31.10.12

Bissau: António Indjai é um golpista

O Governo e o Presidente da Guiné-Bissau fizeram em 2010 a vontade ao chefe do levantamento do dia 1 de Abril, general António Indjai, nomeando-o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas. Quanto ao anterior titular do cargo, o almirante Zamora Induta, foi detido e exonerado. O Governo do PAIGC fez a vontade aos militares golpistas e ao PRS, principal força da oposição, propondo ao Presidente Malam Bacai Sanhá a legalização das alterações verificadas no dia 1 de Abril de 2010. Depois, Indjai não descansou enquanto não acabou com o Governo de Carlos Gomes Júnior e impediu este de chegar a Presidente da República, por vontade expressa de uma grande parte da população. Indjai fala de conjuras por parte de Carlos Gomes Júnior, mas se acaso estas existissem, nestes últimos meses, não seriam mais do que tentativas de regresso à legalidade, com reposição de um Governo que das demitiram e com o reatar de um processo eleitoral que se encontrava bem encaminhado. Decerto que Carlos Gomes Júnior e Zamora Induta terão erros que se lhes possam apontar, mas isso é para ser julgado por outras instâncias; e não pelo general que deu sucessivos golpes para ficar à frente do Estado-Maior e afastar do seu caminho um dirigente partidário de que não gostava. António Indjai é réu, e não juiz, de coisas menos correctas que nos últimos anos se fizeram na Guiné-Bissau. Ele e uma série de outros oficiais generais e oficiais superiores deveriam ser erradicados das Forças Armadas e mantidos bem longe dos quartéis. Se a ONU tivesse algum poder, era isso o que de há muito já deveria ter feito. JH

Bissau: Pansau foi ao engano

Pansau Ntchama caiu no engodo do CEMGFA António Indjai, e até a sua mulher foi usada como isco neste jogo do gato e do rato. António Indjai prometeu 'esquecer' todas as acusações, não maltratar a sua mulher e, cereja no topo do bolo, prometeu dar-lhe o comando do batalhão de Mansoa, seu bastião, ou dos pára-comandos - Pansau teria total liberdade para escolher o cargo que lhe assentaria melhor. Pansau Ntchama, apurou o DC junto de uma fonte no EMGFA, estava já na Guiné-Bissau há mais de um mês, e ele e Indjai tiveram mesmo alguns encontros. Depois, o general enganou-o a vir até Bissau com o intuito de o limpar - Pansau, pensou Indjai, seria a última testemunha. Enganou-se. Afinal, ainda em Portugal, soube igualmente o DC de fonte segura, Pansau Ntchama salvaguardou-se: deixou gravações comprometedoras, acusando Indjai de vários crimes, entre eles, dos assassinatos políticos e militares de 2009 em que o próprio Pansau participou... As gravações, com a sua própria voz, a que Ditadura do Consenso terá acesso brevemente, prometem um terramoto em Bissau... AAS --- Como já escrevi há dias, este processo faz-me lembrar muito a forma como em Timor-Leste o major Alfredo Reinado foi atraído a uma cilada na qual acabou por morrer, tendo sido acusado de um ataque que possivelmente não cometeu.

Bissau: Forças Armadas são ninho de víboras

É nisso que, infelizmente, se tornou alguma franja das forças armadas da Guiné-Bissau. Olhadas com desconfiança pela população, têm a fama e o proveito - e gabam-se disso. Matam, torturam, espancam os civis e a própria polícia; não toleram a imprensa e os jornalistas que 'não alinham'; comandam o tráfico de drogas, raptam e assassinam 'descontentes' ou gente com opinião diferente. Esses elementos das Forças Armadas Repressivas do Povo estão a mais, não dignificam a farda que vestem, e muito menos a bandeira que, diariamente, fazem hastear e arriar. Há que limpar as FARP! A "melhor guerrilha do mundo" (a frase pertence aos deputados suecos, citado pelo jornal Frontbladet, quando visitaram as regiões libertadas durante a guerra colonial), tornou-se num pesadelo para o seu Povo e é um fardo pesado que garregamos. As FARP tornaram-se num ninho de víboras! AAS - a mais dinâmica fonte de notícias sobre a Guiné-Bissau

Bissau: a rota do Mal

Guinea-Bissau, one of the world's poorest nations, has become a major transshipment hub and the epicenter in Africa for the cocaine trade, according to U.S., European and U.N. officials. The shift demonstrates how the flow of drugs adapts not only to law enforcement pressure but also to the forces of global economics. Officials said some of the world's richest criminal gangs are exploiting barely functioning countries such as Guinea-Bissau, which has 63 federal police officers, no prison and a population that still lives largely in thatched-roof homes on dirt roads with no electricity or running water. "West Africa is under attack," said Antonio Maria Costa, executive director of the U.N. Office on Drugs and Crime, who recently visited Guinea-Bissau and concluded that it is so overrun by the cocaine trade that it could become Africa's first "narco-state." The Colombian cartels are responding to the pressure for cocaine in nations such as Britain, Spain and Italy, where demand is soaring as the U.S. market has leveled off, officials said. Costa described the strong currencies in Europe, where cocaine sells for twice as much as in the United States, as "a magnet" for the cartels. Police raids in Colombia are increasingly turning up suitcases full of euros instead of the traditional dollars. While mysterious foreigners tool around Guinea-Bissau's crumbling roads in expensive Porsche and BMW sport-utility vehicles, the country's 1.5 million people are suffering because of global currency fluctuations and because European "bankers and models want to snort," Costa said. Ken Sullivan, The Washington Post 25 de Maio de 2008

Bissau: expulso o delegado da RTP

O delegado da RTP em Bissau, Fernando Teixeira Gomes, foi expulso do país por ordem do governo de transição. A informação foi confirmada pelo próprio à SÁBADO, por telefone: “Não fui considerado persona non grata, mas quase. Vou sair da Guiné-Bissau na sexta-feira à noite com a minha família.” Ontem, o jornalista já não pôde passar a noite em casa. “Recebi uma informação fidedigna de que a minha casa podia ser assaltada e que era melhor sair de lá", explica. A moradia acabou por não ser invadida. “Os guardas que lá estão dizem que carros com militares passaram à porta, lentamente, a olhar lá para dentro, mas não fizeram nada.” Hoje, o delegado da RTP esteve na residência a recolher alguns pertences e vai passar a noite fora de casa. Quanto aos motivos da expulsão, é peremptório: “Eles lidam mal com a verdade e não aceitam que se faça informação isenta. Por enquanto não nos molestaram.” Sorte diferente teve o jornalista António Aly Silva, que já foi obrigado a abandonar o país depois de ser ameaçado de morte. “Na passada sexta-feira, dia 26, estava em casa, quando apareceram militares a perguntar por mim. Era um carro sem matrícula. No banco de trás tinham um RPG7 e disseram-me: ‘vamos fulminar-te com um tiro de bazuca’

30.10.12

Guiné: Militares mataram em Bolama

Três jovens da Ilha de Bolama foram mortos friamente a golpes de catanas pelos militares que detiveram sabado, o capitão Pansau Ntchama, presumivel cêrebro do ataque a uma caserna dos para-comandos, no dia 21 de outubro 2012 em Bissau, indicou a imprensan, segunda feira, um habitante dessa ilha. Segundo ele, os três jovens rapazes, todos na faixa étaria de 30 anos, "foram friamente assassinados na Vila de Colonia em Bolama, apesar de terem contribuido com informações que levaram aos militares de localizar o esconderijo do capitão Pansau Ntchama". Esses três jovens rapazes, entre eles um ex-motorista do General Tagma Na-Way, assassinado, foram acusados pelos militares de serem cumplices do capitão Pansau Ntchama ajudando-o a se infiltrar no territorio guineense, indica a mesma fonte. "Os três corpos foram encontrados domingo à tarde no areal da praia de Colonia e devem ser enterrados segunda feira (ontem), precisa a mesma fonte. O Baba e o Carlos Alves. O Baba era mecanico militar do Serviços Materiais e filho de um alto oficial da Força Aerea (Jorge Charua da Costa da etnia Balanta mas pouco influente nas fileiras das FARP) mas de mãe fula morador de bairro de Pluba. O Carlos Alves era guarda-costas do falecido CEMGFA Tagme Na Wai. O Didi, segundo informações apuradas pelo DC, encontra-se em estado crítico, na unidade de cuidados intensivos do hospital 'Simão Mendes', em Bissau. AAS / Ditadura do Consenso

29.10.12

Bissau: o que disse Durão Barroso

"É com muito pesar que vejo o povo sacrificado da Guiné refém de interesses obscuros que não têm deixado o pais afirmar-se como um estado viável. É importante de uma vez por todas que se conclua uma reforma séria do setor da segurança e que se crie umas forças armadas republicanas que estejam ao serviço do poder politico e não o contrário", disse em Cabo Verde o Presidente da Comissão Europeia. Durão Barroso apelou ainda a uma cooperação efetiva entre as organizações regionais e internacionais para que a Guiné-Bissau possa encontrar o caminho da paz e estabilidade. "É importante que todas as organizações regionais e internacionais cooperem nesse sentido. Não há aqui lugar para rivalidades institucionais. A CEDEAO, CPLP, União Africana, a União Europeia e as Nações Unidas devem trabalhar estreitamente para ultrapassar a atual situação e ajudar o povo amigo da Guiné-Bissau", advertiu.

Bissau: o comportamento de Indjai e quejandos

A 'novela' Pansau Ntchama, para além de real, é triste. A chegada do acossado ao porto de Bissau foi tristemente retratada. A bandeira portuguesa - de um Estado! - envolta no seu corpo ultrapassa todos os limites do bom-senso! As autoridades golpistas na Guiné-Bissau, completamente isoladas por países e organizações democráticas por todo o mundo, merecem uma resposta dura e exemplar: a CPLP devia já ter expulso o nosso país da sua organização - não sei porque espera a nossa organização, mas, talvez com este último episódio, decidam por abrir os olhos. É intolerável, inaceitável e, sobretudo, vergonhoso ver a bandeira de Portugal enxovalhada e envolta no corpo do Pansau como se ele já o tivesse consigo durante a sua mal explicada aventura (espero que Daba Na Walna tenha gravado a conversa do tal de Didi com o Zamora Induta...) - prova melhor não teria! Ao mundo: As autoridades sanguinárias bissau-guineenses (civis e militares) precisam de uma grande lição, de uma lição que as gerações vindouras ouvirão falar. Agora pergunto: - Bubo Na Tchuto, esse sim com protecção do Estado da Gâmbia, não saiu do país vizinho entrando na Guiné-Bissau à socapa? Alguém (civil ou militar) chegou a acusar a Gâmbia de conivência, que depois deu em golpe de Estado? Não me parece...; - 'Nino' Vieira entrou na Guiné-Bissau ilegalmente, num helicóptero armado, de um país também vizinho - a Guiné Conacry. Alguém (civil ou militar) acusou o estado guineense por esta aventura digna de um filme de Hollywood? Não creio... Que Estado este que rapta os seus cidadãos, espanca-os e deixa-os à beira da morte abandonados à sua sorte? Que Estado prende supostos golpistas, para depois os torturar, executando-os de seguida a sangue frio? - Só um Estado de dementes e de assassinos a soldo de um grupinho de esquizofrénicos e drogados!!! Para a comunidade internacional: Se não tomarem a Guiné-Bissau de ponta, os vossos cidadãos irão sofrer - e falo dos diplomatas, dos funcionários de organizações e dos cidadãos comuns. Talvez assim chegaremos lá. Estamos cansados, fartos de cowboys e de aventureiros. Vive-se uma ditadura sanguinária onde quem não é a favor é considerado inimigo e um alvo a abater. António Aly Silva / Ditadura do Consenso

28.10.12

Bissau: prossegue a grande farsa

Com a prisão de Pansau, o macabro plano de Indjai chega a meio. Depois do simulacro do “golpe de estado falhado” do dia 21, onde toda a montagem caiu por terra – com assaltantes sem armas a atacar o quartel mais forte das forças militares, onde os assassinados foram mortos dentro de uma casa e depois levados para a montagem do cenário, os corpos queimados, mas as roupas não, onde todos os mortos são da etnia felupe (porque afinal se trata de uma vingança por um roubo de gado perpetrado, dias antes, no chão-dos-felupes e onde foram mortos 5 balantas que lá tinham ido roubar vacas) – agora Indjai e Kumba entram na fase 2. A prisão ontem de Pansau – afinal já tinha sido feita 2 dias antes (!!!) – está cheia de incoerências. Primeiro aparece todo barbeado como se não tivesse andado a ser perseguido durante uma semana, enrolado numa bandeira portuguesa mostrando em que direção irão as suas futuras declarações e finalmente vivo…ao contrário do que aconteceu aos outros supostos envolvidos no tal golpe. O actual procurador-geral da República, Abdú Mané, mais preocupado em perseguir os alegados golpistas falhados, esqueceu-se de perseguir os vitoriosos golpistas assumidos de Abril de 2012. Afinal a justiça (com jota pequeno) só se aplica aos golpistas que falham (mesmo que não sejam golpistas). Hoje esfrega as mãos de contente. Vai ter muito serviço, logo que Pansau começar a “falar”, tanto mais que, segundo o próprio, já tem na sua posse uma lista detalhada com os nomes a abater, que já havia sido previamente elaborada. Indjai tem agora na sua mão Pansau, aquele que o denunciou, sem nenhuma pressão de pistolas apontadas à cabeça, de ser o mandatário do assassinato de Nino Vieira. Sobre o assunto tem ele agora a certeza de que não voltará a falar, nem o procurador-geral da República sequer o quer ouvir. A própria França, que acendeu o fósforo, perdeu o fio à meada e está de saída. Outros que peguem na criança. A CEDEAO essa, bem essa faz figura de corpo presente e de “deixa andar”. Para o povo guineense tudo isto I SÓ PÓ! Blog PASMALU

27.10.12

Bissau : a chacina dos felupes

O povo guineense, e a comunidade internacional, não tiveram conhecimento do que se passou numa tabanca de Felupes, para os lados de Varela, há cerca de quatro semanas atrás. Um grupo de ladrões de gado tentou roubar vacas armados com bazucas e metralhadoras kalashnikov's, mas, para seu azar, os felupes estavam prevenidos e à espera armados com arcos e flechas. Conseguiram apanhá-los e liquidaram-nos a todos recuperando assim o arsenal que levavam. Os seis infelizes que foram torturados antes de serem assassinados, como se pode ver pelas fotografias, foram mortos por vingança, dentro de uma casa e não no quartel dos pára-comandos como foi dito - depois da matança é que foram levados para lá - e estou a falar de cinco deles, uma vez que a sexta vítima foi morta, confirmou o editor do Ditadura do Consenso, em frente a populares na estrada que vai para Safim, precisamente no local onde controlam as senhas das candongas que vão para o interior do país. Ligaram para ele a partir dali, um amigo fingiu um encontro e quando chegou o condutor do comandante dos pára-comandos já estava preparado e à espera. Começaram a atirar para os pés e depois acabou com o resto proferindo palavras de ameaças, inclusive que deixaria de gastar comida do quartel... Depois de assassinato, carregaram o corpo como se de um saco de lixo se tratasse, atiraram-no para a carrinha que pertencera ao ex-director da segurança de Estado e foram deitá-lo no campo de futebol onde os miúdos da zona costumam jogar. Ainda voltaram ao local, proferindo várias ameaças veladas, prometendo matar e fazendo chamadas entre eles de que acabariam com todos se necessário fosse. Depois tudo isto todos se perguntam: porqué só felupes? Impõe-se, portanto, uma resposta: com tantas horas de tiroteio... as vítimas tinham que ser só felupes? AAS Publicada por António Aly Silva

Bissau: a detenção de Pansau

O capitão Pansau N'Tchama, que terá liderado há uma semana um ataque ao quartel de uma força de elite do exército guineense, foi capturado na ilha de Bolama e transportado hoje para Bissau, onde foi preso sem prestar declarações. A agência Lusa testemunhou o momento em que um pequeno barco atracou no cais do porto de Bissau, onde Pansau N'Tchama, de 33 anos, estava sentado sob uma forte vigilância de seis militares fortemente armados. O capitão vinha amarrado com uma corda ao pescoço e vestia uma camisa de farda militar e um calção e estava descalço. Sem prestar quaisquer declarações, Pansau N'Tchama foi conduzido numa carrinha de caixa aberta, sempre com armas apontadas à cabeça, para o Estado-Maior General das Forças Armadas, onde foi presente ao chefe das Forças Armadas, António Indjai. Após breves palavras de circunstância Pansau N'Tchamá foi conduzido para uma cela no Estado-Maior, também sem que ninguém prestasse declarações. Entretanto, os militares prometeram para amanhã mais explicações sobre o caso. LUSA

Bissau: o povo bijagó

Bijagós (32.000) Cette communauté la plus emblèmatique de Guinée-Bissau vit dans l'archipel du même nom. Ils symbolisent à eux seuls toute la résistance du peuple bissau-guinéen. Ce sont un peu les "irréductibles Gaulois" d'Afrique. En cinq siècles de colonisation, ils ne se sont jamais soumis à l'occupant portugais. Jusqu'à l'Indépendance, les troupes portugaises ont dû faire face règulièrement à des attaques meurtrières dans l'ensemble de l'archipel. Leurs traditions, préservées grâce à leur fierté, sont peu connues. La moitié des îles de l'archipel sont inhabitées et servent autant aux activités agricoles qu'aux cérémonies, aux libations et initiations en tous genres. Certaines îles n'ont jamais reçu la visite d'une seule femme bijagos. On sait néanmoins que l'enfant, et l'adolescent ont une vie enviable. Jusqu'à l'âge de 22 ans, les jeunes Bijagos ne travaillent pas et peuvent avoir une activité sexuelle débridée avec plusieurs partenaires. La famille les prends en charge à 100% et ils n'ont à se soucier de rien. Leurs 22 ans révolus, ils doivent s'exiler dans des îles éloignées de leur village durant un grand laps de temps qui sera dédié au travail et à l'initiation, étape obligatoire pour devenir un homme. Même si le royaume des Bijagos est l'archipel, ils ne sont traditionnellement pas pêcheurs et laissent cette activité aux Sénégalais installés à Bubaque. Seuls quelques hommes pêchent à l'aide d'un épervier. Le pagne traditionnel, en fibre de bois coloré, est toujours très utilisé par les Bijagos. WWW.Guinée-Bissau.net

26.10.12

Bissau: o antigo régulo Abdul Indjai

25.II.1914 - «Por ter dado sempre sobejas provas de sua dedicação ao Governo e manifestado a mais heróica valentia» o régulo Abdul Indjai foi nomeado tenente das forças de 2.ª linha. IV-VIII.1914 - Operações contra os Balantas de Abril a Agosto de 1914. Entre outros, distinguiu-se o chefe indígena Abdul Indjai. 15-V-1916 - Por despacho do governador publicado nesta data foi o chefe de guerra Abdul Injai, tenente de 2." linha, nomeado régulo da região do Oio, em atenção aos «relevantes serviços por ele prestados, tendo dado sobejas provas de lealdade e dedicação ao Governo». 8-VII-1919 - É declarado o estado de sítio nas regiões de Bissorã e Farim por motivo de Abdul Injai se recusar a acatar as ordens do Governo. 16-VIII-1919 - Foi preso em Farim o régulo Abdul Injai, tenente de 2.ª linha, que se entregou às autoridades locais com a sua gente terminando assim as operações militares de Oio. 29-VIII-1919 - Foi demitido do posto de tenente das forças de 2.ª Linha o régulo Abdul Injai e destituído do cargo de régulo da região do Oio, sendo-lhe imposto a transferência para a Ilha da Madeira pelo tempo de 10 anos.O mesmo foi mais tarde deportado para Moçambique, tendo, porém, morrido em Cabo Verde.

Bissau: as rusgas no bairro de Antula

Bubo assiste à distância e sem se envolver às aventuras de Indjai, prometendo vingar-se das várias traições e acusações que lhe foram feitas pelo CEMGFA. Para já assumiu-se como o protetor dos felupes das Forças Armadas, contra as perseguições de que estes estão a ser alvos por parte da dupla Kumba-Indjai. Pretende assim ganhar um aliado de peso no combate a Indjai. Em relação às tropas balantas, está sempre a chamar a atenção para o papel que Indjai e Papa Camará estão a desempenhar como chefes do tráfico de droga, não sobrando trocos para mais ninguém. Sendo isso do conhecimento de todos os militares, é um dos aspetos em que Indjai é mais posto em causa dentro da instituição militar. O próprio cerco ao bairro de Antula (maioritariamente balanta) visava também recuperar armas de populares apoiantes de Bubo e que Indjai mais teme numa sublevação que ele tem a certeza que Bubo está a preparar contra ele e que tudo indica ocorrerá antes do final do ano. Bubo está sempre a afirmar que Indjai, com a conivência da CEDEAO, o mandaram há tempos para Dakar para “tratamento” médico, mas que ele descobriu que era para o matarem no hospital. Por isso é que regressou rapidamente ao país. Agora, está à espera que os sucessivos erros de Indjai criem as condições para ele se chegar à frente… blog PASMALU

Guiné-Bissau há um século: a conquista do Óio por Teixeira Pinto

Transcrevemos a seguir uma passagem do livro "História da Guiné, Portugueses e Africanos na Senegâmbia, 1841-1936), René Pélissier, Editorial Estampa, 2001, que dão uma explicação sobre o que foram as grandes batalhas pela conquista do Óio de 14 de Maio a 6 de Junho de 1913, como a batalha do Morés a 30 de Maio, ou a conquista de Mansodé a 5/6/1913, embora tenhamos a lamentar a má qualidade da tradução. "Os Mandingas islamizados são cada vez menos favoráveis à resistência, mas os Soninquês mais do que nunca. A sua ameaça contra o Posto de Mansoa pode pois ressurgir do norte. É no que quer acreditar Teixeira Pinto, que vai servir-se deste pretexto especioso para justificar a sua invasão do Oio. Perguntamo-nos mesmo se ele não ultrapassa as ordens do seu governador, de quem não gosta e que pensou impedir-lhe as manobras, proibindo-lhe as razias de auxiliares. Ora Teixeira Pinto só pode manter-se com eles e prefere-os amplamente aos soldados regulares. Não hesitaremos em invocar aqui o factor psicológico: o capitão quer entrar na história e, sozinho quebrar a lenda da invencibilidade dos Soninquês. Tendo experimentado o valor de Abdul Injai e dos seus homens, mas também o dos Fulas Forros do Sancorlá, comandados pelo seu régulo (Boram Jame?) que estão à sua volta, decide portanto, sacrificar a quantidade à qualidade, ao deixar para trás todos os seus oficiais e, evidentemente, as embarcações. Joga ao póquer ao internar-se no Oio, sem trem, sem metralhadora, simplesmente com um canhão de 70, um sargento, quatro artilheiros brancos e dois soldados indígenas, mais outro sargento branco e duas praças africanas. E, evidentemente, Abdul Injai e os seus lugar-tenente, que parecem ter reagrupado filhos de chefes fulas decididos a criar uma reputação de guerreiros. Mas, no total, isso não representa mais que 400 auxiliares enquadrando carregadores balantas. Mesmo o impulsivo Graça Falcão não entrara pelo Oio, em 1897, sem dez a vinte vezes mais homens. E com os resultados que sabemos! Em caso de desastre, o Exército não poderá imputar-lhe grandes perdas, pois que não toma auxiliares em conta, mas o Oio e, de qualquer modo, um grande bocado para pão pouca gente; uma aposta muito imprudente que este chefe de estado-maior se comprometera com dez soldados, lá onde ele pretende - sem razão - que Biker conheceu meia derrota em 1902. Não sabemos claramente se o Oio enfraqueceu em onze anos, mas de modo nenhum temos essa impressão. No entanto, a 14 de Maio de 1913, a pequena tropa sobe para norte, sem provisões, acabando por carregar as munições Balantas requisitados à força. Sabendo cada um com o que contar, as coisas não se arrastam. A 15 de Maio, em fila indiana, os invasores são atacados numa daquelas armadilhas de verdura, da qual se salvam com fogo vivo, para cairem sobre a tabanca fronteiriça de Cambajo, tomada de assalto e incendiada. O combate é um dos mais difíceis alguma vez conhecidos na Guiné, se Teixeira Pinto tivesse menor talento para se valorizar ou, na sua falta, um revolver a seu lado, este caso teria passado à posteridade. A peça disparou 44 vezes, mas 40.000 cartuchos foram consumidos em Cambajo, o que num só combate é enorme nos anais luso-africanos. Teixeira Pinto não deplora senão três mortos e treze feridos entre os auxiliares, o que se explica talvez pelo alcance das Kropatchek, que lhes estão confiadas. Como quase sempre com os Portugueses, as baixas dos Soninquês serão desconhecidas durante toda a campanha. Constituída em quadrado, a coluna é atacada novamente a 16 de Maio, durante hora e meia, mas inflige pesadas perdas aos Soninquês. Obrigado a comer milho miúdo, acomodado à carne dos porcos (!) que vêm devorar os cadáveres, a expedição está, apesar de tudo em bastante mau estado e tem de enviar um destacamento a Porto Mansoa, em busca de reabastecimento. Por seu lado, os Soninquês estão realmente decididos a resistir e multiplicam os fossos nas pistas. De uma maneira geral batem-se não nas tabancas, que depressa abandonam, mas na floresta onde armam emboscadas e metralham o quadrado. Se bem que um certo desânimo seja perceptível nas suas fileiras, os duros levam ainda a melhor e envenenam sistematicamente os poços. Ainda que se esteja na estação das chuvas, a sede vai ser um dos obstáculos a esta penetração. Durante este bloqueio, no norte do Oio, Calvet de Magalhães decide enganar os Soninquês, que o esperam em Gindu. Parte para Farim, atravessa ali o rio por volta de 17 de Maio e destrói imediatamente a tabanca de Bafatá do Oio, tomada de surpresa. A partir desta testa de ponte, varrerá mais seis tabancas de 23 a 30 de Maio, na região já batida em 1897 e em 1902. As coisas importantes desenrolam-se, evidentemente, ao sul onde, a 24 de Maio, a coluna é reabastecida em Cambajo pelo destacamento que, via Bissorã, atravessar o bloqueio defeituoso dos Soninquês. Destes últimos, não compreendemos bem a táctica mas, segundo parece, só se concentram excepcionalmente, senão como explicar que, em florestas tão cerradas e picadas tão estreitas, pequenos grupos pesadamente carregados e constantemente flagelados pudessem livrar-se sem feridos? É Inútil seguir as reptações da coluna, de tabanca em tabanca, não sendo algumas aliás referenciáveis. Basta dizer que Teixeira Pinto parte de Cangajo, a 26 de Maio, para ocupar Unfarim. O posto de Bissorã não fornece reforços, simplesmente água e homens de Malam Bá, o que confirma que Teixeira Pinto não quer partilhar a vitória com nenhum outro oficial. Apostou tudo em Abdul Injai, do qual tem as capacidades operacionais em estima, como não se encontra em nenhum outro oficial português, quando se trata de fazer um juízo profissional sobre um chefe de auxiliares africanos. É um caso único de entendimento e mesmo de quente cumplicidade entre um quadro do activo e um senhor da guerra indígena. A 27 de Maio, a serpente armada volta a partir, derriba outras tabancas, enrola-se (29 de Maio, em Maqué), muitas vezes atacada, mas nunca verdadeiramente ameaçada. Em Sansabato destrói uma "grande mesquita onde se sagram os fidalgos do Oio". Continuam sem eco os apelos à rendição, o avanço prossegue para Morés, já visitada por Graça Falcão em 1897. Aborda-se ai o coração da resistência do Oio (cf. a guerra de libertação) e os Soninquês concentram no seu caminho uma potência de fogo que faz vacilar os artilheiros europeus e os Fulas de Sancorlá. No entanto, Morés cai, por sua vez, a 30 de Maio. O problema da sede é cada vez mais preocupante, mas Teixeira Pinto, inflexivel, não quer repetir o erro de Biker. São todas as tabancas do Oio que quer tomar e, principalmente, Mansodé que desempenha o papel de capital da resistência. Entre Mansodé e Morés, tendo os Soninquês cortado a pista com trincheiras e árvores abatidas, Teixeira Pinto usa a astúcia e decide progredir para o alvo, por uma pista mais a leste (via Mamboncó), sempre reabastecido sem dificuldade por Porto Mansoa (a simplesmente quatro horas de marcha). Paliçadas, emboscadas, nada os detém. A 3 de Junho, a coluna transpõe todos os obstáculos entre Morés e a pista destinada a conduzi-la a Mansodé. Água e munições chegam bastante regularmente de Porto Mansoa e , a 5 de Junho a marcha final continua para Mansodé. A coluna já só tem 320 irregulares, mas conservou os seus seis soldados europeus e quatro africanos intactos. Mamboncó é tomada. Chegado a este ponto, o mal-estar aumenta na coluna. Mansodé tem fama na Guiné, de ser invencível, a tal ponto que os seus defensores se gabam de não a terem fortificado, bastam os seus peitos para a defenderem. Pela primeira vez tomados pelo terror dos poderes ocultos ou da valentia atribuída à gente de Mansodé, os lugar-tenentes de Abdul Injai recusam-se a marchar. Tão perto do objectivo é o atoleiro. Para dali sair, Teixeira Pinto, que conhece a sua gente, tê-la-ia galvanizado teatralmente, fazendo avançar a peça para o norte, acompanhando-a sozinhos Abdul Injai e ele próprio dizendo aos guerreiros indóceis: "que os cobardes podiam voltar para trás, porque eu e Abdul iamos morrer em Mansodé". Reviravolta e entusiasmo veemente bastam: Mansodé cai e desfaz-se em fumo no mesmo dia 5 de Junho de 1913, depois de uma resistência enérgica, mas breve. Desde então, dissipados os encantamentos, a campanha está militarmente terminada ao sul." Publicado em 21/05/2006, e revisto em 01/06/2007 por Carlos Fortunato Transcrição de passagens do livro "História da Guiné, Portugueses e Africanos na Senegâmbia, 1841-1936), René Pélissier, Editorial Estampa, 2001

25.10.12

Bissau: a guerra entre Bubo e António Injai

Selon les informations en notre possession, il pourrait s’agir d’un conflit interne à l’armée. À première vue, il y a tous les ingrédients d’un bon coup d’Etat. L’attaque d’une caserne, des cadavres, un coupable désigné, le capitaine Pansau N’tchama, et un commanditaire, l’ex-Premier ministre en exil au Portugal, Carlos Gomes Junior, présenté par les autorités bissau-guinéennes comme assoiffé de revanche. À y regarder de plus près, beaucoup d’éléments sont troublants. Les autorités ont relevé la présence de Diolas bissau-guinéens parmi les assaillants. Or, chacun sait à Bissau que les Diolas sont une composante minoritaire mais très influente de l’armée aux côtés des Balantes. Depuis quelques temps, c’est l’amiral Bubo Na Tchuto qui s’appuie sur la composante diolas. On sait aussi qu’il y a une dizaine de jours, une réunion houleuse s’est tenue entre le chef d’état-major général Antonio Injai, l’amiral Bubo Na Tchuto et le président par intérim, avec, pour objet, la réintégration de Bubo Na Tchuto dans l’armée. Cette réintégration pose manifestement problème au chef d’état-major général, Antonio Injai. Assiste-t-on à une guerre des chefs entre Injai et Bubo? C’est l’une des thèses avancées par les spécialistes. Les militaires bissau-guinéens sont passés maître dans l’art de s’affronter à visage masqué. Les complots, vrais ou faux, servent souvent à régler des comptes. Est-ce une nouvelle fois le cas ? Et si oui, pourquoi la Cédéao présente militairement à Bissau, donne l’impression de rester les bras croisés ? RFI. ----------- Há longos, longos meses, que figuras tão conhecedoras da situação como o Professor Eduardo Costa Dias admitiam a possibilidade de um conflito sangrento entre Bubo e António Injai. Dois homens que disputam o comando castrense da Guiné-Bissau.

Bissau: a inventona de um ataque a partir do exterior

(...) parece que tudo se começa a conjugar para que o tal ataque contra Brá mais não terá sido que uma tentativa. Mais uma, de consolidar o Golpe de Estado de Abril, ainda que só aceite pela CEDEAO. Por isso, não terá sido estranho que Indjai, Yalá e a CEDEAO se tenham reunido de urgência após as situações que á posteriori aconteceram. Ou seja, tudo indica que mais não aconteceu que uma Intentona! Ora como recorda o jornalista António Aly Silva, no seu blogue “Ditadura do Consenso” o local do ataque, a base aérea de Bra, é “o domínio do Batalhão de Pára-Comandos e, a par do Batalhão de Mansoa, uma das mais habilitadas unidades das Forças Armadas da Guiné-Bissau”. O seu efectivo completo, “é de cerca de 1.000 homens”, um “volume [considerado mais que] suficientemente dissuasor para levar um grupo aparentemente desorganizado e escasso a tentar tomá-lo de assalto”. O antigo líder presidencial, entretanto derrubado, e actual líder do PRS, Kumba Yalá é encarado nos meios diplomáticos, em particular, nos que acompanham a situação na Guiné Bissau, como “principal obstrutor” de qualquer consenso que tenha a participação do PAIGC num futuro governo de Transição a ser criado, no âmbito das organizações internacionais mediadoras. Por outro lado, o actual ministro das relações Exteriores da Guiné-Bissau, Faustino Imbali, terá pedido, por pressão do general Indjai, a substituição de Joseph Mutaboba como representante do Secretário-geral ONU, eventualmente agastado com declarações deste sobre aspectos da situação no país. Este pedido acabou por ficar sem efeito devido aos “ouvidos moucos” da ONU. Ora, a actual situação na Guiné-Bissau não pode persistir sob pena do país continuar a regredir no seu desenvolvimento com as naturais consequências nefastas, para o Povo Bissau-guineense. Não são com Intentonas e com falinhas mansas da CPLP e de uma certa Comunidade Internacional que a situação se resolverá. Não esqueçamos que o país que viu reconhecida a independência em 1974 tem persistido em efectuar Golpes de Estado e está conectado, nomeadamente pelo Departamento de Estado dos EUA, como uma plataforma que os cartéis de drogas da América Latina para a Europa usam, em particular o seu enorme labirinto de ilhas pouco controlados. 24Out2012 Eugénio Costa Almeida/Pululu ©Publicado no Notícias Lusófonas, na rubrica "Manchete", em 24.Outubro.2012 ------ Note-se que com estas e com outras o grupo que se apossou do poder arranja pretexto para que nos próximos seis ou sete meses, pelo menos, não se organizem eleições. E lá vão ficando eles, no poleiro que conquistaram.

Bissau: já em Julho de 2011 a situação era de alto risco

Praia - O primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, anunciou na sexta-feira, o cancelamento da sua visita oficial de três dias à Guiné-Bissau. O primeiro-ministro alegou razões de agenda de Malam Bacai Sanhá, para cancelar a visita a Guiné-Bissau, que devia ter tido início este domingo. «A viagem foi adiada por razões que têm a ver com a agenda do Presidente da República da Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanhá. Só viajarei numa próxima oportunidade, estamos a fixar uma nova data», declarou José Maria Neves, no dia em que o seu Governo decretou tolerância de ponto em todo o território nacional para permitir que a população participe na campanha «Limpar Cabo Verde», com vista a erradicar os mosquitos vectores da dengue e do paludismo. José Maria Neves invocou razões de agenda para cancelar a visita, mas fontes próximas do seu Gabinete admitem que os «reais motivos» têm a ver com a tensão política que se instalou novamente em Bissau em virtude duma manifestação convocada para quinta-feira, por oito partidos políticos guineenses. O PRS (de Kumba Yala), PRID (de Aristides Gomes), PSD, UPG, PDG, PDSSG, FCSD e PUSD convocaram uma manifestação para exigir a demissão do primeiro-ministro guineense, Carlos Gomes Júnior, que acusam de ser o responsável pelos assassinatos do ex-Presidente «Nino» Vieira, e do antigo Chefe de Estado Maior-General das Forças Armadas, Baptista Tagmé Na Wayé. (c) PNN Portuguese News Network -- O PAIGC anunciou entretanto que existem planos para assassinar o seu líder, que é o primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior, desde há muito numa situação de grande risco. Julho de 2011

Bissau: clima de medo denunciado pela AI

London, October 25, 2012/African Press Organization (APO)/ -- A climate of fear has fallen over Guinea Bissau since Tuesday when two government critics were badly beaten and soldiers conducted searches for people they suspect were involved in an attack on a military barracks early Sunday. The government claims the attack on the barracks of an elite army unit based on the outskirts of the capital, Bissau, was an attempted coup by supporters of the previous Prime Minister Carlos Gomes Júnior, who was himself ousted by a coup in April this year. "It is wholly unacceptable that civilians are being terrorised because they happen to live in an area where the army suspects that supporters of the former government are hiding," said Noel Kututwa, Amnesty International's southern Africa director. "It is imperative that the authorities uphold the rule of law and conduct investigations into this alleged attack rather than hunting opposition politicians down on the streets."

Bissau: os golpes, a reforma adiada e a instabilidade crónica

Uma notícia de Outubro de 2004, só para se ver como o tema da reforma das Forças Armadas se arrasta há mais de oito anos: "Os militares revoltosos manifestaram ontem ao Presidente da República Henrique Pereira Rosa a necessidade de haver uma profunda reforma nas Forças Armadas da Guiné-Bissau. Exigiram também ao Chefe de Estado amnistia para todos os militares envolvidos nos golpes de Estado desde 14 de Novembro de 1980 até seis de Outubro deste ano. Os revoltosos consideram amnistia como a única forma de ultrapassar, de uma vez por toda, as clivagens nas Forças Armadas. Os militares revoltosos incluem também Ex-Presidente da República General João Bernardo Vieira (Nino) na lista de amnistia alegando que é a forma de promover uma verdadeira reconciliação nacional. Por outro lado, garantem que o Vice-Chefe de Estado Maior das Forças Armadas Emílio Costa, Chefe de Estado Maior da Força Aérea Melciades Gomes Fernandes, Chefe de Estado Maior da Armada Quirino Spencer, o Comandante de contingente guineense que participou nas forças de manutençao da paz na Libéria, Fodé Cassama, Chefe de Estado Maior do Exercito Watna Na Laye e Coronel Pedro Barreto que se encontram refugiados na Embaixada de Portugal, Líbia e nas Nações Unidas podem sair em liberdade sem problemas. Pois, não vão ser alvo de perseguição. Os militares revoltosos divulgaram também uma nota de imprensa a tranquilizar aos familiares dos referidos oficiais que as informações que apontam para as suas mortes ou ofensas a integridade físicas são falsas e caluniosas. O governo também lamentou, no seu comunicado a imprensa, a forma utilizada pelos revoltosos para reivindicar direitos de natureza salarial, direitos esses anteriores ao actual executivo que se tem empenhado firmemente em solucionar de forma racional e global os problemas da sociedade castrense. O governo manifestou ainda a sua profunda consternação pela perda de vidas humanas, em particular, de mortes constatadas do General Veríssimo Correia Seabra e do Coronel Domingos de Barros. Os Bispos de Bissau e de Bafatá apelaram aos católicos e todos crentes em Deus que continuem a rezar para que a Guiné-Bissau supere este momento de crise e encontre na Justiça, na paz, no diálogo e no amor o fundamento da sua verdadeira estabilidade social e política".

Bissau: a ONU deveria acordar de uma vez por todas

Presidente de Cabo Verde defende intervenção "firme e determinada" da ONU na Guiné-Bissau. Jorge Carlos Fonseca defendeu ontem, na Cidade da Praia, que sem uma intervenção "firme, determinada e interessada" das Nações Unidas, a Guiné-Bissau corre o risco de não ter solução. Falando à agência Lusa e à RTPÁfrica, à margem de uma reunião dos presidentes dos Tribunais de Contas lusófonos, Jorge Carlos Fonseca considerou "lamentáveis e inaceitáveis" os acontecimentos de domingo de manhã em Bissau, onde um alegado ataque a um quartel provocou seis mortos. "Estamos a acompanhar os acontecimentos e a tentar perceber a sua real dimensão e efetivo significado. É muito lamentável e inaceitável que se continuem a registar atos de violência, que haja continuidade da intervenção de forças militares no processo político", afirmou Jorge Carlos Fonseca. LUSA

24.10.12

Bissau: a desorientação geral

Ontem à tarde, o bairro de Antula, em Bissau, em que a quase totalidade dos habitantes são balantas, foi cercado e revistado casa a casa. Este, um facto impensável ainda há pouco tempo. Na realidade, isto vem mostrar a profunda divisão que se faz sentir entre a comunidade balanta e traduz o antagonismo crescente dentro das Forças Armadas guineenses. O desespero de Indjai está a conduzi-lo a tomar medidas impopulares no seio da sua própria etnia o que vai contribuir para a sua rápida queda. A CEDEAO está cada vez mais desnorteada, afirmando os seus embaixadores locais que o poder político que instituíram não lhes obedece e que Kumba Yalá diz uma coisa para 10 metros depois fazer precisamente o contrário. Quem mais desesperado anda, é o embaixador do Senegal, que não se coíbe de dizer em círculos privados o desprezo que sente pelos políticos guineenses, em especial os kumbistas e “desempregados” que orbitam à sua volta. Às pessoas de maior confiança chega a aventar a possibilidade do Senegal assumir um controlo “directo” do poder em Bissau. A máscara do poder caiu e agora assume-se publicamente aquilo para o qual alertámos há muito tempo, isto é, que a intervenção da CEDEAO no nosso País visava-o transformar numa colónia, comprometendo o projecto de Independência e Desenvolvimento de Amílcar Cabral. A CEDEAO sente que a sua margem de intervenção é cada vez menor, sobretudo agora que a CPLP não a está a antagonizar e que ela não têm um inimigo definido a quem imputar culpas na destabilização total do País, a não ser a si própria. O facto da selvajaria estar na rua e à solta, contribui para que a comunidade internacional se aperceba que a “SOLUÇÃO CEDEAO” foi um rotundo fracasso (tal como no Mali) e tem os dias contados: a solução vai ter de passar necessariamente pela intervenção directa de outras organizações regionais ou internacionais. blog PASMALU

23.10.12

Síria: o Vaticano adia missão

VATICAN CITY — The Vatican is postponing the departure of a Catholic church delegation to Syria, citing the “gravity of the situation” in the country wracked by civil war. The church delegates are to express the pope’s solidarity with the people of Syria and his “spiritual closeness” with the Christian community. The Vatican’s No. 2 official, Cardinal Tarcisio Bertone, said Tuesday the delegation, which had been expected to depart for Damascus this week, will leave at a date still to be decided. He said the composition of the group will also be changed, but gave no details. Originally the group was to consist of seven church officials, including New York Cardinal Timothy Dolan and the Holy See’s top official for inter-religious dialogue, Cardinal Jean-Louis Tauran. Copyright 2012 The Associated Press.

Bissau: A grande inventona do 21 de Outubro

1 . Foi uma “encenação”, inferidamente do interesse do CEMGFA, General António Indjai, o alegado golpe de mão (tentativa de assalto/intrusão) contra o quartel do Batalhão de Pára-Comandos, Bissau, em 21 de Outubro. Esta avaliação do episódio é a que merece mais ampla aceitação em meios diplomáticos e de Intelligence, inclusive em Dacar. António Indjai está isolado, uma evidência de causas múltiplas cujos efeitos negativos para si próprio terá procurado atenuar/superar com uma acção aparentemente calculada para criar um clima político-emocional cuja exploração permitiria atingir objectivos como os seguintes: - Erigir-se em vítima – o próprio e a ala consigo identificada nas FA, que assim terá querido mobilizar; arranjar pretexto (ascendente moral) para agir contra adversários e/ou accionar medidas do seu interesse. - Captar/alargar simpatias da CEDEAO – intenção óbvia do reavivamento da teoria de implicações externas malquistas na região (Portugal e CPLP primeiro; MFDC de Casamansa, depois) na acção de 21 de Outubro em particular, e na instabilidade interna em geral. Kumba Yalá, que exerce influências sobre António Indjai, também é apontado como “interessado” na acção. É emanação da sua aversão pessoal a Carlos Gomes Jr a menção feita a este como “implicado” na acção e actos praticados na esteira da mesma como a detenção de um dos mais constantes apoiantes do ex-PM, Iancuba Indjai. 2 . As conclusões segundo as quais o episódio correspondeu a uma “encenação” são alimentadas por verificações simples, que no essencial negam veracidade às versões oficiais ou entram em contradição com as mesmas. Apresentam fragilidades elementos como identificação dos supostos atacantes, condições em que foram abatidos, etc. O Batalhão de Pára-Comandos é, a par do Batalhão de Mansoa, uma das mais habilitadas unidades das Forças Armadas da Guiné-Bissau. O seu efectivo orgânico completo é de cerca de 1.000 h. – volume considerado suficientemente dissuasor para levar um grupo aparentemente desorganizado e escasso a tentar tomá-lo de assalto. O 2º comandante do Batalhão de Pára-Comandos, é um dos militares de alta patente dado como tendo supostamente entrado em conflito com António Indjai, do qual fora antes apoiante. Foi ele que, a mando de António Indjai, retirou o então Primeiro-Ministro, Carlos Gomes Jr de sua casa no golpe de Estado de 12 de Abril. 3 . O Cap Pansau N’Tchama foi apontado num comunicado do Governo, lido pelo seu ministro da Presidência, Fernando Vaz, muito subordinado a António Indjai, como tendo sido o “cabecilha” da acção; nenhuma informação complementar, como condições actuais do oficial e paradeiro foi prestada. A menção à suposta implicação de Pansau N’Tchama, desacompanhada de quaisquer detalhes com ela relacionadas, é objecto de conjecturas que também contribuem para pôr em causa a autenticidade do episódio de 21 de Outubro e relacionar a sua propalação com propósitos eventualmente escusos. A Pansau N’Tchama é geralmente reconhecida preparação suficiente (frequentou em Portugal o curso de capitão), para não se envolver numa acção descrita como suicida. A sua identificação como “cabecilha” é vista como reflexo de um “processo de intenções” justificado por facetas da sua vida como as seguintes: - Foi no passado um “fiel” de António Indjai; fez parte de um reduzido grupo de militares a que é atribuída a liquidação física do antigo Presidente Nino Vieira; disse mais tarde que o grupo cumpriu ordens do seu chefe hierárquico, que era António Indjai. - Deu entrevistas sobre o caso que terão desagradado a António Indjai, do qual se afastou; era considerado testemunha chave no processo de investigação do assassinato de Nino Vieira aberto pela PGR; não regressou ao país depois de concluído o curso de capitão, alegando que não lhe era facultada uma passagem para tal; permaneceu em Portugal até recentemente. 4 . O isolamento de António Indjai é especialmente atribuído a comportamentos considerados prepotentes e a tendências do mesmo para a ostentação privada que no seu conjunto geram mal estar entre uma oficialidade – na sua sua larga maioria privada de condições básicas de vida. Com um património do qual já fazem parte várias moradias, Bissau e Jugudul, por ex., António Indjai iniciou recentemente a construção de uma moradia em Mansoa, que tendo em conta as suas dimensões estimadas, dependências anexas e área de servidão, considerada na gíria “uma tabanca”, que aparentemente inclui uma pista de aviação. ÁFRICA MONITOR Publicada por António Aly Silva

Bissau: raptaram os cadáveres dos felupes

O Esquadrão da Morte foi à morgue do Hospital Simão Mendes e, com a ameaça de pistolas metralhadoras, levou os corpos dos 6 jovens felupes naturais de Cassolol e de Jufunco no norte do país, que foram mortos pelos militares de Indjai. Pressupõe-se que o roubo tenha a ver com o facto dos corpos aparecerem nas fotografias todos queimados, enquanto que nas fotos em que aparecem vestidos a roupa não se encontra queimada. Cada vez se torna mais evidente a montagem da inventona e as incoerências entre os factos feitos. A situação é de tal forma inverosímil que o almirante Bubo Na Tchuto se demarcou e não quer ver o seu nome associado a esta iniciativa de Indjai. Nos quarteis as contradições crescem de tom e tudo aponta para um confronto entre estes dois chefes militares. blog PASMALU

Bissau: Tempo de sequestros

A Comissão de Estratégia Política do Movimento Democrático Guineense, MDG, após uma concertação de urgência, vem por meio deste informar a sociedade guineense, aos partidos políticos, as representações diplomáticas acreditadas no país e a comunidade internacional, que em decorrência dos últimos acontecimentos do dia 20 de Outubro na Base Aérea, que resultou em perdas de vidas humanas, ontem dia 22 do corrente mês, por volta das 17h30, o seu líder, Dr. Silvestre Alves, foi sequestrado na porta do seu escritório no centro de Bissau por militares fortemente armados que o levaram e o espancaram desumanamente e depois abandonaram-o na via de acesso que liga Bissau a vila de Quinhamel. Tendo em conta o atentado contra o princípio da ordem democrática e a gravidade do acto, a Comissão Política do MDG decide: 1. Informar a Sociedade Civil Guineense, aos Partidos Políticos, as Representações diplomáticas acreditadas no país e a Comunidade Internacional sobre a flagrante tentativa de violação dos direitos Humanos e restrição da liberdade política; 2. Condenar e repudiar com veemência o uso da violência como mecanismo para controlar e fazer silenciar vozes que clamam pela liberdade; 3. Responsabilizar o Estado Maior General das Forças Armadas, o Presidente de Transição e o Governo de Transição pelo sucedido e pelo estado de Saúde de Dr. Silvestre Alves; 4. Denunciar que o carro que esteve no sequestro de Iancuba Indjai foi o mesmo que participou no sequestro seguido de espancamento de Dr. Silvestre Alves; 5. Apelar à Sociedade Guineense a lutar contra qualquer tentativa de fazer o país voltar à Ditadura; 6. Afirmar que o MDG e o seu líder, Dr. Silvestre Alves, jamais temem às intimidações terroristas e continuarão dispostos a desempenhar os seus papéis políticos; 7. Apelar a todos os militantes e simpatizantes do MDG que se mantenham calmos, serenos e sobretudo determinantes na luta pela afirmação dos valores democráticos sempre defendidos pela partido. Feito em Bissau, aos 23 dias do mês de Outubro, do ano de dois mil e doze. A Comissão de Estratégia Política Publicada por António Aly Silva

Bissau: "Um vento de insanidade mental"

Depois de preso ontem em Bissau, o advogado Silvestre Alves foi barbaramente torturado a noite passada, tendo-lhe, os torcionários de serviço partido, as pernas, quebrado os dentes e cortado a língua. Depois disso, o Esquadrão da Morte levou-o para Quinhamel, nos arredores de Bissau, onde foi atirado para a berma da estrada. À semelhança do que está a acontecer a Iancuba Indjai, também Silvestre Alves está em perigo de vida, a necessitar urgentemente de ser evacuado. Recorde-se que o Hospital de Bissau não oferece nenhumas condições POLITICAS de tratamento, havendo médicos que se prestam a ser usados para serviços expeditos de matança. PERANTE A CUMPLICIDADE ATIVA DA CEDEAO E A OMISSÃO DA CHAMADA COMUNIDADE INTERNACIONAL BISSAU ESTÁ A SER PERCORRIDA POR UM VENTO DE INSANIDADE MENTAL Pasmalu

Bissau: Carta publicada no Blog do Consenso

Senhor Secretário Executivo da CPLP, Dirigimos esta carta à CPLP, certos de serem genuínos os laços que unem os povos desta nossa comunidade. Como se sabe – e pelas piores razões – a Guiné-Bissau está a atravessar um momento marcante e decisivo da sua história. O nosso país e o nosso povo continuam a ser vítimas de uma autêntica catástrofe: o completo desgoverno de um pseudo governo a mando de um punhado de militares que apenas querem o poder para garantir a continuação e impunidade dos seus negócios privados e ilícitos. Não será demais referir a delapidação da função pública, a repressão das liberdades, as perseguições e pressões políticas e a destruição da economia nacional que vinha de um assinalável período de crescimento, baseado no aumento da produção e das exportações. Não cabem aqui as muitas páginas necessárias para descrever todos os males que já foram e continuam a ser provocados ao nosso povo, pois sabemos que os países da CPLP estão cientes da terrível situação em que nos encontramos. Sabemo-lo, pois tem sido inestimável o apoio incondicional e unânime manifestado pelos países da lusofonia, assim que foi perpetrado o golpe de estado, no dia 12 de Abril do corrente ano. Muito a propósito, aqui fica o profundo agradecimento dos cidadãos guineenses que acompanham, incrédulos, o desenrolar dos acontecimentos na sua terra natal. Apesar de serem péssimos os motivos que colocaram a Guiné-Bissau na agenda internacional, este período não deixou de nos proporcionar algumas alegrias; nomeadamente, a de sentirmos o enorme apoio da comunidade lusófona – o apoio oficial, seguramente, mas também o apoio dos cidadãos de outras nacionalidades que se têm juntado a nós (inclusive, em encontros da diáspora guineense). Senhor Secretário Executivo da CPLP, Uma comunidade como a nossa, a CPLP, tem uma dimensão emocional, associada a um sentimento de pertença comum que, havendo educação e respeito, encara as diferenças como riqueza cultural. É esse sentimento de pertença que tem mantido viva a nossa confiança em dias melhores. O difícil momento que atravessamos leva-nos a ver com especial nitidez que, talvez paradoxalmente, a CPLP poderá sair reforçada deste negro episódio na vida de um dos seus povos. Enche-nos de esperança a memória do que foi o empenho de todo o espaço lusófono pela independência e libertação de Timor. Na altura, a voz e a razão da nossa comunidade fizeram ouvir-se no mundo inteiro e os nossos protestos, apelos e influência não foram vãos. Quando necessário, o espaço lusófono sempre esteve unido e é dessa união que vem a nossa força. Por isso, contamos com o incessante apoio de todos os países da CPLP para continuar esta luta até ao fim, sendo fundamental que se usem todos os meios que permitam o regresso do nosso Governo legítimo, para que seja reposta a ordem constitucional anterior ao absurdo golpe do dia 12. O passado recente já demonstrou a força da nossa comunidade; mas, desta vez, temos um inimigo com características únicas: estamos a lidar com verdadeiros bárbaros que cuidam apenas dos seus interesses, independentemente daquilo que for preciso sacrificar – nem que seja o futuro da própria terra onde nasceram. Esta constatação é pertinente, não porque nos seja irresistível apontar-lhes os defeitos, mas sim porque estará aqui a razão do insucesso, até ao momento, de todas as iniciativas civilizadas para os demover do seu assalto ao poder. De facto, de nada valem resoluções (mesmo as da ONU…), cartas ou manifestos, se do outro lado apenas conta o poder das armas. Gostaríamos que não fosse assim, mas não nos parece possível outra conclusão: perante a absoluta impossibilidade de qualquer diálogo verdadeiro e perante a evidência de que os autores do golpe são completamente insensíveis aos apelos do próprio povo guineense e ao toque da democracia, talvez seja necessário usar a força para lhes retirar o poder que nunca devia, sequer, ter sido deles. Esgotadas as vias da decência, há que encarar o uso da força como mal necessário para repor a normalidade democrática na Guiné-Bissau - e julgamos estarem esgotadas essas vias. Por isso, estamos certos da necessidade de uma força de restabelecimento da ordem constitucional que permita o regresso do Governo legítimo e que assegure a paz e a segurança no país. Enquanto cidadãos, fizemos e faremos o que está ao nosso alcance para salvar a Guiné-Bissau. No entanto, o tempo passa e vemos o país afundar-se cada vez mais. É por isso que nos dirigimos aos países amigos da CPLP, pedindo que seja preparado o caminho para uma intervenção multilateral, devidamente avalizada internacionalmente, visando libertar a Guiné-Bissau. Tudo o resto demonstrou ser infrutífero. Senhor Secretário Executivo da CPLP, Aproveitamos para dar nota de uma outra carta que dirigimos à CEDEAO, apelando para que esta regresse, na prática, à sua posição inicial de rejeição do golpe e do governo de transição nomeado pelos golpistas. Pedimos à CPLP que reforce a nossa posição, junto da CEDEAO, pois é certo que os países da África Ocidental, pela sua proximidade, poderão ainda provocar a necessária inversão no rumo dos acontecimentos. Já vai sendo tarde, mas merecerá a pena um último compasso de espera, para aguardar a resposta da CEDEAO. Terminamos com um forte apelo aos países da CPLP para que haja a necessária mobilização, entendimento e coordenação, no sentido de se materializarem as condições necessárias para libertar o nosso país do jugo bandoleiro em que está. Bem hajam. Cidadãos guineenses e lusófonos

22.10.12

Um artigo que Fidel publicou agora no Granma

Bastó un mensaje a los graduados del primer curso del Instituto de Ciencias Médicas "Victoria de Girón", para que el gallinero de propaganda imperialista se alborotara y las agencias informativas se lanzaran voraces tras la mentira. No solo eso, sino que en sus despachos cablegráficos le añadieron al paciente las más insólitas estupideces. El periódico ABC de España, publicó que un médico venezolano que radica no se sabe donde, reveló que Castro había sufrido una embolia masiva en la arteria cerebral derecha, "puedo decir que no vamos a volverlo a ver públicamente". El presunto médico, que si lo es abandonaría primero a sus propios compatriotas, calificó el estado de salud de Castro como "muy cercano al estado neurovegetal".
Aunque muchas personas en el mundo son engañadas por los órganos de información, casi todos en manos de los privilegiados y ricos, que publican estas estupideces, los pueblos creen cada vez menos en ellas. A nadie le gusta que lo engañen; hasta el más incorregible mentiroso, espera que le digan la verdad. Todo el mundo creyó, en abril de 1961, las noticias publicadas por las agencias cablegráficas acerca de que los invasores mercenarios de Girón o Bahía de Cochinos, como se le quiera llamar, estaban llegando a La Habana, cuando en realidad algunos de ellos trataban infructuosamente de llegar en botes a las naves de guerra yankis que los escoltaban. Los pueblos aprenden y la resistencia crece frente a las crisis del capitalismo que se repiten cada vez con mayor frecuencia; ninguna mentira, represión o nuevas armas, podrán impedir el derrumbe de un sistema de producción crecientemente desigual e injusto. Hace pocos días, muy próximo al 50 aniversario de la "Crisis de Octubre", las agencias señalaron a tres culpables: Kennedy, recién llegado a la jefatura del imperio, Jruschov y Castro. Cuba nada tuvo que ver con el arma nuclear, ni con la matanza innecesaria de Hiroshima y Nagasaki perpetrada por el presidente de Estados Unidos Harry S. Truman, estableciendo la tiranía de las armas nucleares. Cuba defendía su derecho a la independencia y a la justicia social. Cuando aceptamos la ayuda soviética en armas, petróleo, alimentos y otros recursos, fue para defendernos de los planes yankis de invadir nuestra Patria, sometida a una sucia y sangrienta guerra que ese país capitalista nos impuso desde los primeros meses, y costó miles de vidas y mutilados cubanos. Cuando Jruschov nos propuso instalar proyectiles de alcance medio similares a los que Estados Unidos tenía en Turquía —más cerca todavía de la URSS que Cuba de Estados Unidos—, como una necesidad solidaria, Cuba no vaciló en acceder a tal riesgo. Nuestra conducta fue éticamente intachable. Nunca pediremos excusa a nadie por lo que hicimos. Lo cierto es que ha transcurrido medio siglo, y aún estamos aquí con la frente en alto. Me gusta escribir y escribo; me gusta estudiar y estudio. Hay muchas tareas en el área de los conocimientos. Nunca las ciencias, por ejemplo, avanzaron a tan asombrosa velocidad. Dejé de publicar Reflexiones porque ciertamente no es mi papel ocupar las páginas de nuestra prensa, consagrada a otras tareas que requiere el país. ¡Aves de mal agüero! No recuerdo siquiera qué es un dolor de cabeza. Como constancia de cuán mentirosos son, les obsequio las fotos que acompañan este artículo. Fidel Castro Ruz / Granma

Bissau: o império do medo

O clima na Guiné-Bissau é de «perseguição total» e «medo generalizado», descreve o presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, defendendo uma «peritagem isenta» aos incidentes da madrugada de domingo, em Bissau, que resultaram em seis mortos. «Temos seguido com atenção as perseguições que estão sendo levadas a cabo internamente, no país», disse Luís Vaz Martins, à agência Lusa, em Lisboa, onde se encontra. «Temos estado a receber, a cada minuto, chamadas de pessoas apavoradas, que estão a buscar refúgio para se resguardarem e não serem atacadas por indivíduos armados», indicou, questionado sobre uma eventual «caça ao homem» em curso. «Há uma perseguição total, vive-se num clima de medo generalizado», confirmou. Diário Digital / Lusa

Bissau: Militares não respeitam PAIGC

Um grupo de militares invadiu hoje por duas vezes a sede do PAIGC, principal partido da Guiné-Bissau, tendo levado à força Iancuba Indjai, líder do Partido da Solidariedade e Trabalho (PST), disse à Lusa fonte partidária. De acordo com a fonte do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde), partido que estava no poder até ao golpe de Estado de 12 de abril passado, os militares, alguns à paisana e outros fardados, entraram na sede do partido dizendo que estavam à procura de pessoas. "Estávamos e ainda estamos em reunião aqui na sede, mas de repente fomos surpreendidos por militares armados com armas automáticas e pistolas, dizendo que andavam a procurar pessoas que estariam escondidas aqui na sede", disse a fonte, que pediu para não ser identificada. Lusa – 22.10.2012

Bissau: Um clima de ditadura

Maquiavelicamente planeado, está em curso o estabelecimento de uma ditadura do PRS na Guiné Bissau. O assalto à sede do PAIGC, com a conivência da CEDEAO, é um elemento dessa estratégia, para colocar o país perante um facto consumado. Esta é a forma de atuação preferida de Kumba e seus acólitos. As declarações gravadas que aqui colocámos na passada sexta-feira não deixam dúvidas. Embora os militares tenham acabado por abandonar a sede do PAIGC, a ameaça ficou para ser bem “entendida”. Internamente a inventona de ontem foi desmascarada e caiu rapidamente por si. Decidiram avançar com uma fuga para a frente, com o beneplácito e “ausência” da CEDEAO e o apoio da comunicação da RFI. Kumba e os seus militares pretendem instalar um clima de “salve-se quem puder” para tomarem à força o poder. PASMALU

Bissau: a inventona de 21 de Outubro

Ontem, dia 21 de Outubro, Kumba e seus mandantes organizaram uma farsa a que chamaram de “tentativa de golpe de estado”. Mal organizada e revelendo grande incompetência, não seria grave se não tivessem sido assassinados a sangue frio 6 jovens felupes que se encontravam em suas casas. Depois de os matarem, transportaram-nos para a porta do quartel de Brá, tendo morto perante os habitantes da zona e sem subterfúgios, o sentinela também da etnia felupe. Ao organizar esta farsa, Kumba Ialá, na senda do discurso que divulgámos na passada sexta-feira (com o título: Kumba medi rindido na si chefundadi), pretende: 1º) criar condições para acusar Cadogo da sua autoria moral e assim arranjar um pretexto para o impedir de regressar a Bissau, facto que teme como o diabo da cruz. Refira-se que a campanha pública para o regresso de Cadogo, dirigido pela FRENAGOLPE, já tinha recolhido, em curto espaço de tempo, cerca de duzentas mil assinaturas, registando enorme adesão popular e filas intermináveis de pessoas a quererem assinar o Manifesto. Com uma velocidade nunca antes vista, ontem mesmo o PRS emitiu um comunicado denunciando o golpe como uma manobra de Cadogo, CPLP e Portugal, “num momento em que o governo da Guiné-Bissau estava a funcionar em pleno e com resultados evidentes”, segundo o PRS. 2º) dar uma ensinadela ao contingente felupe que integra as forças armadas e que nunca aderiu ao golpe de Abril. A forma selvagem e bárbara como foram mortos estes jovens felupes, faz de Kumba, para além do reconhecido assassino que todos sabem que é, o responsável pelo “17 de Outubro” dos Felupes. Tal como Nino acabou por morrer pela inventona contra os Balantas, no caso Paulo Correia, e em que foi evidente a cumplicidade de Kumba, também agora ele marcou o seu destino a curto prazo. Bastava ouvir ontem o grande número de mulheres felupes que se juntou no cemitério, para saber que Kumba traçou o seu destino. Diziam elas: Kumba nunca mais terá coragem para ir ao chão felupe no norte do País; Somos nós que o iremos matar aqui em Bissau. O Kumba não sabe com quem se meteu. O pseudo-golpe de ontem, não passou, afinal, de uma montagem colada a cuspo que não resiste a uma análise, mesmo que superficial, dos factos. PASMALU

21.10.12

Bissau: mais um ataque a um quartel

Au moins sept personnes ont été tuées dimanche en Guinée-Bissau, pays instable miné par le trafic de drogue et qui a connu de nombreux coups d'Etat, dans l'attaque ratée par un commando d'une caserne d'une unité d'élite de l'armée. Les assaillants étaient dirigés par le capitaine Pansau N'Tchama, lui-même membre de cette unité d'élite. Pansau N'Tchama était le chef du commando qui avait assassiné en 2009 le président de la République Joao Bernardo Vieira. Le groupe d'hommes armés a tenté vers 04h00 (GMT et locales) de prendre d'assaut la caserne des "Bérets rouges", unité d'élite de l'armée de terre, près de l'aéroport de Bissau, la capitale. L'attaque, qui intervient six mois après un coup d'Etat militaire le 12 avril, a été repoussée après environ une heure d'échanges de coups de feu. Les assaillants, dont le nombre reste encore inconnu, ont ensuite pris la fuite, selon des témoins. Ils sont activement recherchés par l'armée placée en état d'alerte, selon une source militaire. Le chef d'état-major de l'armée, le général Antonio Indjai, auteur du coup d'Etat du 12 avril, s'est rendu à la caserne attaquée dont les alentours ont été bouclés, de même que le QG de l'armée situé dans le centre de Bissau. Un journaliste de l'AFP a vu dans la caserne les corps de six des assaillants, criblés de balles, baignant dans des mares de sang. Le septième mort est une sentinelle en position devant la caserne, tuée par le capitaine N'Tchama, qui lui a ensuite pris son arme, a affirmé à l'AFP une autre sentinelle qui a eu la vie sauve et a formellement reconnu le capitaine N'Tchama. Lui-même membre des "Bérets rouges", le capitaine N'Tchama est rentré la semaine dernière du Portugal où il était en formation militaire depuis juillet 2009, selon des sources sécuritaires. Il était déjà le chef d'un commando qui avait assassiné le président Vieira en mars 2009 quelques heures après l'assassinat du chef d'état-major des forces armées Batista Tagmé Na Waie. Aucune information n'était dans un premier temps disponible sur les raisons qui ont poussé le capitaine N'Tchama à mener cet assaut. Ce capitaine est un ancien proche de dirigeants renversés le 12 avril. Par ailleurs la promotion de certains militaires a récemment suscité la colère de ceux qui n'ont pas été promus, selon des observateurs. Pays "sous surveillance" Petit pays pauvre à l'instabilité chronique, dont l'histoire est jalonnée par la violence politico-militaire depuis son indépendance du Portugal en 1974 après une guerre de libération, la Guinée-Bissau a de nouveau été secouée par un coup d'Etat militaire le 12 avril, entre les deux tours d'une élection présidentielle. Son instabilité a transformé ce pays en plaque tournante du trafic de drogue entre l'Amérique du Sud et l'Europe ces dernières années. Des militaires de haut rang sont soupçonnés d'être impliqués dans ce narco-trafic. Après le dernier coup d'Etat, les putschistes ont rendu le pouvoir à des hommes politiques avec lesquels ils ont signé un accord pour la mise en place d'autorités de transition, dirigées par le président Manuel Serifo Nhamadjo. La Communauté économique des Etats d'Afrique de l'Ouest (Cédéao), à laquelle appartient la Guinée-Bissau, avait condamné le coup d'Etat, avant d'entériner l'accord entre militaires putschistes et politiques. La Cédéao a levé ses sanctions imposées après le coup d'Etat à la Guinée Bissau, mais le pays, où des élections générales doivent être organisées en 2013, reste "sous surveillance" de ses voisins. Les dirigeants renversés du Parti africain pour l'indépendance de la Guinée et du Cap-Vert ont refusé de reconnaître le nouveau régime et nombre d'entre eux, parmi lesquels l'ex-Premier ministre Carlos Gomes Junior, vivent en exil. Après ce putsch, l'Union européenne, principal partenaire de Bissau, avait suspendu son aide et imposé des sanctions contre plusieurs personnalités militaires, dont le général Indjai. En dépit de cet isolement, le président Nhamadjo a appelé fin septembre la communauté internationale à le soutenir dans la lutte contre le trafic de drogue et pour organiser des élections en 2013. Jeuneafrique.com

Quem são os alauitas

Considered by some Muslims a heretic sect, this small Levantine minority have survived persecution and the Crusades to rise to the top and take over the Syrian establishment. Alawite practices, which are said to include celebrating Christmas and the Zoroastrian new year, are little known even to most Muslims. They account for 12% of Syria's population, or just under 3 million people, and yet have been in tight control of a Sunni-majority country, for more than 40 years. After a coup in 1970, led by President Bashar al-Assad's father Hafez, Alawites consolidated power over Syria's main institutions and security apparatus. Hafez's identity as an Alawite helped him gain the loyalty of other minority groups in Syria, to whom he promised rights and protection. Alawites are seen by other Muslims in the Middle East as very liberal or even secular. In Syria women are not encouraged to wear hejab and many choose not to fast or pray. Shia roots Nusairism, as Alawism was originally called, emerged in the 9th and 10th Centuries in Syria. Hafez al-Assad led Syria from 1971 until his death in 2000 The word Alawite, or Alawi means "follower of Ali", who was a cousin and son-in-law of the Prophet Muhammad. BBC

17.10.12

Legiões de africanos tentam entrar na Espanha

Unas 1.000 personas esperan en la frontera entre España y Marruecos para saltar la alambrada de Melilla y “volverán a intentarlo en los próximos días”. Para tratar de evitarlo, la ciudad autónoma ha reforzado la seguridad en el perímetro de la valla, con la llegada de unos 40 agentes de la Guardia Civil y más medios materiales. Así lo ha explicado el Delegado del Gobierno en la ciudad autónoma, Abdelmalik El Barkani, que se ha referido a la inmigración irregular como “problema” y ha asegurado que los sin papeles que llegan son cada vez más agresivos. En las últimas 48 horas se han producido tres intentos de asaltar la valla, dos de ellos a plena luz del día y en los que han conseguido acceder a la ciudad al menos 120 personas. Cada año, cuando las temperaturas comienzan a ser más frías, los inmigrantes que se encuentran en los alrededores de la frontera con España tratan de redoblar sus intentos para penetrar en Melilla. Según los datos que maneja la Delegación de Gobierno, en estos momentos son más de un millar de personas las que aguardan al otro lado de la valla. “La mayoría de ellos, engañados por las mafias y en situación de desesperación”, ha señalado Barnaki, para quien los incidentes de estos dos días suponen una “gran presión migratoria”. Dos grupos del Módulo de Intervención Rápida de la Guardia Civil, el equivalente a los GEO del instituto armado y compuesto cada uno de ellos por 21 agentes, se encuentran en estos momentos en Melilla para luchar contra esta “avalancha”, tal y como la calificó este martes el Gobierno. Además, un tercer grupo compuesto por el mismo número de personas llegará este mismo miércoles. La presencia de policías y guardias civiles se hace visible en la ciudad durante todo el día, pero sobre todo al caer la noche, a un lado y otro de la alambrada. El País

Quem será o próximo Presidente de Moçambique?

Faltam dois anos, dois anos somente, para as próximas eleições presidenciais e legislativas de Moçambique, com o mundo a especular sobre quem é que irá suceder a Armando Emílio Guebuza e ser o quarto Presidente desse grande país, depois de Samora Moisés Machel, de Joaquim Alberto Chissano e do próprio Guebuza, todos eles vindos do tempo da luta armada pela independência. Depois de quase 500 anos de Moçambique como colónia de Portugal, um pequeno pedaço de território no extremo ocidental da Europa, é agora altura de se ver se os moçambicanos conseguem verdadeiramente trilhar um caminho próprio ou se estão economicamente muito dependentes da vizinha África do Sul e de contratos que têm estabelecido com duas grandes potências asiáticas: a China e a Índia. Para quem está longe, em Lisboa, por exemplo, Moçambique continua a ser, como o é desde 1975, quase que uma coutada da Frente de Libertação (Frelimo) que lhe conseguiu dar a independência, não havendo por enquanto lugar para outras formações políticas de grande importância nem para nenhuma alternativa do poder, nenhuma rotatividade. Aos olhos do estrangeiro, a questão é apenas saber se a maioria da Frelimo será mais ou menos acentuada, partindo-se sempre do pressuposto de que ela será capaz de navegar entre os 68 e os 75 por cento dos votos do eleitorado, face a uma Renamo que nunca conseguiu fazer a transição de movimento de resistência ao marxismo para uma formação política mais adequada aos tempos novos. Ninguém está hoje em dia à espera de que a Renamo, na melhor das hipóteses, seja capaz de ir muito acima dos 18 a 25 por cento dos votos expressos nas legislativas, enquanto que na última ida às urnas a hipótese de uma terceira via se ficou muito mais por um sonho de almas bem pensantes do que por uma realidade. E nesta altura continuam a não surgir indícios de nenhum terceiro partido, para além da Frelimo e da Renamo, susceptível de a curto prazo vir a atrair as atenções de muito mais de sete ou oito por cento da população. A ser assim, toda a curiosidade se centra em saber qual é que das sensibilidades existentes dentro da formação dirigente conseguirá apresentar um nome mais forte para sucedir na chefia do Estado a Armando Guebuza, que os críticos acusam de se ter metido em grandes negócios, em vez de respeitar mais o espírito inicial da República proclamada em 1975. Em 2008 já se falou de ter havido fraude nos actos eleitorais, de modo que seria muito bom que se corrigisse agora esse aspecto, para que nem a Freedom House nem outras organizações internacionais viessem a apontar o dedo ao regime moçambicano, considerando-o menos democrático. Aos olhos do observador estrangeiro, a Frelimo necessita de resolver as suas querelas internas, para que ninguém continue a especular quanto à existência de uma tentativa para alterar a Constituição e dar ainda a Guebuza a possibilidade de um terceiro mandato; para que ninguém diga que era melhor Chissano voltar ao lugar que já desempenhou ou empurrar para ele uma pessoa de sua confiança; para que ninguém imagine que Graça Machel é que seria a solução, de modo a retomar a pureza doutrinária que existia no tempo do seu primeiro marido. Da conjugação entre as diferentes correntes existentes, do equilíbrio de forças, é que deverá surgir do meio do partido maioritário um candidato verdadeiramente aglutinador de energias, para poder desempenhar da melhor forma possível o papel de Presidente de todos os moçambicanos, sejam eles comunistas, socialistas, sociais-democratas, liberais ou democratas cristãos. Não é preciso ser um candidato com grande carisma. É preciso sim que seja uma pessoa essencialmente séria, dedicada ao bem comum; que não se deixe corromper e que consiga manter bem alto o prestígio que, melhor ou pior, o país conseguiu alcançar ao longo dos seus primeiros 37 anos de vida independente. Portanto, cremos aqui no exterior que o próximo candidato presidencial moçambicano com mais hipóteses não será porventura Graça Machel, nem Aires Ali, nem Tomás Salomão, nem Alberto Chipande, mas antes um que ao fim e ao cabo consiga o apoio de todos estes nomes e de muitos, muitos mais. A Frelimo tem 50 anos e a pessoa que ela agora desejar colocar na Presidência da República, no fim de 2014, poderá muito bem ser alguém que não tenha muito mais do que essa idade. Alguém que venha a constituir uma agradável surpresa, para quem está longe. Jorge Heitor/Correio da Manhã, de Maputo, jornal fundado em 1997

14.10.12

Ferido a tiro o Presidente da Mauritânia

Le président mauritanien Mohamed Ould Abdel Aziz, qui a été blessé samedi par balle, a été opéré à l'hôpital militaire de Nouakchott et doit être évacué dimanche 14 octobre vers Paris "pour des soins complémentaires", a affirmé à l'AFP une source sécuritaire. Selon des informations non confirmées circulant notamment dans les médias à Nouakchott, M. Ould Abdel Aziz pourrait avoir été touché au bras et/ou à l'abdomen. "Une première opération a été faite à l'hôpital militaire de Nouakchott pour extraire la balle de son corps, a précisé cette source, qui n'a pas donné davantage de précisions sur la nature de cette blessure. De toutes les façons, c'est sans danger pour sa vie, les organes vitaux ne sont pas touchés, rien d'inquiétant."

10.10.12

É urgente salvar Portugal

Alexandre Soares dos Santos, 78 anos, à beira de abandonar a presidência do Grupo Jerónimo Martins, lembrou hoje na SIC Notícias que a situação portuguesa se tem deteriorado nos últimos 10/15 anos e que precisamos de um Governo de Salvação Nacional, "independente de ideologias". Opiniões em grande parte coincidentes com as que já tenho exposto, neste e noutros espaços. A crise não é de hoje, tem uma boa dúzia de anos, pelo menos; e para a sua solução é preciso ultrapassar a partidarite aguda. Necessitamos de um Governo o mais abrangente possível. Não é só o PS, nem o PSD com o CDS, nem o PS com o CDS que conseguem governar como deve de ser este país, na presente degradação. Têm que se ser figuras eventualmente associadas a esses partidos, mas também simpatizantes da CDU e do Bloco de Esquerda. Todos juntos não serão demais para tentar Salvar Portugal, onde a vida desde o fim do século passado se tornou insuportável. Os executivos de António Guterres, Durão Barroso, Pedro Santana Lopes e José Sócrates deixaram-nos num estado de calamidade que a equipa de Pedro Passos Coelho não está a ser capaz de resolver, em tempo útil. Há uma tarefa ciclópica à nossa frente e o amanhã começa já hoje, se não queremos continuar a viver de forma muito mais difícil do que vivíamos em 1993 ou em 1995. JH

9.10.12

Romney ameaça substituir Obama

Au lendemain d'un sondage de l'institut Pew, qui le donnait devant le président Barack Obama de 4 points (49 % à 45 %), Mitt Romney continue sur sa lancée après un premier débat présidentiel réussi. Une nouvelle étude d'opinion de l'institut Gallup, diffusée mardi 9 octobre, le donne devant M. Obama avec 49 % des voix des électeurs susceptibles d'aller voter, contre 46 % pour le démocrate. Chez les électeurs inscrits sur les listes électorales, c'est Barack Obama qui garde une avance de 3 points (49 % à 46 %). Selon Gallup, "aucun des deux résultats ne donne une avance statistique importante à un candidat, mais ensemble ils soulignent la nature compétitive de cette élection et indiquent que Romney bénéficie désormais d'un avantage dans la participation électorale". Le Monde

Júlio Iglésias cantou para o regime da Guiné Equatorial

The Spanish crooner's music was heard live for the first time at the Sipopo Conference Center in Malabo, the ideal setting for such an expected performance. For days, the streets of the capital of Equatorial Guinea has been breathing real expectation for this event with the world famous Julio Iglesias. This meeting with the Malab audience is the beginning of the 2012 international tour he is realizing with great success. During the month of October, the Spanish cities of San Sebastian and Pamplona will be the next venues, followed by Antwerp (Belgium). Sevilla, Medellín and Guayaquil will also receive the singer before the end of the year. Equatorial Guinea’s Press and Information Office. ---- A HRW afirmou que o show de Iglesias foi organizado pela TNO Production Guinea Ecuatorial, empresa de propriedade de um filho do presidente, Teodoro Nguema Obiang Mangue, alvo de várias investigações por corrupção no exterior. http://oglobo.globo.com/cultura/ativistas-criticam-julio-iglesias-por-show-na-guine-equatorial-6286797#ixzz28pXTWuL9

8.10.12

Moçambique: Composição do novo Governo

Presidente da República: Armando Emilio Guebuza Primeiro-ministro: Alberto Clementino Vaquina Negócios Estrangeiros e Cooperação: Oldemiro Julio Balói Vices: Henrique Banze, Eduardo Koloma Planificação e Desenvolvimento: Aiuba Cuereneia Vice: Amélia Nancare Finanças: Manuel Chang Vice: Pedro Couto Agricultura: José Condungua Pacheco Vice: António Raul Limbau Indústria e Comércio: Armando Inronga Vice: Kenneth Marizane Transportes e Comunicações: Paulo Zucula Recursos Minerais: Esperança Bias Vice: Abdul Razak Noormahomed Energia: Salvador Namburete Vice: Jaime Himede Obras Públicas e Habitação: Cadmiel Muthemba Vice: Francisco Pereira Pescas: Victor Borges Vice: Gabriel Muthisse Educação: Augusto Luís Jone Vices: Arlindo Chilundo, Francisco Itai Meque e Leda Florinda Hugo Saúde: Alexandre Manguele Vice: Nazira Abdula Defesa Nacional: Filipe Nyussi Vice: Agostinho Monjane Interior: Alberto Mondlane Vice: José Mandra Administração Estatal: Carmelita Namashalua Vice: Jose Tsambe Combatentes: Mateus Oscar Kida Vice: Marcelino Liphola Turismo: Carvalho Muaria Juventude e Desportos: Fernando Sumbana Júnior Vice: Carlos Castro de Sousa Função Pública: Vitória Diogo Vice: Abdurremane Lino de Almeida Trabalho: Maria Helena Taipo Justiça: Benvinda Levy Vice: Alberto Ntukumula Ciência e Tecnologia: Luís Augusto Pelembe Cultura: Armando Artur Ministra da Mulher e Ação Social: Iolanda Cintura Vice: Virgilio Mateus Coordenação da Ação Ambiental: Alcinda Abreu Vice: Ana Paula Chichava Assuntos da Casa Civil: António Fernandes Sumbana Assuntos Sociais: Feliciano Gundana Governadores provinciais: Niassa - David Marizane Cabo Delgado - Eliseu Machava Nampula -Cidalia Chauque Zambézia - Joaquim Veríssimo Tete - Ratxide Gogo Manica - Ana Comoana Sofala - Félix Paulo Inhambane - Agostinho Trinta Gaza - Raimundo Diomba Maputo - Maria Elias Jonas Maputo Cidade - Lucília Nota Hama Fonte: (Rádio Mocambique/Lusa) - 08.10.2012

Moçambique: "MR. Guebusiness"

The tentacles of Mozambican President Armando Emilio Guebuza's huge family business empire make Zuma Incorporated look like a spaza-shop operation. Guebuza has wide-ranging Mozambican interests in the banking, telecommunications, fisheries, transport, mining and property sectors, among others. Critics complain that, as president, he makes critical decisions about economic matters that have a direct bearing on his business activities. Already a wealthy businessperson when he became president in 2005, Guebuza has steadily expanded his interests, drawing in more and more members of his family. His children Valentina, Armando, Ndambi, Norah and Mussumbuluko, nephews Miguel and Daude, brother-in-law and former defence minister Tobias Dai, Dai’s cousin José Eduardo Dai and sister-in-law Maria da Luz Guebuza now share in the spoils. Known in Mozambique as “Mr Guebusiness”, he has also entered into lucrative partnerships with Indian, Chinese, Dutch and Bermuda-registered companies. His most important South African connection is an interest in Trans African Concessions, the company that operates the crucial N4 toll route between Pretoria and Maputo. Guebuza is on the board of Cornelder, the company that manages the Beira and Quelimane ports. He is also a shareholder in South African cellphone company Vodacom’s Mozambique subsidiary through Intelec Holdings, a sprawling group that administers the president’s investments. With interests in electricity transmission and equipment, telecommunications, gas, consulting, cement, tourism, construction, Tata vehicles and fishing, Intelec holds 5% of Vodacom Moçambique, the private cellphone company that competes with the state operator, Cornelder de Moçambique. Intelec, chaired by the former head of Mozambique’s employer body, Confederação das Associações Económicas, also has a stake in Moçambique Capitais, which recently launched the bank Moza Banco in partnership with Macau magnate Stanley Ho’s Geocapital. The group has started a consulting company called Intelec Business Advisory and Consulting, in which a Mozambican resident of Cape Town, Tania Romana Matsinhe, has a 35% stake and serves as chief executive. Among its other shareholders is Guebuza’s son, Armando, with a 12.5% stake. Matsinhe served as economic adviser to the Mozambique minister of planning and development and also sits on the board of 1Time airline. One of Guebuza’s business front-men, Intelec director Salimo Amad Abdula, has links to chalk-mining operations in Mozambique and picked up a 15% stake in Elephant Cement Moçambique in May last year. This makes him a partner of Indian cement manufacturer Shree Cement, which holds the rest of the shares in Elephant Cement. The family member with the widest range of business interests is Guebuza’s youngest daughter, 31-year-old Valentina, who already has several directorships under her belt and a growing list of companies linked to her name. In 2001 Valentina became a shareholder in the family’s holding company, Focus 21 Management and Development Limited, with her brothers Armando and Mussumbuluko. In 2007 she took a giant step when she became a shareholder in Beira Grain Terminal, which operates the bulk grain terminal in the Mozambican port. Valentina has a 2.5% stake in the consortium, the three main shareholders of which are Bermuda-registered company Seaboard Moz Ltd (32.5%), state-owned port and railway company Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (15%) and Cornelder de Moçambique (15%). She is also believed to be a shareholder in Cornelder. The network of family members that dominates the Guebuza empire also includes José Eduardo Dai, who has partnered Valentina in a range of enterprises. In 2008 the pair joined forces with Carlos Salvador, a Mozambican businessperson with interests in South Africa, in launching computing and telecommunications firm Orbttelcom. In the same year José Eduardo Dai, Valentina and Mussumbuluko created mining company Dai Servicon Limited. In 2009 they featured as directors in the newly formed import-export company Mozambique Investment and Development Limited, again after its rules were structured to accommodate the two members of the president’s family. Valentina is also joint owner of Imogrupo, which has interests in real estate, engineering, construction, hospitality and tourism. She has an interest in Maputo’s Tunduro Botanical Gardens, which are being rehabilitated with municipal funds. Valentina is chief executive of Chinese-owned TV company StarTimes, which has a joint undertaking with the Guebuza-owned Focus 21 to digitise public broadcasting. There was no public tender for the contract. Guebuza’s oldest son, Armando, has a degree in architecture from a South African university. His name appears among the directors of seven registered companies in Mozambique. With South African and Angolan partners, he registered a company last year called Billion Group Moçambique, which has interests in mining, energy, construction and public works. It appears to be part of the Bongani Investment Holdings empire—a Christian business network that has close links with South African President Jacob Zuma. Its chief executive, Alph Lukau, is the pastor who officiated at the lavish wedding of Zuma’s daughter Duduzane last year. Guebuza’s other son, Mussumbuluko, with siblings Armando and Valentina, is the Maputo representative of Christian Bonja, a Lebanese company owned by Michal Mansou, who is well known in the Middle East and Europe for handmade Lebanese jewellery and Swiss watches. Linked to four undertakings by the companies register, Mussumbuluko is on the board of Intelec. Guebuza’s oldest daughter, Norah, has also entered the field after her father again amended company rules in 2005 to allow her to become a Focus 21 director. She joined forces with Zimbabwean and Mozambican partners to launch the firm MBT Construçoes Lda, specialising in construction and public works, at the beginning of last year. Guebuza’s nephew, Miguel, launched his business career in 1993 by partnering Guebuza in a furniture and import-export company, Venturin. Miguel is a director in the construction consulting company Englob-Consultores Lda, in which one of his partners is Tendai Mavhunga, Guebuza’s son-in-law. Mail & Guardian, Joanesburgo

7.10.12

Guiné-Bissau: EUA admitem recurso a "drones"

À margem da Assembleia Geral das Nações Unidas, o Presidente Interino da Guiné-Bissau, Sarifo Nhamadjo, recebeu em audiência em Nova York emissários do departamento de estado norte-americano, num encontro centrado na problemática do narcotráfico na África Ocidental, em particular naquele pais. Com vários factores a concorrerem a partida para esta crescente apreensão da actual administração americana face ao alastramento do narcotráfico na região, Washington quis no fundo obter de Nhamadjo garantias seguras do engajamento das novas autoridades bissau-guineenses no combate a este flagelo. Os Estados Unidos manifestam-se disponíveis a apoiar as autoridades guineenses no desmantelamento das redes do narcotráfico que têm servido de fonte de financiamento dos grupos terroristas que operam na região. Para o efeito, Washington pretende de Bissau o aval para envolver as sofisticadas aeronaves não tripuladas, os conhecidos “Drones”, na vigilância permanente do espaço territorial sob jurisdição guineense. Esta disponibilidade dos Estados Unidos ficou patente no encontro que os emissários do assistente do secretario de estado americano para os assuntos africanos, Johnnie Carson, mantiveram em Nova York com o Presidente da República de transição guineense. Para Washington a insustentável e delicada realidade do narcotráfico na Guiné-Bissau impõe um urgente tratamento de choque. Utilizados pelo governo norte americano no combate a actividades terroristas no Afeganistão, no Iraque, na região do Corno de África e mais recentemente no norte de África, e no combate ao trafico da cocaína nas águas caribenhas, a Guiné-Bissau poderá em breve figurar na rota dessas aeronaves. Entre a velada pressão dos americanos e a ainda incógnita receptividade de Bissau, a ideia, com os militares golpistas a reservarem-se obviamente o direito à última palavra, Nhamadjo deixou os Estados Unidos esta quarta-feira, rumo a Bissau. “O transbordo de drogas através das porosas fronteiras do país está a aumentar desde o golpe militar de Abril último”- quem o afirma é Yuri Fedotov, o director da agência da ONU para o combate as Drogas e o Crime, Unodc. Para o Conselho de Segurança das Nações Unidas, a Guiné-Bissau está a reforçar a sua notoriedade como uma das principais placas giratórias da cocaína traficada para o mercado europeu. Perante tal cenário, Washington desdobra-se em denúncias de uma alegada promiscuidade entre sectores das estruturas militares do pais envolvidas no golpe militar e as redes do crime organizado. Já em 2010, os Estados Unidos haviam alertado as então autoridades guineenses para as consequências da nomeação de oficiais com suspeitas de cumplicidade as redes da cocaína. Um caso que a administração americana nunca perdoaria a Malam Bacai Sanhá e Carlos Gomes Júnior. Na sequencia deste acto de “rebeldia” duas altas patentes militares guineenses, o chefe de estado maior das força aérea e o ex-chefe de Estado Maior da Armada, respectivamente, Ibraima Camará e Bubo Na Tchuto, figuram desde então numa lista de “traficantes” do departamento de tesouro norte americano. Sob os dois oficiais impende a acusação de facilitadores de um carregamento de cocaína proveniente, em 2008, da Venezuela. Factos que ambos entretanto desmentem. Mas e com a conexão entre as redes do narcotráfico na África Ocidental e os grupos militantes islâmicos que operam no norte de África, com estes últimos a chamarem a si a tarefa de protecção das rotas da cocaína sul americanas pelo Sahel, e nos riscos da intensificação da operacionalidade de tais movimentos islâmicos em regiões ricas em urânio, petróleo e gás natural, que Washington está preocupada. Os próprios serviços secretos americanos não têm dúvidas do envolvimento de militantes vinculados ao grupo extremista Ansar al-Sharia, e de supostos membros da célula da al-Qaeda no norte da África, conhecida como al-Qaeda no Magrebe Islâmico, no ataque às instalações daquele consulado dos Estados Unidos, que vitimou o embaixador Chris Stevens e três outros Americanos que se encontravam na Líbia. A facilidade com que estes grupos extremistas se movimentam pelas “terras de ninguém” do Sahel, quais corredores para o tráfico e o crime organizado atestam, por outro lado, o quão real se tornou a ameaça do narco-terrorismo no continente. Para Washington a possibilidade de ocorrência de um cenário desta natureza na Guiné-Bissau, não está fora das suas previsões. Basta recordar que em Janeiro de 2008, uma operação conjunta envolvendo agentes dos serviços secretos franceses e da Polícia Judiciária guineense culminou na detenção, num hotel de Bissau, de Ould Sinda e Ould Sidi Charnou, operacionais da rede terrorista Al Qaida do Magreb, envolvidos um mês antes na Mauritânia, no sequestro e assassinato de quatro turistas franceses . Os dois teriam conseguido livrar-se da perseguição policial transfronteiriça e infiltrar-se pelas porosas fronteiras guineenses, disfarçados de homens de negócios, com o apoio de alegadas células locais daquele grupo extremista islâmico. E, pois confrontado com estes riscos que os Estados Unidos prontificam-se a um maior engajamento, com os parceiros oeste africanos no combate do flagelo através da “entrada a cena” dos aviões espiões não tripulados. Para já pouco ou nada se conhece dos moldes da proposta americana, nomeadamente se a semelhança da experiencia etíope, a mesma implicaria a instalação de bases de operacionalidade das aeronaves. Nhamadjo deixou os Estados Unidos esta quarta feira, rumo a Bissau levando ainda na bagagem um projecto de acordo de “Open Sky” (Céu Aberto) que permitiria a liberalização do acesso das aeronaves comerciais aos espaços aéreos dos respectivos países a par de um acordo bilateral que garanta a imunidade a soldados americanos diante do Tribunal Penal Internacional.. Trata-se de um expediente através do qual, Washington tem procurado arrebanhar apoios através de acordos bilaterais já rubricados com mais de 50 países. Diplomatas africanos nas Nações Unidas reconhecem que, ante a situação de isolamento internacional a que Bissau se encontra confinada, na sequência do golpe militar de 12 de Abril, com um simples “aceno”, Washington limitou-se a chamar a atenção das novas autoridades para as contrapartidas necessárias, em troca do reconhecimento. Nelson Herbert – Jornalista herbertlopes@yahoo.com Publicado no Novo Jornal de Angola

Argélia: Morreu Chadli Bendjedid

Algerian former President Chadli Bendjedid has died of cancer at the age of 83, state-run media have announced. Mr Bendjedid died at an Algiers military hospital where he was taken when his condition worsened a week ago. He served four terms from 1979-1992, and had begun to implement moves towards multi-party democracy. But he was forced from office as the military stepped in when Islamists were set to win power in parliamentary elections as a result of his reforms. Violence broke out in Algeria as the army dissolved parliament in 1992 and cracked down on Islamists across the country, sparking a long and bloody civil war. Mr Bendjedid served as defence minister under Houari Boumedienne who died in December 1978. Two months later he took over as president. Three days of mourning have been declared. BBC

4.10.12

Guiné-Bissau: O que diz o general Indjai

General Antonio Indjai, 57, is the chief of staff of Guinea-Bissau’s armed forces, and on April 12 he overthrew the elected government in a coup, citing as the reason the presence of the Angolan military. The 270 soldiers from Angola had originally arrived to help reform Guinea-Bissau’s armed forces, which stand accused of involvement in a cocaine transshipment trade that sees an estimated 30 tons of the illegal substance ending up in Europe every year. The U.N. Office on Drugs and Crime has noted an increase in drug trafficking since the coup, which was triggered by allegations that the Angolans were plotting to destroy Guinea-Bissau’s military. In response to the coup, all foreign aid to the government was cut. West Africa’s regional bloc, the Economic Community of West African States (ECOWAS), has since deployed a stabilizing force inside Guinea-Bissau. Indjai met TIME’s Jessica Hatcher at the military barracks in the capital, Bissau, on Oct. 2, 2012. TIME: What is the relationship between the military and the transitional government? Indjai: It is a positive relationship. That means, we are agreed on all facts, from A through to Z. It is positive in every way. (MORE: Griselda Blanco, ‘Godmother’ of Cocaine, Gunned Down in Colombia) Some say it’s you with the power, not the government. What do you say to that? I ask you, who has real power anyway? I ask you, who does decide on power in the world? There has been talk of adding more forces to the current ECOWAS forces deployed in Guinea-Bissau. Would that work? For the world to be preoccupied with a place like this, where there is no need for foreign forces and where there is peace, it makes no sense. Let them send their troops where there is a need, to Mali and to Syria, for example. If the U.N. is not concerned with these countries, why is it concerning itself with Guinea-Bissau? Do you see anyone being killed in the street here? No. What’s the problem? Let them go to Syria instead. If Carlos Gomes Jr. were to come back, would the former Prime Minister be safe? We would not be responsible for Carlos Gomes Jr.’s security on his return. If he were to come back, he’d be responsible for his own security. I repeat, if he were to come back, whatever happened to him would be his own or the U.N.’s responsibility. When do you expect a new round of elections? If the U.N. continues to instigate trouble in Guinea-Bissau, people will not have enough time to prepare for elections. With the transitional period standing at one year, if the troubles continue, then how can we prepare in time for elections? They must pipe down and allow us to organize the elections freely with the current government. The first problem is why they are granting [the deposed interim President] Raimundo Pereira a voice at the U.N. [General Assembly] when he has been dismissed by a coup — how can he speak on behalf of the people? Who is he reporting to? He has been absent for 90 days. I call that trouble. How do you consider U.S. politics with a view to Guinea-Bissau? Very, very positive. (MORE: Four Years Later, It’s Time to Scrap the Dead-End Drug War) I have read a lot about the April 12 coup but would like to hear about it from you. Why did you organize a coup? We didn’t organize a coup, we organized a countercoup. Do you know the origins of this coup? Angola and Carlos Gomes Jr. Would America allow a foreign army with heavier weapons than them inside the United States? We said [to Angola], Either you give these weapons to us, or, if not, leave the country and we will continue with cooperation between our two countries in the future. They said no, and only reinforced their own weaponry. I’m asking you, in light of this, what is the origin of the coup? Angola and Carlos Gomes Jr. If we hadn’t organized a coup before them, they’d have reinforced their troops here and arrested us. The intention of Carlos Gomes Jr. was to have international forces to add to the Angolan troops, which meant they could have struck us down at any time. I drew [Carlos Gomes Jr.'s] attention to this more than 20 times — I said not to bring Angolan troops here. This is why we organized a coup. I didn’t ask that he remove the Angolan troops, just that he solve the problem of the weapons. I’ve heard people in the street say that the coup represents a failure of democracy. Of course I agree the coup is a failure of democracy. A coup has no place in a democracy. But if you have no other means of escape, you have to look for a solution. For example, if I took you and locked you in this room with my weapon and I were to shoot, how would you react? You’d want to escape, and you might break down the door — you’d take any means that you could in order to get out. We removed just two people — the Prime Minister and the President. Where else does that exist, that a coup d’état happens and no one dies? Not one. Since they didn’t want to take our advice, we said leave or you will be dismissed. (PHOTOS: Guinea-Bissau: World’s First Narco-State) The head of the U.N. Office on Drugs and Crime, Yuri Fedotov, said last week that drug trafficking in Guinea-Bissau has increased since the coup. What are your observations on that? We are requesting that they send a special mission to investigate and evidence this, to see where and when the drugs have come through here since April, and whether it really has increased or not. The representative of the U.N. here is a crook — he’s the brother-in-law of Cadogo [a nickname for Carlos Gomez Jr.]. All this information has been prepared by [Joseph] Mutabobo [the U.N.’s special representative to Guinea-Bissau] — if I were the government, I’d consider him persona non grata. Some say that the chief of the armed forces in Guinea-Bissau is involved in drug trafficking: How do you respond to that? Show me the proof. I tell you, all the people who are providing this information are crooks. Because I didn’t obey Carlos Gomes Jr., they are chasing me out of the country. I want proof — let them provide that proof. Was Carlos Gomes Jr. involved in the death of President João Bernardo “Nino” Vieira? I don’t know. That is political. Were you involved? For what? Why should I be involved in that? This is no more than the gossip on the street. If I wasn’t in power at that time, how should I know? I wasn’t the chief of staff then. Let us ask Carlos Gomes Jr., the former Prime Minister. Read more: http://world.time.com/2012/10/02/dialogue-with-a-coup-leader-has-guinea-bissau-become-a-narco-state/#ixzz28LCuWej6