13.11.13

Bissau: Uma sucessão de actos de violência

Bissau (UNIOGBIS/PIO, ONU, 11 de Novembro de 2013) – O antigo Presidente Kumba Ialá, recebido pelo Representante Especial do Secretário-Geral (RESG) das Nações Unidas (ONU), José Ramos-Horta, na residência oficial, garantiu que a sua única intenção é de ajudar na consolidação da paz e da democracia na Guiné-Bissau. José Ramos-Horta participou durante toda a jornada de sábado nas inaugurações dos escritórios regionais do Gabinete das Nações Unidas de Apoio à Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (UNIOGBIS) em Bafatá (leste) e Buba (Quínara, sul), tendo dedicado o domingo a encontros com várias personalidades políticas nacionais, incluindo o antigo Presidente guineense Kumba Ialá. O RESG pediu insistentemente a Kumba Ialá para contribuir para a pacificação e consolidação da estabilidade na Guiné-Bissau. “Abordei igualmente com o antigo Presidente Kumba Ialá a necessidade de as elites políticas dialogarem entre si, tal como as elites militares e a própria sociedade civil, por forma a eliminar desconfianças e ultrapassar diferenças, para que os esforços de todos se centrem nas eleições, previstas para o primeiro trimestre de 2014, decorram com total tranquilidade e sem que haja vencidos”, disse José Ramos-Horta. Neste sentido, o RESG reafirmou a convicção de que, “dada a complexidade e dimensão dos desafios de toda a ordem que a Guiné-Bissau atravessa, nenhum partido poderá ter a veleidade de reclamar para si a exclusividade da posse de soluções, devendo portanto estender a mão e convidar outras forças políticas ou personalidades independentes para, juntos, estabelecerem uma governação estável e eficaz”. Na ocasião, o Nobel da Paz condenou uma vez mais o espancamento do Ministro de Estado, dos Transportes e das Comunicações, Orlando Viegas Mendes, que ainda se encontra em estado grave, tendo sido evacuado para Portugal graças `a generosidade das autoridades de Lisboa. O Nobel da Paz esteve reunido sexta-feira passada na UNIOGBIS, em Bissau, com o Procurador-Geral da República (PGR), Abdú Mané, a quem encorajou, manifestando o total apoio da Comunidade Internacional para que prossiga, com coragem e determinação, as investigações em curso relativas aos vários incidentes de violência ocorridos no país, nomeadamente o ataque à Embaixada da Nigéria, o linchamento de pelo menos um cidadã nigeriano, espancamento do Ministro de Estado e a brutalidade – de que resultou numa vítima mortal – durante os treino na base militar de Cumeré. O RESG por à disposição do PGR – caso assim o desejar e considere necessário – apoio técnico de peritos internacionais, que poderiam deslocar-se à Guiné-Bissau no quadro dos esforços de investigação pertinentes. José Ramos-Horta, falando em nome do Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, e toda a comunidade internacional, reiterou incondicional apoio ao PGR, instando-o a prosseguir as investigações sobre todos os alegados atos de violência ocorridos nas últimas semanas na Guiné-Bissau.

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