27.8.08

Um poema de Celso Oliveira, exilado no Reino Unido

Ser timorense,
Ser poeta


Um papagaio caiu em cima do tecto da minha casa.
Era de manhã, no princípio do mês de Agosto.
Na Inglaterra, país onde eu vivo, escrevo e admiro.
Chuva??? Sim.
No verão de 2008.

Não sei se aconteceu, apenas, na minha imaginação...
O que é certo, é que a olhar para o papagaio, surgiu-me, então, outra ideia.
Foi assim:
“Quando eu comecei a aprender a língua portuguesa, nunca pensei
Que um dia iria escrever os meus poemas em Português”.

Hoje em dia, tenho orgulho em ser Timorense,em ser um poeta viajante.
Tenho que confessar a minha paixão pelo mundo literário
E revelar, também, a minha sensibilidade pelo mundo que me rodeia.

É bom aprender a língua portuguesa.
É bom saber exprimir as nossas ideias na língua de Camões, Saramago, Lídia Jorge, Manuel Alegre e outros poetas e escritores portugueses.

O vento começou a soprar e levou com ele algumas das minhas ideias,
Enquanto eu permaneço no meu lugar, a olhar para fora.
Entrego todo o meu ser: o meu corpo e a minha mente, a quem queira ouvir- me
E juntar-se comigo, na busca do papagaio pendurado no tecto da minha casa.

O papagaio bonito, lindo de cor branca desapareceu da minha mente.
Mas a minha memória sobre o meu primeiro contacto com a língua portuguesa continua a permanecer.

Obrigado por ti
Obrigado por Timor

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