23.11.13
Fazer turismo na África Austral
O East3Route, um movimento turístico-cultural que envolve a província sul-africana de KwaZulu- Natal (KZN), Moçambique e o Reino da Suazilândia, existente desde 2011, está a atrair mais países, sendo as Ilhas Seychelles o quarto e mais novo membro da organização. Angola está ainda a avaliar a possibilidade de se juntar ao grupo.
A adesão das Ilhas Seychelles foi formalmente anunciada em Outubro passado pela directora executiva do turismo do arquipélago rematado ao largo do Oceano Índico, Sherin Naiken, no decurso da III expedição do East3Route, que este ano começou no dia 13 em Maputo e terminou a 19, em Richard´s Bay (KZN), depois de passar pelo Reino da Suazilândia.
Mesmo antes de ser membro de pleno direito, a directora executiva do turismo das Seychelles acompanhou a III expedição do East3Route do início ao fim.
Convidado pelo principal dinamizador desta iniciativa, o ministro de Desenvolvimento Económico e Turismo da região sul--africana de KZN, Michael Mabuyakhulo, o cônsul-geral de Angola em Durban, Balduino Bwanga, acompanhou, também, integralmente, a expedição, mas remeteu para “mais tarde” um eventual oposicionamento relativamente à adesão ou não do seu país à iniciativa.
“Estou a acompanhar, depois passarei toda a informação a Luanda, claro que acompanhada dos meus comentários para quem de direito decidir. Confesso que é uma experiência muito interessante”, comentou Bwanga à revista Prestígio.
As expedições do Esat3Route são caracterizadas por excursões de centenas de participantes, durante quase uma semana, por diversas regiões e locais eminentemente turístico-culturais de Moçambique, África do Sul e Suazilândia, envolvendo membros de governos, operadores turísticos e jornalistas dos três países.
Itinerário
A III edição do East3Route começou em Maputo; depois seguiu para a praia do Bilene, na província de Gaza; escalou, sucessivamente, a região oriental do Reino da Suazilândia de Simunye e Pigg´s Peak (Nordeste); a seguir, quase que a “rasgar” de uma ponta a outra o reino montanhoso, numa clara “queda” para o Sul (Lavumisa), entrou na África do Sul.
O seminário de investimento realizado na região de Ezulwini, na Suazilândia (paredes meias entre Manzini e Mbabane), foi o ponto mais alto da edição deste ano, muito concorrida por empresários moçambicanos, muitos dos quais viajaram no mesmo dia expressamente para assistir ao evento e regressar a Maputo.
Este seminário foi considerado o “mais forte” de todos, dada a frontalidade demonstrada e qualidade dos assuntos debatidos, com maior enfoque para a problemática das barreiras existentes no fluxo de negócios e dos respectivos protagonistas nos três países membros do East3Route e as propostas lançadas para a sua remoção.
No país de Madiba o primeiro local visitado foi o mais antigo parque nacional da África do Sul, o Hluhlue Imfolozi, onde os expedicionistas participaram num seminário sobre os esforços visando combater a caça furtiva, principalmente do rinoceronte, aliás, o brasão desta estância e um dos principais alvos dos caçadores furtivos.
A expedição incluiu visitas à vila cultural KwaBulawayo, o antigo quartel-general de Shaka Zulu em Shakaland e o Forte de Nongqai, em Eshowe, onde o turista pode apreciar a documentação sobre a batalha de Gingindlovu no Séc. IXX e na qual morreram mais de 1200 zulus nas refregas com soldados britânicos.
Garantias da África do Sul
Durante muito tempo reinou algum desconforto causado pela indecisão sobre o futuro das expedições do East3Rout, tendo em conta que as anteriores (2011, 2012 e 2013) foram quase que integralmente financiadas pelo Governo da África do Sul, num total de 18 milhões de randes (cerca de 64 milhões de meticais).
O alívio surgiu precisamente no penúltimo dia da III expedição, em Richard´s Bay, quando Mabuyakhulu anunciou que o seu país vai assegurar 50% dos encargos financeiros das próximas três edições do East3Route, sem, no entanto, avançar os valores, mas que obviamente vão escalar, tendo em conta que contam com um novo membro: Seychelles.
Fica, assim, lançado o desafio para os governos e sector privado dos restantes países membros do East3Route para assegurarem os remanescentes 50% necessários para a continuação destes certames.
Maior visibilidade para Seychelles
Porque as Ilhas Seychelles decidiram aderir ao East3Route, a revista Prestígio entrevistou a directora executiva do turismo daquelas ilhas, Sherin Naiken, na cidade portuária sul-africana de Richard´s Bay, cujos extractos mais importantes aqui reproduzimos:
Quando é que pela primeira vez ouviu falar do East3Route? E depois?
Foi em Durban, durante o INDABA/13, num dos vários seminários que são realizados ao longo daquele evento. Decidimos que seria importante para nós aderir ao East3Route.
Porquê?
Porque sendo as Seychelles um país pequeno, ganharia maior visibilidade trabalhando com outros países da região continental da África Oriental. Acreditamos que em conjunto todos sairemos a ganhar ainda mais.
Mas a marca da organização menciona apenas três países (África do Sul, através da região de KwaZulu-Natal, Moçambique e o Reino da Suazilândia). Será que passaremos a ter um East4Route?
Nós nem queríamos que se mexesse na actual marca, mas é entendimento dos outros membros que, em princípio, se deve manter a marca e o respectivo logótipo, apenas com um pequeno “toque” para incluir uma das cores simbólicas das Seychelles.
Como será feita a ligação entre as Seychelles com os outros países desta rota durante as excursões anuais do East3Route?
Revista moçambicana PRESTÍGIO
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