O Procurador-Geral da Guiné-Bissau, Amine Michel Saad, quer ouvir a viúva do Presidente Nino Vieira, que assistiu ao seu assassínio, em Março do ano passado, noticia hoje a AFP.
Amine Michel Saad foi ontem ao Senegal conferenciar com Boucounta Diallo, advogado que representa a família de Nino, e pediu-lhe autorização para ouvir Isabel Romano Vieira, que vive actualmente em Bruxelas, referem aquela agência e a revista francesa “Jeune Afrique”.
O Presidentefoi torturado e morto em sua casa por soldados da guarnição militar de Mansoa, a 60 quilómetros de Bissau, algumas horas depois de ter igualmente morrido de forma violenta, vítima de uma potente bomba, o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, general Tagme Na Waie.
Havia diversas pessoas em casa de Nino quando ele foi assassinado, mas nenhuma foi até hoje devidamente ouvida pelos investigadores do crime, apesar de há mais de um ano se ter anunciado que estava em curso um inquérito.
O advogado senegalês Boucounta Diallo tem por diversas vezes explicado que Isabel Romano Vieira assistiu ela própria ao suplício a que foi submetido o marido, tendo já acusado altas personalidades políticas e militares de se encontrarem implicadas no crime.
Na última quinta-feira, uma perita norte-americana em criminologia, Shawana Wilson, chegou a Bissau, a fim de ajudar a Procuradoria-Geral da República neste complicado caso do assassínio de Tagma Na Waie e de Nino Vieira.
O contributo de Wilson surge na sequência de um pedido feito em Janeiro pelas autoridades guineenses às Nações Unidas, no sentido de se dar mais credibilidade a um inquérito que se tem arrastado durante 15 meses, sem que se faça grande luz sobre o que é que na verdade aconteceu.
A perita norte-americana foi ontem recebida pelo Procurador-Geral, antes de este ter ido a Dacar falar com o advogado da família de Nino Vieira.
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Um comentário:
Quem com ferro matou com ferro morreu. Esta versão adaptada do ditado popular tem todo o lugar no caso de Nino Vieira.
Na noticia, o que me levanta mais duvidas são as razões que fizeram com que o procurador Saad de um momento para outro tenha desatado a mostrar-se diligente ..... e tenha mesmo ido a Dakar procurar ouvir a “1ª esposa” do falecido.
Sabendo todos nós do quadro rocambolesco da actual situação política na Guiné-Bissau esta ida do procurador Saad a Dakar só pode trazer água no bico.
Claro, toda a gente sabe que um policia (ou um aprendiz de policia) quando acossado pelo tempo ou pelas pressões é capaz de tudo, mesmo de considerar o azul como vermelho e a água do Geba como aguardente de cana ou vice-versa!
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