Um tribunal da Tailândia, país do Sueste Asiático que é uma monarquia constitucional desde 1932, emitiu ontem mandados de captura, a pedido da polícia, para nove dirigentes da Aliança Popular para a Democracia (PAD), cujos militantes estão desde terça-feira a ocupar a presidência do Conselho de Ministros, em Banguecoque, enquanto exigem a demissão do primeiro-ministro Samak Sundaravej, de 73 anos, líder do Partido do Poder Popular (PPP), criado em 9 de Novembro de 1998.
Um dos porta-vozes da polícia, o major general Suraphol Tuanthong, declarou à imprensa que a PAD, considerada de direita, poderá ser acusada de insurreição, o que implica uma pena máxima de morte ou prisão perpétua, num país onde as forças de segurança e grupos armados têm sido considerados responsáveis por abusos dos direitos humanos e do direito humanitário internacional.
Os nove dirigentes procurados pela justiça também enfrentam acusações de conspiração para a rebelião, de reunirem 10 ou mais pessoas para causar distúrbios e de ignorarem ordens para dispersar. Os dirigentes mais conhecidos desta contestação ao Governo são Chamlong Srimuang, antigo político e oficial do Exército, e Sondhi Limthongkul, milionário da comunicação social.
Este mesmo movimento, cujas manifestações de 2006 ajudaram a combater o então primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, que continua a ser uma das figuras mais influentes do reino outrora chamado Sião, e a partir de 1939 Tailândia, tem vindo a efectuar protestos contra o actual Executivo desde Maio último.
“A polícia vai detê-los. E pode usar legitimamente um mínimo de força se resistirem ou estiverem armados”, declarou o porta-voz governamental Wichainchot Sukchoterat, depois de na terça-feira 35.000 manifestantes terem invadido uma estação estatal de televisão, sitiado pelo menos três ministérios e por fim invadido os terrenos onde está instalada a sede do Conselho de Ministros, sempre pressionando Samak a demitir-se.
A maior parte dos manifestantes enverga camisolas amarelas, em sinal de respeito pelo rei Bhumibol Aduyadej, que tem 80 anos e está há 62 no trono, sendo portanto o monarca que a nível mundial reina há mais tempo; e aquele que recentemente a revista norte-americana Forbes considerou o mais rico de todos, tendo aparentemente ultrapassado as fortunas do sultão do Brunei, do presidente dos Emiratos Árabes Unidos e do rei da Arábia Saudita.
Ontem chegou a haver escaramuças entre os manifestantes e os 2.000 polícias que cercam a sede do Governo, enquanto lá dentro estão 500.
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