31.10.12

Bissau: António Indjai é um golpista

O Governo e o Presidente da Guiné-Bissau fizeram em 2010 a vontade ao chefe do levantamento do dia 1 de Abril, general António Indjai, nomeando-o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas. Quanto ao anterior titular do cargo, o almirante Zamora Induta, foi detido e exonerado. O Governo do PAIGC fez a vontade aos militares golpistas e ao PRS, principal força da oposição, propondo ao Presidente Malam Bacai Sanhá a legalização das alterações verificadas no dia 1 de Abril de 2010. Depois, Indjai não descansou enquanto não acabou com o Governo de Carlos Gomes Júnior e impediu este de chegar a Presidente da República, por vontade expressa de uma grande parte da população. Indjai fala de conjuras por parte de Carlos Gomes Júnior, mas se acaso estas existissem, nestes últimos meses, não seriam mais do que tentativas de regresso à legalidade, com reposição de um Governo que das demitiram e com o reatar de um processo eleitoral que se encontrava bem encaminhado. Decerto que Carlos Gomes Júnior e Zamora Induta terão erros que se lhes possam apontar, mas isso é para ser julgado por outras instâncias; e não pelo general que deu sucessivos golpes para ficar à frente do Estado-Maior e afastar do seu caminho um dirigente partidário de que não gostava. António Indjai é réu, e não juiz, de coisas menos correctas que nos últimos anos se fizeram na Guiné-Bissau. Ele e uma série de outros oficiais generais e oficiais superiores deveriam ser erradicados das Forças Armadas e mantidos bem longe dos quartéis. Se a ONU tivesse algum poder, era isso o que de há muito já deveria ter feito. JH

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