No fim de Agosto, fontes da Missão Militar Angolana na Guiné-Bissau
referiram à Voz da América que, após as reuniões do Conselho Superior de Defesa e Segurança, realizadas na Presidência da República, as chefias militares estariam a ser consultadas no sentido do afastamento do Chefe
de Estado-Maior da Armada, Bubo Na Tchuto.
Segundo a imprensa de Bissau, o processo, que estaria ainda na sua
fase preliminar, teria por base a recusa do Contra-Almirante em se
submeter ao processo de reforma do Sector de Defesa e Segurança,
actualmente em curso na Guiné-Bissau e cuja liderança pertence a
Angola.
Outro factor que teria contribuído para esta posição de força do Estado
Maior seria a atitude desafiadora que Bubo Na Tchuto assumira em reuniões na Presidência, recusando mesmo marcar presença em algumas delas.
O receio das potenciais consequências estava também a pesar para o relativo
secretismo que envolveu todo o processo, que culminou esta semana, com a detenção de Bubo.
Os últimos meses tinham sido férteis em boatos relativos à vontade de
Bubo Na Tchuto aproveitar a contestação ao Governo de Carlos Gomes Júnior para desencadear um novo momento de instabilidade política no país.
Qualquer pretexto serviria de trampolim para ele se tornar líder supremo das Forças Armadas guineenses.
A população de Bissau tinha há quatro meses, pelo menos, a noção clara de que a luta interna de poderes entre Bubo e o actual Chefe do Estado-Maior General, António Indjai, é real e perigosa, podendo lançar a qualquer momento a Guiné-Bissau numa nova espiral de mortes e violência entre quartéis desavindos.
As notícias desta última segunda-feira não foram, portanto, nenhuma grande novidade para quem nos últimos anos tem vindo a acompanhar o desenrolar dos acontecimentos em terra guineense.
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