2.5.11

Entente Cordiale para matar na Líbia

A Rússia, a China, a Turquia, a Alemanha e até mesmo a Itália estão a distanciar-se da espécie de Entente Cordiale de David Cameron e Nicolas Sarkozy para aniquilar a família de Muammar Kadhafi.
A aniquilação de Osama Bin laden pelos Estados Unidos poderá fazer hoje esquecer a forte oposição de Moscovo e de Pequim a que a NATO esteja tão empenhada na guerra da Líbia; mas a verdade é que a Turquia e a Alemanha deram a entender que os ataques a Tripoli são sobretudo uma iniciativa dos Governos de Londres e de Paris.
Na Itália, a Liga Norte pressiona Silvio Berlusconi a que se distancie desta nova Entente Cordiale de britânicos e franceses para destroçar a família do coronel Kadhafi, que ainda há oito meses era tão bem conhecida - e não ostracizada - em círculos de Roma, Londres, Paris e Berlim.
Nas últimas 48 horas tornou-se patente que os raides da NATO que começaram a vitimar a família Kadhafi eram acima de tudo impulsionados por uma aliança franco-britânica evocativa daquela que se desenvolveu nos anos de 1903 e 1904; e que ficou para a História europeia como a Entente Cordiale.
Resta agora ver se os Estados Unidos se distanciam de Cameron e Sarkozy ou se, pelo contrário, lhes dão mais força, alargando à Tripolitânia as suas acções do Paquistão e do Afeganistão. Jorge Heitor

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