14.2.16

Bissau: Um guia prático

Facto: Desde 1994, quando a Guiné-Bissau entrou na era da democracia multipartidária, realizando as primeiras eleições pluralistas da sua história, nunca um governo terminou o seu mandato. As legislaturas são sempre interrompidas. Porquê? Porque os perdedores não têm paciência para aguardar as próximas eleições e não conseguem arranjar emprego porque nunca trabalharam na vida. Assim, no dia seguinte às eleições começam a planear o derrube do governo. Quem São? São geralmente líderes das formações políticas minoritárias, líderes de partidos sem expressão ou que não conseguem eleger um único deputado, candidatos presidenciais insignificantes, com meia dúzia de votos a nível nacional, elementos descontentes do partido vencedor, etc. O Que Fazem? Formam entre eles uma Santa Aliança, movidos por um único objectivo: derrubar o governo que acaba de ser entronizado com a maioria dos votos do povo e obter um outro governo (de unidade nacional, de iniciativa presidencial, de transição, de manta de retalhos, etc.) Como Fazem? Montam uma estratégia de assalto ao poder, encostando-se nos militares ou - aproveitando as fragilidades da Constituição - no Presidente da República. O Que Conseguem? Conseguem tornar os vencedores das eleições em perdedores e eles, perdedores das eleições, tornam-se vencedores. E Desta vez? Desta vez essa estratégia faz face a uma nova realidade: um povo farto da instabilidade política, umas forças armadas determinadas a afastar-se do jogo político, e um partido vencedor das eleições (PAIGC) com uma liderança forte e decidido a não deixar triunfar o golpe habitual. O Que Vai Acontecer? Os líderes das formações políticas minoritárias, os líderes de partidos sem expressão, os candidatos presidencias frustrados, os elementos descontentes do partido vencedor vão ter que ir às próximas eleições, e ganhá-las, se quiserem governar. AAS Publicada por António Aly Silva no blog Ditadura do Consenso

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