O excesso de bagagens associado à superlotação de passageiros terá sido uma das causas que provocou sexta-feira a morte de 22 pessoas na sequência da detonação de mina anti-tanque por uma viatura de transporte público “Mercedes – Gri-Gri” na localidade de Nkagha, a 15 quilómetros da cidade de Bissorã, no norte da Guiné-Bissau.
Conforme os dados avançados pelas autoridades setoriais, cerca de 15 pessoas morreram no local do acidente e duas outras que não conseguiram resistir aos ferimentos acabaram por morrer já no Centro de Saúde do setor.
Os repórteres do Jornal “O Democrata” deslocaram-se este sábado à localidade onde ocorreu o acidente. De acordo com diferentes testemunhas recolhidas no local, a viatura pisou a mina quando tentava fazer a ultrapassagem com uma outra viatura no sentido contrário. Devido as condições da estrada em terra batida, o condutor da viatura acidentada desviou-se do caminho e acabou por ativar o engenho que ali se encontrava desde a época da guerra da libertação nacional.
A mina, além de ceifar vidas dos passageiros, destruiu totalmente a viatura e deixou 19 feridos que foram evacuados para o Hospital Nacional “Simão Mendes” em Bissau.
Um ancião da povoação de Nkagha, a localidade onde ocorreu o acidente – entre Bissorã e N’cheia – contou aos repórteres d’O Democrata que antes do acidente, algumas viaturas haviam passado com passageiros no mesmo troço inclusive a própria viatura sinistrada.
O diretor do Centro de Saúde de Bissorã, Enço Severino Mendes da Costa explicou a nossa reportagem que o Centro não tem a capacidade de resposta da situação daquele género, pelo que optou-se pela evacuação dos feridos para Bissau.
A nossa reportagem constatou em Bissorã a presença de seis sobreviventes que, de acordo com o médico, estão fora de perigo de vida. Das seis pessoas internadas no Centro de Saúde de Bissorã, encontram-se duas crianças (uma de cinco meses e a outra de seis anos), três mulheres e um homem que estava sentado na cadeira ao lado do condutor. O Democrata apurou que o condutor saiu ileso do incidente.
Segundo um dos elementos do Sindicato de Motoristas de Bissorã, o facto de a viatura sinistrada não se ter passado na estação do embarque não permitiu determinar o número exato de passageiros que se seguiam naquela viatura. As autoridades setoriais não conseguiram igualmente determinar o número total dos passageiros.
A viatura, de acordo com uma fonte junto da Polícia do Setor, se encontrava estacionada frente ao Comissariado e foi ali onde os passageiros embarcaram.
O governador da região de Oio, Domingos Martinho Brandão numa declaração a nossa reportagem lamentou o sucedido e aproveitou a ocasião para endereçar as condolências às famílias. Informou que as autoridades decidiram decretar três dias de luto regional em homenagem às vítimas da tragédia.
Entretanto, o governo central acaba de decretar dois dias de luto nacional, domingo e segunda-feira.
Por: Assana Sambú, no jornal O Democrata
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