O Presidente cessante da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, parece agora talvez mais bem colocado do que o estava há oito dias, pois que resistiu com força a pressões internacionais e soube ganhar tempo, mobilizando alguns dos seus contactos.
O sociólogo suíço Jean Ziegler é agora uma das pessoas que não querem que se verifique uma intervenção militar e que Gbagbo seja corrido pela força das armas.
As palavras mais excitadas do primeiro-ministro queniano Raila Odinga e as sanções da União Europeia ainda não surtiram qualquer efeito, pelo que Gbagbo chega ao fim do ano numa posição de poder, longe das perspectivas que havia em 20 de Dezembro de que estaria apenas por um fio.
Enquanto o secretário-geral das Nações Unidas e o Presidente da França falaram alto, a favor de Alassane Ouattara, os amigos e confrades de Gbagbo moveram-se na sombra, ajudando-o a resistir e a não aceitar partir para o exílio de uma semana para a outra.
A situação mostra-se extremamente complexa e demonstra bem como é que determinados governantes africanos se conseguem aguentar no seu posto, contra ventos e marés, durante muito mais tempo do que inicialmente se acreditaria.
O folhetim prossegue na próxima semana, quando o Presidente Pedro Pires e outros chefes de Estado e de Governo regressarem a Abidjan, com novas propostas para se resolver o impasse destas últimas quatro semanas.
Nesta contingência não haverá verdadeiramente deuses nem demónios, mas pura e simplesmente facções que se digladiam e tentam cada uma delas ficar na mó de cima.
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