29.12.11

Sanhá há mais de um mês ausente de Bissau

A presença de militares angolanos na Guiné-Bissau constitui uma "força de ocupação inadmissível", disse um porta-voz da oposição guineense.
Numa conferência de imprensa para reagir ao levantamento militar de Segunda-feira, os partidos da oposição da Guiné-Bissau acusaram o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, líder do PAIGC, de ter vendido "a sua alma" e recursos do país a Angola.
Falando em nome dos partidos da oposição, Victor Pereira disse ser "inadmíssivel" que o primeiro-ministro tenha sido resgatado da sua residência por "forças de ocupação estrangeira" provenientes de Angola.
O porta-voz fazia assim alusão às notícias que o chefe do governo guineense tinha procurado refúgio na embaixada angolana e que soldados angolanos teriam feito uso de armas de fogo para o proteger de insurrectos que tencionavam capturá-lo.
Angola mantém actualmente na Guiné-Bissau conselheiros militares como parte de um programa destinado a ajudar a Guiné-Bissau a reformar as suas forças armadas.
Para Vítor Pereira a alegada tentativa de golpe de estado registada na Segunda-feira é apenas uma "paródia" e uma "purga" do chefe do governo guineense contra os adversários políticos do primeiro-ministro, que contou com o apoio de Angola. Lassana Cassamá, Voice of America (VOA)
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**** Note-se que o Presidente Malam Bacai Sanhá se encontra há mais de um mês hospitalizado em Paris e que o seu substituto teórico, o presidente da Assembleia, Raimundo Pereira, é pessoa de quem nem sequer se ouve falar.
O Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, general António Indjai, pode portanto fazer o que bem entender, perante a fragilidade do primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior e de toda uma classe política que deixa bastante a desejar.
A Guiné-Bissau, recorde-se aqui uma vez mais, é um país que não o sabe ser. Um Estado ainda por consolidar, 38 anos depois da proclamação unilateral da sua independência pelo PAIGC, de Luís Cabral e Nino Vieira. JH

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