1- Como classifica a actual situação de segurança na Guiné Bissau de uma maneira geral e como na sua perspectiva, essa poderá evoluir no imediato?
A situação de segurança na Guiné-Bissau é fraca e não creio que no imediato possa evoluir para melhor.
2- Que entendimento tem sobre a reforma do sector da segurança e quais os eixos a se ter em conta, para além do equilibrio étnico?
A reforma deveria ser muito profunda, afastando definitivamente de cena todos aqueles que há mais de 35 anos se encontram de armas na mão, todos os oficiais com mais de 53 anos. As novas Forças Armadas deveriam ser muito mais profissionais e cientes de que nunca deverão interferir nas questões políticas. Para além do sector militar, também deveriam ser afastados todos os agentes secretos guineenses com mais de 50 anos de idade ou com mais de 25 anos no activo, de modo a proceder a uma limpeza geral nas estruturas.
3- Na sua optica, em que medida o narcotrafico contribui para fragilidade institucional da Guiné Bissau?
O narcotráfico minou por completo a vida guineense, nestes últimos sete anos, descredebilizando o país. Só quando se acabar com o narcotráfico na região é que os povos da Gâmbia à Serra Leoa poderão viver com mais tranquilidade.
4- Se tivesse de fazer uma previsão de algum acontecimento grave na GB que cenário ou progonostico avançaria?
Admito que o primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior possa ser morto pelos militares se nos próximos dias ou semanas regressar ao país e tentar retomar as suas funções.
5- Que papel Portugal poderá jogar, enquanto antiga potencia colonizadora, na ajuda para solução dos problemas da Guiné?
O melhor que Portugal terá a fazer é não se imiscuir demasiado nos assuntos da Guiné-Bissau, deixando que sejam os guineenses a resolver os seus problemas, pois que para isso é que se tornaram independentes.
6- A luz das acusações feitas pelo Departamento de Estado, envolvendo figuras gradas das Forças Armadas, conjectura-se que os EUA estao a criar ambiente para uma intervenção na Guiné. partilha dessa leitura?
A administração do serviço de drogas (a DEA) poderá prender quatro ou cinco narcotraficantes que exerçam normalmente a sua actividade na Guiné-Bissau, se por acaso para isso contar com o apoio do Presidente da República ou do Governo. Os Estados Unidos poderão proceder a detenções de cidadãos guineenses e levá-los para a América, desde que consigam a colaboração de figuras cimeiras de Bissau. Eles poderão tentar prender na Guiné tanto guineenses como narcotraficantes de outras nacionalidades, para depois os julgarem. Ainda no fim de Maio fizeram o mesmo na Libéria, mas aí contaram com a plena colaboração da Presidente Ellen Johnson Sirleaf.
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