorense
Surgiram provas que contrariam a convicção geral de que o Presidente José Ramos-Horta foi alvejado a tiro, no dia 11 de Fevereiro deste ano, por um elemento do grupo do major desertor Alfredo Reinado, pouco depois de este último ter sido morto na residência presidencial, escreveu ontem no jornal australiano The Age um dos profissionais mais conhecedores do que se passa em Timor-Leste, Lindsay Murdoch.
Os investigadores acreditam agora que o homem que disparou contra o Chefe do Estado, que regressava de um joging matinal, vestia um uniforme diferente dos do grupo de Reinado; e isto irá alimentar a especulação de que o chefe dos rebeldes foi atraído à residência de Ramos-Horta, “onde homens armados o esperavam”, escreveu Murdoch, ao qual o presidente do Partido Social Democrata (PSD), Mário Viegas Carrascalão, afirmou que “ainda não se sabe o que é que na verdade aconteceu”.
Carrascalão, antigo governador do território, designado pela Indonésia, pediu a divulgação imediata de um relatório do Procurador-Geral da República, Longuinhos Monteiro, aos ataques de 11 de Fevereiro, a Ramos-Horta e ao primeiro-ministro Xanana Gusmão: “Não podemos colocar de lado a possibilidade de Alfredo Reinado ter sido atraído a uma armadilha”.
Por seu turno, o ex-primeiro-ministro Estanislau Maria da Silva, dirigente da Fretilin que o PÚBLICO ontem à noite ctontactou por telefone, afirmou estar-se à espera da “investigação internacional independente” que foi solicitada pela sua bancada e que o Parlamento aprovou. Mas não acreditar “que um dia se venha a saber tudo” o que realmente aconteceu há seis meses: “Estamos bastante preocupados, pois não se sabe quando é que ao menos se saberá alguma coisa. Não entendemos esta demora”.
Durante os primeiros tempos a seguir aos incidentes de Fevereiro fez-se constar em Díli que Ramos-Horta fora alvejado por um colaborador de Reinado chamado Marcelo Caetano, mas entretanto o Presidente já o viu e não reconheceu nele o seu atacante; além de que o próprio, que está detido na cadeia de Becora, juntamente com 21 comparsas, nega terminantemente ter aberto fogo contra o Chefe do Estado.
Mário Carrascalão, que é uma das figuras mais destacadas da política timorense, ao longo de várias épocas, coincidiu com a Fretilin em que deveria haver um inquérito independente aos acontecimentos em que morreu Reinado e Ramos-Horta ficou gravemente ferido; mas a verdade é que o primeiro-ministro Xanana Gusmão resiste a esse inquérito, segundo notava ontem o jornalista do The Age.
Os investigadores acreditam agora que o homem que disparou contra o Chefe do Estado, que regressava de um joging matinal, vestia um uniforme diferente dos do grupo de Reinado; e isto irá alimentar a especulação de que o chefe dos rebeldes foi atraído à residência de Ramos-Horta, “onde homens armados o esperavam”, escreveu Murdoch, ao qual o presidente do Partido Social Democrata (PSD), Mário Viegas Carrascalão, afirmou que “ainda não se sabe o que é que na verdade aconteceu”.
Carrascalão, antigo governador do território, designado pela Indonésia, pediu a divulgação imediata de um relatório do Procurador-Geral da República, Longuinhos Monteiro, aos ataques de 11 de Fevereiro, a Ramos-Horta e ao primeiro-ministro Xanana Gusmão: “Não podemos colocar de lado a possibilidade de Alfredo Reinado ter sido atraído a uma armadilha”.
Por seu turno, o ex-primeiro-ministro Estanislau Maria da Silva, dirigente da Fretilin que o PÚBLICO ontem à noite ctontactou por telefone, afirmou estar-se à espera da “investigação internacional independente” que foi solicitada pela sua bancada e que o Parlamento aprovou. Mas não acreditar “que um dia se venha a saber tudo” o que realmente aconteceu há seis meses: “Estamos bastante preocupados, pois não se sabe quando é que ao menos se saberá alguma coisa. Não entendemos esta demora”.
Durante os primeiros tempos a seguir aos incidentes de Fevereiro fez-se constar em Díli que Ramos-Horta fora alvejado por um colaborador de Reinado chamado Marcelo Caetano, mas entretanto o Presidente já o viu e não reconheceu nele o seu atacante; além de que o próprio, que está detido na cadeia de Becora, juntamente com 21 comparsas, nega terminantemente ter aberto fogo contra o Chefe do Estado.
Mário Carrascalão, que é uma das figuras mais destacadas da política timorense, ao longo de várias épocas, coincidiu com a Fretilin em que deveria haver um inquérito independente aos acontecimentos em que morreu Reinado e Ramos-Horta ficou gravemente ferido; mas a verdade é que o primeiro-ministro Xanana Gusmão resiste a esse inquérito, segundo notava ontem o jornalista do The Age.
Violência no interior de Angola
Huambo - Os actos de intolerância política de que a UNITA sempre se queixou, continuam a fazer vítimas aqui no Huambo, mesmo em plena campanha eleitoral.
A UNITA diz ter sido atacada, nesta quarta-feira, por um punhado de indivíduos uniformizados com camisolas e bonés com dísticos do MPLA, no município do Londuimbali, mais propriamente nas localidades da Galanga e do Kipeyo, quando o partido do «galo negro» tentava conquistar a simpatia do povo, no âmbito da campanha eleitoral que decorre em todo o pais.
O coordenador provincial da campanha eleitoral da UNITA para a província do Huambo, Alcides Sakala, diz ser inconcebível que a pouco menos de 20 dias para as eleições, num pais que se quer democrático, se verifiquem actos de violência que podem afectar o ambiente político que o pais está a viver.
«Foi ontem por volta das 13 horas, atacada com muita agressividade na comuna da Galanga por cerca de cem elementos, entre homens e mulheres vestidos com camisolas e chapéus do MPLA. Os agressores usavam pedras, paus e catanas e danificaram a viatura da nossa delegação e só foram dispersos com tiros disparados pela Polícia que acompanhava a nossa delegação. Nós pedimos um encontro com o comando da Polícia que vai ocorrer essa tarde, depois do encontro com os ex-militares que vamos ter aqui essa tarde, para manifestar o nosso descontentamento face a essa crescente onda de violência; porque no mesmo dia, na comuna do Kipeyo, numa altura em que a nossa delegação içava a bandeira do partido, no âmbito do processo de reimplantação que temos vindo a fazer em certas localidades, os nossos membros ali presentes foram agredidos por elementos também afectos ao partido no poder, dos quais tivemos oito feridos. Entre estes uma senhora grave que chegou aqui ontem à noite; tivemos que levá-la ao hospital central da cidade do Huambo.»
Em função disso, a UNITA esteve reunida na tarde desta quinta-feira com o comando superior da Policia no Huambo, onde os dirigentes do«galo negro» exigiram das autoridades policiais locais um esclarecimento imediato e isento, para que os agressores possam responder em tribunal por mais esse acto de violência.
Para Alcides Sakala, esses actos de intolerância política em si não podem estar alheios a uma eventual orientação superior das estruturas do partido no poder que incita quase sempre o povo à rebeldia, com os seus discursos que recorda sempre o passado, pese embora defender em público o espírito de reconciliação nacional.
RA
Fonte: VOA
A UNITA diz ter sido atacada, nesta quarta-feira, por um punhado de indivíduos uniformizados com camisolas e bonés com dísticos do MPLA, no município do Londuimbali, mais propriamente nas localidades da Galanga e do Kipeyo, quando o partido do «galo negro» tentava conquistar a simpatia do povo, no âmbito da campanha eleitoral que decorre em todo o pais.
O coordenador provincial da campanha eleitoral da UNITA para a província do Huambo, Alcides Sakala, diz ser inconcebível que a pouco menos de 20 dias para as eleições, num pais que se quer democrático, se verifiquem actos de violência que podem afectar o ambiente político que o pais está a viver.
«Foi ontem por volta das 13 horas, atacada com muita agressividade na comuna da Galanga por cerca de cem elementos, entre homens e mulheres vestidos com camisolas e chapéus do MPLA. Os agressores usavam pedras, paus e catanas e danificaram a viatura da nossa delegação e só foram dispersos com tiros disparados pela Polícia que acompanhava a nossa delegação. Nós pedimos um encontro com o comando da Polícia que vai ocorrer essa tarde, depois do encontro com os ex-militares que vamos ter aqui essa tarde, para manifestar o nosso descontentamento face a essa crescente onda de violência; porque no mesmo dia, na comuna do Kipeyo, numa altura em que a nossa delegação içava a bandeira do partido, no âmbito do processo de reimplantação que temos vindo a fazer em certas localidades, os nossos membros ali presentes foram agredidos por elementos também afectos ao partido no poder, dos quais tivemos oito feridos. Entre estes uma senhora grave que chegou aqui ontem à noite; tivemos que levá-la ao hospital central da cidade do Huambo.»
Em função disso, a UNITA esteve reunida na tarde desta quinta-feira com o comando superior da Policia no Huambo, onde os dirigentes do«galo negro» exigiram das autoridades policiais locais um esclarecimento imediato e isento, para que os agressores possam responder em tribunal por mais esse acto de violência.
Para Alcides Sakala, esses actos de intolerância política em si não podem estar alheios a uma eventual orientação superior das estruturas do partido no poder que incita quase sempre o povo à rebeldia, com os seus discursos que recorda sempre o passado, pese embora defender em público o espírito de reconciliação nacional.
RA
Fonte: VOA
Nem sequer teria sido gente de Reinado a disparar contra Ramos-Horta...
Lindsay Murdoch, Darwin
August 19, 2008
EVIDENCE has emerged that challenges the belief that East Timor President Jose Ramos Horta was shot by a member of rebel leader Alfredo Reinado's gang.
Investigators now believe the shooter was wearing a different uniform from that of Reinado's men - a uniform gang members used to wear, The Age has learnt.
The revelation will fuel fresh speculation in Dili that Reinado was lured to Mr Ramos Horta's house, where gunmen were waiting.
Mario Carrascalao, a key member of East Timor's ruling coalition, said yesterday that more than six months after the attacks "we still don't know what happened".
"For me, all the stories that have been told here - I don't trust them," he said.
Mr Carrascalao called for the immediate release of a prosecutor-general's report into the attacks and the establishment of an independent inquiry into "what happened and more importantly why it happened".
Fretilin, the main opposition party, has made similar demands.
"We can't put aside the possibility that Alfredo was set up," said Mr Carrascalao, head of the Social Democrat Party.
A post-mortem report released last week showed that Reinado and one of his men were shot dead at close range inside Mr Ramos Horta's house compound, which led to speculation in Dili that they were executed.
For months after the attacks, Timorese were led to believe that Marcelo Caetano, one of Reinado's men, shot Mr Ramos Horta twice at the front gate of the President's home. But Mr Ramos Horta realised that Caetano was not the gunman when he met him in Dili after the rebel had surrendered in April.
Caetano, who is in jail in Dili with 21 other rebels, has admitted he was at Mr Ramos Horta's house but denied he shot the President.
Other rebels have signed statements claiming that Reinado told them he was taking them to Dili for a pre-arranged meeting with Mr Ramos Horta, who knew nothing about it and was taking his morning walk when the rebel group arrived at his house on February 11.
Mr Ramos Horta was wounded when he hurried back to the house after hearing shots. He spent two months recovering at Royal Darwin Hospital after life-saving surgery.
Mr Carrascalao, an Indonesia-era governor and one of East Timor's most powerful politicians, said he did not believe that Reinado would have gone to Mr Ramos Horta's house to kill him or harm him.
"It makes no sense … the President was the one person who was trying to save Alfredo," he said.
Mr Carrascalao said an independent inquiry, which is being resisted by Prime Minister Xanana Gusmao, should be conducted by Timorese with the support of international technical advisers.
August 19, 2008
EVIDENCE has emerged that challenges the belief that East Timor President Jose Ramos Horta was shot by a member of rebel leader Alfredo Reinado's gang.
Investigators now believe the shooter was wearing a different uniform from that of Reinado's men - a uniform gang members used to wear, The Age has learnt.
The revelation will fuel fresh speculation in Dili that Reinado was lured to Mr Ramos Horta's house, where gunmen were waiting.
Mario Carrascalao, a key member of East Timor's ruling coalition, said yesterday that more than six months after the attacks "we still don't know what happened".
"For me, all the stories that have been told here - I don't trust them," he said.
Mr Carrascalao called for the immediate release of a prosecutor-general's report into the attacks and the establishment of an independent inquiry into "what happened and more importantly why it happened".
Fretilin, the main opposition party, has made similar demands.
"We can't put aside the possibility that Alfredo was set up," said Mr Carrascalao, head of the Social Democrat Party.
A post-mortem report released last week showed that Reinado and one of his men were shot dead at close range inside Mr Ramos Horta's house compound, which led to speculation in Dili that they were executed.
For months after the attacks, Timorese were led to believe that Marcelo Caetano, one of Reinado's men, shot Mr Ramos Horta twice at the front gate of the President's home. But Mr Ramos Horta realised that Caetano was not the gunman when he met him in Dili after the rebel had surrendered in April.
Caetano, who is in jail in Dili with 21 other rebels, has admitted he was at Mr Ramos Horta's house but denied he shot the President.
Other rebels have signed statements claiming that Reinado told them he was taking them to Dili for a pre-arranged meeting with Mr Ramos Horta, who knew nothing about it and was taking his morning walk when the rebel group arrived at his house on February 11.
Mr Ramos Horta was wounded when he hurried back to the house after hearing shots. He spent two months recovering at Royal Darwin Hospital after life-saving surgery.
Mr Carrascalao, an Indonesia-era governor and one of East Timor's most powerful politicians, said he did not believe that Reinado would have gone to Mr Ramos Horta's house to kill him or harm him.
"It makes no sense … the President was the one person who was trying to save Alfredo," he said.
Mr Carrascalao said an independent inquiry, which is being resisted by Prime Minister Xanana Gusmao, should be conducted by Timorese with the support of international technical advisers.
18.8.08
Como é que mataram Alfredo Reinado?
O Procurador-Geral da República de Timor-Leste, Longuinhos Monteiro, desmentiu ontem a notícia, dada dia 13 no jornal The Australian, de Sydney, de que uma autópsia tenha dado indícios de que o major desertor Alfredo Alves Reinado e o seu companheiro de aventura Leopoldino Exposto tenham sido executados dia 11 de Fevereiro, durante uma alegada tentativa de assassínio do Presidente José Ramos-Horta.
“O caso ainda está a ser investigado”, argumentou Monteiro, depois de o principal partido timorense actualmente na oposição, a Fretilin, do antigo primeiro-ministro Mari Alkatiri, ter solicitado um inquérito internacional independente dos acontecimentos de há seis meses, numa polémica que se reacendeu depois de os media australianos terem dito a semana passada que o relatório da autópsia a Reinado indicava que ele e o amigo haviam sido executados à queima roupa; a não abatidos a distância pelas forças de segurança que se encontravam na residência presidencial.
Quanto ao primeiro-ministro Xanana Gusmão, cuja actuação em tudo o que se refere aos acontecimentos de Fevereiro tem vindo a ser alvo de especulações, recusou-se ontem, segundo a Reuters, a comentar as hipóteses levantadas na Austrália sobre se Reinado não teria sido atraído do seu refúgio nas montanhas para vir a ser executado à porta do Presidente da República, como se acaso se tratasse de uma iniciativa sua para matar Ramos-Horta, entretanto abortada pelos respectivos seguranças.
Exposto foi alvejado mesmo no centro da nuca, à queima-roupa, como é típico de uma execução, e a pele em volta das quatro feridas de Reinado apresentava queimaduras e estava escuras, como acontece com alguém que é especificamente assassinado e não morre por acaso numa troca de tiros, disse David Ranson, do Instituto de Medicina Forense do estado australiano de Victoria, reforçando as teses mais intrigantes sobre o que é que na verdade teria acontecido aos dois homens por volta das 06h50 locais de 11 de Fevereiro. Isso antes de Ramos-Horta ter regressado a casa, do seu jogging matinal.
A versão oficial é a de que Reinado e Exposto teriam sido alvejados pelo menos a uns 10 a 15 metros de distância, quando entravam na residência presidencial, tendo depois o Chefe de Estado sido gravemente ferido a tiro quando apareceu no local, enquanto Xanana Gusmão escapava ileso a um ataque paralelo ao sair de casa para o seu gabinete de primeiro-ministro. E versões dadas a partir do interior da prisão de Becora, em Díli, a capital timorense, dizem que - segundo os rebeldes aí detidos por esses acontecimentos - Reinado tinha uma reunião marcada com Ramos-Horta, que não tencionaria matar.
Duas dezenas de homens estão em risco de vir a ser condenados a prisão perpétua se acaso se provarem as acusações de que teriam atentado contra o Presidente da República e o primeiro-ministro, contava ontem The Australian, em mais um artigo sobre este rocambolesco caso, sobre o qual tarda em saber-se ao certo toda a verdade.
Jorge Heitor
“O caso ainda está a ser investigado”, argumentou Monteiro, depois de o principal partido timorense actualmente na oposição, a Fretilin, do antigo primeiro-ministro Mari Alkatiri, ter solicitado um inquérito internacional independente dos acontecimentos de há seis meses, numa polémica que se reacendeu depois de os media australianos terem dito a semana passada que o relatório da autópsia a Reinado indicava que ele e o amigo haviam sido executados à queima roupa; a não abatidos a distância pelas forças de segurança que se encontravam na residência presidencial.
Quanto ao primeiro-ministro Xanana Gusmão, cuja actuação em tudo o que se refere aos acontecimentos de Fevereiro tem vindo a ser alvo de especulações, recusou-se ontem, segundo a Reuters, a comentar as hipóteses levantadas na Austrália sobre se Reinado não teria sido atraído do seu refúgio nas montanhas para vir a ser executado à porta do Presidente da República, como se acaso se tratasse de uma iniciativa sua para matar Ramos-Horta, entretanto abortada pelos respectivos seguranças.
Exposto foi alvejado mesmo no centro da nuca, à queima-roupa, como é típico de uma execução, e a pele em volta das quatro feridas de Reinado apresentava queimaduras e estava escuras, como acontece com alguém que é especificamente assassinado e não morre por acaso numa troca de tiros, disse David Ranson, do Instituto de Medicina Forense do estado australiano de Victoria, reforçando as teses mais intrigantes sobre o que é que na verdade teria acontecido aos dois homens por volta das 06h50 locais de 11 de Fevereiro. Isso antes de Ramos-Horta ter regressado a casa, do seu jogging matinal.
A versão oficial é a de que Reinado e Exposto teriam sido alvejados pelo menos a uns 10 a 15 metros de distância, quando entravam na residência presidencial, tendo depois o Chefe de Estado sido gravemente ferido a tiro quando apareceu no local, enquanto Xanana Gusmão escapava ileso a um ataque paralelo ao sair de casa para o seu gabinete de primeiro-ministro. E versões dadas a partir do interior da prisão de Becora, em Díli, a capital timorense, dizem que - segundo os rebeldes aí detidos por esses acontecimentos - Reinado tinha uma reunião marcada com Ramos-Horta, que não tencionaria matar.
Duas dezenas de homens estão em risco de vir a ser condenados a prisão perpétua se acaso se provarem as acusações de que teriam atentado contra o Presidente da República e o primeiro-ministro, contava ontem The Australian, em mais um artigo sobre este rocambolesco caso, sobre o qual tarda em saber-se ao certo toda a verdade.
Jorge Heitor
14.8.08
Nigéria devolve uma península aos Camarões
A Nigéria, que é o mais populoso dos países africanos, com os seus 148 milhões de habitantes, cedeu ontem formalmente o controlo da península de Bakassi, 665 quilómetros quadrados ricos em petróleo e gás natural, aos seus vizinhos Camarões, que se situam a leste, foram visitados pelos portugueses em 1472 e têm apenas 18 milhões de pessoas. E assim se procurou resolver a mais grave das divergências fronteiriças que tem havido entre os dois países desde que há 48 anos se tornaram independentes.
Foi em Maio de 1981 que a rádio nacional camaronesa anunciou que uma patrulha nigeriana violara território alheio ao entrar na península de Bakassi, até à zona de Rio del Rey, no delta do Níger, acabando o conflito por ir parar a instâncias regionais e internacionais de negociação, como a Organização de Unidade Africana (antecessora da actual União Africana) e o Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Depois de vários incidentes, os Camarões decidiram em 1994 levar o caso ao Tribunal Internacional de Justiça, na Haia, que em Outubro de 2002 decidiu, em parte, que a soberania quanto à península de Bakassi cabia realmente aos Camarões, pelo que foi criada uma comissão mista presidida pelo representante especial da ONU na África Ocidental, Ahmedou Ould-Abdallah, da Mauritânia.
Agora, apesar de o Presidente nigeriano Olusegun Obasanjo e de o seu sucessor Umaru Yar’Adua terem aceite respeitar o Direito Internacional, ainda há um grupo armado, chamado Conselho de Defesa e Segurança do Delta do Níger, que ameaça com novos actos de violência na região. Cerca de 90 por cento da população que vive hoje em dia na península de Bakassi é constituída por pescadores nigerianos e suas famílias, num total que ronda entre 200.000 e 300.000 pessoas, às quais foi oferecida a hipótese de virem a ser transferidas para outras paragens, se assim o desejassem.
O chefe tradicional da comunidade nigeriana da península, o chamado rei Edet Okon, segundo o qual os seus súbditos serão mesmo mais de meio milhão, considerou recentemente que seria injusto o acordo de devolução do território à soberania cameronesa; e o próprio Senado da Nigéria se manifestara no ano passado contra a transferência de soberania, pelo que se teme que esta ainda dê muito que falar. J.H.
Foi em Maio de 1981 que a rádio nacional camaronesa anunciou que uma patrulha nigeriana violara território alheio ao entrar na península de Bakassi, até à zona de Rio del Rey, no delta do Níger, acabando o conflito por ir parar a instâncias regionais e internacionais de negociação, como a Organização de Unidade Africana (antecessora da actual União Africana) e o Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Depois de vários incidentes, os Camarões decidiram em 1994 levar o caso ao Tribunal Internacional de Justiça, na Haia, que em Outubro de 2002 decidiu, em parte, que a soberania quanto à península de Bakassi cabia realmente aos Camarões, pelo que foi criada uma comissão mista presidida pelo representante especial da ONU na África Ocidental, Ahmedou Ould-Abdallah, da Mauritânia.
Agora, apesar de o Presidente nigeriano Olusegun Obasanjo e de o seu sucessor Umaru Yar’Adua terem aceite respeitar o Direito Internacional, ainda há um grupo armado, chamado Conselho de Defesa e Segurança do Delta do Níger, que ameaça com novos actos de violência na região. Cerca de 90 por cento da população que vive hoje em dia na península de Bakassi é constituída por pescadores nigerianos e suas famílias, num total que ronda entre 200.000 e 300.000 pessoas, às quais foi oferecida a hipótese de virem a ser transferidas para outras paragens, se assim o desejassem.
O chefe tradicional da comunidade nigeriana da península, o chamado rei Edet Okon, segundo o qual os seus súbditos serão mesmo mais de meio milhão, considerou recentemente que seria injusto o acordo de devolução do território à soberania cameronesa; e o próprio Senado da Nigéria se manifestara no ano passado contra a transferência de soberania, pelo que se teme que esta ainda dê muito que falar. J.H.
Parece mesmo que Alfredo Reinado não tencionava matar Ramos-Horta
Questions continue six months after Reinado's death
By Stephanie March
DILI, Aug 13 AAP - Six months ago Victor Alvez's voice rang out
through radios and televisions, appealing for peace and calm from the
people of East Timor.
He had just buried his son-in-law, Alfredo Reinado, in the front yard
of a home down Dili's back streets, next to the body of Leopoldinio
Exposto, who was also shot and killed at the home of President Jose
Ramos Horta by military guards.
His calls were prompted by fears of a violent backlash by supporters
of the former soldier turned fugitive rebel.
To many people's surprise, the streets of Dili remained calm.
Today, down that dusty backstreet, the sun filters through the vines
covering an archway over the two graves, lighting up the dozens of
bright plastic flowers left by family and friends over the past week.
The streets of Dili may have remained quiet over the past six months,
but Victor Alvez's life is far from peaceful.
"I am so sad; I will never stop thinking of him," he said.
"It's the same for his friends and family - even after six months
these feelings remain so strongly."
Alvez has always professed his son-in-law's innocence against
allegations he had plotted to kill or kidnap the president.
His spirits have been lifted by a report in The Australian newspaper
that top forensic scientists say it was possible Reinado was executed
at close range, confirming suspicions he was lured down from his
mountain hideout to the president's home.
"If he wanted to kill Horta, he could have done that on February in
Maliana when they had a meeting, why he not kill him there?," Alvez said.
"He is trained military; it is easy for him to kill. If he went there
to kill people all of Horta's guards would be dead."
Alvez says he has been receiving anonymous phone calls from people
who say they witnessed the shooting, and who also believe Reinado was
lured into a trap.
But despite the ongoing criminal investigation into the events of
February 11, he has little faith that those behind the incident will
ever be brought to justice.
""We really do not know yet who was behind it, but I know it's
because of the politics."
He is not the only one who is having doubts about the investigation.
A detailed report into the shooting by the UN is complete but
unreleased, while the criminal investigation by the
prosecutor-general has run overtime and is being seriously questioned in Dili.
The UN had refused to release the report into events immediately
following the shootings, so as not to interfere with the criminal
investigation.
Charged with leading that investigation is prosecutor-general
Longuinhos Monteiro, whose credibility is in serious doubt.
A UN report into the violence of 2006 said Monteiro followed blindly
the policy of the president who appointed him, Xanana Gusmao, and as
a result he did not "function independently from the state of East Timor."
By Stephanie March
DILI, Aug 13 AAP - Six months ago Victor Alvez's voice rang out
through radios and televisions, appealing for peace and calm from the
people of East Timor.
He had just buried his son-in-law, Alfredo Reinado, in the front yard
of a home down Dili's back streets, next to the body of Leopoldinio
Exposto, who was also shot and killed at the home of President Jose
Ramos Horta by military guards.
His calls were prompted by fears of a violent backlash by supporters
of the former soldier turned fugitive rebel.
To many people's surprise, the streets of Dili remained calm.
Today, down that dusty backstreet, the sun filters through the vines
covering an archway over the two graves, lighting up the dozens of
bright plastic flowers left by family and friends over the past week.
The streets of Dili may have remained quiet over the past six months,
but Victor Alvez's life is far from peaceful.
"I am so sad; I will never stop thinking of him," he said.
"It's the same for his friends and family - even after six months
these feelings remain so strongly."
Alvez has always professed his son-in-law's innocence against
allegations he had plotted to kill or kidnap the president.
His spirits have been lifted by a report in The Australian newspaper
that top forensic scientists say it was possible Reinado was executed
at close range, confirming suspicions he was lured down from his
mountain hideout to the president's home.
"If he wanted to kill Horta, he could have done that on February in
Maliana when they had a meeting, why he not kill him there?," Alvez said.
"He is trained military; it is easy for him to kill. If he went there
to kill people all of Horta's guards would be dead."
Alvez says he has been receiving anonymous phone calls from people
who say they witnessed the shooting, and who also believe Reinado was
lured into a trap.
But despite the ongoing criminal investigation into the events of
February 11, he has little faith that those behind the incident will
ever be brought to justice.
""We really do not know yet who was behind it, but I know it's
because of the politics."
He is not the only one who is having doubts about the investigation.
A detailed report into the shooting by the UN is complete but
unreleased, while the criminal investigation by the
prosecutor-general has run overtime and is being seriously questioned in Dili.
The UN had refused to release the report into events immediately
following the shootings, so as not to interfere with the criminal
investigation.
Charged with leading that investigation is prosecutor-general
Longuinhos Monteiro, whose credibility is in serious doubt.
A UN report into the violence of 2006 said Monteiro followed blindly
the policy of the president who appointed him, Xanana Gusmao, and as
a result he did not "function independently from the state of East Timor."
6.8.08
Generais tomaram o poder na Mauritânia
O primeiro Presidente democraticamente eleito desde a proclamação da independência da Mauritânia, em 1960, Sidi Mohamed Ould Cheik Aballahi, de 70 anos, foi ontem derrubado, ao fim de pouco mais de um ano no lugar, pelos generais que horas antes afastara da chefia do Estado-Maior do Exército e de outros altos cargos. Um destes, Mohamed Ould Abdelaziz, que comandava a guarda presidencial e era já conhecido de anteriores manobras golpistas, aparece agora à frente de um Conselho de Estado. “Os agentes de segurança do Batalhão da Segurança Presidencial apareceram em nossa casa pelas 09h20 (hora local idêntica à de Lisboa) e levaram o meu pai”, contou à Reuters Amal Mint Cheik Abdallahi, filha do Presidente.
A União Africana, a União Europeia e os Estados Unidos condenaram o golpe e a Nigéria, que é o mais populoso país da África, declarou que não reconhecerá as novas autoridades, pelo que não se sabe ainda que hipóteses é que estas terão de sobrevivência.
Soldados instalados em jipes com metralhadoras pesadas montaram guarda aos edifícios governamentais; e a polícia chegou a usar gás lacrimogéneo para dispersar meia centena de pessoas que se manifestavam contra os os militares e diziam querer continuar “até à morte” com o Presidente afastado, que tomara posse em 19 de Abril de 2007.
Foi posto em causa o notável progresso democrático no país”, considerou a Comissão Europeia, que destinara 156 milhões de euros à cooperação com a Mauritânia no período de 2008 a 2013.
O país estava em crise há três meses, devido à subida do preço dos alimentos e às sequelas de uma série de ataques lançados no último ano pelo braço regional da Al-Qaeda, que inclusive levara a que fosse cancelado o rali Lisboa-Dacar.
Preocupação com portugueses
Ontem, na capital portuguesa, a secretaria de estado das Comunidades recomendou a qualquer cidadão que trabalhe ou que esteja de férias na Mauritânia (num total que não se estima superior a 12) que se dirija à embaixada da França em Nouakchot, se acaso necessitar de protecção, pois que Portugal não tem ali representação diplomática própria.
“Há umas duas semanas de que havia rumores de que poderia ocorrer um golpe de estado”, contou Ruairi Patterson, analista da Control Risks, que não crê que venham a ser muito afectados os investimentos nos sectores petrolífero e mineiro, designadamente por parte dos malaios da Petronas e dos franceses da Total. Precisamente três anos antes, a Mauritânia sofrera outro golpe militar, essencialmente dado, tal como agora, por elementos da guarda presidencial, que aproveitaram nessa altura a ausência do então Chefe de Estado, Maaouiya Ould Taya, que se deslocara à Arábia Saudita para ir ao funeral do rei Fahd.
O país faz como que uma ponte cultural entre o Magrebe e a África subsariana, sendo as suas águas ricas em peixe, que no passado chegou a ser muito procurado por pescadores portugueses. E em Leça da Palmeira, distrito do Porto, existe mesmo um restaurante chamado Viveiros da Mauritânia, evocativo do tempo em que aqueles pescadores andavam muito pela zona em frente ao Cabo Branco e à cidade de Nouadhibou.
A União Africana, a União Europeia e os Estados Unidos condenaram o golpe e a Nigéria, que é o mais populoso país da África, declarou que não reconhecerá as novas autoridades, pelo que não se sabe ainda que hipóteses é que estas terão de sobrevivência.
Soldados instalados em jipes com metralhadoras pesadas montaram guarda aos edifícios governamentais; e a polícia chegou a usar gás lacrimogéneo para dispersar meia centena de pessoas que se manifestavam contra os os militares e diziam querer continuar “até à morte” com o Presidente afastado, que tomara posse em 19 de Abril de 2007.
Foi posto em causa o notável progresso democrático no país”, considerou a Comissão Europeia, que destinara 156 milhões de euros à cooperação com a Mauritânia no período de 2008 a 2013.
O país estava em crise há três meses, devido à subida do preço dos alimentos e às sequelas de uma série de ataques lançados no último ano pelo braço regional da Al-Qaeda, que inclusive levara a que fosse cancelado o rali Lisboa-Dacar.
Preocupação com portugueses
Ontem, na capital portuguesa, a secretaria de estado das Comunidades recomendou a qualquer cidadão que trabalhe ou que esteja de férias na Mauritânia (num total que não se estima superior a 12) que se dirija à embaixada da França em Nouakchot, se acaso necessitar de protecção, pois que Portugal não tem ali representação diplomática própria.
“Há umas duas semanas de que havia rumores de que poderia ocorrer um golpe de estado”, contou Ruairi Patterson, analista da Control Risks, que não crê que venham a ser muito afectados os investimentos nos sectores petrolífero e mineiro, designadamente por parte dos malaios da Petronas e dos franceses da Total. Precisamente três anos antes, a Mauritânia sofrera outro golpe militar, essencialmente dado, tal como agora, por elementos da guarda presidencial, que aproveitaram nessa altura a ausência do então Chefe de Estado, Maaouiya Ould Taya, que se deslocara à Arábia Saudita para ir ao funeral do rei Fahd.
O país faz como que uma ponte cultural entre o Magrebe e a África subsariana, sendo as suas águas ricas em peixe, que no passado chegou a ser muito procurado por pescadores portugueses. E em Leça da Palmeira, distrito do Porto, existe mesmo um restaurante chamado Viveiros da Mauritânia, evocativo do tempo em que aqueles pescadores andavam muito pela zona em frente ao Cabo Branco e à cidade de Nouadhibou.
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