11.11.13

Moçambique: Perseguição à família Dhlakama

Uma operação conjunta do exército e da FIR, polícia antimotim, falhou a missão de "capturar" o pai do líder da Renamo em Mangunde, no centro de Moçambique, "por não o conhecer", disse hoje à Lusa um agente policial. "A nossa missão era ‘levar' o régulo Mangunde (pai do líder da Renamo) para a administração de Chibabava. Quando íamos à sua casa, cruzámo-nos com ele, mas ninguém o conhecia, só ficámos a saber quando já estávamos no seu complexo habitacional", explicou à Lusa o agente, sob anonimato. Segundo o diário Canal de Moçambique, o exército e a FIR "invadiram e vandalizaram" na quinta-feira o complexo residencial do pai do líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), tendo vasculhado o local, que já estava desocupado, tendo a numerosa família, que residia em dezenas de palhotas, feitas de argila e capim, fugido para lugar incerto. Segundo o agente policial, o régulo Magunde, que dá o nome ao aldeamento, estava acompanhado por um jovem numa bicicleta, e mais tarde seguiu numa motorizada com destino ao rio Buzi, a poucos quilómetros de Mangunde, para "compromissos familiares". O régulo tem de 80 anos e é polígamo. "Ainda seguimos ao rio Buzi para o encontrar, mas nada. Não estava em nenhum dos locais que nos indicaram", precisou o agente, que participou na operação. O complexo residencial do pai do líder da Renamo em Mangunde chegou a ser guarnecido por guerrilheiros do antigo movimento. O exército moçambicano invadiu e ocupou a base de Sadjundjira, a 21 de outubro, onde vivia há um ano Afonso Dhlakama (foto)
, cujo paradeiro se desconhece desde então. Na semana passada, na Beira, capital provincial, uma operação policial, sob ordem judicial, visou as residências do líder da Renamo no bairro de Macuti e do falecido deputado Fernando Nbararano, bem como a sede do partido na Ponta-Gêa, onde foram "apreendidos" materiais militares, além vários assaltos a bases que reagrupavam guerrilheiros. Moçambique vive o seu pior momento de tensão após a assinatura dos Acordos de Paz, em 1992, que marcaram o fim de 16 anos de guerra, entre o Governo da Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique) e a Renamo. Fonte: LUSA - 10.11.2013

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