27.12.13

Bissau: Sírios seguem para Lisboa desde Maio

Ministro guineense ataca posição do MNE e da TAP sobre os incidentes do voo que transportou 74 sírios para Lisboa. E garante que Bissau "não sacudiu a água do capote". Hugo Franco/Expresso O ministro da Presidência da Guiné Fernando Vaz encontra-se em Lisboa em visita particular e falou ao Expresso sobre o "voo dos sírios" Tiago Miranda O ministro da Presidência da Guiné Fernando Vaz encontra-se em Lisboa em visita particular e falou ao Expresso sobre o "voo dos sírios" "É uma expressão infeliz. Tal como foram infelizes as declarações de Machete, recentemente, em relação a Angola", afirmou hoje ao Expresso ministro da Presidência da Guiné Fernando Vaz, que se encontra em Lisboa. O ministro guineense ataca assim as declarações recentes do ministro dos Negócios Estrangeiro, Rui Machete, que esta semana considerou "inaceitável" o embarque forçado dos 74 refugiados, alegadamente de nacionalidade síria, no avião da TAP, dia 10, do aeroporto de Bissau em direção a Lisboa. O governante de 58 anos, que é o porta voz do Governo de transição da Guiné, também não percebe a razão de ser do ultimato feito por Portugal, que pede garantias a Bissau para que casos semelhantes não voltem a acontecer naquele aeroporto. "É preciso lembrar que este foi um incidente comercial. Mas parece que está a mexer muito com os políticos portugueses. É um disparate pedir que haja condições no aeroporto, quando ele temos o parecer positivo das autoridades internacionais de aviação", declarou ao Expresso. "Não sacudimos a água do capote" Fernando Vaz diz ainda não entender a razão "de tanto alarido" com este voo dos 74 refugiados, comparativamente com outros dois, realizados em maio e em agosto, que levaram de Bissau para Lisboa dois grupos de refugiados da mesma nacionalidade: o primeiro com 39 passageiros e o segundo com 15. "Desses nunca ninguém falou." Sobre as conclusões do inquérito promovido pelas autoridades da Guiné Bissau ao voo da TAP, frisa que foram realizadas em "apenas seis dias, sob enorme pressão interna e externa". E garante que "ninguém sacudiu a água do capote". Segundo o responsável, houve uma admissão de culpa "de alguma autoridade da Guiné", bem como da transportadora portuguesa. "A TAP tem também culpas neste processo", conclui. Apesar de demissionário, António Suka Ntchama, o ministro do Interior da Guiné que terá exigido que os 74 passageiros embarcassem para Portugal "por motivos de segurança nacional", não saiu (pelo menos por enquanto) do ministério. "Continua a ser ministro do Interior", garante Fernando Vaz.

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