29.8.15

O PAIGC tem 59 anos

1956 O engenheiro agrónomo Amílcar Cabral, o chefe da estação telegráfica de Bissau, Aristides Pereira, e mais alguns companheiros fundam o Partido Africano da Independência e União dos Povos da Guiné e Cabo Verde. Mais tarde o nome é simplificado para Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC). Do grupo fundador do partido fazem ainda parte o chefe da estação postal de Bissau, Fernando Fortes, o técnico agrícola Júlio Almeida e um irmão de Amílcar, Luís Cabral. 1959 Uma greve de trabalhadores, no cais do Pidjiguiti, em Bissau, é reprimida pelas autoridades coloniais, com a chacina de dezenas de pessoas. 1961 Militantes destacados do PAIGC incluem Rafael Barbosa, Chico Mendes e Victor Saúde Maria. A China assegura a preparação militar de jovens como Domingos Ramos, Osvaldo Vieira, Constantino Teixeira, Pedro Ramos, Manuel Saturnino Costa e João Bernardo Vieira (Nino). 1963 Início da luta de libertação na Guiné-Bissau, com um ataque ao aquartelamento de Tite, na circunscrição de Fulacunda. 1964 Em Cassacá, no Sul do país, realiza-se o I Congresso do PAIGC. Vitorino Costa é o primeiro quadro da guerrilha a morrer em combate. 1969 Dois terços do território da Guiné já não estão sob o controlo total da administração portuguesa. O governador António de Spínola tenta inverter a situação e desencadeia uma política de reformas económicas e sociais, sob o lema "Por uma Guiné melhor". Rafael Barbosa, antigo presidente do PAIGC, que fora preso e depois libertado, aparece a fazer a apologia do spinolismo. 1973 Em 20 de Janeiro, Amílcar Cabral é assassinado em Conacri, capital da República da Guiné, por elementos do seu próprio partido, que teriam sido contratados pela polícia política portuguesa, PIDE. Em Julho, na zona fronteiriça de Madina do Boé, Aristides Pereira é eleito secretário-geral do PAIGC. Em 24 de Setembro, no mesmo local, reunida a Assembleia Nacional Popular, é proclamada a independência da Guiné-Bissau. Luís Cabral é eleito presidente do Conselho de Estado. 1974 Em 10 de Setembro, Portugal reconhece a independência da sua antiga colónia. 1980 A 14 de Novembro, o primeiro-ministro Nino Vieira faz um golpe de Estado e depõe o Presidente Luís Cabral. 1981 O ramo cabo-verdiano do PAIGC separa-se do guineense e constitui o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), liderado por Aristides Pereira (que viria a ceder o lugar a Pedro Pires). 1986 São fuzilados o antigo vice-presidente Paulo Correia (balanta) e outros elementos acusados de terem conspirado contra o Presidente Vieira. Cria-se em Lisboa o Movimento Bafatá, como primeira força de oposição ao regime guineense. 1990 Nino Vieira marca um congresso extraordinário para Dezembro, a fim de ratificar a decisão de instaurar, dentro de dois anos, um regime pluripartidário. 1994 Nino Vieira vence na segunda volta das presidenciais o fundador do Partido da Renovação Social (PRS), Kumba Ialá. Nas legislativas, efectuadas em simultâneo, o PAIGC conseguiu 37,92 por cento dos votos expressos e 63 dos 100 deputados; o Movimento Bafatá, de Domingos Fernandes Gomes, 18 deputados; o PRS 12; e a União para a Mudança seis. 1998 A 7 de Junho, o brigadeiro Ansumane Mané, destituído de chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, pega em armas contra Nino, do qual era há décadas um fiel companheiro. Constitui-se uma Junta Militar que em Maio de 1999 derruba o Presidente. 1999 Em Maio, o presidente da Assembleia Nacional, Malan Bacai Sanhá, fica como chefe interino do Estado, tendo-se depois candidatado à permanência no cargo, face a Kumba Ialá, que o venceria nas urnas, por uma larga margem, à segunda volta, em Janeiro de 2000. 2000 Em Novembro, Ansumane Mané, que como presidente da Junta Militar se considerava chefe de Estado ao mesmo nível de Kumba Ialá, entra em choque com este e é morto. 2001 Kumba Ialá substitui, em Março, o primeiro-ministro Caetano Intchama por Faustino Imbali. A sua administração começa a ficar descredibilizada no seu segundo ano de existência. Em Maio, o FMI e o Banco Mundial suspendem o auxílio à Guiné depois de milhões de dólares terem desaparecido dos cofres do Estado. A 9 de Dezembro, o Governo de Imbali sucede ao de Alamara Nhassé. 2002 Em Novembro, Kumba Ialá dissolve a Assembleia Nacional, exonera dois presidentes do Supremo Tribunal de Justiça e designa Mário Pires para dirigir um governo interino, que funciona por decretos presidenciais. 2003 A 14 de Setembro, uma comissão militar dirigida pelo general Veríssimo Correia Seabra derruba Kumba Ialá e escolhe o empresário Henrique Pereira Rosa para Presidente interino. Artur Sanhá fica como primeiro-ministro de transição. A 17 de Setembro, Kumba renuncia publicamente ao lugar de que fora afastado. 2004 O PAIGC ganha as legislativas de Março, com 33,8 por cento dos votos expressos, o que lhe garante 45 dos 100 deputados. A 10 de Maio, é formado o Governo de Carlos Gomes Júnior, líder do PAIGC. Em Outubro, soldados amotinados assassinam o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, Veríssimo Seabra. Em Dezembro, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, afirma que os militares são o "principal obstáculo à paz e à democracia" na Guiné-Bissau. 2005 Em Abril, Nino Vieira volta a Bissau, após o exílio em Portugal, e começa a preparar a sua candidatura às presidenciais. Em Maio, Kumba Ialá considera-se ainda chefe de Estado e chega a entrar em instalações da Presidência da República. Em Junho, eleições presidenciais apuram para uma segunda volta os candidatos Malam Bacai Sanhá e Nino Vieira. Kumba Ialá é afastado da corrida, mas o seu partido não reconhece os resultados. PÚBLICO .

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