12.4.13
Moçambique: riscos de fortes conflitos
Cidade do Vaticano, 11 abr 2013 (Ecclesia) – O Papa recebeu hoje no Vaticano o primeiro-ministro de Moçambique, Alberto Vaquina, num encontro que realçou a “contribuição positiva da Igreja Católica para a paz e o desenvolvimento do país através das suas obras caritativas e sociais”.
Durante as “conversações cordiais” foi manifestada a “satisfação pelas boas relações existentes entre a Santa Sé e Moçambique, reforçadas pelo acordo bilateral entre as partes, assinado a 7 de dezembro de 2011 e ratificado o ano passado”, revela uma nota enviada à Agência ECCLESIA pelo Serviço de Informação do Vaticano.
Depois de renovar as felicitações da população moçambicana pela eleição de Francisco, o primeiro-ministro discutiu com o Papa alguns dos problemas que afetam o sul de África, assinala a nota.
Afonso Dhlakama, líder do principal partido da oposição moçambicana, Renamo, disse esta quarta-feira que o presidente da República, Armando Guebuza, lhe enviou cinco pontos de negociação para a manutenção da paz no país, incluindo a cessação imediata dos ataques a forças de segurança e civis, como aconteceu recentemente em Sofala, refere o site do jornal ‘Notícias’.
A Conferência Episcopal de Moçambique assinalou em agosto de 2012 com uma nota pastoral a celebração dos 20 anos do Acordo Geral de Paz no Estado lusófono, alertando para os riscos que se colocam ao regime democrático.
“A democracia e a paz no nosso país só estarão garantidas se houver uma efetiva transformação dos partidos políticos, para que sejam não somente retórica mas verdadeiramente democráticos, a partir do seu interior”, vincam os bispos católicos.
O documento centra-se também na vaga de descobertas de recursos minerais e nos riscos de se poderem converter em fonte de “divisão, conflitos e guerras”.
"Se vierem a faltar, a sabedoria, a prudência e políticas justas e clarividentes, na sua exploração, podem tornar-se em pesadelo, uma séria ameaça para o país", alerta o episcopado.
O texto criticava igualmente os casos de privatização de bens ou de espaços, “inicialmente destinados às comunidades”, como no caso da “devastação rápida e excessiva” das florestas ou a atribuição de “praias, ilhas e reservas florestais” a cidadãos nacionais ou estrangeiros.
RJM/OC
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