25.10.12

Bissau: os golpes, a reforma adiada e a instabilidade crónica

Uma notícia de Outubro de 2004, só para se ver como o tema da reforma das Forças Armadas se arrasta há mais de oito anos: "Os militares revoltosos manifestaram ontem ao Presidente da República Henrique Pereira Rosa a necessidade de haver uma profunda reforma nas Forças Armadas da Guiné-Bissau. Exigiram também ao Chefe de Estado amnistia para todos os militares envolvidos nos golpes de Estado desde 14 de Novembro de 1980 até seis de Outubro deste ano. Os revoltosos consideram amnistia como a única forma de ultrapassar, de uma vez por toda, as clivagens nas Forças Armadas. Os militares revoltosos incluem também Ex-Presidente da República General João Bernardo Vieira (Nino) na lista de amnistia alegando que é a forma de promover uma verdadeira reconciliação nacional. Por outro lado, garantem que o Vice-Chefe de Estado Maior das Forças Armadas Emílio Costa, Chefe de Estado Maior da Força Aérea Melciades Gomes Fernandes, Chefe de Estado Maior da Armada Quirino Spencer, o Comandante de contingente guineense que participou nas forças de manutençao da paz na Libéria, Fodé Cassama, Chefe de Estado Maior do Exercito Watna Na Laye e Coronel Pedro Barreto que se encontram refugiados na Embaixada de Portugal, Líbia e nas Nações Unidas podem sair em liberdade sem problemas. Pois, não vão ser alvo de perseguição. Os militares revoltosos divulgaram também uma nota de imprensa a tranquilizar aos familiares dos referidos oficiais que as informações que apontam para as suas mortes ou ofensas a integridade físicas são falsas e caluniosas. O governo também lamentou, no seu comunicado a imprensa, a forma utilizada pelos revoltosos para reivindicar direitos de natureza salarial, direitos esses anteriores ao actual executivo que se tem empenhado firmemente em solucionar de forma racional e global os problemas da sociedade castrense. O governo manifestou ainda a sua profunda consternação pela perda de vidas humanas, em particular, de mortes constatadas do General Veríssimo Correia Seabra e do Coronel Domingos de Barros. Os Bispos de Bissau e de Bafatá apelaram aos católicos e todos crentes em Deus que continuem a rezar para que a Guiné-Bissau supere este momento de crise e encontre na Justiça, na paz, no diálogo e no amor o fundamento da sua verdadeira estabilidade social e política".

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