14.2.14

O sucessor do Papa Francisco

Como principal interlocutor de Francisco, o cardeal colabora no processo de decisões ligadas a profundas reformas na disciplina eclesiástica. Dermi Azevedo – Carta Maior O papa Francisco já tem um candidato à sua sucessão no governo da Igreja Católica Apostólica Romana, segundo revelam à agência Carta Maior fontes do Vaticano. Trata-se do cardeal Pietro Parolin, atual Secretário de Estado do Vaticano e considerado "progressista moderado", cujas qualidades pessoais incluem a lealdade ao Papa e a capacidade de diálogo, tanto com funcionários da Cúria Romana, quanto com chefes de Estado e com organismos multilaterais. Em nome de Francisco, o cardeal Parolin acompanha de perto o processo de reforma da Cúria e os temas internacionais que afetam direta ou indiretamente os interesses da Igreja, como é o caso da guerra civil na Síria, o controle da corrupção no Banco do Vaticano e o problema da pedofilia. Os vaticanistas observam que as virtudes de Parolin contrastam em gênero, número e grau com os defeitos de seu antecessor, cardeal Tarcísio Bertone, paradigma do governo de Bento XVI. O possível candidato entrou na burocracia vaticana em 1990, sendo transferido da Nunciatura Apostólica na Cidade do México. É considerado um funcionário de hábitos austeros e "muito trabalhador". Parolin tem grande experiência no diálogo com dirigentes de governos com ideologias muito diferentes, como é o caso da China, do Vietname e da Venezuela. A sua idade - 58 anos - é também vista como um trunfo para o exercício do enfrentamento de questões complexas. Celibato Como principal interlocutor de Francisco, Parolin colabora no processo de decisões ligadas a profundas reformas na disciplina eclesiástica. Em uma recente entrevista ao jornal venezuelano El Universal, afirmou que o celibato dos sacerdotes, não sendo um dogma da Igreja, é passível de discussão. É apenas "uma tradição eclesiástica, não um dogma da Igreja". Destacou, porém, que o esforço que fez a Igreja para estatuir o celibato eclesiástico deve ser considerado. "Não se pode dizer, simplesmente, que pertença ao passado. E a Igreja nunca poderá mudar ao ponto de se adaptar completamente ao mundo. Se o fizesse, e se se perdesse nele, já não cumpriria a sua missão de ser sal e luz para todos". Acrescentou que o Concílio Vaticano II "fixou diretrizes para que a Igreja cumpra a sua missão no mundo de hoje".

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